Poeira
Poeira estelar.
Céu noturno
Pra onde se dirige meu olhar.
E fico a me perguntar: de que partícula sou... como aqui vim chegar?
Mergulho profundamente nos processos cósmicos que moldam este mundo...
Vou em busca de respostas...
E vou até o fundo.
Chego à minha raiz – nuvens cósmicas gigantes... as nebulosas.
Entrelaçaram-se elas num balé cósmico.
Chegam a um frenesi sem igual.
Explodem numa explosão fenomenal.
Olho o céu noturno.
Em busca do meu passado.
E repito sempre palavras que em algum lugar li: “eu, universo de átomos, um átomo no Universo”.
É estranho estar aqui agora simplesmente a fazer disso versos.
Às vezes a planta
é em terra infértil
e nada floresce
somente há a poeira
que o vento levanta.
Deuses, desertos
desilusões
lenha ardendo
em estalos deprimidos
esses meses são
tão compridos
as cinzas rondam
os olhos ardidos
avermelhados
perdidos em tempos
em que as árvores
avançavam sobre a cerca
― abundantes de frutos.
Se foram os pomares
se foram os jardins
se foram as sombras
dorme a natureza
assim como durmo
saudades em mim.
Crônica: A Poeira na Varanda.
A poeira na varanda é testemunha silenciosa de um tempo que deixou saudades.
Naquela época, a cidade era pequena, e a vizinhança era uma grande família. Todos se conheciam pelo nome e sobrenome, e os compadres e comadres se encontravam na missa de domingo.
Era um ritual sagrado, onde as famílias se reuniam para uma boa conversa, um dedo de prosa, enquanto o sol se punha no horizonte.
A cidade, com suas poucas ruas, era um lugar onde tudo estava ao alcance. Da padaria ao bolicho, do pequeno mercado à farmácia, tudo era próximo. A vida rural era pacata e cheia de simplicidade. Nos sítios e chácaras, criava-se de tudo.
O leite fresco chegava à porta, e as frutas e verduras eram colhidas no quintal, fresquinhas e saborosas.
As famílias eram grandes, compostas por avós, tios, tias, primos e padrinhos. Todos conviviam em harmonia, e aos finais de semana, a festa era certa. Sempre havia um motivo para comemorar, seja um aniversário, uma colheita farta ou simplesmente a alegria de estarem juntos.
Era um tempo de vida calma, cercas baixas e muros que não escondiam os vizinhos. Todos se cumprimentavam com um bom dia, boa tarde ou boa noite.
Hoje, resta apenas a varanda empoeirada e as memórias de um tempo que deixou saudades. A poeira, que se acumula lentamente, é um lembrete constante de que, apesar das mudanças, as lembranças daqueles dias continuam vivas no coração de quem os viveu.
Sina Nordestina
Sou nordestino,
feito de sol e poeira,
de mãos calejadas
e alma verdadeira.
Querem me afogar
em águas de secas,
mas sou raiz que resiste,
sou chão que não se entrega.
Minha sina é estrada,
vento que corta o rosto,
é lágrima engolida
no silêncio do desgosto.
Garota, se soubesse
o que carrego no olhar,
entenderia que o sertão
não se curva ao queimar.
Povo sem sensibilidade,
que julga sem conhecer,
não sabe que na seca
aprendi a florescer.
Eu sou o rei da minha terra
Enfrentando tempestades de poeira
Eu vou lutar até o fim
Criaturas dos meus sonhos - levantem e dancem comigo!
Agora e para sempre
Eu sou seu REI!
"As almas se tornam poeira estelar, e é através dessa poeira que todas as coisas se conectam e se transformam."
Ótima quinta-feira. Hoje é dia de levantar, sacudir a poeira e recomeçar do ponto que se perdeu. Volte nesse ponto e recomece. Tudo vai dar certo, pois agora você tem a vantagem da experiência. Nunca desista!
Somos poeira errante no ventre do cosmos,riscos de lápis em um papel infinito. Entre o efêmero e o eterno, seguimos traçando a história de quem fomos, somos e seremos.
Somos poeira de estrelas,
Nossos átomos formados nas entranhas do cosmo,
Ainda bem que em nossa jornada terrena, nós nos revelas,
Pois somos fragmentos de um mesmo macrocosmo.
No vasto universo, estamos ligados pelo espaço-tempo,
Em órbitas que se cruzam, em danças siderais,
Ainda bem que nossos destinos se encontraram neste tempo,
Pois somos constelações de histórias ancestrais.
Em galáxias distantes, em nebulosas de luz,
Nossos destinos foram traçados, em intricada dança,
Ainda bem que neste planeta, encontramos a conduz,
Para compartilhar essa jornada cósmica e sua bonança.
Nas estrelas, encontramos o reflexo do nosso ser,
Somos poeira de estrelas, conectados pelo universo,
E ainda bem que neste vasto espaço, conseguimos perceber,
Que somos parte de algo maior, num encontro tão diverso.
Com o tempo, algumas coisas ficam tão fragilizadas que, se formos retirar sua poeira, elas quebram.
Algumas coisas são folhas secas.
Vazio Consumista
Mesmo tendo tudo, sentem-se como se nada tivessem. Conquistas são poeira ao vento; no horizonte se esvaem.
Desencontros internos, entre o ser, parecer e ter, erguem muros. Expectativas não cumpridas, sonhos naufragados, sentimentos afogados jazem.
Pressões sociais, padrões a seguir, na busca frenética pelo que se deve possuir.
Traumas e cicatrizes, marcas do passado, no presente, um grito abafado que faz deprimir.
Consumo desmedido, tentam em vão encobrir o vazio existencial que faz parte do existir.
Poeira de estrelas formam corpos errantes, que seguem seu percurso, ao acaso, sob a luz proveniente do divino e do empírico.
