⁠Capitulo não publicado- O fim Um dia... Camila Abreu

⁠Capitulo não publicado- O fim Um dia conto, o quanto gostei de você. No dia que acreditei fielmente que ele havia apenas fingido um teatro, que as pequenas coi... Frase de Camila Abreu.

⁠Capitulo não publicado- O fim
Um dia conto, o quanto gostei de você.

No dia que acreditei fielmente que ele havia apenas fingido um teatro, que as pequenas coisas que achei serem resquícios de um amor não eram reais e me fez como uma palhaça, naquele salão, com meus medos e sentimentos expostos a todos os meus amigos, aos amigos dele e a pessoas que se tornaram parte da história (que na minha cabeça existia), uma parte minha morreu.
A parte que acreditava no amor.
A parte que fazia ser doce.
A parte que me fazia o amar.
Decidi ir embora sim! Mas não podia morrer engasgada com o que sentia. Escrevi uma carta, pedi que em algum momento minhas amigas o entregassem como sinal de que pra min aquilo havia sido importante.
Ele recebeu.
Ele leu.
Esperei ansiosa por pelo menos uma resposta, ainda que não fosse através de uma carta.
Ele não respondeu.
O maior trauma, nunca foi o acidente, sempre foi ele.
Jurei amores por alguém que não fez o mínimo em me responder.
Só foi difícil processar tudo, ainda é.
Nosso magnetismo , nossa química, nosso amor, ou melhor o MEU amor, o único existente entre nós, parecem estar grudados a uma memória que não saem de mim Posso por vezes ter parecido a louca que apaixonou sozinha,e acredito que seja! De fato, na minha cabeça nossa história parecia como algo que poderia dar certo, eu te o amei, da forma mais absurda, mais catastrófica e intensa! Dessas que a gente não mede esforços, dessas que a gente quer cruzar distâncias, que cuidar loucamente e também tirar a dor do outro pra ser a nossa…
Acordei do coma, isso!
Do coma do acidente.
Ou do coma da situação, não sei…
A recuperação não foi tão fácil!
Fisioterapias, acompanhamentos com a psicóloga, alta dosagem de medicamentos, fonoaudióloga, oftalmologista.
Pareço estar falando apenas de procedimentos médicos, mas não…
Intensas fisioterapias para voltar a andar sem as muletas da dependência emocional que criei dele, das memórias que jurei serem reais por algum momento.
Incontáveis induções de drogas (medicamentos) de tarja preta, para tirar a imensa dor que estava em meu coração.
Acompanhamento psicológico, para explicar a minha mente a tamanha dor do meu coração, que era estancada pelos remédios.
Oftalmologista, pra enxergar a realidade como é: Andrew não me escolheu, nunca me escolheu e nunca irá me escolher.
Fonoaudióloga, para voltar a falar e ouvir o que sinto sem achar que estou cometendo um crime.
Não foram dias fáceis, mas consegui!
Recuperei-me do trauma de anos, em meses. A Catherine estava de volta e a famosa alta veio, acompanhada de uma esperança a todos (inclusive os médicos) de que minha vida voltasse a ser como antes, ou melhor!
Pra mim, uma missão humanamente impossível já que minha realidade tinha sido bruscamente mudada e meu destino perfeito também.
Encontro o Lucca e o escolhi.
O Lucca? Bem, ele é um analgésico pra mim, estanca a dor que ainda dá as caras de vez em quando.
Melhor ter ao lado alguém agressivo, que machuque apenas meu físico do que alguém que sempre me machucou o emocional sem dó nem piedade.
Um dia eu conto, o quanto você me magoou.
Um dia eu conto, o quanto me decepcionou.
Um dia eu conto, o quanto me torturou.
Um dia eu conto, o quanto me humilhou.
Ou talvez,
Eu não conte.
Apenas te mate na minha imaginação, memória e com sorte, na vida, assim como você matou uma parte minha, matou a Catherine, a “sua” Catherine.