Pobreza Riqueza Desigualdade Social
"O que me deixa por vezes intrigado e até triste, é ver o homem falar sobre habitar outros planetas, criar estações espaciais habitadas, sem ao menos ter feito ainda o mínimo para cuidar devidamente do nosso planeta, ou é arrogância e petulância demais, ou sabedoria de menos, eu ouso dizer que são ambos. Devo lembrar que os maiores problemas mundiais nem sequer estão perto de serem resolvidos, desigualdade e pobreza são alguns dos que persistem e o homem insiste em sonhar demais com algo que não é urgente ou minimamente importante e agir de menos nas reais e extremamente importantes necessidades globais."
Ainda na Praça do Russel encontro com 'Biafra' 7h25. Pode ser visto bem cedo com uma espécie de lata de tinta - um pouco mais profunda - onde guarda suas coisas conectada a um pneu de bicicleta, que serve como uma alça para carregar sua bolsa no ombro.No meio da tampa, vejo colado uma foto do cantor Biafra. Tudo toscamente feito. Ou nem feito. Biafra aprendeu a não descartar as coisas tão rápido. Por isso, seu latão, ou melhor, sua bolsa, é composta também por uma série de pregos martelados ao redor da tampa, dando a forma da desgraça. Nos espaços entre os pregos, observo formigas num entra e sai como se o latão fosse um apartamento de formigas. Ele diz: "Ah se elas comerem toda a minha maça. Tive que usar os pregos como solda, e meu baú deixou de ser impermeável", justifica. Pergunto se ele pode abrir seu armário para eu observar melhor. "Minha vida é um livro aberto, pegue você mesmo". Abro o latão e uma camisa do Botafogo, número 7. Em seguida, formigas. Logo depois, a maça, um pente, uma faca pequena e uma carteira do exército com sua foto, 19 anos, servindo no Forte de Copacabana. Apenas isso. Pergunto sobre a blusa do Botafogo enquanto guardo tudo novamente no latão e ele responde: "Não gosto de futebol. Achei essa camisa jogada no aterro e peguei". Pergunto sobre o pente: "Tem uma moça que gosta de mim, e como não sei quando ela aparecerá novamente é bom estar sempre com ele aí." Não pergunto sobre a maçã, pois, por precaução, já me antecipo: "você não tem cara de assaltante Biafra, ou, se tem, agora não tem mais porque sou eu, então a maçã é pra comer e a faca pra cortá-la. Ele nada responde. Pergunto sobre a foto do Exército no Forte de Copacabana e ele diz que é apenas uma foto. "Isso aí é melhor não lembrar". Pergunto se ele deseja que eu coloque novamente as formigas no latão e tento quebrar uma potencial lembrança ruim. Ele reponde então que poderia fazer um latão pra mim, pois teria me achado "um cara legal" e "diferente". Digo que meu negócio é mulher e ele cai na risada. Mas, depois da brincadeira, observo a mega elefantíase ou algo que não seja menos do que isso em uma das suas pernas. "Pô, Biafra, e eu que sou diferente? O que você arrumou aí na perna, cara, já foi num hospital?" Ele reponde: "Fui no Rocha Maia, UPA, num monte de lugar e todo mundo olha e diz que tenho que ir a outro lugar. Desisti faz tempo, Ninguém encosta." Digo apenas "entendi" e sigo meu caminho. Fato é que nunca mais conseguirei escutar as palavras lata, latão, tinta ou latas de tinta, e não lembrar do Biafra. Quis tocar no assunto "Deus", mas só deu tempo de escutá-lo dizer que é algo difícil de acreditar. E completou: "Não pra você rapaz, e sim pra mim". Possivelmente não terá nem um enterro em cova rasa pago pela municipalidade, pois a mesma não quis nem tratar a sua perna. Uma coisa, porém, é certa: irá para o mesmo lugar onde vão os reis de verdade.
O grande mal da religião e que eles ajudam aos pobres para poderem existir ao invés de ajudarem a erradicar a pobreza.
É preciso ter cuidado
a quem entregamos nosso coração...
Muitas vezes dedicamos
nossos mais nobres sentimentos
a quem só nos devolve
pobreza de intenções.
Na avenida, faltavam pés para tantos sapatos! Bastou descer a viela, e faltavam sapatos para tantos pés!
A Maria, jardineira das flores do próprio túmulo.
Co'a lata na cabeça parte a moça,
(na estrada triste e torta ela se some)
que tem ela, Maria, senão força?
que tem ela, Maria se não nome?
A lata bate forte e se encerra
Um tambor ruge vulto no estombo
Mal se difere a moça e a terra.
Se entortece Maria e o seu lombo.
Enquanto pinga gota da lata
e gota até do corpo dela,
No chão vasto pisado nascem flores
Quando a noite cai co'a lua prata
E a morte desce rude em sentinela
morrem latas, Marias e amores.
Devemos ser como uma fonte que está constantemente se esvaziando de tudo o que possui, e sendo permanentemente suprida por uma fonte invisível. Dar continuamente para o bem de nossos semelhantes, sem temer a pobreza e confiantes na infalível generosidade da Fonte de toda riqueza e todo bem eis o segredo do bem viver.”
Reajustamos em 12,5% o programa Bolsa Família e liberamos R$ 700 milhões para educação básica e superior. E enquanto houver a extrema pobreza é preciso ter programas desta natureza, mas o objetivo é exatamente, num dado momento, fazer com que o Bolsa Família seja desnecessário, o que significa uma tentativa de progresso e desenvolvimento para o nosso País.
Tristeza é ver uma criança jogada num mundo de desesperança
Mundo esse que muitos falam de amor e vivem somente na dor
Eu procuro a beleza mas o que tenho visto é pobreza e o que nos faz falta é a nobreza de alma .
25/08/15
O QUE DETERMINA MEU VALOR ?
Apesar de ouvir o tempo inteiro que “ Isso é normal” , me causa estranheza ser “medido” pelo que possuo, se tenho carro, o que eu visto , qual o meu celular, o quanto ganho, o que eu faço etc. É comum sermos ignorados quando não passamos na avaliação de quem nos observa, entendo que todos julgam de uma maneira ou de outra, mas isso esta indo além do aceitável. Não sou o que possuo de material, sou o resultado de todas as experiências que vivenciei e o que possuo de mais valioso é meu intelecto.
Eu me recuso, meu valor não será determinado assim.
Não estou pregando a favor da pobreza material para que se alcancem bens espirituais, isso eu deixo para os tolos. Sim, eu desejo ter um belo carro esportivo, sim eu desejo um celular de última geração, sim eu quero roupas de qualidade, sim eu quero ter um salário maior, sim eu desejo trabalhar menos e ganhar mais. Quem não quer ?. Vivemos num pais de impostos abusivos, de educação e saúde sucateadas, onde a desigualdade é maquiada descaradamente com a velha política do pão e circo, é bolsa otário, é avenida idiota e por ai vamos ladeira abaixo.
Eu me recuso, meu valor não será determinado assim.
A mídia nos diz para consumir determinado produto e sutilmente ( as vezes é na cara mesmo) nos rotulam de imbecis se não o comprarmos. Isso é ofensivo ? Claro que é ofensivo, Num pais que cobra imposto de renda sobre três salários mínimos isso deveria ser crime. O garoto da favela assiste na TV que se ele não possuir aquele produto ele é um perdedor ( o famoso loser americano), então é natural que ele queira, afinal ele não deseja ser um perdedor como seu pai e sua mãe. E como obter, por exemplo, um Iphone ? Catando latinha ? Claro que não, o
negocio é “meter o cano”.
Eu me recuso, meu valor não será determinado assim.
A violência é fruto desse sistema e é triste ver o que acontece com a educação atual. Temos uma massa ignorante sendo corrompida e manipulada pelos interesses de poucos. E aos poucos que pensam meus pêsames. Seremos arrastados pela maré da ignorância.
Eu me recuso, meu valor não será determinado assim.
Estas são palavras soltas, visões turvas , pensamentos desconexos e caminhos tortuosos de alguém que ousa pensar por conta própria, se fosse linear, claro, preciso e reto, não seriam meus.