Pedra nos Rins
AMAR, UMA DECISÃO?
Amar é uma decisão...
Escolha que se faz por motivos que pouco pode se explicar;
Que em nada se justifica, apenas se ama.
Quando se tenta aos outros
esclarecer os motivos de amar alguém,
ás vezes se complica.
No amor dos outros
não se encontra nenhuma relevância;
Mas se dar ao amor da gente, sentidos que vão além da conta.
Quem atreve-se explicar o amor
se arrisca, enlouquece, perde tempo e o amado de vista.
A escolha de um amor é coisa que não se compreende;
A escolha acontece... se merece;
Então, apenas decida amar...
E ache quem te completa.
Que se ame muito, mas nunca será o bastante;
Que se ame pouco, mas pelo amado se fica louco;
Se pode se medir o amor, se pode aumentar;
Só se sofre por amor, se deixar este acabar...
Sei lá, ame e pronto!
- O RISO DO AMOR
Você sorrir?
São dúvidas? Quando falo que te amo?
É alegria? Quando juro meu amor por ti?
Talvez, por impulso em ironia...
Que se misture tudo, mas o meu amor sempre juraria.
Você sorrir por duvidar...
Pois ignoras que te levo comigo
todas as noites para o travesseiro;
Esse amor verdadeiro, rouba- me o sono
e tenho o medo de perde-la.
Você sorrir?
Do meu medo de perdê-la?
Acha ser sem razão esse medo?
É que desconhece a dor dessa perda;
Pois para essa uma dor não se encontra
nem um só alento que alivie o coração.
Você sorrir?
Sorrir das coisas que o meu coração sente?
Queria que este sorriso fosse por estar contente;
Pois fico por causa deste sentimento
como um demente;
Que por ti, que insistes em ficar no meu coração
e não desisto por te amar. E você sorrir..
- GOTAS DE AMOR
A alegria e a tristeza, a celebração
e a decepção de quem ama são gotas;
Gotas de qualquer coisa...
Gotas de veneno ou de uma droga forte;
Pois, quando se ama de verdade,
se faz coisas que em normalidade de alma não se faria.
Suporta-se ser chamado de tolo,
Se é censurado de insano...
Sentenciado por viver em bestialidade;
Não dar para esconder que está amando.
Para que se importar?
Se todos se fazem a mesma pergunta;
Se todos nós caímos nos mesmos laços;
E ninguém se importa para o embaraço?
És sincero aos sentimentos?
Atendes aos desejos do coração?
Amar é tudo que a alma de todos busca.
Se por amar é roubado o sono,
Se este é o maior de todos os danos;
É gente de sorte...
Amar é ensaiar em vida mergulhar numa gota d´água
e emergir num oceano.
A ETERNIDADE DE AMAR
Amar? É algo eterno;
Quem pode garantir quando se começa amar?
Dizer com firmeza o fim de um amor?
Quem pode jurar pelo dia em que o amor nasceu?
Ou ainda, que este nunca existiu?
Esquece-se que no coração nasce;
Ignora-se que é silencioso...
Que escondido no peito cresce;
Se o coração é terra que ninguém anda...
Território que ninguém manda?
Então, não se pode apostar que o amor morreu,
e que num abraço não renasce.
Acho que não se explica os princípios do amor;
Acho que não se decifra seus enigmas...
E distante se está de compreender seus motivos...
De intensa devoção ao amado.
Pois, de onde se tira a força na dor...
Que na penitência da saudade,
e nos braços da solidão se escreve os poemas;
Que da alma ferida se tira uma bela canção?
O amor é eterno, enquanto se existir...
AMAR DE ALMA
Não venham me dizer:
Que não se tem duvidas na arte de amar...
Que não se procura no amado o que encanta...
E o que prende e o que faz ficar?
Quem não se perde na visão do amado,
que plantado diante de si expõe?
Quando em desvario tenta discernir a razão de ficar?
De se ter suportado a espera?
De se ter ido e de se ter voltado?
O que eu encontro surpreende-me:
Os defeitos, a obstinação e o corpo perfeito...
Não têm relevância quando se decide amar.
Quando se decide amar de verdade:
E se procura amar pela razão...
Inexplicavelmente sempre se encanta;
Sem jeito se perde e se encontra.
Na verdade, o que sempre se ama é a alma;
Se não sentes ser amado assim:
Não vale a pena se dizer que é amado;
Pois, é nisso que a gente se atrapalha,
adoece e desmaia...morre de amor.
LAGO DE AMOR
O amor amado,
Aquele amor para o qual se entrega, entregado...
É como as águas tranquilas de um lago;
Ainda que se atirem pedrinhas...
Que se joguem pedras grandes e pesadas,
Que se criem as ondas e se fiquem revoltados;
Que se admirem e se fiquem espantados;
Logo tudo se acalma...
Isso é enigma do amor!.
O amor explorado, o amor forçado é:
Viver em um leito de um rio corrente...
Em cada curva se encontra embaraços, pedras;
Se é surpreendido e se vive assustado.
Não vale a pena viver um amor assim;
Viver estas coisas acaba com a gente;
Coisa sem nome, neutra...
Coisa sem jeito, sempre uma treta.
Á viver em pressuposta solidão... Preferível
é ter ainda a esperança no peito.
POEMAS SEM NOMES
Não sei que nome daria,
ao meu último poema de amor.
Talvez daria o seu apelido...
Ou seu nome distorcido?
Quem sabe usaria um pseudônimo?
Nomes de trás para frente seria um mimo;
Se fosse o teu nome, e usaria como apelido, Sineos!
Ao invés de amor, eu escreveria roma;
Trocaria meu, por uem;
De eu, redigiria ue.
Meu último poema...
Que pena, não rima!
Pois, um nome não teria.
Amo-te em segredo...
De te perder tenho medo;
Por isso, não importa o tema;
Não importa a rima...
Amar-te é o que queria para sempre.
Quem pensa que quero saber:
A data de escrever...
E que nome daria ao meu poema sem nome,
do meu último poema ,se engana!
O que quero mesmo é usar a pena todos os dias;
Escrever muitos poemas:
Poemas sem nomes, poemas de amor.
DIA DE AMAR
Hoje é dia de amar.
Amar as coisas que se deseja;
Hoje é dia de amar...
Amar o que traz alegria;
Hoje é dia de amar...
Se alegrar com coisas que se tem,
de oferecê-las a alguém como prova de amor;
Se as coisas que se tem,
suficientes não forem para parar a dor de quem se ama,
se necessidades houver de se impor,
entregue a vida como prova de amor.
Fagulhas fraternas, que surgem no mundo contemporâneo, são manifestações da centelha divina quase sempre provenientes do atrito entre corações de pedra
Poema Lirismo
Quando eu era criança,
as plantas me chamavam.
Achavam graça.
Coisa de menino, sem ter muito o que fazer.
Quando eu era jovem,
afirmei que as pedras não acordavam,
porque não sabiam da noite sonhada.
Ficaram preocupados.
Para alguns, indício de alguém transtornado.
Quando me afirmaram, és um homem,
eu contei que te vi, se florescendo de liláceas.
Por fim, sanaram-se as dúvidas.
Decretaram-me ter visão refratária, com sintomas de lirismo.
Só parei de julgar-me dissociado,
quando me disseste que havia noites com sol,
e que o remo acenava para o mar, quando não partia.
Então, assim ficamos, em nós apreendendo tochas,
fisgando lumiares, falando com os olhares.
E quando tudo escurecia se acendendo de um no outro.
Carlos Daniel Dojja
O QUE JOÃO ME CONTOU
João pescador assim me falou:
A maior boniteza que tem pra vê,
É quando a onda bate no mar e beija a pedra na areia.
É como se aquela beleza toda fosse pra avisar,
Que a onda nasce da água e pra ela vai voltar.
Mas também tem outra coisa, que mais formosa não há.
Até me fogem as palavras de tanto admirar.
É quando no mar, eu vejo os olhos de uma moça,
Feitio de estrela que não cessa de piscar.
Então eu fico confuso, sempre a imaginar.
Pro sinhô que gosta de estórias, eu lhe posso contar.
Já pensei em ajuntar a onda, com os olhos do amar.
Fiz até uma promessa, que vivo a suplicar.
Quando minha hora chegar,
Esperem a noite alta e me joguem inteiro no mar.
Vou virar mistura de lama, coberto de calcário, envolto de sal,
Para nascer como pedra, estendido a beira mar.
Então, nem queira saber, que alegria será,
Eu me vivendo banhado de ondas, a relembrar,
Toda a vida que viceja, quando se descobre um olhar.
Carlos Daniel Dojja
- Em homenagem a João que já virou Pedra no Mar do S
Vendavais
Por sobre o parapeito da janela, divisa-se a baia, e lá na outra margem quais gigantescas sentinelas, o morro de Paranapuã fazendo guarda, quebra ventos de barro e rocha, protegendo a cidade dos sopros mais fortes de Inhansã, que por sua vez precisa movimentar o ar para a expulsão de doentias formas pensamentos, soltas no espaço pela incúria e a maldade humana! Que Deus ampare as embarcações que vejo balançarem perigosamente, cativas das ondas bravas, por causa do vendaval! Que Deus abençoe as frágeis naus das nossas almas, que balançam perigosamente, cativas das tentações, e diante das ações dos maus...
odair flores
Caminho
Um caminho sem "pedras" não tem a possibilidade de uma nova criação, veja essas pedras como obstáculos construtivos, use-as para edificar uma trilha inabalável com base resistente, pois tudo está acontecendo de acordo com seus anseios e esta "pedra" pode ser parte de sua capacitação. Há um propósito. Atente-se ao inesperado e veja tudo se encaixar positivamente diante de seus olhos.
Não seja irredutível diante das intempéries vividas, afinal pedras também são desbastadas ao rolarem no barranco que se aproxima
Diamante
Queria um diamante bem grande...
Ou pequeno, talvez...
Que brilhasse tanto ou
mais que uma estrela...
Um diamante que refletisse
uma lágrima caindo...
Ou até mesmo o meu sorriso...
O diamante é só simbólico...
Porque o valor não importa...
Poderia ser até mesmo uma pedra qualquer...
Ou uma flor de algum jardim...
Mas que fizesse me sentir importante...
E demonstrasse o que sente por mim...
Prefiro o desconforto das pedras que me movimentam, ao aconchegodas nuvens que me estacionam e me trazem lágrimas ao acordar de um sonho.
Preservando nossos índios.
Nossas primeiras sementes naturais: sem contaminação e que fazem parte da nossa miscigenação. Divulguem e compartilhem essa herança "hereditária", para que no futuro, ainda se possa ver, presenciar e sentir_ se feliz, pela existência desses que não se corromperam e mantém, até hoje, a natureza viva, bela e exuberante. Que possamos extrair e experimentar: o óleo dessas sementes, contidos em nossas células, para que a ética, a moral, a simplicidade e o amor pela vida e pela natureza possam fazer parte do nosso cotidiano... Em plena selva de pedra.
Muitos anos de vida para os nossos guerreiros, e que possamos abrir os olhos, para que a nossa sociedade não fique isolada, seja dizimada e não seja destruída conforme fizeram com esses nossos primeiros irmãos. Salvem a nação brasileira e protejam os nossos índios que fazem parte do nosso sangue, da nossa alma e do nosso coração ♥️.
Das minhas pedras
Algumas pedras me machucaram,
Outras pedras me atrasaram,
Algumas pedras me desviaram,
Outras pedras até me derrubaram.
Com as minhas pedras eu não fiz poesia como Drummond e nem construi castelos como Quintana.
Com as minhas pedras eu APRENDI A ESCALAR.
Das minhas pedras...Ah, das minhas pedras eu me fiz.
