Nós Mesmos
As vezes paramos em nós mesmos, e olhamos de um lado e do outro em nossas avenidas, sempre congestionas e á espera do momento em que em fim a paz nos aconteça. Triste ironia a vida não é mesmo? Na verdade sempre estamos a procura de algo, é a sina de nossas vidas nunca temos o suficiente e não importa o quanto tenhamos conquistado é sempre pouco de mais, insuficiente á nossa existência.
Estranho esse sentimento: sempre temos medo da morte, pois somos ligados a nós mesmos, às pessoas, nossos projetos, nossos sonhos, nossa missão e outras tantas mais e ainda, temos o medo da dor. Todavia, quando ela se avizinha e nos mostra que não teremos o tempo que achávamos ter, e se a morte realmente se mostra uma coisa plausível em pouco tempo e até como vamos a ela, a paz se instala e o medo se esvai. Apenas esperamos e vivemos o que podemos viver nesse meio tempo.
“No dia em que pararmos de pensar em nós mesmos e pensarmos na Natureza, nosso mundo seria um paraíso, sem poluição, desmatamentos, vejamos o Deserto do Saara, queremos ficar com um daquele?!”
Ninguém, além de nós mesmos, pode ser tão cruel conosco quanto nós próprios. Da mesma forma, ninguém conseguirá ser tão lisonjeiro consigo mesmos, a não ser a vaidade que sussurra persuasiva nos ouvidos dos narcisistas.
Então, nem crueldade, nem vaidade. Sejamos simplesmente quem somos. Autênticos e felizes por não haver cópia, bem feita ou mal feita, de cada um de nós.
Porque esperar a felicidade em alguém se nós mesmos não possuímos?
Porque acreditar na boa fé alheia quando essa virtude nos falta?
Porque chorar pela perda daquele que tu dominavas, mas não era teu?
Não sabes tu que apenas o amor é quem faz refém?
Na força do braço podes dominar, mas não podes possuir, pois o que está sob domínio não é necessariamente teu. Entretanto, o que consegues pelo amor é teu, não por domínio, mas por entrega própria!
Não há culpados pelos seus resultados, há escolhas feitas pela força do querer e não pelo amor do SER.
Ame e terás tudo o que está à sua volta!
Domine pela força e terás apenas o frasco vazio, mas não a essência!
Muitas perguntas que fazemos a nós mesmos nos deixam confusos acerca da vida...Algumas delas, difíceis de responder e outras, de forma alguma poderão ser respondidas.
Porém elas estão aí como incógnitas, nos confundindo, nos provocando...
Porque não agradamos sempre a todo mundo? Porque nascemos? Porque crescemos? Porque estamos aqui? Porque muitas vezes o coração dispara quando estamos diante de quem amamos? Porque para um apaixonado essa é a melhor sensação do mundo? Porque somos conduzidos a amar sem saber a quem vamos amar? Enfim, porque morremos? Porque meu Deus tantas perguntas?
A vida é como um labirinto...É na verdade mais uma pergunta sem resposta. O que sei é que ela nem sempre se baseia nas respostas que recebemos, mais também nas perguntas que fazemos.
De toda saudade que sentimos, nada é igual a saudade que sentimos de nós mesmos. Daquilo que éramos, do brilho nos olhos, do viço da juventude e da coragem inabalável de amar...
O ser humano é capaz de fazer coisas terríveis, coisas que nós mesmos não acreditamos, destrói famílias e deixam sequelas pelo resto de nossas vidas. Não importa a gravidade do mal que ele praticou, MAS SOMENTE DEUS TEM O DIREITO DE TIRAR Á VIDA.
E, assim, aprenderemos construir um mundo com amor, a partir de nós mesmos, saindo em busca do amar e aprendendo a amar verdadeiramente...
O amor tem urgência das coisas, que são desperdiçadas em nossos corações e nenhuma complacência da nossa essência... Ele se refugia no inferno dos desejos astuciosos e nas profundezas dos anseios quase esmagadores...
Enquanto os olhos desabotoam as fardagens, as mãos já levaram o coração para muito mais longe do que o amor poderia alcançar...
Marilina Baccarat no livro "Sempre Amor"