Mistura
A casa era verde musgo. Nunca vou esquecer. E tinha cheiro de dama-da-noite, com uma mistura de erva-doce – que era o sabonete que ele usava para lavar o rosto depois de fazer a barba. Tinha algumas flores no portão que atraía borboletas que me faziam sorrir todas as vezes que eu chegava do colégio. A varanda do segundo andar era gigante, e lá eu sonhava todas as noites. E foi lá que eu decidi que seria injusto demais fazê-lo me esperar tanto tempo. Eu fiquei olhando as estrelas ali, sentada, por noites. Ficando nos mesmos lugares que a gente ficava, quando era noite, olhando pro nada; com você fungando meu cabelo e me fazendo sentir protegida. Fiquei sentada na rede por dias e dias, até decidir te privar de toda a espera. Sabe quando uma pessoa cruza o teu caminho e se torna TÃO especial que você tem medo de fazê-la sofrer um dia ou que ela se arrependa de ter feito tanto por você?
Sabe quando você sente tanto a falta de alguém que prefere esquecê-la só pra não voltar correndo e dizer que sente saudade? Depois do curto reencontro, lembrei de tanta coisa. É como se eu abrisse uma caixinha aqui dentro e começasse tirar as melhores lembranças de um dos melhores anos da minha vida. Das guerras de almofadas, da água gelada, da vez que trouxe o mar até mim, de quando cantou a música do Roupa Nova porque tinha perdido uma rodada do jogo, da vez que ficou me olhando enquanto eu dormia, do beijo na testa, das brigas, crises de ciúme, do medo que eu tinha de andar de carro com você, da vez que freou o carro com força só pra que eu quase batesse o rosto no painel do carro e desfizesse o bico, da noite na praia, das vezes que levou a igreja, das noites ao telefone, das crises de ciúme. Do sabonete de erva-doce que fazia questão de ficar no meu travesseiro quando você ia embora. Saudade da barba que arranhava, do abraço que apertava, do beijo que estalava, dos dentes que só mostrava pra mim (raramente, mas mostrava). Saudade das crises de riso que me fazia ter. Saudade da primeira noite que foi me levar até o portão de casa. Saudade do churrasco que eu não comi, de cantar a noite com você na varanda, de desligar o telefone na sua cara, de contar os meus sonhos, de me surpreender com você. Saudade de te ter como amigo. Como abrigo.
Eu nunca pensei que todas essas lembranças pudessem voltar um dia e você pudesse ficar perto, de novo. Mesmo que amanhã se afaste. Mas hoje, te senti perto. E isso me fez bem depois de uma segunda-feira tão agitada. Me fez bem me lembrar de tudo, lembrar de você, do cheiro, da voz, e até do sotaque que eu odeio e seu jeito de me irritar que sempre fazia eu fugir de você e correr no minuto seguinte.
Pode ser que amanhã tudo volte ao normal, e a gente finja que esqueça de tudo, de novo, como estávamos fingindo. Mas nós saberemos, sempre, que um pertence ao outro, de certa forma. Mesmo que mais tarde não exista mais o amor que une, o respeito que serve como elo, o sorriso que encanta, o sotaque que odeio. Mas sempre vai existir alguma coisa que vai te trazer de volta, pra bem perto de mim. Pode ser uma música, um cheiro de erva-doce, um gosto amargo de chimarrão, uma barba que arranhe. Pode ser qualquer coisa, desde que leve o cheiro, o aperto, as borboletas que sempre estavam por perto enquanto a gente caminhava de mãos dadas, ria um do outro, brigava, se xingava.
O tempo passou feito louco quebrando as vidraças e a gente ficou, aqui, sem ter nem pra onde ir... (8)
Enfim, obrigada por voltar, por me respeitar, respeitar meus motivos e, ainda insistir; e por existir! Não é nem um terço de tudo que eu tinha pra falar e explicar e tentar te fazer entender... Foi só o que eu senti depois, quando cheguei em casa, e tentei dormir; não consegui =S
Inúmeras frases terminam com um ponto de interrogação. Ele mistura as estrelas que dançam em olhos... É como uma partida de futebol; jogadores em campo, a espera do apito para o inicio da partida, é mais ou menos assim, não, é exatamente assim.
Ela ainda controla as coisas, Ela ainda pode fazer isso, por enquanto, e não sabe até quando... Mas o que queria mesmo, era saborear estrelas maduras colhidas na hora, olhares intensos que ardem o coração, e um jeito fácil de explodir o jeito que ele ainda não sabe, o jeito que ela não sabe mostrar tão bem quanto ele.
Ele, um garoto comum, não tanto assim, comum para os olhares burros, existem muitos assim por ai, é uma pena, se todos soubessem enxergar o que Ela enxerga... Não sei se isso seria bom, todos veriam o que Ela vê, todos sentiriam explodir sentimentos, mas poucos teriam força suficiente para controlar essa explosão, se é que me entendem... Como eu dizia, Ele, um garoto diferente de tudo o que Ela já viu, talvez Ele seja exatamente aquela sua inspiração ausente, tão parecidos, mas só Ela vê isso, pois como eu já havia dito, Ela não consegue explodir o jeito cativante dela, diferente dele, que sem saber faz isso tão bem. Ela se pergunta: O que eu faço? e Ela pensa: Não faça, não sinta, não veja!
Ela desvia o olhar inúmeras vezes, pobre Garota... Seu coração já sangrou demais, tem tanto medo de sentir, que não consegue se mostrar, as pessoas vêem seus olhos tão vazios, mal sabem que transbordam milhões de coisas lindas, coisas cativantes, coisas que derretem sorrisos congelados. Ela poderia dizer mil coisas, mas seus lábios tremem. Sabe quando uma pessoa te cativa tanto, e você fica com medo mostrar o que é, pois sente uma insegurança, um medo, um... Uma... Ele é tão assim, não isso, mas tão aquilo, que Ela mal consegue falar o que é, escrever, desenhar, nem mesmo pensar! Ela mal consegue sentir! Ela pensa que pode enlouquecer! Como alguém pode ser assim? Como alguém pôde travar tudo o que tem dentro dela sem fazer absolutamente nada? Apenas por existir... Ela ao menos tenta escrever um poema, pra tentar explicar em versos o que aquele Garoto tem e que ninguém vê, mas Ela apenas consegue escrever um texto que torna as coisas mais confusas ainda.
Quem sabe um dia Ela consiga, falar ou escrever, desenhar, pensar ou mesmo sentir.
A verdade é que quando Ela sente o vento em seu rosto, Ela pode sentir seu perfume, e isso é tudo o que Ela consegue dizer.
Há sempre o gosto de solidão no teu beijo. Não sei se a tua, ou a minha, talvez uma mistura das duas solidões, como se fossem apenas uma.
Quem é esta mulher?
Quem é ela que mistura realidade
E miragem num só ser?
Quem é está que é a rocha e ao mesmo tempo,
A tinta fresca que escorre
Pelas minhas mãos molhadas pela vontade ?
Quem é ela?
Que quanto mais conheço, menos reconheço?
Nas mil nuances dela mesma
Que se sobrepoem num quadro diante de mim?
Ela, que nunca é igual e nunca deixa de ser única...
Ela que é a mulher que busco desvendar,
Mas que se mostra nova
E se renova na arte do mistério?
Quem é ela?
Que sai da tela e invade minha vida sem pudores?
Que brinca comigo sem limites
E que me enfeitiça assim?
O que quer de mim?
Quem é essa mulher?
Zaz...
o vazio das coisas
mistura-se ao aparentemente cheio
e os veios da alma
confusos
espelham da janela um jardim
como se uma alegria justificada
por um momento especial
pudesse durar para sempre
Postado por milton às 04:41
Tenho uma ciumeira que quando se mistura com a esquizofrenia da minha agressividade, não sabe que voz seguir. Fico cega, surda e nada muda. Ele sabe a doida que tem e o que faço para defender o meu território. Não sou nada sofisticada, nem com palavras, nem quando quero descer do salto. Sou agressiva e uma barraqueira de primeira. Não mexa com homem meu. Não mexa com os meus pensamentos porque esses vão longe. Muita mulher fica dando uma de muita educada, muito cheia de si, metida a gostosa e esquece que o fumo entra. O meu macho come no miúdinho e se for pra meter lenha, que seja bem metido e que tenha bastante medo da fera aqui descobrir. Comigo a cobra fuma e a idade da pedra vem com tudo e bem lascada. Sou é nordestina, muito da arrochada e decidida. O meu Jota Cê é totalmente sufocado pelo amor velho de guerra. Ele respira o oxigênio contagioso de uma mulher que entrou em tudo que é canto e sem vasilina. Ele aprende na sabedoria das páginas da minha vida.
Em tempo:
Ele é o marido que minha alma elegeu...
... para dividir a comunhão universal dos degraus...
... da minha alegria.
[e quem se meter a besta, eu mostro o caminho]
~*Rebeca*~
-
Dentro da minha solidão me perco num mar de paixao, que se mistura com uma tempestade de amor, e acaba numa praia de realidade !
Queria poder pensar menos no passado e viver mais o presente. Essa mistura de emoções e lembranças está me matando.
A vida... Essa mistura de suor de sangue com mingau de concreto, nesta desconcertante passagem do tempo através desta caminhada de dores pelo deserto desses anos.
Hoje, mais uma vez a minha vida se mistura
Dentre minhas alegrias e ilusões
Um único olhar
Que poderia descrever minha dor
E de certa forma, arrancá-la de mim
E por mais que eu tentasse,
Distrair seu olhar para o meu,
era impossivel
Pois só eu sabia o quanto precisava do teu olhar
E só eu sabia a maior de todas as consequências
De te olhar,
E sem saber o que fazer ,
Decidi chamar sua atenção,
O que poderia ser pior do que
Não ter teu olhar atraído ao Meu?
Então corri e corri
Contra tudo, que pra mim
Era eu e o meu eu
Queria o olhar teu
E por fim, só o teu olhar poderia dizer...
Para te olhar o que deveria fazer
Foi então que você me olhou
Te olhei
Sonhei, o meu olhar fugiu de encontro ao teu,
Renasci novamente
E a ferida que antes sangrava
Agora não passa de uma simples sicatriz
E o que me fez acreditar
E sicatrizar
Só o teu olhar
Pode esplicar
Então percebi...
Não há, Não há morte maior do que a vida.
Vida...
Encontrei a partir do momento que
Vi teu olhar.
Palco 2
Acordo. Durmo. Acordo.
E tudo se mistura a ilusão.
Em todo tempo a cena de terror e drama.
Não sei mais quem sou.
Acordo. Finjo viver.
Pareço estar nesta vida.
Mas turista sou.
Durmo. Fantasias se acumulam.
Em meu coração.
Acordo. Vida revel.
Ah, a saudade. É o sentimento dos sentimentos. Uma mistura de espera e angústia e tristeza e passado e dor e desespero e raiva e amor e coração e vontade e esperança e todas aquelas coisas fortes demais para serem ignoradas. Junção de noites frias com cobertas quentes com TV ligada e música alta e pensamentos longe dali. Choro silencioso no meio da madrugada cheia de estrelas e de lua cheia. É um sentimento que quase ninguém ao teu redor vê ou percebe. É quieto fora, profundo dentro.
(A saudade e seus significados - Parte 1)
A tua vida é uma mistura de essências, e experiências. Inconscientemente tu já não és tu próprio, tu tens vícios, tens ideias que achaste fenomenais, conhecimentos que achaste interessantes. És uma mistura de quem conheceste.
PERFAZER
No silencio da noite
ao som da intensa madorna
um suspiro propenso
mistura-se a ressonância do sonho
... Quintal de terra
bola de meia, peteca no ar,
menino deixe de brincadeira...
Venha cá?!
O pipa esta solta aos ventos
ao tempo, em seu momento...
Um olhar sob o horizonte do mar...
Menino venha cá?!
Vá correndo ao compadre
volte antes do cuspe secar
traga o fumo, traga a palha
que hoje eu quero pitar.
Freadas buzinas...
Furdunço com ambulância,
tempo pequeno, assina a sina
o sonho acaba
mais um fim de ressonância.
Antonio Montes
