Pássaros em Voo
A menor coisa do mundo é ser livre como um pássaro, que levanta voo a onde quer e na hora que bem entende.
Ser Livre para
pensar
falar
decidir
circular
viajar
amar
sonhar
cantar
dançar
comer
beber
realizar
contra
a favor
justo
honesto
digno
honrado
verdadeiro
voluntario
solidário
legitimo
soberano
isento
alegre
triste
inteligência
ser simplesmente livre, e mais nada...
O voo é visto como símbolo de liberdade, demonstrado como ação primordial pelos Pássaros engaiolados.
O rosto demonstrava certo cansaço, o sorriso era meio torto, como o vôo de um pássaro desengonçado, mesmo assim calava a noite transbordando paz, era o sorriso mais lindo que já vi.
Mesmo que baixo ou meio desengonçado o vôo de um pássaro é sempre lindo, porque vôo é liberdade e onde não há liberdade é impossível haver beleza.
Deus premiou os pássaros com asas e a capacidade de voo, o homem aparou as asas e tirou-lhes a capacidade de voar.
Representação da liberdade no vôo de um lindo pássaro, passeando livremente pelo céu grandioso, pintado pelo pôr do sol, resultando em uma paisagem de tons calorosos, traços complexos, caprichosos, um genuíno quadro celeste de muito bom gosto, equilíbrio envolvente que produz um certo fascínio aos olhos.
ENTARDECER E A LUA
A noite descia como em voo de pássaros,
Em rajadas de flocos coloridos.
Meus olhos se deliciavam, estremeciam,
De prazer e dor.
Como cristalizar este momento?
De que forças retirar o fluído para tal proeza?
Pensamento tolo que me fez perder todo o poente.
Quando dei pela natureza,
A noite me abraçava,
Beijava meus lábios com o nascer da lua.
Espetáculo de noite invernal.
Como deter o astro prateado
No seu lugar de agora?
Para saciar o meu prazer,
Para matar a minha sede de beleza.
Oh maldito pensamento!
Fez-me perder todo o nascer da lua!
Todos os poentes, todo o sol no seu turno.
Todos os verdadeiros voos de andorinhas!
E aqui estou sem saber contemplar.
Desejando obras monumentais da natureza.
Maldizendo o pensamento,
Vi-me num túmulo frio, escuro,
Sem haver sentido o momento de minha morte
Por tanto haver pensado nela!
Conclusão de alma:
O belo está naquilo que se vê e sente
Não no que se quer!
Nov/ 1974
Um homem disse que os pássaros voavam, e então os pássaros alçaram voo. Um idolatrado afirmou que os pássaros voavam, e o nomearam mestre da aerodinâmica.
O poder da palavra reside no poder do orador. Os idólatras escutam seres; os sábios, o que foi dito.
Soltem-se todos os pássaros presos,
que existem dentro de nós!
Para que enfim desfrutemos,
a solidão do voo a sós!
Que possamos planar sobre um mundo
todo azul, verde, branco.
Onde o silêncio lá no fundo
Tem em si um doce encanto.
O encanto de conhecer,
Independente do ser
e até do mais saber,
a delícia do Viver!
A verdadeira amizade é como um pássaro voante. É necessário aprender a respeitar quando chega o momento do seu voo.
Pássaros com as mesmas penas
Dizem que voam juntos,
Mas que valor tem tal laço
Quando os corações não se encontram?
Nos salões onde se acenam sorrisos,
Ecos de futilidade dançam no ar,
Mas eu, em busca de um sentido,
Vejo as sombras que pairam no silêncio.
Se não ressoam os meus anseios
Na companhia que me rodeia,
Não é arrogância a minha voz,
Apenas outra senda a explorar.
Que eu encontre no meu voo solitário
A liberdade de ser,
Pois no espaço entre as estrelas,
A verdade se revela na penumbra.
Que as penas sejam distintas,
E que cada um busque a luz,
Onde o reconhecimento é sincero,
E a conexão não é um peso a suportar.
Assim, na dança do existir,
Cada passo, mesmo isolado,
Seja um hino à autenticidade,
E um convite à descoberta da alma.