Coleção pessoal de lavinialins

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⁠A gente quer atalhos. A gente quer fórmulas prontas. A gente sente uma necessidade quase que desenfreada e tentadora de acelerar o controle remoto da vida, só pra ter certeza do que vem depois.
Mas, não dá. Isso não está disponível. Nada disso está.
Se você quiser saber o que vem depois, vai ter que esperar. E, nem sempre, deitado ou sentado. Vai ter que entrar no jogo, dançar a música, se sujar. Vai ter que investir. Vai ter que fazer força. Suar. Chorar. Sofrer. Estar na vida implica sentir. Ninguém vai te "salvar" - não porque não haja quem pense ter esse poder, ou até mesmo quem não se coloque à disposição para tentar, ainda que isso seja "impossível". Ocorre que, como dizia Freud: "Não há regra de ouro que se aplique a todos: todo homem tem de descobrir por si mesmo de que modo específico ele pode ser salvo”.
E a gente se salva tentando, ao menos tentando, querendo tentar, se salvar.
Não há nada pronto. Não há teoria que nos salve. Técnica. Métrica. Talvez, apenas talvez, cientes, ou tendo alguma notícia disso, que parte de nós não busque certos processos ou experiências - como até a da psicoterapia ou da análise -, ou sinta frustração, quando da tentativa mal sucedida nesses casos, em que, originalmente, buscava-se alguma "salvação" - ofertada a nós por um ser outro, mágico, poderoso.
É que não está nas coisas. Nas outras pessoas. Está em algo que, somente em você, pode ser construído. Numa possibilidade, mesmo que do tamanho de um grão de mostarda, que faz morada em algum lugar remoto em você. Ainda assim, em você.
Ninguém salva ninguém.
A gente que tem que descobrir, em nós, uma estrada, um traço, um risco, um rabisco, seja lá o que for, e, quem sabe, fazer disso um caminho para se salvar. É artesanal. E personalíssimo.

⁠A gente acha que sabe muito sobre o outro, até perceber que, mesmo sobre nós, as notícias são remotas...

⁠A gente sabe sobre o outro tão menos quanto o que não queremos saber sobre nós. Somos esse mix de incongruências difíceis de admitir. Somos o "x" da questão a que, nem sempre, "damos conta" de chegar...

⁠Feito teu sangue, que fala sobre você, mas não ousa te dizer.
Que te indica a algo, mas não define o teu caminho.
Que te dá uma qualidade,
mas nada calcula do teu valor.
Cuja cor não se questiona. Cuja forma não importa, nem quantas curvas faz para te habitar.
Assim, teu corpo.
Que, só teu, e, de tão teu, não carece de ser outro.
A não ser que o outro seja um desenho teu, para caber num desejo teu, pra fazer mais felizes esses tantos que há em ti.

Pela escrita ou pela fala,
Sou sílaba que não se separa.
Sou muitas de mim.
Sou palavra não inventada...⁠

⁠O processo de análise é um mergulho profundo em águas mistas. Entre as amargas e as doces, haverá outros (dis)sabores. É você quem escolhe: segue, aprendendo a ritmar o fôlego, ou foge, alimentando aqueles ciclos nocivos que, assim, nunca terão fim...

⁠Quando não realizo, sonho.
E é lá que vivo aquilo que o meu consciente não suporta, mas que o meu inconsciente não cansa de desejar...

⁠Eu, passeando em mim...
Nas sombras que não quero ver, nos sonhos reveladores do sem fim.
Sou estranha garça que sobrevoa a própria escuridão. Que fecha os olhos, com medo do real que me assola os dias.
Voo pela superfície, por não suportar a dor de quem sou.
Não mergulho, pois sei que, à falta do ar, me entregaria ao chão...

⁠As coisas que você esconde de si mesma/o não somem. Elas encontram um lugar escuro e silencioso para morar. Mas, volta e meia, emergem, só para te lembrar que seguem ali, te acompanhando dia a dia...

⁠Quando a dor é na alma, não há melhor remédio que aquele presente na fala. A palavra cura. Cura a gente da gente mesma/o...

⁠Mais do que para "descobrir", a gente leva tempo para "assumir" o que está por trás das nossas próprias "verdades".

⁠Se você olhar para trás, lá estará...

⁠Vi nos seus olhos o que, em você, ainda há de mim.O brilho é igual... segue o frescor das brisas matinais. Se o tempo fosse meu amigo, nele viajaria, e te traria de volta aos braços de que sempre fostes o dono.
Então, acordo...
Já não é mais manhã nos meus sonhos...

Não permita que as pessoas usem as palavras delas para falar das dores que são suas...
Aproprie-se do que é seu. Valide e legitime o que lhe atravessa.

É necessário muito cuidado ao patologizar um sofrimento. ⁠Ha questões tão peculiares e subjetivas na dor que ultrapassam a capacidade humana de colocá-la em caixinhas. Nem tudo é simples de se ver, nem tudo carece de remédio, nem tudo precisa ser"curado"...

⁠Entre o que é dito "normal" e o que é considerado "patológico", há a "ordem" de uma sociedade que não lucra se você não produz, se você não está "bem". E ela fará de tudo, ou para que você entre no jogo, ou para lhe excluir dele...

⁠Das dores que moram em você, uma parte nem é dor... é o hábito de sentir doer.

⁠O seu choro, assim como a sua dor, não carecem de autorização, legitimação ou aprovação.
Pertencem somente a você.
São partes que lhe constituem, fazem de você singular e merecem, sobretudo de você mesma/o, muito respeito.

⁠A busca pela plenitude é o doce equívoco que mantém viva a humanidade.

⁠Na análise, não dizemos a você o que fazer, como fazer, quando fazer... Estamos ali, junto com você, num processo que, de tão seu, falará aos seus ouvidos as verdades que sempre moraram em você...
E são elas que conduzirão os seus passos. E são elas o seu passaporte para a cura...