Poema sobre a Seca
A seca
tornava o rio vazio
como vazios ficavam os dias
de borrasca
aqui dentro
melancólicos espaços
da humana nevasca.
ENQUANTO O ARROZ SECA
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Todo mundo tem um amigo `arroz de festa’. É aquela pessoa que está presente em todas as festas e eventos que pode e acaba ficando conhecido por isso.
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Você imagina o porquê da associação com a palavra `arroz’? Disse Onário que, isso provavelmente é uma alusão ao fato de o arroz estar presente em quase todas as refeições.
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Peço: não leve ao pé da letra as palavras de Onário. Com certeza ele desconhece o drama por que passa o povo brasileiro.
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02.05.2024
A gota de esperança que havia em mim caiu em terra seca e evaporou.
Mas ainda me resta o silêncio que grita alto em noite estrelada.
Sufocando dentro do meu peito um ponto final em uma história sem começo.
Olho pelo retrovisor do passado e percebo que é preciso focar no horizonte, acelerando em busca de quem sabe um novo sonho.
Tempo tempo que corre com o vento e não volta mais.
Adriana Paulino
Só percebemos o valor da água
Quando a fonte seca
E no amor é a mesma coisa
Talvez ele esteja em sua frente
As vezes não conseguimos enxergar
Quando percebemos, muita água já rolou,
aí já é tarde
O que fica é um coração partido
Cheio de saudade
OCASO DA VIDA
Vai, folha seca, vai, desgarrada
Ao vento em fascinante magia
Vai, que o outono, já evidencia
No fatal balé, de poética toada
Cumpre o destino, meta sagrada
Mudada: sem cor, árida sinfonia
Sem viço, sem a gala da energia
E, a tua pálida força, já crestada
No tempo, a tua mocidade palia
Deixando-te no calor da saudade
Vai, folha delicada, doce poesia
Baila pelo ar desta final liberdade
Realizou a sua crucial biografia...
Ímpar e, cada um de nós há-de.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 agosto 2024, 16’23” – Araguari, MG
NOSSO SERTÃO
Sou do sertão,
Sou da seca,
Sou cristão.
Caminho descalço
com os pés no chão,
Isso é que me faz
ter motivação.
Mandacaru que brotou no
chão, colore o nosso sertão.
Crianças se diverte, nada o
impede.
Livre ele se sente,
isso colore sua
mente,
A cada pedaço de pão.
O homem ganha força, para
continuar com sua missão,
Alegria habita em seu
peito.
Então a Deus mostra seu
respeito, por tudo que ele tem feito,
A cada raio de sol, a
alegria é contagiada.
Entre nosso humilde
sertão
Essa é a razão, de toda essa
emoção.
SETEMBRO
Se o amor chegar agora,
tem uma primavera brotando
em mim.
Se é com a seca que o ipê floresce;
É com a dor que a gente cresce.
Para que chorar se existe amor.
A questão é só de dar.
A questão é só de dor.
As ladainhas desentoadas,
o latim mal sabido,
a batida seca da máquina de costura,
as linhas de bordado,
os papéis de seda e os velhos riscos de ponto cheio,
cheio de amor, cheio flor e ramos de tudo que é cor.
A janela e a roseira branca.
Oh mãe! Oh minha mãe!
"O Quinze apresenta as consequências devastadoras da grande seca de 1915 no Nordeste do Brasil, onde a resiliência e resistência do povo nordestino se erguem como um testemunho da luta incansável contra as adversidades impostas pela natureza e a negligência do governo."
(PAULA, Vitor Ferreira de. "O quinze?" Campo Grande: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2024, p.01)
ORAÇÃO DEUMA MÃE DE AUTISTA
Senhor, renova nossas forças e energias, seca nossas lágrimas quando ninguém mais puder nos consolar. Sustenta-nos firmes e fortes nesta jornada desafiadora da Maternidade Atípica.
Revitaliza-nos a cada amanhecer, para que possamos enfrentar os obstáculos que surgem pelo caminho. Dá-nos sabedoria, equilíbrio e discernimento, mesmo quando o cansaço tenta nos derrubar. Fortalece-nos na fé e no amor, para que possamos cuidar, proteger e amar com todo o coração os filhos que o Senhor nos confiou, os maiores tesouros de nossas vidas. Amém!
meus sonhos foram levados pelo vento
Como uma folha seca perdida no ar
E não os encontrei mais ...
Onde será que está
[redes]coberta
estou seca
ressecada sem a seiva
a nutrição já não enseja
fazer parte de mim
amarelada desde o caule
fino trapo me desnuda
sou flor distante e muda
no chão deste jardim
estou seca
ressecada
ressequida
sem alma, corpo ou vida
pelas veias do meu ser:
a água sumiu do xilema
a fibra vedou meu floema
nunca pude acontecer!
resta-me agora a palavra
filha sou desta lavra
adubo transformado em brasa
desvendo em mim o poema
que nunca pude fazer…
MINHA ÁRVORE SECA
Desenho da solidão.
Hoje sem vida, na paisagem perdida,traz sua história ainda cravada no chão
Sapienciais 2:4
A seca e os furacões vêm em suas épocas; governantes e presidentes são substituídos; tudo passa, mas a sabedoria de Deus é imutável.
Busca
Ias como a seca em busca da chuva,
E antes eras como a pura
E límpida água do mundo;
Não cansavas, nem por um segundo,
A banhar a vida cruel e bruta!
Ias como a beleza enraizada,
Não havia outro alguém,
E outro alguém cantava
A delicadeza que só tu tens!
Cantavas e cantavas e choravas,
Quando esse alguém sumia;
Havia outro alguém,
E outro alguém havia,
Onde o teu olhar nem sonhava!
Vi-te fraquejar – num pulo! –,
As cores todas se esvaindo...
Fostes só, e só sumindo
Envolta num pálido casulo!
Perdi-te, então, à vista...
E a névoa espessa te envolveu.
Em um fino invólucro
De estabanado artista:
Tudo, tudo em mim morreu.
A seca traz desilusão
traz descaso e aperreio
se na mesa falta o pão
no prato falta o recheio
mas se chover no sertão
toda nossa população
amanhece de bucho cheio.
*"POEMA DA FORMIGA E O TAMANDUÁ"*
Em uma terra quente e seca,
Uma formiga pequena, mas corajosa, se via.
Ela estava sozinha, mas não se rendia,
Quando um tamanduá, com olhos famintos, se aproximava.
O tamanduá, com sua língua longa,
Tentava capturar a formiga, com uma mordida forte.
Mas a formiga, com sua força e astúcia,
Lutava com todas as suas forças, para não ser devorada.
Ela se escondia, em uma rachadura,
E o tamanduá, com sua língua, tentava alcançá-la.
Mas a formiga, com sua velocidade,
Escapava, e o tamanduá, ficava frustrado.
A luta continuava, por horas e horas,
Até que o tamanduá, cansado e faminto, desistia.
A formiga, vitoriosa, saía da rachadura,
E continuava sua jornada, com coragem e determinação.
Essa formiga pequena, mas corajosa,
Mostrou que mesmo os mais fracos, podem ser fortes.
E que a luta pela sobrevivência,
Pode ser vencida, com coragem e determinação.
In Memoriam (JP)
Partiu jovem demais,
Como um rio que seca,
Antes de chegar ao mar,
Deixando-nos a margem com pressa.
Partiste, mas ficaste,
No verso a rimar,
Numa história a se contar,
Na canção que não cessa.
Como um verso sem final,
Uma canção só de refrão,
Ecoa na memória,
Insiste em não parar.
O Lamento Incrédulo
Choro de pedra, de pó e de abismo,
lágrima seca na face do tempo,
um grito que rasga o véu do infinito,
mas Deus se esconde no entendimento.
As dores dos mortos pesam na carne,
vozes antigas sufocam o sono,
nas ruas, exércitos marcham sem glória,
resta-me o nada, o pó do abandono.
Abraço que afaga e logo desfaz-se,
esperança em cinzas, fé em ruína,
o beijo da culpa que arde na pele,
o pecado sem nome que nunca termina.
E se Deus não houver? Se tudo for sonho?
Se a dor for em vão, se o mundo for frio?
Sou sombra sem dono, sou noite sem astro,
cometa perdido no próprio vazio.
Por Evan do Carmo
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