Pano
Ê, crioula, acorda e vai tecer a tua renda. Só ela rende o que tu bordas. O resto é só pano pra manga, é conversa fiada, história pra boi dormir.
SOLIDÃO - IV.
- Reviver.
- Solidão.
No pano desta cama,
Nesta alcova negra...
Lençóis de semana
Toalhas de meses
Trincos de anos...
- Mágoas eternas.
À direita... Ilusões
À esquerda... Fantasia
Às costas... Decepções
À frente... Incertezas.
Acordado nesta cama
Neste quarto triste...
Ilusões de semana
Fantasias de meses
Decepções de anos
...dores eternas [?]
À direita extinguirei
À esquerda riscarei
As costas olvidarei
À frente... Seguirei.
Deitado nesta cama,
Nesta alcova escura
... Ó Deus!
Dormirei e Ansiarei,
E, amanhã...
Terei versado viver:
... Solidão.
[RJ- 25/12/98]
Se algo dá pano para as mangas, devia dar também para a camisa inteira, bem como o feitio e os aviamentos.
Fim de domingo...
Desce o pano...
Fim de mais um espetáculo.
Todos estão cansados ,(in)satisfeitos, tristes, famintos,
doentes, alguns entregues a própria sorte.
Somos atores...
...cada um em seu papel, muitas vezes interpretando
pantomimas decadentes para uma platéia desinteressada, ano após ano,
semanas após semanas, dia após dia, minuto a minuto...
Morrendo lentamente a conta gotas.
Ela se apaixonou como num passe de mágica, foi como se tivesse tirado o pano preto de seus olhos, de repente ela via no garoto a sua frente um príncipe encantado, um amor eterno, uma razão para viver, um motivo pra acordar todos os dias…
“” Amizade linda
É pano de bordar
Rosas nas pontas
E brilhos no olhar
Amizade linda
É vida de se amar...””
Faça de sua vida. II
Faça de sua vida uma cereja.
Com um bolo de pano de fundo,
Em que a felicidade não seja
Contada em segundos.
Faça de sua vida um balão,
Suba, voe pelos ares.
E quando a terra retornares
Não prenda seus pés ao chão.
Faça de sua vida uma floricultura encantada.
Com vários perfumes e cores,
Rosas vermelhas para amada
E outras pra servir aos beija flores.
Faça de sua vida uma floresta,
Com notas de sabiá,
Com colibris a brincar,
Com ipês, borboletas e maracujás.
Com gotas de sereno denso,
E sol adentrando a mata
Com barulho de cachoeiras,
E murmúrios de cascatas.
Faça de sua vida uma estação.
Que tem retornos e partidas,
Que tem abraços e emoções.
Que tem chegadas e saídas.
Faça de sua vida um mar azul.
De ondas vibrantes,
De águas límpidas de norte a sul,
De navegadas emocionantes.
Faça de sua vida uma edificação.
De arquitetura ultra leve,
Lembre-se que tempo é em fração,
E que a passagem é bastante breve.
Branco é bom no pano de prato, no lençol de seda, na toalha de algodão... Agora, se ele não combina com seu corpo, não força!!
Descobri ontem
Que meu coração bate
Em função do amor...
E que o prazer
É o pano de fundo
Mais belo da nossa vida
O encontro dos olhares
Saboreiam os saberes
Na filosofia de nossa alma
Elevam nossos lábios
Acaricia nossa carne
E perfuma nossa doce paixão...
Boneca de Pano
Nos cabelos de lã amarela
Trás no rosto um sorriso lindíssimo,
E aprendi que cada uma das bonecas que faço
para ela é apenas uma costureira e amiga.
Sentada numa cadeira velha
Ana conversa comigo
Não entendo que ela fala...
E ri de mim quando eu falo!
Boneca linda e amiga
Quem dera se todas as lembranças
de criança guardaram pouco a pouco
na memória foi com o tempo...
E faço um montão de lembrança
Como uma pedra preciosa
guardado na memória
Mas essa vida é um mistério
ontem fomos criança
hoje somos adultos
amanhã seremos velhos
mas nunca deixaremos
A nossa velha infância passa.
Antigamente, eu tinha um teatro de marionetes. Bonequinhos de pano, presos por cordões, dançavam e pulavam na minha cama, controlados por meus dedos. Eram bonecos de pano, mas riam, choravam e até sofriam porque eu lhes dava movimento e alma. E, aos olhos de todos, passava por ser um grande artista. Aplaudiam-me. Um dia, não sei como explicar, dei alma demais a uma boneca miudinha e ela passou a cantar, chorar e rir por si mesma. E fez mais, puxou os cordões de baixo para cima, guiando primeiro, meus dedos, depois, meus olhos, e, finalmente, meu cérebro. Com o tempo, empolgou também, a minha alma. Hoje, no teatro da vida, sou um boneco de carne e osso, controlado por uma boneca miúda que dirige minha vontade e a própria vida
Queria uma mulher que goste de coar café no coador de pano.
Quero uma mulher que goste do meu jeito caipira.
Queria uma mulher que reze com fé um pai nosso perfeito.
É que não sou primitivo é que eu acho que vivo melhor deste jeito.
Ás vezes volto a mim mesma e me dou conta de que a vida é como um pedaço de pano, um retalho exposto ao poder do tempo e das coisas externas.
Sabe quando sem querer a gente mancha um tecido com algo que a gente não queria?
...O passado seria mais ou menos isso... a gente não perde o tecido ele continua ali, mas a mancha não sai.
E a gente pode tentar um amontoado de coisas para tentar tirar, mas é como o passado que a gente esquece e fica a história, ele fica pra trás mas continua fazendo parte da gente, ou do que gente foi.
Passado é um fato já determinado, não podemos mudar quantas vezes nos foi dito isso? pois é.... pra lembrar, lamentar, aprender ou se arrepender mas é passado que fica como uma mancha no retalho da vida.
Talvez minha voz seja um pano; sim, um pano que limpa o tempo.
(Em "O fio das missangas". Lisboa: Editorial Caminho, 2003. Fonte Templo Cultural Delfos)
Quando alguém espera de mim toda insanidade contida no grito que posso dar sem pensar, abaixo o pano para o meu silêncio e encolho-me dentro dele para ouvir outras palavras.
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