O Poeta e o Passarinho
O Poema e o Poeta
Por: Gilvan Olliveira
Estou tentando me convencer de que sou poeta.
Mas a luta é árdua, pois o meu EU sempre busca a porta aberta.
A arte, em si, requer do artista um sinal de alerta.
Para escrever o que sente, a mente há de ser desperta.
Na escrita da arte, sempre há a palavra certa.
Na dança da caneta,
O pensar se manifesta.
Toma forma e faz sentido, mesmo sendo bem modesta.
Diante dos desafios, a escrita é o que nos resta.
Para nascer um poema, tem que nascer um poeta.
A grande dúvida é: ser sem arte, ser quem sou ou ser poeta?
Um poeta teve uma ideia singela.
Um pesquisador que gostava de poesia, fez um estudo com cautela.
Após anos de pesquisa, escreveu um artigo dela.
Um escritor muito culto, leu a pesquisa numa janela.
Escreveu um romance, dedicado a uma donzela.
Um pintor renomado leu o livro dedicado a moça bela.
Muito tocado pela obra, fez uma arte em aquarela.
Um compositor aposentado encontrou a arte na favela.
Fez uma música e como capa usou aquela tela.
Um quadrinista iniciante se inspirou ouvindo ela.
Publicou a sua obra, mas morreu numa viela.
Um cineasta encontrou o quadrinho numa passarela.
Resolveu fazer um filme dando a um poeta uma ideia daquela.
Um poeta teve uma ideia singela.
Escusa
Eurico Alves, poeta baiano,
Salpicado de orvalho, leite cru e tenro cocô de cabrito,
Sinto muito, mas não posso ir a Feira de Sant'Ana.
Sou poeta da cidade.
Meus pulmões viraram máquinas inumanas e aprenderam a respirar O gás carbônico das salas de cinema.
Como o pão que o diabo amassou.
Bebo leite de lata.
Falo com A., que é ladrão.
Aperto a mão de B., que é assassino.
Há anos que não vejo romper o sol, que não lavo os olhos nas cores das madrugadas.
Eurico Alves, poeta baiano,
Não sou mais digno de respirar o ar puro dos currais da roça.
A voz do coração
No silêncio da noite, quando a lua velava,
o poeta viu a donzela, e sua alma clamava.
Ela andava entre sombras, um sonho a vagar,
e seu coração ardia, impossível calar.
Cada passo dela, um verso em chamas,
o céu sussurrava seu nome entre as ramas.
E o poeta, perdido em desejos e dor,
ergueu sua voz, transbordando de amor.
"Quem és tu, musa, que rouba o meu ar?
Que faz do meu peito um vulcão a pulsar?
És feita de sonho, ou de carne e essência?
És amor ou loucura, és dor ou presença?"
Ela sorriu, como quem sabe a resposta,
e o tempo parou, como a vida em aposta.
E assim, no olhar que ambos trocaram,
o destino selou: seus corações se encontraram.
Um músico ou um poeta sofrido?
Sabe o que eu acho engraçado na poesia?
Isso mesmo, na poesia,
Que seus autores pegam harmonia e paixão, e transformam em melancolia e depressão.
Isso me fez refletir que, na verdade, poetas são pessoas rancorosas, aquelas pessoas que aumentam histórias de 10... 20... 50 anos atrás, quando na verdade elas são apenas espinhos de rosas.
Exato, espinhos de rosas vão te machucar, te furar, mas, em vez de simplesmente um curativo colocar, preferem deixar a ferida aberta e ficar cada vez mais de mãos abertas remoendo... se doendo e sofrendo por aquilo.
Agora, tem outros poetas que pegam os sentimentos doloridos deles e escrevem com certa melodia, sabia? Chamamos eles de músicos, pessoas que sentem intensamente e então pegam isso e escrevem as mais belas sonoridades.
Ou vai me dizer que nunca ouviu uma bela harmonia que lhe fez dançar enquanto ouvia e te fez pensar... nossa, o que foi aquilo?... Mas quando você foi ver, era apenas um coração partido...
Decepcionante, né? Ok, mas talvez você não goste de escrever ou compor, talvez não goste de nenhum, mas também talvez esse poema não seja sobre músicos e poetas.
Em uma situação, você vai ser o poeta? Vai pegar algo lá do fundo, trazer para um assunto futuro aumentando em 30x e provando o quanto imaturo você é, ou vai ser um poeta que vai superar, mandar aquela pessoa para um lugar que não posso falar e escrever uma nova melodia com risadas e talvez algumas gargalhadas.
Vamos ser honestos? Eu prefiro ser um sincero músico a um poeta sofrido.
Sabia que sou o poeta de palavras curtas?
Aquele que aparece de forma curta a cada folha de nova murta
Sou a escondida de tantos deveres
Escrevo apenas em poucos prazeres
Confesso que de nada sei bem falar
Mas que quando faço me esforço a tentar
Vejo por ai poemas de tanta poesia
De pautas ardentes em tal harmonia
E cá estou eu com uma obra prima em minha mão
Analisando seus olhos com tanta afeição
Olhos brilhantes como o vasto espaço
Negros sublimes mas quanto entrelaço
A tristeza, a dor, a alegria, todas elas parem a poesia… Por vezes, o poeta abre armários empoeirados, e de lá brota um Velho novo, algo cheio de melancolia, quem sabe até um preto e branco colorido, quiçá poderá até abrir as gavetas da dor… No entanto, quando a angústia entra em contato com o ar, já não é mais só agonia, Funde- se aos átomos de oxigênio e às moléculas de sabedoria… Transmuta-se em uma dor alegre, uma alegria triste, uma esperança que emerge do nada… O nada que agora pode ser tudo… E o vazio agora não nos amedronta… Encaramos toda a ausência, todo o prosaico da vida e mergulhamos no infinito, na eterna presença do Altíssimo. Pertencemos agora ao Verbo, a palavra, a vida…
Ser poeta é
traduzir em palavras
o que se sente,
se ouve,
se vê
ou se imagina,
na busca de um mundo
real ou fictício
que comova,
toque
ou envolva o leitor,
ou não.
EST MODUS IN REBUS
Na antiga Roma, o poeta e filósofo Horácio formulou a seguinte frase em latim: “EST MODUS IN REBUS, SUNT CERTI DENIQUE FINES” que significa “haver uma justa medida em todas as coisas, existindo afinal, certos limites”. Ou então, simplesmente – modus in rebus, que é a moderação nas coisas.
Quinto Horácio Flaco, em latim Quintus Horatius Flaccus, (Venúsia, 8 de dezembro de 65 a.C. — Roma, 27 de novembro de 8 a.C.) foi um poeta lírico e satírico romano, além de filósofo. É conhecido por ser um dos maiores poetas da Roma Antiga.
Sobre ser poeta
Ser poeta
não é escrever.
É sangrar sem ferida visível.
É andar entre os vivos
com os pés fincados no invisível.
Ser poeta
é ouvir o que não foi dito,
ler o que o tempo omitiu,
beber da fonte que seca os outros.
Não há descanso para o que vê demais.
Não há paz para o que sente em excesso.
Ser poeta é dormir com as cicatrizes abertas
e acordar com palavras grudadas nos olhos.
É saber que nada dura
e ainda assim amar —
como quem beija o rosto da água
antes que ela escorra.
Poeta não descreve.
Poeta desvela.
Poeta não tem vocação.
Tem maldição.
É escolhido pelo silêncio
pra dizer o que mata
e, ao dizer,
sobrevive.
Vou, mas levo!
Morri...
E você nem me conheceu
Fui poeta e cantador
Violeiro amador
Da Julieta, o Romeu.
Fui o Adão da Eva
Fui profundo e vazio
Causei na pele, arrepio
E tive conduta perversa
Causei tristeza à Bessa
E fiz lágrima virar rio.
Sei que falo algo bobo
Mas que também traz consolo
Para quem perdeu meu bem
Na verdade não sei nem
Se o distanciar é duradouro
Pois pretendo ter no quórum
O chegar de mais alguém
Vizinho, colega, amigão
Eu sei muito bem que então
Estaremos com um só riso
Lado a lado no paraíso
Nos chamando de irmão.
(Edgi Carvalho🍁)
NO DIA QUE O CORAÇÃO DO POETA CHOROU.
No silêncio da noite, o coração chorou,
como chuva que cai sem que ninguém notou.
O poeta, que sempre pintou céu azul,
viu-se perdido num mundo tão nu.
As palavras, outrora tão doces, tão leves,
tornaram-se pedras, pesadas, em breve.
O verso calou-se, a rima fugiu,
e o peito doeu onde o sonho ruiu.
Era o dia em que o sol se escondeu,
que a lua distante ao abraço cedeu.
Um vazio tão vasto, um eco de dor,
o poeta aprendeu do que é feito o amor.
Mas mesmo em pranto, há força que nasce,
no chão das memórias, a flor se refaz.
E o coração, ainda que chora e se parte,
não desiste jamais de transformar dor em arte.
O Olhar do Olhar do Poeta
O poeta é um ilusionista
Desta realidade concreta que assombra.
O que seria da beleza da vida,
Sem o olhar do poeta?
O poeta silencia o impossível
Com a infinitude nas mãos...
Nasci e me criei no Ceará.
E tendo alma de poeta,
A dor não me afeta
Pois a sina é superar.
E se vejo alguém rimar
Sobre chuva no Sertão
Dou graças pelo feijão,
A canjica e o bovino.
Eu também sou Nordestino
Do jeito que vocês são.
✍️Depois dos filhos vem os netos e nós parafraseando a fala do poeta Vinícius de Moraes, dizemos, netos, melhor não tê-los.
Mas, se não os temos, como sabê-lo?
♾️😚💜🕉️♾️☸️🙏💞💕
Quem quiser ser poeta que seja. Afastar o substantivo feminino pode mim é a mesma coisa que negar a musa o direito de ser musa, já que não sou musa de ninguém, me deixem ser poetisa. Obrigada, de nada.
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