Não Percebi
"Alma Nostálgica"
Encontrei-te entre os turbilhões do meu coração,
Não percebi que a tua alma triste buscava pela minha...
Ah alma!
Como percebeste o amor cravado no meu olhar sorridente?
Insensata lembrança que não deixou minha alma nostálgica perceber o amor nas atitudes dos teus gestos.
Perdi-te por pura ignorância amorosa,
Pela atitude de uma alma nostálgica,
Voltada buscar o sorriso de um olhar.
Perdi-te por pura e extrema paixão desenfreada por um olhar sorridente.
Tão perto te achei,
Tão longe te perdi.
Perdi-te, com certeza, perdi-te, pela insistência de uma alma nostálgica.
Ah amor!
Tão difícil te encontrar, mas tão fácil te perder.
Perdi-te! Ah, Meu Deus! Perdi-te!
Agora alma nostálgica,
Podes viver de lembrança,
Porque o teu amor perdeste!
Tão derrepente
Foi você por quem me apaixonei
Não percebi o quanto
Eu te amava mais a cada segundo
Cada palavra
Cada momento
Com você foi amor
Foi tão devagar
Que eu mesma não percebi
E cada dia que não nos conversavamos
E cada dia que discutiamos
Surgia uma dor em meu peito
Nunca imaginária ser amor
Mas a final foi
Eu te amo
O que eu posso fazer?
Você é perfeito
Você é meu sonho
Você quem cuidou de mim
Você sempre esteve aqui
Quero agradecer por tudo
E fazer pelo menos metade
De tudo o que fez por mim
Eu me perguntava
O que seria dos começos
Sem os fins?
E hoje eu sei
Seria o "Para Sempre"
já julguei muitas vezes, só não percebi o errei, aprendi o valor do caráter e ele tem o conteúdo de sua prescrição.
Um dia poderá receber a prescrição na mesma receita do tempo.
Nofrinho Motorista
O inferno é real
Foi quando nasci, não percebi, desde o primeiro gole de pinga, embriagado na estupidez, ali, dali já funcionava uma premissa, como se enganar na missa, parece que a palavra que diz, a natureza do homem é mau, encarnou em mim, um destino letal, titubeando pelas cadeias da adolescência, com o caráter prisioneiro, sem imaginar o que viria, o inferno traiçoeiro, por volta dos trinta, mas já havia rabisco da tinta, que eu não minta, um fogo ardente, um labirinto, a mente quente, emaranhada, alma estranha, uma cobrança, uma vergonha, uma dor, dor, dor, morri todos os dias por mais de 15 anos, por momentos vi trégua, algumas promessas de engano, quem foi, quem são, porque assim, nem pude redimir, era eu, apossado de toda culpa, a ganância, a ambição, a inveja, o ladrão, o orgulhoso, mentiroso, enganoso coração, se merecia perdão, acho que não, porque satanás apossou, se houve vida, ceifou, não é pessimismo, ingratidão, insensatez e frieza, mas o fruto de minha fraqueza, morri, padeci, nunca vi coisa igual, o inferno é real.
Giovane Silva Santos
Aquela vez em que morri
Hoje reparei que perdi
Perdi meu eu e não percebi
Perdi a chama de vida
que alimentava meus devaneios
Entre uma palavra e outra
De uma hora para outra
Emudeci
Revivendo [ou imaginando] meus anseios
E muda, estive dia após dia
Água gotejou na pia
Mato cresceu no passeio
Criançada se ria
Noite era tarde
Madrugada era dia
Cama-sela
Quarto-cativeiro
E tudo sempre se repetia
Inércia cheia de agonia
De quem não descansa
De quem não se entende
Talvez eu me amasse
Mas de repente
Um dia vim
E meu eu não veio
Uma hora eu iria me reaver
E que beleza é perceber
Que naquela vez eu morri
Que chorei, que sofri
Mas sou capaz de renascer
E escrever sobre o que aprendi
Aquela vez em que morri
Tornou verdade o meu viver
Cai em minha pele umagota d'água, que vem lá de cima, se senti, ou se molhou?
não percebi, apenas vi.
Jan Bernardo
Em busca de mim
Onde foi que me perdi? Em que momento da vida eu me anulei, e não percebi, que vivendo para os outros, eu deixei de existir para mim.
Olho e não me vejo, sequer me reconheço, nem sei mais quem sou.
Estou em busca do meu ser, do meu querer, me reconstruindo. Estou voltando para mim.
Fui tocada pelo seu olhar naquela festa , enlouquecida.
Quase não percebi seu perfume quando chegou.
Seus olhos tão concentrados no meu, não perguntei seu nome .
Fiz uma foto sua com meus olhos .
O som da música diminuiu quando você falou comigo.
Me entreguei no seus braços.
Esqueci o medo de ficar a sós e me nesses envolvimentos. Te levo pro meu mundo, vamos ?
Ou prefere dançar a noite inteira ?
Nesse movimento, nesses toques com gosto de frutas, vou me perdendo, enlouquecendo .
E toda hora que me lembro, estou te beijando.
Em algum momento achou que fosse ser assim?
As pessoas estão nos olhando e comentando.
E agora nem lembramos mais de ninguém .
Toca a próxima DJ.
Um tempo perdido
Eu não sabia...
Eu não sabia que não sabia...
Ou sabia demais e não percebi que sabia...
Achava que conhecia....
No vasto campo do deserto...
Eu andei...
No vasto mar imenso...
Eu nadei...
Em ondas turbulentas...
Quase eu me afoguei....
Enquanto eu achava que estava andando em território conhecido...
Mais no desconhecido eu me encontrava...
Vivia por mais...
Ou vivia por menos...
Enormes caminhos tortuosos...
Uns eram banhados de mel...
Outros com espinhos letais...
Do açúcar ao favo...
Do fel ao léu...
As cartolas eram vazias...
E sempre eu estava na espera de alguma surpresa...
Pernoitando pelo ar...
Adormeci...
Tentei fugir...
Tentei desaparecer....
E quando acordei...
O conhecimento dentro de mim sussurrou....
A garganta clamou....
E raiva dissipou....
O rancor esclareceu...
O ódio já não tinha mais...
Foi aí que lembrei que sabia...
Lembrei que ainda era dia...
Quando derrubei as paredes do meu olhar...
Me achei e me olhei...
Vi que nem tudo na vida é um sonho...
Essa vida é pura realidade inusitada....
Estampada e escancarada...
Um tapa na face...
De um tempo não aproveitado...
Que ficou perdido pelo tempo...
E eu não tive cuidado...
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
A DOR DA SAUDADE
Um dia eu fui feliz, mas não percebi. Saí em busca da liberdade, foi aí que a perdi. Sentindo-me preso e angustiado eu quis voar alto. Sem pensar me joguei num abismo, foi apenas um salto. Lá encontrei prazeres, sorrisos e muita falsidade. À noite tem festas, encantos, mas também tem maldade. Perdi a família, amor, dinheiro e até a dignidade. E quando acordei já não tinha mais tempo, infelizmente era tarde. Não sei onde busquei, também nunca encontrei essa tal liberdade. Hoje vivo sozinho, doente, velhinho e com a dor da saudade.
Com o passar dos anos, desenvolvemos um carinho especial por aspectos da vida que antes não percebíamos: a serenidade de um amanhecer calmo, a sensação de um lar em ordem, diálogos descomplicados, a alegria de retornar ao nosso espaço e a tranquilidade de não ter que justificar nossas escolhas. Passamos a apreciar menos a agitação exterior e a valorizar mais a harmonia interna.
