Somos cobaias de nós mesmos.... Jefferson Schroeder

Somos cobaias de nós mesmos. Experimentos particulares. Criados na maior parte com a melhor intenção, crescemos imunes à perfeição, envenenados pelos detalhes. Quando a gente fica grande percebe que no meio de todas as células, entranhadas no meio do corpo já desenvolvido, colônias de defeitos e traumas parasitam nossos pensamentos e ações. Vencem mais os com mais defeitos, os que enxergam e lutam contra as próprias imperfeições. Ficam para trás os perfeitos, os que se veem de forma grande e vendada. Todos são defeituosos, os imperfeitos naturais e os falsos perfeitos. É natural da espécie ter travas e amarras, ter medos e boicotes. Vence quem se observa, quem não se aceita como é. Dos piores defeitos entre os defeitos está o ponto final, a conclusão, o aceitar que se é de um jeito e basta. Nas maiores grandezas estão os que se observam, os de sinceridade pensada, os espontâneos controlados. Ser sincero não é não ter freios, nem agir por impulso. Ser sincero confunde com ser uma coisa só, seguir um único pensamento, uma vontade apenas. Ser grande e ser inteiro, aceitar o todo dentro de si e se observar, se criticar sem se colocar pra baixo, ser crescente, ser defeito. Descobrir os consertos, mexer por dentro, e ser um concerto de emoções de ventos imperfeitos.