Poema Concreto sobre Rios e Mares
As vezes quero ser pura, mas sou
pedreira, concreto,
Linhas duras, ângulos ...
Paralelas infinitas, pontos sem finais...virgulas
reticencias...
Vez ou outra, sou janela aberta,
com cortina de seda, esvoaçante , transparente
onde o vento me percorre...
As vezes um banco vazio,
a espera da mudança das estações...
Muitas vezes me confundo
entre folhagens, relva e a própria chuva...
e fico a esmo, sem saber bem o que sou...
O deserto é longo
Não vejo nada concreto
Só miragens tão reais por algum momento
Com o tempo o corpo de acostuma
Com o sol intenso, grãos de areia no corpo e o vazio
Os olhos secam
A mente seca
O sentimento seca.
nessa tua
piscina rasa
mergulhei
me joguei
eu cai
me afundei
no concreto
há se...
não tivesse sido
tão direto
Na cidade grande
O concreto em festa
Numa ciranda desumana e mágica
Salvo do chão
Para abraçar o céu.
Soluça na garganta a sentença trágica
Onde o espaço é réu,
Sem culpa e sem perdão
A cidade é aberta
Mas todos fecham suas portas
Como um livro despido de razão
Onde meus versos morrem
Nas páginas que ninguém abriu.
Este é o lugar comum
Onde combatem o asfalto e o pó
E onde o amor incomoda
E é nesse mundo que nós temos um caminho a percorrer...
Vamos pisar em cinzas doídas que o vento mastigou
E o chão não engoliu
Vamos ferir os olhos tontos
Porque o sol clareou onde a luz dormiu
Vamos sangrar os lábios de beijar
Os sonhos que sonhamos juntos,
Vamos ferir os pés
Para buscar a paz
Pisando e digerindo espinhos
Vamos,
Sempre juntos ...
Pois é meu o teu caminho !!
Há um muro de concreto.
Um dilúvio no deserto.
... Um delírio, um delito!
Um furo profundo no muro
– Que a chuva traga, que a noite caia
Que a vida leve, que os ditos não ditos nos digam!
Há um vácuo vago no espaço
Um vazio opaco nesses traços...
Um passado pairado em pedaços
O pudor, o poder, o pisar dos passos.
Há uma figura, um figurante
Um sentido, um figurado...
Um dia sortido, efeito surtido!
– Álibi mediato. Alívio imediato.
Há quem diga que não entende
Quem não entende o ditado
– Há um rio, um riso, um raio!
O escuro, o escudo... Um espelho quebrado.
Vejo o mundo com flores de concreto.
Arco íris de preto e branco.
Sei que nada está certo.
Pois o errado, somos nós!
BRANCO CAPITAL
"Brasília é da cor do concreto cru; brancos geométricos sob o céu azul. Tem mais satélites do que próprio sistema solar e, porventura, sol não falta. Eis o que torna um solo de gente fria, que se cruza todos os dias e se perde no silêncio das tesourinhas - cujas só cortam nossos juízos."
Em seu trajeto pelo espaço
O Universo revolve
Abstrato e concreto
Enquanto tudo se move
O tempo muda as coisas de lugar
Ou modifica as que permanecem
Outono, as folhas caem
Primavera, outras crescem
Os raios de Sol e a água e outro ar
Renovando promessas
Os pássaros retornam de verões distantes
Percebem no primeiro instante
O viço da folhagem nova
Tudo até parece igual
Mas as flores recém-chegadas
Se postas à prova
e lhes fosse permitido algo dizer
descreveriam essa euforia de reencontro
Como sendo-lhes algo estranho e sem sentido
Pois, a olhar para os mesmos pássaros
À elas, não significa nada
Simplesmente não os reconhecem.
Pois é na sutileza inconteste
do jeito que as coisas são
Que se esconde
a pureza do conhecimento
Ter vivido a vida
momento a momento
No mais, tudo é sofisma
É luz enganosa
Que se decompõe
Sob o prisma do menor confronto
Universo em documento
Eternamente pronto e aberto
Peneirando eternamente
Não se dobra a nenhuma vaidade
Consolidando a verdade
O resto é coisa que voa ao vento
Bastaria pra nós
O gesto de simples pensamento
Mas a mera simplicidade
É coisa que há muito tempo
Foi relegada à espera,
Perdida
em meio a tantos outros compromissos
Na esfera do esquecimento ela aguarda
Enquanto bem poucos aprendem
Que precisamos de menos disso
Mas ao mesmo tempo
Um pouco mais que isso.
Edson Ricardo Paiva.
"Na minha vida apenas o que é concreto é a cor do meu esmalte...
O resto é incerto,vou vivendo o que a vida vem me oferecendo, porque planejamento leva tempo e meu tempo pode não ser muito.Já o momento é o único de se viver!
Andrea Domingues
Acredite num final, seja feliz ele ou não, apenas almeje algo concreto
Sabe aquele percurso que parece não ter fim…quando até o cansaço se satura
Do “Desistir” tire o “D” e coloque “R” do retroceder que ficará Resistir
Estique o braço e abrace…porque o amor fortalece o espirito e saberá prosperar
Cré que no fim está o recomeço
O amar…só será amado se saber que vale a pena amar.
HOSPÍCIO
vivo num concreto espaço
e fujo da besta draconiana
tão besta quanto insana
ela degrada pelo cansaço
a fraca mente humana
aqui, neste louco hospício
neste pouco espaço
isolo-me do homem demente e mal-encarado
imundo, mas bem-humorado
vejo-me são num mundo deturpado
para além daquela porta
reina a insanidade, a vida de ilusão
mas aquém da vida torta
apenas eu, e meu mundo são
neste cubículo
tão concreto como abstrato
eu vejo o meu retrato
e nele percebo
o quanto sou ingrato
já vivi lá fora
e um dia fui um louco
agora, eu tenho um grande amigo
o médico do inimigo
hoje me chamou, sorriu e escancarou:
- lamento, meu amigo, mas a inês é morta.
lamento pela Inês.
Tempos Modernos,
Belezas De Concreto...
E O Que Há De Concreto
Neste Mundo Moderno?
E Se O Amor Que Está Bem
Perto For Incerto?
Tempos Modernos,
Belezas De Concreto...
Uma flor nasceu em meu coração.
E essa flor é linda.
Uma linda flor nasceu entre o concreto e o chão,
quando eu achei que não tinha
mais coração .
Uma linda mulher me fez a chamar de flor
Que vez questão de eu saber
Que nunca será minha.
CONCRETO
sinto na pele
o toque
frio
tenaz
concreto
meu corpo sucumbe
mas não o coração, que sem noção insiste
tampouco a mente, que brava mente resiste
na sensação de um tempo estagnado
não mais suporto esta pressão
que só aumenta e atormenta
tempo, por que não passa?
venha logo e me leve deste inferno
por que esta eternidade?
será esta sua última maldade?
ah, não mais importa
pois agora eu realizo
meu iminente e certo fim
neste eminente instante
que, de agora em diante, será eterno, constante
minha mente inebria-se
e se entrega ao coração
que pulsa lentamente
e mantém a mente tão lenta quanto vazia
solto meu último suspiro
e, assim, não mais respiro
esmagado, morro sozinho
sob o peso do concreto
quisera eu não houvesse peso
quisera eu fosse abstrato
Se a minha poesia fosse simbolista,
faria versos abstratos com substrato
de cimento e de concreto...
Nestes versos cantaria a canção da despedida,
chegaria enfim o cansaço dos cafés,
das livrarias, das pessoas
das relações mornas, das amizades frias...
Mas na poesia que faço
não há concreto nem cimento,
é tudo sentimento, confissão e fuga. ...
Parque Municipal de Belo Horizonte
CHÁCARA DO SAPO
Resistindo ao concreto, seus lagos e plantas, ventos e contra tempos
Comprimido entre prédios e carros, suas raízes um tapete alimenta
Como um jovem do interior, seu passado a todos comenta
Pensamentos no jardim das borboletas, um verde parque traquejado
Inativo no Bebedouro dos Burros, entre Deusas, facilmente observado
Samotrácia lembra as vitórias, quase esquecida, Afrodite o amor a sugerir
Perambulando entre jaqueiras, ciprestes e figueiras, sentimentos ali
Subindo pelo arco de madeira, com Anita sobre a Ilha dos Amores
Bosquejado por Villon; sempre lembrados na Praça dos Fundadores
Por:ClaudineyPenaforte
CONTRASTE SOCIAL
Sob a ponte de concreto,
Anônimo, Pedro mora
Com a mulher e três filhos,
absorvendo a fetidez
De moluscos e crustáceos
Putrefactos, poluídos.
Semblante ácido e apático,
Olhos mórbidos e anêmicos,
Como um sintoma hepático!
E, no estômago erosivo,
Se amontoam vermes ávidos!..
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