Poemas de Passado
A maior violência que eu cometia contra mim mesma era não me reconhecer. Era sempre deixar com que o julgamento alheio -- mesmo de pessoas que eu eu não conhecia e que nunca estiveram comigo, presencialmente --- fosse mais importante do que aquilo o que vivenciava dentro de mim. E constatei que, não importa quanto tempo passe, sempre haverá pessoas que fizeram parte do seu passado torcendo para que aconteça algo ruim com você no presente.
O melhor que fiz por mim mesma foi me reconhecer enquanto Ser. Erguer a minha cabeça, deixar o passado para trás e vivenciar cada momento sagrado presente. A cada dia que passa, descubro em mim uma força que eu jamais imaginei que tivesse.
E a paz que me invade, a cada manhã que me levanto, me faz sentir gratidão por tanta bênção e amor infinitos.
Podemos ser julgados
por nos sentirmos velhos demais pra mudar?
Por sentirmos tanto medo de errar?
Por acreditar que com o conhecido é melhor ficar?
Por não querer nada arriscar?
Por preferir tudo como está deixar?
Por não termos nada a esperar?
Por do passado não querer nos libertar?
Por achar que no futuro tudo igual vai ficar?
É... mas dizem por aí que no fim tudo dá certo... no fim
e o nosso fim está tão perto...
Então por que o medo?
Medo é pra quem na vida ainda é cedo...
Quando ainda nao aconteçeu dezejas que o momento nao xegue.
Quando esta a aconteçer dezejas que passe .
Quando passou queres esquesselo
Andreia.C
Sonhos Embaçados!
Tuas atitudes,
os meus sonhos
embaçaram...
Mas meu perfume,
está mais forte
do que nunca!
Jamais serei passado,
enquanto meu cheiro,
estiver em ti!
Não estou pedindo pra voltar...não quero viver o que passou mais uma vez.
Queria apenas que soubesse, que o passado ficou em mim, marcou !
É nódoa, cicatriz, tatuagem, ferida aberta que dói, machuca, sangra...
Mais não quero viver nada mais, outra vez !
Eu não aceito perder, mas admito que a derrota se faz necessário para um bom aprendizado. Admito que não há como ganhar sempre, pois não há espaço na vida apenas para conquistas, é preciso perder algo para que boas novas possam surgir;
Não aceito falsidade, traições, mentiras, mas admito que tais ações se fazem necessário para sabermos em quem confiar, quem ter como amigo, quem ajudar. Decepções nos baterão à porta por toda vida, cabe a nós aceitarmos sem rancor, e com elas aprendermos a plantar e colher melhor nossos frutos;
Não aceito um amor perdido, não aceito sofrer por paixões vazias, não aceito que o destino leve que eu mais amo, mas admito que amor verdadeiro não se perde, que não se dissipa, que mesmo ferido se solidifica e fortalece uma relação, seja amorosa, familiar ou amigável. Admito que quem mais amamos não perdemos, apenas foram antes de nós, para um dia nos encontrarmos novamente em outro plano;
Nós não sabemos aceitar as adversidades da vida, relutamos em admitir o que o universo nos guarda, procuramos achar um culpado por tudo de ruim nos acontece, ao invés de procurarmos entender e aprender com a vida. Devemos admitir que somos apenas seres humanos em uma passagem por aqui, e aprendermos a viver como tem que ser vivido, quem sabe assim, o destino admite que vale a pena acreditar no homem.
Nada do que vejo.
Tente ser estranho falando de mim mesmo,
abra sua mente para o que vem do expoente,
em minha ira abaixo minha guarda.
do que sabes, eu penso a respeito,
do mais perto do delírio eu sou o seu auxílio.
Falava o anjo que voa em tua direção, você não é o que finge que é,
você é parte do que nada é,
mas ainda sabes,
que os nossos velhos tempos são perfeitos,
Do meu passado fiz estrago, e do meu presente me fiz ausente,
do meu caminhar ao que nada sente,
Se quem se sente indiferente.
A nossas Abelhas!
Ainda hoje no ônibus uma cena quase normal me fez pensar um pouco...
Estava olhando meu caderno e ouço um som, um zumbido.
E ao meu lado, ali estava, uma abelha.
Peguei uma folha e a enrolei, pronto para mata-la.
Então percebi algo,
Não faria menor sentido!
A abelha, pobre bobinha queria seguir em apenas uma direção,
Para fora... Para a janela...
Ela queria ir para casa.
Naquele momento pensei,
Será que hoje temos coragem o suficiente para pegar um ser como esse,
Que nada nos fez e mata-lo?
Um simples pensamento me fez olhar para dentro,
Ver minhas “abelhas” que não puderam encontrar o rumo,
Perderam-se...
Nesse momento disse a mim mesmo:
“Você tem mais uma chance”
Abri a janela, e ela se foi...
Se a verei novamente?
Não sei,
Mais a chance... Foi-lhe dada...
Conjugo você
Eu desejo o beijo que não seja um momento
Eu desejo a relação que não seja um invento
Eu desejo um ser, meu, tão somente
Eu desejo seu corpo intensamente
Eu sonho com seu toque e gosto
Eu sonho com sua carícia em meu rosto
Eu leio seus movimentos tão perfeitos
Eu entendo seus dizeres, seus conceitos
Eu te vejo aqui tão perto
Eu sei que estou no caminho certo
Eu anseio ser terceira pessoa, tão puro
Eu no passado, eu no presente, nós no futuro.
Jornada
Amanheceu e meu caminho ainda está embaçado,
Vejo de perto, o longe está disfarçado;
as brumas que tornam a passagem tão branca,
escondem a jornada e tem cheiro de lembrança;
pintam o trajeto de alvo em cor de desvendar,
deixa na alma o prazer de procurar,
deixando nublado a chegada ainda não marcada
para uma vida de quem nunca para;
destino ainda pouco explorado,
movimenta a energia sem ficar parado.
Não sei onde esses passos podem me levar,
nem mesmo se há onde chegar,
mas sei que mesmo em uma encruzilhada
a escolha mais certa já foi marcada
meu caminho é deixar para trás meus passos mais passados
que descansam no solo que jaze tão seco e trincados.
Há sempre novas estradas, uma terra mais fértil,
há uma nova paisagem que vence o tédio.
Sei exatamente onde estou, mas sempre em frente vou seguir,
meu horizonte é meu limite enquanto ele existir.
Eu estava sozinho pensando alto, quando me vi velho dentro de um livro escrito por mim o qual estava completo e vazio.
Escrevi linhas e linhas das quais eu não me lembro.
"O tempo passa rápido demais se não tivermos momentos para recordar."
Quando sentires triste,
abatido e sem forças,
olhe ao seus dias decorridos,
veja o quanto já sofreu e o quão foi feliz
o que tens e os sonhos ainda a realizar
e agradeça incessantemente pelo tudo e pelo nada.
Lembrança (até mais)
Ela tinha um jeito delicado de ser
Eu sabia que não me pertenceria
Mas não sabia que tão cedo iria
Me deixar, assim, bem disperso...
A cada lembrança, pingo de chuva
A cada lágrima, que cai como luva
Eu me perco no mesmo pensamento
Que sempre é o do nosso momento
Seria fácil se não tivesse sido nada
Eu sonhei e fiz tudo aquilo por mim
Por nós... foi um beijo e todo o fim
Cada um, então, seguiu sua estrada
No fundo, sei que nos encontraremos
Só a distância insistiu em nos separar
Nada durou pra sempre e nem durará
Quando nos vermos, que reação terá?
Eu quero olhar aqueles olhos mágicos
Desfrutar de novo do sorriso demais
Nessa história, não há nada de trágico
Ela também lembra. Eu sei. Até mais.
Inadequados
Me dá uma alegria pacífica pensar que nos temos assim tão bem e que mesmo nos nossos distanciamentos, não nos perdemos. Temos nossas horas distintas e rotinas adversas mas nos adequamos a isso, mesmo sendo eu e você, tão inadequados. Pela primeira vez eu sinto que a saudade não aperta, liberta. Coisa boa de se sentir. Engraçado porque tudo começou tão estranho, intenso e do avesso mas de alguma forma fomos levando e nos deixando e nos gostando. Posso dizer que gosto muito de tudo o que você me dá e principalmente do que me tira. Perdi a vontade de desistir com facilidade, de ir embora antes de sentir vontade, de abandonar sem saber por quê. Fui deixando de lado os amores e traumas do passado, a solidão exagerada, a disponibilidade para tudo e todos. Deixei o que não me cabia, o que não fazia mais falta e o que doía. Não consigo mais fingir que quero estar sozinha porque seu corpo inteiro me transborda companhia. Do que me foi tirado, das perdas e das desistências sobrou muita coisa: eu e você, inadequados. E essa é a melhor parte.
- Como você se vê daqui a dez anos?
- Como você se via hoje dez anos atrás?
- Eu era apenas um menino cheio de sonhos.
Beber todos os dias não aplaca a dor
assim como a fumaça do cigarro não leva embora o desespero.
Entre infinitos caminhos possíveis pra seguir
eu não sei qual escolher
ando em círculos, sem direção.
Eu revivo o passado todos os dias
acredito que não vou viver algo tão bonito quanto o que já passou, não vou encontrar alguém que me mude pra melhor
como você mudou.
Em tudo há um zero,
um sorriso a um desconhecido,
um abraço ao velho amigo,
um carinho aos pais,
uma palavra de ordem ao seus filhos,
então comecemos do zero a cada dia,
a cada instante.
Esqueças dos erros do passado e
viva seu presente pensando no subsequente segundo.
De palavras bonitas o meu coração está cheio. Ele formula frases e despedaça sentimentos com palavras, palavras lúcidas que mentem e comparam o tempo todo. O meu exterior emana bom juízo, faz imagem pra cada um de um jeito. Mas eu me conheço, ah, e se conheço!
Eu, somente eu, tenho a capacidade de me desvendar. Sei bem que estou ficando para trás e que logo tão cedo o passado já tanto me faz falta. Sei de cor sobre o que me faz querer chorar e o que me dá nojo e repulsa.
Sei muito sobre meus sentimentos, meus gostos, meus desejos e o que os meus picos de humor significam.
E hoje, mas hoje, o meu corpo se colocou em situações maltrapilhas e eu senti saudade e inveja. Não foi com intuito ruim, sei que não, mas assim senti porque a água virou vinho, e apesar do milagre ser bom, a única coisa que consigo é me embebedar.
A saudade constrói uma ponte entre memoráveis recordações versus realidade e invade nossos corações, por vezes faz alagar nossos olhos e hibernamos por anos em apenas um minuto...
Saudade do passado, saudade de um passado inventado, não realizado, saudade do que ou quem não se teve...
Saudade, tanta bagagem em você, tanta saudade de você!
Meu amor nasceu numa gota de chuva
Numa nota bonita
No barulho da rua
Meu amor descobriu que brotou de repente
Que caiu do espaço
Que nadou com a corrente
Meu amor já surgiu sem saber esperar
O passado era fogo
O futuro era mar
