Os Ventos que nos Tira algo que Amamos
'BARCO'
Mundo sem continentes,
Fumaças de verbos.
O barco veleja sem linha de chegada.
Ventos sopram abrigos inexistentes,
Embriagando direções,
Satirizando lágrimas,
Velas chamuscadas...
Navegações sob escombros,
Tempo cerrado.
Razão devastada no entardecer.
À procura de tantos mares,
Terras submersas.
Sem tempo presente,
Sentidos microscópicos...
E o barco navega perpetuamente,
Sempre desvairado.
Levando os poucos homens solventes,
Sem almas,
Já cansados.
Á procura de abraços,
Uma ilha qualquer...
'CONTINGÊNCIA'
Apreciamos ventos,
Mudanças.
A veemência dos mares,
Raízes,
Esperanças.
O brotar da vida,
Gritos,
Reciprocidades.
O trovoar dos pássaros,
Melopeias,
Possibilidades...
Seguramos estrelas,
Estrelas do Mar,
Quebrando sombras,
Correntezas.
Canções no ar,
Arremessando ilhas,
Pedras vulcânicas,
Mordaz.
Belas canções,
Sutis,
Temporais...
Admiramos sonhos,
Dor diluída!
Coração filete,
Amordaçado,
Papéis em tiras!
Delidos,
Torcemos o presente,
Loucuras,
Criança no asfalto,
Aqui dentro...
Alaridos de ruas!
'AUSÊNCIA'
No terreiro: palmeiras sem ventos, galhos amarelos. Plantas sem
águas, folhas sem elos. Muro caído e o cachorro, fiel e amigo,
resiste na escuridão. Há um letreiro de nuvens discursando a
falta de chuvas ...
Na cozinha, há muito a cadeira está vazia, análogo, o armário
triste lamenta tuas mãos. Uma artilharia de traças ainda
corrói o velho violão solitário, acorrentado, soando inexistência, inutilidade de cheiros ...
No quarto, a cama solitária insiste no silêncio que congela. As dobradiças, as dobradiças resignadas estão emudecidas. As luzes pediram descanso, falta biografia, estão empoeiradas, sem vida, morosas no remanso, mero utensílio, pairando insuficiência, ausência ...
Não adianta ficar repetindo aos quatro ventos te Amo,
te adoro, você é minha vida, blá, blá, blá...
Troca toda essa representação por ATITUDE de ser...
Dizem que os ventos nunca sopram a nosso FAVOR...
E que, é contra este vento que o pássaro alça vôo, as aeronaves ganham alturas, e as nuvens se derretem em lágrimas.
A favor, mesmo é sempre a vontade
de encontrar um motivo que não sei, pro vento não nos arrastar pronada.
Tomara que sempre os ventos
soprem a favor dos ventos!
... e os Amorosos também a favor dos que Amam!
E os românticos consequentemente igual ao soprano entoando um cântico de Amor nos ouvidos de seus amores!
Pra que todos cumpram de fato ao que se propuseram neste eterno viver!
O Limiar
No limiar, não há ventos que empurrem,
nem mares que convidem ao salto.
Há apenas o peso da pergunta tardia:
“E se?” – um eco que se dissolve no vazio.
Aqui, a alma desperta tarde demais,
não para agir, mas para contemplar o que não foi.
Os olhos, antes cegos pela marcha do hábito,
enxergam, mas não movem os pés.
É tarde para o recomeço,
não porque o tempo se esgotou,
mas porque o coração se aquietou
no conforto áspero do mesmo lugar.
Há uma estranha paz em não cruzar,
em não arriscar o salto que devora o chão.
Covardia ou prudência?
Ou apenas a certeza silenciosa
de que o homem pertence ao seu medo
mais do que ao seu desejo?
O limiar não pede pressa,
não exige escolhas,
não grita nem sussurra;
ele apenas está –
uma linha imóvel entre o ser e o nada.
O despertar chega como uma lâmina,
fina, fria, cortando o véu da ilusão.
Mas a ferida não sangra coragem,
apenas o conforto amargo de saber:
a vida continua, mesmo no não-agir.
E assim, o homem se curva,
não à força da mudança,
mas à aceitação de sua própria fraqueza,
encontrando, no limiar,
não um início,
mas um fim que se alonga.
Lua dos Ventos
Andando a noite pelo deck do hotel, os ventos começaram a soprar com tanta força, que fizeram os coqueiros em volta dançar,
Ventos areais se transformavam em esculturas e se espalhavam ferozmente,
A Lua estava lá misteriosa e muito brilhante, olhando para mim,
As ondas do mar se debruçavam violentamente sobre a areia fazendo um barulho assustador, mas ao mesmo tempo transformavam a costa em um cenário único,
As janelas dos quartos do hotel começaram a bater sem parar, as cadeiras e mesas a minha volta ganharam asas,
Ouvi os gritos da sacada do meu quarto, era a minha amada esposa gritando apavorada pelo meu nome, então subi correndo ao seu encontro e quando eu a abracei demoradamente, o inusitado aconteceu, os ventos fortes cessaram e tudo se acalmou,
Olhei para o mar da varanda e vi três luzes que pareciam velas acesas, provenientes de barcos ancorados, fiquei lisonjeado com a situação, agradeci a Lua e abri um bom vinho para curtir o restante da noite com romantismo e muita animação.
Um dia desses...
Sol radiante, pássaros surfando ao soprar dos ventos,
água cristalina, um belo rosto se vendo no seu espelho,
linha solta, um coração ganhando o espaço,
chinelos no chão, uma rede balançando e no passar das nuvens uma Lua cheia e sorridente.
Ela e a Lua
Entre o céu estrelado e o campo cheio de rosas uns ventos fofoqueiros me avisam sobre ela,
Chão pisado pelos pés descalços sem barulho, braços abertos como se fossem abraçar o mundo, sorrisos tímidos são trocados entre ela e as rosas,
aos beijos a recebo em forma de aplausos,
silêncio repentino, mãos apaixonadas se derretem entrelaçadas,
cortinas abertas,a Lua chegou.
Novos caminhos
Na calada da noite no alto de uma montanha os ventos gelados falavam comigo,
os animais rasteiros eram minha companhia, uma fogueira carinhosamente me aquecia,
vi as nuvens passar, percebi os olhares atentos das estrelas me vigiando,
alguns pensamentos passeavam de trenó, muitos sentimentos vagavam sem respostas, sem dó,
a lua caridosa como sempre não me abandonou, me deu luz a novos caminhos.
Acelerado
Suaves e delicados ventos que te tocam...
Ele me traz o teu aroma desejado
E me suscita o fogo ardente da paixão.
Meu coração palpita enlouquecido por teus beijos.
Teu cheiro,
Teu calor,
Por ti, e só por ti,
Rendo todo meu amor.
Que me encantem os teus lábios
Num só beijo apaixonado...
Quero ouvir o teu suspiro
Enquanto ouço bater teu coração acelerado.
Edney Valentim Araújo
Passeia e vagueia
Os ventos que te tocam
Me trazem o teu perfume,
Feito a brisa tão suave
Que eu desejo respirar...
Perde o brilho a estrela já poente
Pra cortejar-te entre todas a passar...
Vem lua minha!!!
Apressa-te a chegar...
Majestosa lua que reina...
Minha linda e meiga menina!!!
Que de noite passeia e vagueia
No coração que só sabe te amar.
Edney Valentim Araújo
1994...
Se renova
.
Ventos que um dia
Trouxe a mim
Aquela flor
.
Entorpeceu-me de um perfume
Que é a essência do amor,
.
A minh’alma transparente
Se encheu das cores desta flor
Que de dois em um nos transformou.
.
Já não é mais desbotado
O coração que a ti se entregou.
.
A minh’alma se renova
A cada instante
Pra esse amor...
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Sonhos de Carnaval - 20/02/2020
Entra os sonhos inesperados, trazidos pelos ventos do carnaval, e os olhares do coração, a invadir as histórias de quem busca na memória, os momentos de si mesmo.
Chorar é bom pra jogar fora os problemas, mas sentir o alívio dos ventos em seus olhos inchados é melhor ainda.
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