Poemas da Amazônia
Caminho sobre a ponte da travessia final mirando a selva amazônica, observo sorrisos desesperados e pálidos, diante desse espetáculo.
Nenhum paraíso resplandece quando enfermidades corroem as raízes internas.
Vagueio pelos relevos dos contornos da mãe natureza
com sua floresta devastada
desolada
eu beijo cada pedaço desta terra inundada
O fogo voraz que a consome é
intenso.
Quem tem me visto implorar
Fazer poemas ao tempo
pelo fim da penosa estação
precisa saber que onde vivo
nunca houve uma primavera...
Só existe inverno e verão!
Amazônia, num ano inteiro
Tem um inverno de chuvas
E um verão de julho a janeiro!
Ela dança na terra
com os pés fortificados,
junta tudo o que já possui
e não deseja bens preciosos.
Pelo caleidoscópio
deste século contemplo
o mundo perverso,
Povos ainda em guerras
desprovidas de nexo.
Nem mesmo que
eu tente ensaiar
mil dramas nenhum
destes papéis não
têm nada a ver comigo.
O meu coração está
vivo e segue pela corrente
do rio Apurímac,
O meu olhar está vivo
seguindo por Carhuasanta.
Ainda tenho fôlego
em Lloqueta e posso
levar comigo um poema,
e solta pelo Ene continuo
firme sendo eu mesma.
O meu pulmão ganha
fôlego pelo Tambo
e ganha impulso
em Ucayali sem temer
adiante nenhum desgaste.
E minh'alma e a memória
param no Amazonas,
chocam com o Madeira,
murmuram com o Negro
e enfrentam o degredo.
Sigo pedindo força ao Japurá,
clamando com o Tapajós,
chorando doído com o Juruá
e soluçando com o Purus.
No final de tudo vou encantar
o seu coração, ser lar
e o mais lindo refúgio sem par
onde você possa sossegar
sem vir novamente a se preocupar.
A ventania soprou as areias
das cacimbas dos rios,
Não vou morrer engasgada
pelas areias e nem mesmo
pelos meus próprios poemas,
Mesmo nesta escuridão
eu preciso falar,
Mesmo que seja tarde
demais eu preciso não calar.
A Amazônia vive uma
tempestade comparável
a de um imenso deserto,
Ficar fingindo que não
vejo nunca será o correto.
Fechei a janela para o vento
não trazer as areias,
Eu sem contar o tempo
não tenho parado de rezar
para que venha chover neste lugar.
Enquanto a tempestade não
passa vou fazer um colar
para me embelezar diante
do teu encantador olhar.
Eu sei quais as sementes que
vou eleger para me preparar,
como o teu coração enfeitiçar
e fazer o teu desejo me deificar.
Muitos não sabem a diferença
entre Pau-Brasil e a Tento-Carolina,
A diferença está nas suas flores,
nos caules e nas cores:
O quê eu quero é o Pau-Brasil reinando como o senhor dos senhores
no meu colar que haverei
com ele de te capturar absoluto
para em nome do amor se entregar.
Como o tal pássaro amarelo
com asas cor-de-fogo
entre frutas e flores,
No meu sedutor jogo
você irá se declarar
para mim tudo aquilo
que está a guardar
com a chave do silêncio
de ouro porque com minh'alma
de Rouxinol-da-Amazônia
já me escolheste por dona
do respirar ao palpitar
onde quer que você esteja
pelo mundo afora a caminhar.
VISAGEM
É de encataria que se vive o povo
A fé no que não se pode ver
Na raiz, na flor e no lodo
História sinistra para se entreter?
Um assobio, um estrondo
Um vulto, uma assombração
Se eu vejo visagem me escondo
Mas ela me vê na escuridão.
Quando passo pelo caminho estreito da roça
Quando sozinho conduzo a canoa
Proteger-me não há quem possa
Do assobia do Matinta que ecoa
Mil preces já foram feitas
e promessa comprometida
mas, a mula sem cabeça galopa
no medo e no fantasia
CANOEIRO
Na água doce do rio
Sopra o vento devagar
E La se vai canoeiro
Tranquilo sempre a remar
Rema sem pressa de ir
Tão pouca pressa de chegar
La se vem canoeiro
Tranquilo sempre a remar
Desliza em onda tranquila
Batida de remo a passar
Segue um canoeiro
Tranquilo sempre a remar
De bubuia nessas águas
Destino vai te levar
Manhã tão cinza e noites claras
Canoeiro sempre a remar.
UIRAPURU
Uirapuru piou
O seu canto de amor
Quando o uirapuru canta
Toda a mata silencia
Bico novo, bico velho
A ele reverencia
Só pra ouvir o seu clamor
O seu canto de amor.
Sua história é de lamento,
de tristeza e solidão
A cunhã foi desprezada
E chorou seu coração
Mas, Tupã lhe deu um canto
Para sua dor acalantar
Só falando de amor
De amor para sonhar.
AMAZONAS
Cavalgam com o vento
as águas na beira do rio
E carregam com o tempo,
histórias daqui e dali
E no remanso ao longe
Um mistério a desvendar
De onde brota essa fonte
que faz tão grande o mar?
É tanto rio a navegar
São as gotas dessa correnteza
Que fazem a imensidão do mar
Profundo e indomável
És liberto em maresia
Em açoites tu galopas
Nas ondas de uma melodia
E carregas nesse choro
uma canção de ninar
E o teu grito de consolo
Corre em direção do mar.
A Pan-Amazônia, ou simplesmente Amazônia, é uma região geográfica latino-americana compartilhada por nove países. Desse território, em números arredondados, 67% pertencem ao Brasil, 13% ao Peru, 11% à Bolívia, 6% à Colômbia, 2% ao Equador e 1,1% à Venezuela, ao Suriname, à Guiana e à Guiana Francesa. O território tem 7,8 milhões de km² de superfície e conta com 34 milhões de habitantes, dos quais cerca de 3 milhões são indígenas. Estes formam 390 povos – 137 não contatados ou voluntariamente isolados –, com 240 línguas faladas pertencentes a 49 famílias linguísticas. Uma imensa riqueza cultural, histórica, religiosa e étnica, hoje mais do que nunca ameaçada.(do livro O Sínodo para a Amazônia)
O Pará sofre muito com a infraestrutura. Mas algo que a Amazônia proporciona a essa terra riquíssima é a natureza.
Alguns ficam tristes quando uma árvore é cortada na Amazônia, mas são insensíveis quando ocorre nos seus quintais.
Amar a Amazônia, como ela é muito alem de como conseguimos vê-la... me alertava meu querido amigo, mestre o artista e intelectual amazonense Moacir Andrade. Amar verdadeiramente selvagem para entende-la.
Dos aproximadamente 150 indígenas flecheiros mortos ano passado na Amazônia por garimpeiros entre mulheres e crianças... que sequer conheciam o homem branco... e todos que estão sendo perseguidos e doutrinados na nossa cultura... arrasados e oprimidos... ninguém lembra? Foram mais de 8 milhões de indígenas mortos na nossa história. E os que não ficamos sabendo? Oremos. Oremos muito. Mais respeito. Menos violência. Somos todos filhos da Terra. Somos todos irmãos.
Das nossas lutas para uma anistia ampla, geral e irrestrita, na defesa da amazônia e pelas demarcações das terras indígenas, pouco mudou até aqui. Uma cambada de proletariados da zona sul do RJ, bancados na PUC e FGV pelos papais, com fantasias de simples comentando as orgias de fim nos de semana em Angra dos Reis, fumadores da erva que alimentam o trafico, socialistas de araque com caras e bocas pintadas de vermelho, partidos sindicalistas no Baixo Leblon. Entende se bem a quem serve e interessa a bagunça destes factoides de esquerda forjados a fogo brando que não doí e não queima contra as instituições nacionais e o verde oliva dos fardados. Amotinados do oba oba que só viajam para Europa de primeira classe vendo do alto as periferias agonizantes da verdadeira cidade.
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