Poeira
No espelho dos teus olhos, Maria…
- bem-te-vis -
estradas de terra,
planícies de espinhos,
poeira suspensa,
... e só.
No voar dos teus cabelos, Maria...
-suiriris-
cancelas sem trancas,
peões com boiadas,
arames farpados,
...e só.
No vermelho dos teus lábios, Maria....
-colibris-
trovões de verão,
rajadas de vento,
uivando em meu peito,
...sem dó.
O uso da palavra de Deus tem que ser para conforto e salvação e não para discutir conceitos incertos
Pois quem se afoga no passado não consegue subir à nova superfície sem abrir mão do peso que o afunda.
Afinal
que tipo de mal
pode te tocar
a partir do momento que
des-máscara-da-mente
você se recordar
que é poeira estelar?
Valéria Centenaro ©
Voar baixo pode ser seguro, mas só os que ousam alçar grandes voos descobrem novos horizontes. Escolha: panoramas montanhosos ou ciscos de poeira?
De fracassados o mundo está cheio. Por isso resolvi tirar meus sonhos da estante e tratei de realizá-los antes que criasse poeira. Vitimismo não traz progresso e inveja só te faz caminhar ao retrocesso. Se inspire e seja a inspiração sempre andando para a frente atrás de evolução
Estrelas que me lembram
Trago no sangue o ferro
que já foi coração de planeta.
E há, na minha espinha,
o cansaço milenar das galáxias.
Não nasci hoje.
Nasci quando Deus ainda aprendia
a escrever luz nos espaços.
Sou poeira antiga,
com nome recente.
Memória estelar em movimento —
não de um astro,
mas do instante em que o amor
acendeu o primeiro fogo.
O imediato me fere,
como quem tenta cortar o infinito
com o fio cego da pressa.
Há milênios dentro de mim.
Olho o eterno
porque só ele me reconhece.
somos breves suspiros no tabuleiro infinito do universo peças em constante deslocamento, movidas por forças que jamais compreenderemos por inteiro. estar aqui é, por si só, um mistério não decifrado: vivemos para sermos espelho ou contraponto. a cada passo, oferecemos ao outro a lição da luz ou da sombra. somos professores sem saber, aprendizes relutantes do tempo que nos consome.
a morte, tão temida quanto mal compreendida, não apaga transforma. e mesmo assim, nos agarramos à ilusão de permanência, ignorando que a existência é fluida, substituível, repetida. cada alma que parte deixa ecos: fragmentos sutis do que fomos, escondidos em novos seres que caminham sem saber que carregam lembranças que não são suas.
a missão? SER. apenas ser. mesmo que o ser se dissolva, se dilua, se perca. porque no ciclo incessante de renascimentos, o ser de outrora desaparece, e o que resta são formas renovadas vestígios do que já habitou o mundo em silêncio. seres dos seres que fomos.
e o universo continua o jogo.
sem pressa. Sem regras. apenas movimentos…
VIVER A VIDA COM INTENSIDADE
AUTORA: Profª Lourdes Duarte
O presente é como deveria ser
Ou será que o destino traçou as linhas
Somos todos viajantes de uma jornada cósmica
Poeira de estrelas, girando e dançando nesse universo
Ou simplesmente criaturas de Deus Supremo.
A terra segue o seu curso dos dias e das noites
E a nossa existência é transitória e passageira
Mas é esta a vida que deve ser vivida
Construindo passo a passo a nossa história.
Não duvide do valor da vida
Viva com intensidade e veja a vida florescer
Mas duvide de tudo que compromete a felicidade
Duvide da falta de amor, do egoísmo, do desprazer...
Renda-se a vida e viva o presente
O futuro só a Deus pertence
Viva sua vida sem medo de arriscar
Arrisque-se, lute e seja feliz
Seja alegre e prolongue a vida
Viva o hoje sem pensar no ontem
Sempre com os olhos no amanhã
E no horizonte que surge.
Se vai dar certo ou não, o importante é tentar.
Seja feliz enquanto há tempo
Pois o amanhã é uma incógnita e quem sabe!
Não tenhas que recolher pedras no caminho
E deixou desperdiçar o que há de mais importante,
O dia de hoje, a vida!
Dor é uma coisa meio estranha, quando chega faz tanto barulho que parece que vai nos enlouquecer, depois vai se acomodando dentro da gente, vai ficando quietinha, silenciosa, até que um dia vira só poeira sobre a lápide da memória.
A felicidade está cada dia mais próxima! Muitas vezes não enxergamos porque as neblinas das incertezas, a poeira das frustrações e o desespero da angústia insistem em bater à porta! Mas o tempo passa e as incertezas viram certezas, a poeira abaixa e angústia vai embora! Deus é fiel e ele vai me ajudar!
Disso eu não tenho a menor dúvida! ♥️🙏🏼 Um dia de cada vez...” 🌸🍃
É muito necessário você ter um exercício diário de lembranças positivas.
Tipo, aquele momento em que você precisa lembrar da sua FORÇA e FÉ.
Você a possui, no entanto, a poeira e as circunstâncias afetam sua visão interna.
Entendeu?
DESENGANO
Na ilusão daqueles dias
Com pureza d'alma
Ela acreditou que o sorriso era sincero
Que o abraço era fraterno
Que existia um bem querer
(...)
Qual poeira levada pelo vento
Pelos caminhos dessa vida
O que havia de bom, se perdeu
A boa fé, sentindo-se traída
Com uma lágrima, disse adeus.
Valéria R. F. Leão
Está provado: o universo é extremamente hostil à vida. Ainda assim, mesmo sem as condições ideais, o homem se fez apenas com fragmentos das substâncias do espaço. Talvez seja essa a razão de nossa conexão com os céus; lá, vislumbramos nossa própria essência, como poeira de estrelas.
A humanidade é o milagre! Somos a própria teima.
Todo esse tempo que lá vai...
Vejo passar a minha vida...
Em preto e branco...
Em branco e preto...
Por alta noite...
Quando não ouço um pio...
Os meus amigos onde estão?
Que batam à porta...
Façam-se chegar...
Mas apenas espero você...
Por onde andarás?
Vem...
Destruir o silêncio...
Levantar os panos...
Limpar o espelho...
Que de tanto o fitar...
Preto no branco ...
Cinza está...
Deixada sobre a mesa...
Cheia de negra poeira...
A estrela por ti colhida...
Se empequena...
Tudo está lá fora...
E tanto aqui dentro quero...
Sentado...
Aqui espero...
E ponho-me a olhar suspirando...
Aguardando que se abra a porta...
E eu, que não sou mais do que isso...
É só isso o que me importa...
Tendo idéias e sentimentos por os ter...
Do que julgo que sou…
Do que anseio ser...
Sei que nada sou...
Quando estou longe de você...
Sandro Paschoal Nogueira
#CRIADO
Sou um criado...
Nasci para servir...
Sou, também, medroso...
E corajoso sei bem fingir...
De olhar fixo no horizonte...
Algo a se explicar...
Assim permaneço em meus pensamentos...
Sem ninguém me perturbar...
Sento-me nos bares...
Encho meu copo...
E sem ninguém que me descubra...
A noite passa em bons ares...
É possível também que eu me engane...
Da razão não sou o dono...
As ilusões murcham comigo...
Não gosto de ser surpreendido...
Ao vento conto meus segredos...
Quando roça as videiras...
Aos suspiros me entrego...
Quem eu amo está tão longe...
Perdido na poeira das estrelas...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
No dia de #Santa #Bárbara uma homenagem a ...
#OYÁ
Eloyá obá xirê obá salerojá, Eloyá!
Arrancado a ferro e fogo...
Na poeira fui ao chão...
Em meu peito o grito de quem vive...
Eparrei... OYÁ...
Me dê sua mão...
Liberdade perdida...
Na alma muitas feridas...
Implorei e fui ouvido...
E o vento soprou...
Um búfalo cruzou os prados...
Soprou forte um vento diferente..
Um corisco riscou o céu...
Fechei os olhos para ver...
A grande guerreira OYÁ...
Veio tirar meu sofrer...
É preciso coragem para lutar...
OYÁ é vento que espalha...
OYÁ é vento que junta...
Cuida de mim em meus descaminhos...
OYÁ chegou...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Noite à fora...
Sobre uma navalha...
Ó divina esperança...
Sonho de criança...
O tempo a criar silêncio...
Tornando o sonho poeira dos tempos...
Poço imenso e fundo...
Que engoliu meus desejos...
A ver no mundo seco a seca realidade...
Dos ébrios jogados à sarjeta...
Das matronas em penunbras das ruas da esquerda...
Dos pederastas em gargalhadas...
Disfarçando as lágrimas não jogadas...
Das mocinhas vendendo favores...
Em troca de licores...
Daqueles que só encontram alegrias...
Quando deixam suas garrafas vazias...
A vã loucura a moda é prima-irmã...
Mas quando vem o senso erguer-lhe os densos véus...
Desse desgosto...
Livrai-me Deus...
Salvo o meu desejar...
Teço beleza em tudo...
No hálito podre de um sugismundo...
No idoso porchetta...
Em quem que com qualquer um se deita...
Nessa langorosa magia...
Sob a lua que irradia...
As torpes paixões...
Sigo para meu descanso...
Aguardando, quiçá ...
Outro dia...
Valei- Deus...
Ou quaisquer outros guias...
Fim de noite...
Madrugada fria...
Eu próprio me interrogo:
– Onde estou? Onde estou?
E procuro nas sombras enganosas...
Sob essas horas mortas...
As mesmas coisas repetidas...
Inúteis os sonhos e as amarras
que nos prendem ao cais...
Mas quem sou eu que não escuto meus próprios ais?
Sandro Paschoal Nogueira
"Tem mulher que já nasce velha.
Desde o berço tem um olhar cansado
De fastio, entojo, má vontade, preguiça de viver.
Olha sério a tudo, não sorri, prefere chorar
Quando madura anda com as roupas largadas
Cobrindo as banhas do corpo também largado
Os indefectíveis panos de limpeza no ombro
E um olhar que vaga pela casa procurando poeira
Algo para arrumar, limpar e praguejar.
Ah, sim, tem mulher que já nasce velha odiando
onde mora, o que faz e o que é
enquanto a mente sonha uma princesa esguia
a deslizar sua graça pelos salões do mundo
A princesa que poderia ter sido - poderia, mas...
Teve sonhos, mas não apeteceu ir atrás.
Teve desejos, mas não apeteceu saciá-los.
Teve impulsos, mas não apeteceu segui-los.
Hoje morre tão velha quanto nasceu:
Existiu mas não viveu, esteve aqui, mas não marcou
Para os outros talvez uma lembrança irônica, tipo desprezo, sabe?
De uma mulher meio qualquer coisa, semblante fechado
Com rugas e banhas e umas roupas largadas
E os panos no ombro,
Procurando pela casa um pó para tirar."
(Lori Damm, 24/01/2023)
