Nao Conto Detalhes e muito menos
– Porque ele era diferente. A barba dele era azul.
– Devemos temer o que é diferente?
– Acho que sim.
– Quem é diferente precisa morar sozinho num castelo?
– Não. Um dia ele encontrará o verdadeiro amor, que não terá medo da sua barba e dirá "tudo bem ser diferente". Alguém que o compreenda como ele é.
SOMOS TODOS SOBREVIVENTES DE HISTÓRIAS QUE AS PESSOAS NEM IMAGINAM
Quem vê seu sorriso, não imagina os espinhos que carrega em sua carne. As dores que viveu, as batalhas que lutou... Se tem alguma insegurança ou se carrega pensamentos pesados demais para serem divididos. Não imagina o peso que é ser você. Que as vezes está cansada e não pode parar. Que não pode parar para chorar. Vê suas vitórias e acha que tem todo jeito e talento do mundo, mas não imagina o esforço que foi para você se forjar no que é para ter o que tem... O quão forte teve que ser para dar conta de tudo... De tudo sozinha. E que tem medo e muitas vezes se sente insegura. Mesmo dando conta de tudo sozinha, pensa que não vai dar mais conta de nada. Que cada passo que dá demanda um enorme esforço, e muitas vezes são dados querendo não sair do lugar. Não porque de fato não queira, mas porque precisa descansar. Mas não pode parar. Então continua.. e continua...Mas você está cansada... talvez fraca. E mesmo assim, não deixa de sorrir e lutar.
Quando eu pensei que não poderia me acontecer mas nada, eu recebo a mensagem (tudo bem?) tipo? oque que você quer comigo? dessa vez eu não te procurei me fala por favor não quero me machucar de novo achar que posso ser amada
Oque eu fiz? será que sou um erro por ter te respondido
Depois de tudo que eu ja passei me acontecer isso?
foram diversas noites chorando, me culpando por tudo
Se você realmente quer tentar ou sla ´faz da certo por favor
Sonhos não se realizam como nos filmes ou contos de fadas, na qual o gênio da lâmpada aparece e pergunta quais seus desejos ou a fada balança a varinha mágica e tudo se realiza.
Sonhos são realizados e concretizados com um planejamento e as vezes anos de trabalho e planos de ação semanais, mensais ou anuais, te conduzindo e direcionando à sua meta!
Portanto meu amigo ou amiga, não acredite em conto de fadas, viva o momento e dê os passos para sua realização pessoal e profissional!!!
A gente cresce, sonha, encanta..
E aí percebemos que não somos crianças
Que contos de fadas não tem relevancia
Que a vida em real não é tão doce assim,
Que o amor não supera todos os fins
Que na realidade, não tem igualdade
Há odio, há fome, há rancor e não o amor..
Assim percebemos o mundo em que vivemos,
Não foi bem o que aprendemos...
E assim.. nos perdemos.
O tempo e o espeço nunca estão separados, pois não podem viver sem a companhia do outro. Mas você sabe o porquê? É sobre isso que esta estoria vai contar.
Era uma vez dois grandes irmãos um era chamado de Tempo, o outro era o Espaço. O Espaço era um garoto alegre, sempre radiante e cheio de energia. Já o tempo, bem, era sempre mal humorado nunca era uma boa hora para ele.
Um dia, um humano conseguiu se aproximar dos irmãos e conversou com o Tempo.
"Tempo, por que é sempre mal humorado?"
"Não sou mal humorado, sou apenas uma pessoa entediada."
"entediada por quê? Você é incrível, sabe tudo que já ocorreu e tudo que ocorrerá. Como pode se entediar dessa forma?"
"O Espaço diz a mesma coisa, mas e daí que sei de tudo? Conheço o passado, mas não posso muda-lo, vejo o futuro, mas não posso evita-lo. O tempo é algo magnifico, mas o único que podemos viver é o presente. Eu sou o único ser de todos os seres que não foi abençoado com o tempo, não vejo passado, presente, ou futuro, eu não sei o que eu vejo! Nem sei se essa conversa já aconteceu, vai acontecer, ou está acontecendo! Eu só queria ter tempo."
Suas lágrimas ecoaram pelo seu irmão, Espaço. Ele mandou o humano embora e consolou seu irmão.
"Por que nunca me disse isso antes?
"pra que!? Eu sou amaldiçoado, nunca vou poder... ", Tempo não conseguia terminar suas frases, de tantas lágrimas que soltava.
"Então vamos nos unir."
"mas..."
"Assim você conseguirá sorrir"
"Mas assim você perderá sua liberdade, não poderá sair na hora que quiser, ficará preso."
"Qual é o problema? Não é justo que apenas eu sorria."
enquanto vc ta ae,longe,distante...a vida acontece para mim...e digo sim ,sim sim.
Quando não;eh desaponto,um ponto,no meu conto ,um conto que escrevo com muitas virgulas,reticencias...reticencias...interrogaçoes,exclamaçoes!! Esta ultima eh presente no meu presente,estigmas deixados pela sua presença.Saudade eh aperto no peito.e quem aperta?
Carta à paixão
Quando olho para ti com os olhos não mais apaixonados, vejo a mesma pessoa, com as mesmas roupas, com os mesmos costumes... Até aquele antigo perfume, único, que me aguçava o olfato, tornou-se comum. Sua voz, seu jeito de me tocar era tão únicos que naquele exato momento tudo se estagnava, tudo centralizava, tudo reiniciava! Cadê aquele momento? Foi-se! Deixou saudade! Não saudade de você, mas daqueles sinceros sentimentos que me faziam perceber o quanto sou capaz de amar alguém. Eu te amei! Talvez um amor maior que você, maior que a mim, maior que o tempo, maior que meu orgulho, maior que seu medo de deixar-se amar. Não há arrependimentos, não há raiva, e também não há mais aquela fervorosa paixão. Ainda te amo! Pode ser que o ame por toda vida! Só não quero apossa-me de ti! Isso é a liberdade! Dou-te a liberdade! A liberdade também é um ato de amor! A paixão é perspicaz. Com ela, ficamos espertos, qualquer instante é favorável para estar perto da pessoa amada. Aguardamos ocasiões com a paciência de quem um dia conquistará o maior troféu: sua presença. Não há necessidade de te tocar para perceber que o beijava com meu olhar. Você notava! Sei que notava! Não conseguimos deixar escapar um olhar apaixonado da pessoa enamorada. Tentei esconder de todos, ninguém percebeu! Mas você sim! Guardei esse amor, assim como guardei os antigos amores e aguardarei os futuros. Sou uma pessoa amante e itinerante! Não sei se amaria somente uma pessoa, no entanto, eu te amei!
Doce Novembro
"Não importa a ocasião, ou a estação do ano... Também não importa quantos anos você tem, qual é seu o manequim ou sua estatura... Tudo isso é relevante... Um dia simplesmente acontecerá e pronto! Será de repente. Te virará pelo avesso. Nada mais será como antes. O mundo, as pessoas, você estará diferente. E não há nada que possa fazer para impedir que o amor floresça sua vida e torne seu mundo uma aquarela. Será inútil fugir! Mas se puder escolher, torça para que aconteça na primavera, em novembro... Renata não escolheu, tudo aconteceu em novembro... Um recomeço. Uma nova chance de amar e ser amada... Uma linda história de paixão e amor... Ah, a paixão sempre vem antes(rs)"
Sinopse do Conto Doce Novembro
Eduardo,
De todas as cartas que eu já te escrevi, creio que não foram poucas, essa foi a que eu mais sentira dificuldades. Escassas, pequenas e de pouca relevância são as palavras nesse momento, nem mesmo aquelas mais sublimes encontradas nos mais lindos e emocionantes romances fizeram alguma diferença. Aqui, além de dizer-te os efeitos da sua pessoa sobre a minha, tento descrever a mágica sensação que existe entre nós.
Palavras me fugiram. Tão poucos são os vocábulos. Vi-me angustiado a procura de termos que pudessem exprimir o amor. Separei uma lista enorme contendo os mais belos adjetivos encontrados na nossa língua, tão pequenos e insignificantes perante o sentimento que você fizera surgir.
Pensei em dizer tudo isso em um carro de som, para que todos pudessem ouvir, porém existem empecilhos no pensamento de muitos e eles jamais entenderiam a nossa intensa ligação. Não foi por covardia, nem mesmo vergonha de declarar-me a ti. A possibilidade de algum indivíduo te machucar, te espancar ou até mesmo matar-te ao descobrir e ver quão imenso é esse sentimento que possuímos um para com o outro, me fez desistir de imediato. Se virássemos o mundo de cabeça para baixo para explicar o nosso amor, ainda assim existiriam muitos que jamais entenderiam. Talvez por serem leigos, por não raciocinarem ou nunca terem de fato sentido o amor.
Longe de coisas como: você é o ar que respiro, meu amor é do tamanho do universo ou eu te amo do fundo do meu coração. Você não é o meu oxigênio, nem tampouco uma barreira que me impede de respirar corretamente. A única ligação que vejo de você com a minha respiração é o modo lento e profundo que a executo quando passo fortes emoções que envolvam você, sejam elas boas ou ruins. Meu amor não é do tamanho do universo, sei que ele faz parte deste gigantesco, todavia não encontro possibilidades de medi-lo. Por mais que meu coração salte assustadoramente quando estou ao seu lado ou quando ele escuta qualquer coisa relacionada a você, não te amo do fundo dele e sei que não foi lá que o amor surgira. Quem mais vibra e sente sua falta no interior de mim é a minha alma, e sei que é ela a principal parte minha responsável pelo nosso vínculo, ela se vivifica quando sente a sua presença.
Inexplicáveis são os efeitos que o seu corpo causa ao meu. Seu toque espalha uma enorme energia que se expande por toda a extensão da minha pele. Meu coração salta feito um prisioneiro desesperado em busca de liberdade e minha alma sente-se confortada como um filho que volta a sua casa após uma grande jornada.
Eu te amo não seria o termo adequado para expressar todo o meu amor por você. O que sinto por ti está muito além de uma frase, três palavras, sete letras e das definições chulas que muitos deram ao amor.
Do homem que não escolheu te amar, mas que escolheu ser seu por inteiro:
Alex
A Besta
Era domador de sua besta interior: não reagia às carícias do padastro bêbado, aos colegas o surrando na saída da escola, aos gritos do sargento no quartel, às reclamações da esposa, ao chefe, ao mundo. Por fim, encostou um cano prateado na têmpora esquerda. A besta voou como borboletas vermelhas.
Cecília não sabe amar
Cecília não era uma mulher de beleza padronizada ao que se diz perfeito, não tinha as melhores roupas, não sabia caminhar e beber água ao mesmo tempo, ao ficar nervosa sua cor nitidamente virava pimentão e suas palavras não saiam como queria. Não conhece o mundo nem sabe viver nele, tem medo do que não é como imaginara ao mesmo que tem fome de extraordinárias descobertas.
Vinte e três anos, muitas histórias tristes para contar com um grande sorriso no rosto preenchido de formas e linhas que a representam mais que qualquer coisa, cabelinhos negros que ela insiste em mudar, noites em claro, pois na sua vida a noite é o começo e não o fim.
As novelas que via na infância a fizeram ver o amor como algo bom que com sorte um dia teria o prazer de viver, porém, a vida não foi tão generosa e para ela a coisa toda para todo mundo se torna injusta quando o assunto é amar e ser amado. Persiste procurando, seja uma brecha, uma esperança que as pessoas podem ser boas o suficiente para desfrutar do privilégio que é o AMOR, mas em seu caminho só encontrou espinhos e seres espinhosos em que a incessante luta pelo Ego é mais importante do que dar e receber uma dádiva tão simples e que na verdade é o que tem de mais sublime na vida de qualquer miserável.
Segue andando sobe seus caquinhos sem apanhá-los, pois, o que se foi renova-se. Mas o que faz falta é doloroso demais para ser remexido e melhorado. De todas as esperanças perdidas, só o amor ainda insisti em brotar em seu peito, o que a faz acreditar que é só isso de fato importa na vida, que o amor não é uma escolha e sim um dever, uma lei a ser cumprida aqui na terra e além dela e que no fim só o amor explica tudo e dar sentido ao que não tem sentido.
- Andrêssa Agnel .
Depressão
Certa vez, sonhei que o mundo chegava ao fim. A terra não produzia nem mesmo água. A comida era raízes secas e ás vezes um lagarto que se encontrava escondido entre as rochas. Um animal sobrevivente como nós, talvez apenas para servir de alimento, mas, cada dia era mais raro encontrar um. O povo andava de um lado para outro sem rumo, sem ânimo, sem opções. O nosso grupo era grande, éramos todos da mesma família. Meu pai era o chefe de todos nós e não desistia como muitos chefes de outros grupos que se davam por perdidos, se entregando à depressão, e logo morriam da praga que dominava a alma até devorar todo o corpo, caindo em um canto no chão ficando ali até a morte. Os mais velhos do nosso grupo também começaram a ficar doentes. As crianças buscavam esperança no sorriso meio apagado de meu pai que pedia para não perdemos a esperança. Apareceu ali uma tropa de homens, mulheres e crianças pedindo água.
— Estamos a caminho da terra prometida. Não sabemos quanto tempo ainda devemos cavalgar, e não temos mais água. — disse o chefe do grupo.
Meu pai respondeu:
— Temos pouca água. O poço está quase seco e temos muitos velhos, doentes e crianças.
— Porque não pegamos toda água que você tem e vamos todos para a terra prometida? — falou o chefe do grupo. Meu pai olhou em volta vendo todos do grupo montados a cavalo, me disse:
— Temos poucos animais, não dá para todos.
— Vamos a pé — falei para o meu pai. — Coloca os velhos, os doentes e as mulheres com filhos pequenos nas carroças e o resto seguem a pé.
— Não sabemos quanto tempo ainda resta de caminhada. — falou novamente o chefe do grupo. — Com certeza a pé não chegarão nem à metade do caminho.
— Temos que tentar — respondi muito confiante. — Se lá é um lugar para todos, devemos tentar nem que demore uma eternidade. — Não haverá comida e nem água o suficiente para todos, se demorarmos pelo caminho — falou o chefe. — Devemos cavalgar dia e noite para poupar o que temos.
— Não importa — respondi. — Chegaremos depois de vocês, é só nos dizer o caminho.
Meu pai olhou-me profundamente aos olhos, e falou depois de uma leve pausa.
— Vamos conseguir. Acredito que sim!
Enquanto os doentes eram levados para as carroças, a água restante era tirada do poço enchendo os barris. Penduramos candorras com água nos ombros e partimos atrás das tropas. Aos poucos as pernas foram se cansando e logo perdemos todos de vista, nos restando apenas a indicação do chefe, pois não estávamos nem na metade do caminho. Os pés sangravam deixando junto com os rastros gotas de sangue, mas não desistimos até chegarmos a uma encruzilhada de três partes. Numa havia um portal, na outra não havia rastro dos animais, indicando que haviam seguido por ali, e á frente não teríamos como subir por um grande barranco. Olhei para trás e nada vi que pudesse indicar o caminho certo. Estávamos perdidos! As palavras do chefe voltaram à minha mente “Um portal azul”. Olhei para o que estava ali, era vermelho-escuro como sangue pisado. Achei que o chefe havia confundindo a cor e entramos por ele. Um homem de preto nos recebeu na entrada e pediu que seguíssemos. Enquanto, caminhávamos naquele lugar como se fosse outro mundo, pior que aquele que vivíamos, vi várias pessoas acorrentadas trabalhando como escravos. Pensei em perguntar alguma coisa ao homem, mas ele estava distante já entrando em um galpão, onde entramos também por ele e ficamos ali aguardando como pediu o homem. Ouvi barulhos nas paredes, bem abaixo, quase ao chão, e gavetas se abriram acorrentando todos. Saltei, quando se aproximou de mim e consegui me libertar. Vi todos serem arrastados como animais para outro lugar e obrigados a trabalharem na fundição de ferro debaixo de chicotadas. Corri para fora do galpão até o portal, mas não tive coragem de sair por ele, então voltei, não podia deixar meus companheiros e companheiras naquela situação de escravos. Procurei soltá-los das correntes, foi em vão. Procurei por chaves que pudessem liberta-los, não encontrei. O homem havia desaparecido e por mais que eu procurasse não o encontrava. Vi minha sombra, que parecia dar gargalhadas pelo meu desespero. Levei minhas mãos na garganta com a decisão de tirar a minha própria vida, e, vi minha sobra afastar-se de mim ainda dando gargalhadas de minha aflição. Ouvi gritos de pavor e quase em desmaio consegui correr. Vi minha sombra aproximar-se novamente de mim. Sem pensar saltei agarrando-lhe pelo pescoço e o homem nela apareceu. Era minha alma que naquele momento estava presa em minhas mãos e lutamos por horas pela sobrevivência, até que consegui acertá-la com um golpe jogando-a morta ao chão. Todos foram libertados das correntes e correram em direção ao portal enquanto eu olhava o homem morto no chão. Minha mente dizia ser eu assassina, mas não senti remorso. Olhei para fora não ouvindo mais ninguém e vi o portal azul. Lentamente aproximei-me e entrei por ele, vendo ali meu pai, minha mãe e meus irmãos, mas não consegui aproximar-se deles. Naquele instante fui condenada, jogada em uma cela, prisioneira do crime que cometi. Por vários anos paguei pelo meu crime. Matei minha própria alma que se perdeu na tristeza, angustia e sofrimento do meu próprio corpo.
Que Alívio! Acordei! Era apenas um sonho. E lutei contra meu próprio corpo que não desejava nada a não ser a morte. Venci a “Depressão".
.... A primeira vez que ele achou que Lua queria comê-lo foi em seu próprio enterro. Não no seu enterro definitivo. É que, no meio do choro da viúva, em pleno velório, ele – o defunto – acordou de mais um dos seus ataques catalépticos. Adiou a morte, portanto. Não é preciso dizer que foi um Deus nos acuda! O morto voltava ao mundo dos vivos! Depois um doutor de gaveta declarou, para a rádio local, que um ataque cataléptico não era coisa assim tão rara. Podia ser novidade lá – pr’aquela “gentinha de interior”... – De qualquer maneira, o “Seu Dino” ficou conhecido no lugarejo. Não é sempre que se tem notícia de um ataque daqueles, cata-o-quê, mesmo? Enfim! Não é todo dia que um vizinho nosso, da mesma cidadezinha no interior, morre e depois volta à vida
[trecho inicial do conto 'Chiclete de Lua', publicado pela revista Desenredos, Ano III, nº10, 2011]
http://desenredos.com.br/10prs_dassuncao_295.html
FADA PLUMINHA
Por onde anda seu marido?
Já não tinha mais o que ver
Caminhou por uma linda estrada
partiu, cessou de viver
O homem, foi honrado
quando em vida, sempre humilde
Sua esposa não deixou só
a bruxa, viúva, Matilde
Era mãe de duas filhas
amor pra uma, pra outra nada
Assim vivia a filha Clotilde
e Florença, a enteada
Pra Florença, só trabalho
apesar de seu esforço
Pra legítima, preguiçosa
deseja um belo moço
A beira de um fonte
Florença sempre ia fiar
Após um súbito cansaço
na água o fuso foi parar
E agora, o que eu faço?
Pensou Florença assustada
Se eu volto sem o fuso
Matilde fica revoltada!
Se esforçou para pegar
mas na fonte ela caiu
Muita água, pouco ar
desmaiou de tanto frio
Em um jardim maravilhoso
a jovem moça despertou
Vou fazer um ramalhete
a primeira coisa que pensou
Ao andar pelo jardim
escutou com atenção
A voz vinha de um forno
quem falava era o pão
- Florença, me tire daqui e me coma
será uma satisfação!
- Se demorar mais um minuto
virarei um pobre carvão
A menina agiu rápido
comeu o pão, não deu bobeira
Eis que surge uma outra voz
dessa vez, a macieira
- Colha aqui minhas maçãs
sei que devo merecer
- Estão maduras e pesam muito
não prestarão se apodrecer
Sem se quer pestanejar
atendeu e nada mais
Colheu todas e comeu algumas
dividiu com os animais
Continuou a caminhar
e encontrou uma velhinha
Se tratava de uma fada
a velha, fada Pluminha
A fada sacudia os travesseiros
e caia neve de verdade
Mas a força pra sacudir
se perdia com a idade
Vendo o esforço da senhora
se ofereceu pra ajudar
E na casa da velha fada
por um período foi ficar
O tempo foi passando
Florença não precisava mais de explicação
Fazia todos os afazeres
no sorriso, satisfação
Abriu os travesseiros na janela
e na chegada do inverno profundo
Sacudiu os travesseiros
e fez nevar em todo o mundo
Veio então a primavera
mas era chagada a hora
Com a benção da velha fada
se aprontou e foi embora
- Espere minha querida
sei que parece clichê
-Eu achei isso no lago
acho que pertence a você
Agradecida pegou seu fuso
e voltou sem acreditar
Mas no meio do caminho
seu vestido sentiu pesar
Olhando para suas vestes
se deparou com um tesouro
Viu os trapos que vestia
se transformar em puro ouro
Chegando em sua casa
contou o que aconteceu
Sua irmã e sua madrasta
do coração quase morreu
Se o que dizes é verdade
também posso conseguir
E os passos da meia-irmã
Clotilde decidiu seguir
Foi na fonte, jogou o fuso
fingiu até se afogar
Acordou em um jardim
soube que era o lugar
Viu o pão pedir ajuda
deixou que virasse carvão
Disse a pobre macieira
- Seus frutos apodrecerão!
Entrou na casa da velha fada
mas nunca quis ajudar
E nesse ano o inverno
nem se quer ousou nevar
É chegada a primavera
a moça decidiu partir
Vou ganhar o meu vestido
pela porta vou sair
No caminho olhou pra roupa
estava da cor do azeviche
E pela sua ingratidão
recebeu todo aquele piche
Antes que Clotilde voltasse
com seu vestido divino
Florença saiu de casa
era dona do seu destino
Amor, desalento e solidão
Queria, quem já não me quer seu,
Que por sua vez não quer ninguém
E quem me quer eu rejeitei também
Por não ser de quem não é meu!
Quantas portas ao amor eu não dei!
De o querer, quantas se fecharam?
Quantas solas e aparas se gastaram?
Quantas poemas e ruas atravessei?
Mas que desalento chato e redondo,
Que se o tento cantar a um canto,
Ele não os tem, e eu lá vou pondo
Nós engasgados num calado pranto!
Não podendo ao amor cantar então,
Vou indo e dando, espaço à solidão.
Conta uma história que certa vez os ratos combinaram em abandonar o Navio.
Mas não havia nada de errado com ele, era apenas uma artimanha para criar pânico e enganar a todos, dessa forma ficariam com o Navio só para eles.
Porém o Capitão muito esperto, fez de conta que acreditou, e assim esperou todos os ratos se lançarem ao mar.
Por fim, o Capitão contou a todos o seu plano de como enganou os ratos, e que agora podiam navegar tranquilos e sem preocupações.
O voo de liberdade
Estava eu, dentro do meu carro em transito infernal, infernal não pelo transito em si, mas por me sentir enjaulado, preso e impotente de não ter a minha liberdade; tinha um caminhão a frente esses caminhões de cargas vivas e nesse, justamente nesse caminhão, estava cheio de galinhas e de repente uma, não sei bem ao certo mas aquela galinha me fez viver a eternidade por um segundo, pensavade uma maneira libertadoraentendendo que a coragem de ser diferente, pode ser que faça de uma vida que foi vivida valer a pena ela sobe na perde de cima do caminha lutando contra todas as outras que a limitava e se jogou, jogou para o mundo o seu vôo foi o seu ápice, ela viver lutou e ganhou eu vendo aquilo em câmera lenta me fez sentir-me menos insignificante que aquela galinha que em um voo alcançou o seu ápice da sua pequena e curta existência, sabendo que por estar viva é o suficiente para morrer, sua morte que estava próxima por estar em um caminhar de aves para abate ela lutou e venceu, ô belo voo, o voo da liberdade o voo da coragem o voo que me faz diferente de cada uma daquelas galinhas que ali estava, ela não somente voou mas como ela aplainou ao tocar o solo missão comprida. O transito não deixa ninguém viver; um senhor sai correndo de seu carro e captura a galinha e a leva, o fim é inevitável mas o meio pode ser superado.
Nina, na noite escura a passear,
No bosque, ela vai se aventurar,
Lobisomem uiva, não se enganar,
Segredos das sombras vai desvendar.
O luar brilha, a floresta suspira,
O monstro oculto, a noite delira,
Mas Nina destemida não se retira,
No enigma do lobisomem ela inspira.
Lendas assombram, a aldeia sussurra,
De homens-feras que a noite surra,
Nina com coragem não se amedronta,
Com amor, a maldição ela confronta.
Meu pai Herói.
Meu pai se chamava Heleno Francisco do Carmo, não tenho dele muitas lembranças, ele morreu quando eu tinha onze anos, contudo, guardo algumas lembranças, sobretudo da época em que ficou doente. Meu pai era um homem muito forte, um trabalhador exemplar. Era um lavrador, homem que cuida da terra, ele próprio tinha um pequeno pedaço de terra, por onde passava um riacho, terra fértil, onde plantava cana e milho e melancia. É disso que me lembro bem, também plantava bananas.
Não sei dizer se meu pai era um homem triste, se tinha crises existenciais, talvez fosse muito feliz, pois tinha uma bela família e uma linda esposa, honesta e trabalhadeira. Lembro-me da sua relação com minha mãe, eram felizes, combinavam em quase tudo, ambos desejavam que seus filhos estudassem para não serem analfabetos como eles eram. Meu pai era alto e moreno, tinha ombros largos como eu, era um homem bonito, mas não me recordo que alimentasse alguma vaidade nem vícios. Trabalhava incansavelmente para sustentar sua família, grande para os padrões atuais.
De domingo a domingo ele sempre repetia sua rotina; acordar cedo e ir ao trabalho, além de suas próprias lavouras, milho e feijão, ele ainda trabalhava de meia ou para outros produtores rurais. Meu pai era homem temente a Deus, pelo menos é essa a impressão que tenho até hoje, pois sempre ia à missa aos domingos de manhã, com toda família, mas ao voltar pra casa, logo depois do almoço, ia ao trabalho, cuidar de um pequeno e produtivo roçado, que ficava perto de casa, meu pai só retornava à noite com um feixe de cana nos ombros.
Éramos oito filhos, cinco homens e três mulheres, minha mãe ficou grávida de uma menina quando meu pai faleceu. Foram seis meses longos, a duração da doença fatal de meu pai. Meu pai nunca ficava doente, era como touro, todos os homens o invejavam por seu físico e por sua moral. Mas todo herói fatalmente sucumbe no final da epopeia. Meu pai tinha chagas desde adolescência. Fora picado por um barbeiro, na região onde foi criado esse inseto fez muitas vítimas, e a medicina não tinha os meios para prolongar a vida dos seus pacientes. Meu pai só veio manifestar os sintomas da doença aos quarenta anos, foi avassaladora sua enfermidade, em seis meses apenas ele veio a óbito.
Minha mãe foi uma guerreira e fez tudo que pôde e o que não pôde para salvar a vida do seu amado. Lembro-me com muita tristeza, de uma vez que eles voltaram de uma cidade próxima; aonde eles foram, em busca de uma nova forma de tratamento, mas não havia muito que fazer, meu pai estava com o coração muito comprometido, estava rejeitando os remédios, e não havia nenhuma esperança de cura ou de melhora, ele vivia muito cansado, e minha mãe passava longas noites ao seu lado. Nós éramos muito pequenos, mas já compreendíamos que nosso herói estava condenado à morte trágica. Logo se agravou seu quadro, minha mãe teve que o internar no hospital público de nossa cidade, onde foi bem cuidado, mas em poucos dias, ele já demonstrava fraqueza extrema, não se alimentava e as injeções que tomava não causavam mais nenhum efeito paliativo, então meu guerreiro pediu para morrer em casa, pedido que fora atendido pelos médicos dele, minha mãe o levou pra casa, mas meu velho não aguentou a pequena viagem de pouco menos de três quilômetros, faleceu nos braços de minha mãe dentro da ambulância.
Essa é mais uma das inúmeras tentativas que faço, para escrever sobre meu pai. Sei que daria um belo e humano romance, todavia nunca serei capaz de levar a cabo esse projeto, é doloroso demais para mim, pois a dor e o trauma da sua ausência em minha infância ainda são deveras penosos para mim.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp