Poema Via Láctea
A TRILHA EXTINTA
.
Certa vez um passarinho
Ficou reparando o caminho
Que via de cima da encosta
Mas ele não entendia
Por que o mato sumia
Deixando a terra exposta.
.
Indagou um pássaro adulto
Que conhecia o mundo oculto
Dos humanos e de outras feras:
Sr. pássaro sábio e nobre
Por que o mato não cobre
Aquele caminho de terra?
.
Lá embaixo os seres sem asas
Constroem as suas casas
Distantes umas das outras
E quando sentem saudade
E querem rever suas amizades
Caminham pela planície toda.
.
Durante as caminhadas
A terra vai sendo amassada
Impedindo que o mato cresça
E as flores que crescem
Nas margens agradecem
Pois querem que o amor prevaleça.
.
Então o pássaro pequenino
Entendeu por que via um menino
Chorando sentado numa trilha
Que agora estava todinha
Cheia de capim e ervas daninhas
Que cobriam suas panturrilhas.
.
Provavelmente aquela criança
Tinha alguém na vizinhança
Que costumava fazer-lhe visitas
Mas aquele mato comprido
Indicava que o seu amigo
Deixou de pisar na trilha extinta.
HOMEOPATIA
Deserta via árida
Aqui me sinto um pária
Aos imensos pecados
Vai-se um rastro de mágoas
E a vida sem nódoas
Como um paiol sem pólvora
Ao fraco apavora
Ao forte lhe devora
Mas ali sem demora
Lição doída agora
Remédio pra aurora!
SILÊNCIO PESQUEIRO
Um eco de grito te deixa em apuros
Reverbera de ti imatura via
Na palavra verde o silêncio é maduro
Impede a explosão sensatez calmaria
Ruído te prende, quietude liberta
Sufocar no teu peito essa euforia
Experiência deixando uma porta aberta
Aquela que vem apontando o caminho
Por mais que te agridam há sempre um Sol
Sem querer ter razão desvie o espinho
Um peixe pescado sem isca no anzol.
Achei que eles iam morrem juntos ...
Quando os via passar
Como dois amantes
Entrelaçados
Olhando o luar
Iam sem parar
Sempre a amar
Até que um dia tudo desmontou
Ela mentiu
E ele achou
Agora ele vai morrer sozinho
E ela se perder
Ele não tem caminho
Apenas esquecer
Caminhos da escrita
Conheço milimetricamente o itinerário da esccrita na qual faço as minhas viagens. Percorro todo o vale da subjetividade até atingir o pico da objetividade. Nesse habitat é onde me sinto bem, as palavras germinam naturalmente sem o esforço demasiado da mente.
190123
Nas escuridão em que me via so sobre o manto da noite. Aprendi que nem sempre temos o calor que queremos. Ou o aconchego que merecemos. Aprendi nas frias noite onde o clarão da lua era minha única companheira. Aprendi que tudo que vivemos faz bem pra nós fazer mais forte. Descubri que tudo foi preciso sentir pra que eu aprendesse enxugar as lágrimas e suporta as dores. E continua a seguir em frente.
... mais útil
do que, ora constrangidos,
reconhecermos nossos erros - que,
via de regra,não são poucos - é
reconhecerque todos eles, refreados
porum mínimo gesto de sensatez,
seriam prontamente
evitados!
Ia tomando já cor o dia
Via-se que dentro do meu sonho
Irradiava uma luz negra
Via-se um rosto dorido, sofrido
Com os olhos baixos
Como que ausente.
Ao tocar-lhe tomou brilho
Com a luz do meu amor.
Logo o reconheci
Levantou o rosto e olhou-me
Perguntou, à quanto tempo ali eu estava
Eu respondi, que ali estivera sempre
Esperando por ele,
Mas a escuridão da vaidade
O tinha cegado.
Ia tomando já cor o dia
Via-se dentro do meu sonho
Uma sombra,
Um rosto dorido, sofrido
Com os olhos baixos
Como que ausente
Ao tocar-lhe tomou brilho
Com a luz do meu amor
Logo o reconheci
Levantou o rosto e olhou-me
Perguntou, à quanto tempo ali eu estava
Respondi, que ali estivera sempre
Esperando por ele
Mas ele vivia na escuridão da vaidade
E os seus olhos não suportavam
O brilho do meu amor...cegavam.
Ela fingia que não o via
Mas imaginava-o no escuro
Sabia que ele ali estava
Escutava na sua mente o seu riso
Quase conseguia ver o brilho do seu olhar
Ela conseguia ainda, sentir o sabor dos seus beijos.
Não me fale de felicidade
não conheço tal cidade
isso é uma província tão distante...
uma via inviável
tenho alguns sorrisos em molduras
alguns retratos em estantes
prateleiras de aglomerados
não sustentam o sentimento
assim por tanto tempo
não me fale tão suave de ternura,
essa rua deserta e escura
só me traz espanto...
não me faça sonhar ou ter pesadelos...
AO MENOS UM POEMA
Ao menos um poema todos os dias
A jia e as estrelas, a via e as represas inspirariam
O luxo e a luxuria são mendigos ante nobres sentimentos
Andar de pé no chão, sentir a terra
Sentir o farfalhar da relva...
A selva te engole com seus elevadores.
Vidraças que refletem o firmamento
E o que é firme nesse movimento de viver?
No mínimo um poema todos os dias
E o que me inspiraria se não alvorecer
Se o galo não cantar, se o asno não zurrar
Se a vaca não mugir, se o pássaro não gorjear
Se o rio silenciar a calmaria infinita
Apenas um poema...
E se a neblina não neblinar,
Se a brisa não soprar
Se não acontecer nenhum crime passional
Nenhuma loucura de amor, uma insanidade qualquer...
Apenas transtornos banais do cotidiano
Como mortes no trânsito e engarrafamentos
Filas quilométricas para pagamentos
Pego minha senha,
Minha sina assassina
Te jogo da penha rezando a ladainha
Te jogo da cobertura com a ternura angelical de um querubim
Com a leveza de um mamute
E a suavidade de um crocodilo faminto ,,
Josefa vai valer à pena é um poema...
Te amei
Antes eu olhava pra você e via paixão
Hoje te olho e vejo tanta ilusão
Eu estava perdida
Quando te encontrei
Não era o que eu buscava
Mas era o que eu achava que amava
No fim
Me enganei
Achava que você faria tudo por mim
mas me decepcionei.
Na proxima vez não me entregarei como me entreguei,
Não amarei tanto quanto amei,
Porque você se foi
E sequelas deixou
Agora irei buscar alguém
Que saiba tratar as sequelas que você largou.
Antes que seja
tarde demais,
Se deve ir pela
direita ou até
via esquerda,
Os modelos
econômicos
são diferentes
e se esgotam,
Os poetas são
para sempre.
Fale a verdade
sobre o Chile,
Vê se daqui
para frente
você não mente.
O falso condor
voa discreto,
Ouço o bater
das suas
asas de ferro.
A continental
liberdade para
uma tropa
e um General
é o que insisto
e olhando nos
teus olhos
todo o dia
cantando te peço.
A Zygopetalum maxillare
floresceu plena e gloriosa,
O poema se escreveu
divinamente na Via Láctea,
Antes de você aparecer
eu já estava me preparando
para ser a dama magnética
do alvorecer e do anoitecer,
Aquele que há de ter fazer
flutuar e te cobrir de prazer.
Madrugada encantada
pelo tapete amarelo
do Ipê-do-morro,
O chão enfeitado
até parece a Via Láctea
esbanjando as suas
estrelas douradas,
Resolvi escrever poemas
com os pés e as mãos
enquanto a vizinhança
me olhava como se eu
tivesse voltado a infância.
Desde que se apossaram
do mar da Bolívia,
Eu estava lá só que
ninguém me via,
Bem no meio antiga
da tropa eu havia
sido escrita e escondida.
Fui revelada só agora
que não vou me contentar,
Enquanto não me devolverem
o General, a tropa e o mar,
Não vou parar um só dia
de espalhar a minha poesia
por todo e qualquer lugar.
Nasci sul-americana
e nenhum de vocês
a mim não me engana.
Estou espalhada pelo ar,
nasci na serra e cresci
bem no meio do mar.
Formação atual via redes sociais:
Especialização em me falaram.
Pós em eu acho porque me falaram.
Mestrado em me falaram e eu acho.
Doutorado em eu acho porque todo mundo está comentando.
Pós-doutorado em se todo mundo está comentando porque é verdade.
Arte como via pessoal
para a transcendência
pede inspiração autêntica,
Arte registro de uma
época do passado
e do presente para quem
sabe deixar uma memória,
E sobretudo fazer história,
Porque o quê penso hoje
é apenas cópia do ontem,
Conheço muito bem
a mim e sempre procurei
tentar alcançar a herança remota.
(Não vivemos mais uma novidade).
Conquistaram o seu espaço
pela via da guerra,
Não souberam se pacificar,
Não quiseram aprender
que para tudo existe regra,
Querem muito além
da sua conquistada terra,
Outrora maus alunos,
agora são péssimos líderes.
