Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
Não somos o que falamos, o que fazemos, nem o que dizemos ser. Somos na verdade aquela pessoinha; aquela lá escondidinha no nosso íntimo, que guardamos em secreto dentro de nós. Essa sim assusta e dá vergonha de apresentar!
Os muitos sorrisos das pessoas ficam eternizados nas fotografias, mas são os gritos que ecoam na memória...
Que tens, Juca Mulato ?
Uma tristeza mansa
embaça-lhe o fulgor dos olhos de criança.
Ele é outro... Um langor anda a abrasar-lhe a pele.
Não sabe definir o que há de novo nele.
FAMÍLIA QUEBRA-LÍNGUA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Juca gosta de jaca e também de caju;
cabra jeca que veio lá de Aracaju;
filho de Joca, que tem cabelo acaju
e devora cajá; caça paca e jacu...
Tábata, mãe de Juca e cônjuge de Joca,
feito estaca na toca da copa da casa,
faz um doce de coco com jaca e cajá
pra deixar Joca e Juca mais jecas ainda...
Juca, Tábata, Joca, jacu, caju, jaca;
jecas, cajás, acajus lá de Aracaju,
têm um jegue que julgam que seja zebu;
quebram cacto, coco, quebranto e tabu...
Lembro de uma piada, contada por Juca Chaves, com valores atualizados: "Você faria amor comigo por 300 mil reais?" "Sim, claro" "E por 3 reais?" "Tá pensando que sou o quê?" Resposta sincerona: "Isso já foi definido, resta agora acertar o preço..." Qualquer semelhança com a corrupção que sempre reinou neste país não é mera coincidência.
Sô Juca
Num bóti reparu nu modi deu falá
Sô hôme simples, caboclo sem enricá
Pôcu letradu, mais tenhu vivênça
E vô ti contá puque bateu essi querê
De fazê ocê sabe de nossu cumpadi
Num é qui Tião se enrosco
Cum a fia de véia Fraviana¿
Nessa peleja, a minina pegô barriga
Tãossi Guilermino sotô as tampa
Tião juntô os trapo dele e ganhô mundo
Cumpadi Guilermino fez o mermo
Juntô os trapo da coitada
E jogo a minina Jussinaria na estrada
Ela vei batê aqui, sô Juca
Quis fazê pousada nu meu barraco
Mas aqui num dá, cê sabe
Ocê sempri diz que qué tê fio
E eu mandei a minina ai pro cê cuidá
Inté
Alfredo e Juca eram irmãos.
Alfredo não era de expressar seus afetos, os sentimentos pareciam estar guardados a sete chaves... (coração de manteiga, com capa de ferro).
Lembranças da infância, do lugarejo onde nasceram e cresceram, dos joelhos ralados com as corridas ladeira acima, tombos ladeira abaixo, no patinete de madeira e rodinhas de rolimã que fôra feito por seu pai.
A bola de couro e o caminhão de madeira presentes dos avós
Alfredo era apaixonado por futebol.
Juca gostava de carros e, os puxava fazendo som de motor com a boca...vrum..vrum...
Sua mãe os vestia iguaizinhos, parecerndo gêmeos. Estudavam na mesma escola, seguiam juntos todos os dias.
Juca era mais conversador... tinha mais amigos e fazia sucesso entre as meninas.
Em idade hábil não prestaram serviço militar.
Juca fez o curso técnico, conseguiu trabalho, e logo foi pai.
Alfredo fez faculdade, formou-se engenheiro e mais tarde casou.
Juca teve mais filhos que Alfredo.
Assim seguiram suas vidas, já não saiam mais juntos e os encontros...eram apenas nas festas familiares ou por motivo de doença.
Hoje, Juca se foi...as gavetas onde são guardados os álbuns de fotografias, passaram a ser puxadas com mais frequência...Alfredo se procura ao lado de Juca...saudades da infância, dos dias presentes,dos sentimentos, do amor sem ser dito, da boa lembrança!
Temo que ele vá ser um caso clássico de alguém que não chegou no limite do seu talento.
(Juca Kfouri)
Todo Agradecimento ao Juca
Novembro
Mês
De homenagens
A Aleijadinho
Mês
De homenagens
Aos cultores
Afeiçoadores
Da pedra
“De que
Vale
O olhar
Sem ver?”
Formulação
De Goethe
Conceito
Também
Patrimônio
De artistas
Filósofos
Da Antiguidade
De que
Vale ver
Apenas ver
Se
Não se
Percebe
A essência
Do invisível?
Novembro
Mês
De homenagens
Aos cultores
Afeiçoadores
De pedra
Mês
De
Homenagem
A “Seu Juca”
Que
A mim mostrou
O caminho
Das pedras
O MEDROSO E O CORAJOSO.
Era uma vez dois irmãos, um chamado Juca e o outro Joaquim. Ambos passaram a infância no interior; Joaquim hoje está trinta e dois anos e Juca com trinta e um. Sempre se deram bem, mas algo os torna diferente um do outro.
Joaquim se tornou num grande grande executivo de uma multinacional. Casou, teve três filhos, carros luxuosos e foi morar na capital. Já Juca, mora até hoje no interior numa casa pequena no mesmo terreno em que os pais moram; enfim este não trabalha numa multinacional, não casou, e muito menos teve filhos. Certo dia, Joaquim voltou ao interior para visitar a família e encontrou Juca trabalhando numa horta colhendo alfaces, batatas, aipim e perguntou:
– Ainda trabalha nesta horta?
– Sim, eu não tenho uma vida como a sua irmão!!!
– Não tem porque não quis, nossos pais nunca nos impediu de realizarmos os nossos sonhos!!!
– Sonhos? De que sonhos?
– Dos sonhos que estão dentro de nosso coração. Eu tive coragem e fui a luta para conseguir chegar onde cheguei. E você Juca?! Qual era o seu sonho?
– O meu sonho Joaquim era ser um arquiteto bem sucedido, com uma moradia na capital, uma mulher, filhos e um carro bonito para passear com a minha família que nem você.
– E porque não conseguiu realizar o seu sonho?
– Ah eu fiquei com medo.
– O medo de fracassar, sei oque realmente é isso. O medo nos faz recuar, o medo nos faz ficar trancado em casa precisamente no quarto que parece uma jaula ou uma caixa, o medo nos faz perder grandes oportunidades de sermos felizes como um grande amor que atravessou nossas vidas e deixamos ir embora. O medo nos faz perder uma boa proposta de trabalho. Se deixar está palavra predominar a sua alma, os seus sonhos e idéias serão condenado para sempre à ficarem trancados em sua mente. Cave uma sepultura e enterre o medo. SORRISOS!!
Pessoas fecham portas, muitas vezes nem chegam a abrir. Viram as costas, somem, fingem que você não existe. Muitas pessoas te dão a mão para fazer de conta que te ajudou a levantar, quando na verdade nem fizeram a força necessária para te puxar. E algumas dessas pessoas fazem uma forcinha para te colocar ainda mais para baixo. Te ligam quando precisam de você. E daí você pensa que é útil. Mas ser útil não necessariamente faz de você especial. Na verdade, faz de você especialmente útil para aquela ocasião. E você se sente sozinho no mundo mesmo estando rodeado de pessoas que, em sua maioria e na maioria das vezes, não passam de habitantes que apenas compartilham o mesmo espaço.
Pior do que você se decepcionar com as pessoas é ter que se conformar com o fato de que vai passar a vida inteira se decepcionando com as pessoas. Isso gera uma certa frieza com uma pitada de indiferença que, misturado a grande porção de tristeza, resulta num bolo embatumado de sabor amargo que desce seco pela garganta; se não tomar cuidado fica entalado e te mata engasgado.
Mas quando você menos espera Deus abre os braços, e no seu afago suave e ao mesmo tempo intenso, lhe mostra que somente nEle podemos esperar o relacionamento sincero, verdadeiramente puro e incondicional. É Ele aquela luz no fim do túnel, o último fio, a esperança que ainda não morreu antes do último suspiro. É Ele que está no vazio da multidão, no silêncio do nosso desespero, na lacuna da nossa existência que ainda não foi preenchida pela essência da vida. É Ele, na verdade, a felicidade que procuramos nos lugares, nas coisas e nas pessoas, quando não O encontramos em nós mesmos.
No fim, é somente Deus que te espera para fazer com você um novo começo. E então você finalmente descobre que o segredo está em simplesmente viver, e não viver simplesmente.
Quanto as pessoas, bem, são simplesmente pessoas...
