Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
"Eu não sou um homem erudito.
Não me debrucei sobre Machado, Zé de Alencar, Drummond ou Conceição Evaristo.
Eu só sinto.
Sinto tanto, sinto coisas que, se não externadas de alguma forma, matariam-me em um suspiro.
São só suplícios.
As vezes são súplicas por um amor que, sei que está morto, mas ao meu eu, é um Deus vivo.
Ressurreto, como o próprio Cristo.
Eu só sinto.
Sinto muito por ela não ver-me como eu a vejo, sinto por ela não compartilhar do meu delírio.
Ao leitor sou devaneios, loucuras, fantasias, mas todo aquele que me conhece sabe; sou sucinto.
Sou sozinho.
E não somos todos nós? Uns mais que outros, quando a carne, sempre acompanhada, não encontra em outra alma, um abrigo.
Quisera eu, que as lembranças passassem, como as águas serenas, do Velho Chico.
Lembro-me dos versos do grande Vercillo.
Quando em nosso abraço se fez um Ciclo.
E eu só sinto.
Sinto por não ser o que ela queria, não ser o sonho dela, não ser dela pela eternidade e não sair desse labirinto.
Talvez um dia, quando eu for só um espírito.
Quando eu for um poliglota da carne, e saber ler as curvas da beldade que é aquele corpo, como um papiro.
Ou talvez, quando eu for um sábio, letrado, talvez de posses, um homem rico.
Quiçá, talvez, quando eu for um homem erudito..."
Hospital João Machado...
Na ala da loucura, em celas fechadas e nas muralhas da mente,
consegui ouvir as mais lindas adorações e louvores celestiais!
Deus escolheu as coisas loucas desse mundo para confundir as sábias.
Assassinato em massa é um efeito colateral do progresso tecnológico. Desde o machado de pedra, os humanos têm usado suas ferramentas para trucidar uns aos outros.
Mesmo o poderoso carvalho se acha forte, até vir um homem com um machado e derrubá-lo.
Aquele que conhece Jesus carrega a luz da salvação de Deus, não o machado de seus próprios julgamentos.
Chegara um momento onde força e empenho não valerão de nada, onde o tamanho do machado não limitará o lenhador, onde os livros não serão nada mais que paginas simbólicas, para tal, muita água deverá correr pelos desertos, só aí, quando limites não forem nada, encontrarás o seu vértice. Ate lá, seja grande, o resto será historia.
Ah, meu caro, se deixássemos Machado de Assis esculpir com palavras o retrato de um namorado, certamente haveria o mesmo brilho sutil de ironia e a profunda percepção das complexidades do amor que permeiam suas obras. Vamos, então, imaginar como seria a celebração de tal romance sob a pena de nosso astuto cronista.
Meu amado, és como um personagem machadiano, que encanta não apenas pela presença, mas pela riqueza de teu interior. No teatro da vida, assumiste o papel não de um Bentinho consumido por ciúmes, mas de um Pedro de Alcântara, que oferece amor com a generosidade de um imperador e a lealdade de um amigo. És o herói romântico sem as tragédias que costumam seguir os passos desses personagens, mantendo sempre o equilíbrio entre a paixão e a razão.
Em cada capítulo de nosso amor, revelas nuances de um Capitu, com olhos de ressaca que me arrastam para o mar profundo de tua alma, mas sem os enigmas e as ambiguidades que ela carrega. Tuas palavras têm o poder de Virgília, encantando e seduzindo, porém sempre transparentes e sinceras, sem os véus de mistério que Machado tece ao redor de suas figuras femininas.
Como um bom romance machadiano, nosso amor possui suas peripécias e reviravoltas, mas ao contrário dos contos de desencontros do bruxo do Cosme Velho, o nosso é tecido com a firmeza dos laços que apenas se fortalecem com o tempo. Cada dia ao teu lado é um novo capítulo, não de suspeitas e desventuras, mas de descobertas e alegrias compartilhadas.
Com a sabedoria de Machado, lembramos que o amor não é apenas feito de momentos de êxtase, mas de uma série de pequenas felicidades cotidianas, aquelas "migalhas" que Brás Cubas, em retrospecto, tão amargamente subestimou. No entanto, em nossa união, cada migalha é um banquete, cada pequeno gesto, um tesouro.
Portanto, meu estimado, meu amor, meu companheiro, saibas que em cada linha que o destino escreve para nós, encontro mais uma razão para celebrar a nossa sorte de estar juntos. Machado poderia muito bem ter escrito um romance sobre nós, onde o amor não termina em tragédia, mas continua a florescer, página após página, num eterno e grato desenrolar de afeto e companheirismo.
Ah, meu caro, tu és, de fato, o retrato do que Machado poderia muito bem ter desenhado em suas crônicas afetuosas, ou em seus romances cheios de nuances humanas. Permita-me, então, evocar o espírito de nosso venerável Machado para celebrar a nobreza de tua amizade.
Em tua figura, meu caro, vejo refletida a saga de um Quincas Borba, mas sem suas misérias filosóficas; possuis antes a lealdade de um José Dias, sempre pronto a oferecer não só conselhos, mas também teu sincero apoio nos momentos mais tristes e incertos. És aquele amigo que, mesmo nas adversidades da vida, jamais se desdobra em egoísmo; ao contrário, expande-se em generosidade, abrindo não só as portas de tua casa, mas principalmente as do coração.
As vezes, nos encontramos em encruzilhadas de capítulos difíceis e enredos complicados que a vida nos apresenta, semelhante aos dilemas que Machado gostava de explorar em sua vasta obra. Em tais momentos, tuas palavras possuem a força de um conselho de Brás Cubas, porém sem seu amargo ceticismo. Tens o dom de aliviar os pesos da vida com a leveza de teu espírito jovial, uma verdadeira raridade neste nosso palco terreno, cheio de atores que frequentemente esquecem de seus papéis.
Tu me recordas que, apesar de vivermos em um mundo onde as aparências muitas vezes prevalecem, a essência de uma verdadeira amizade nunca perde seu valor. Como Machado nos ensinou através de suas personagens complexas e multifacetadas, é na simplicidade dos gestos de bondade e na constância do apoio fraterno que as relações humanas encontram seu maior significado.
Não precisamos de muitas palavras para confirmar as verdades do coração, mas, como bem saberia nosso sábio Machado, é sempre bom reiterar que tua amizade é um livro aberto, sempre pronto a oferecer novos capítulos de companheirismo e entendimento mútuo. E por tudo isso, meu estimado amigo, tu és, verdadeiramente, o mais certo das horas incertas.
Para o Meu Amor, Vander Machado
Vander, há sete anos carrego comigo um amor que não se mede, que não se explica. É um sentimento que nasceu sem aviso, mas que nunca deixou de crescer, mesmo diante das tempestades, das idas e vindas, dos silêncios e das incertezas.
Você é o meu amor mais profundo, aquele que me faz sorrir só de lembrar. É o brilho nos meus olhos e o aperto no meu peito. Mesmo quando a vida parece não nos dar todas as respostas, o que sinto por você continua firme, inabalável.
Queria que o nosso amor fosse o “pra sempre” do mundo, o final feliz de uma história sem fim. Mas, mesmo que não seja, quero que saiba que você sempre será o meu “pra sempre” dentro de mim.
Te amo com uma intensidade que não depende do tempo, das circunstâncias, ou das escolhas que ainda faremos. Porque o amor verdadeiro é isso: um pedaço da alma que encontra o outro, e ainda que a vida nos leve a caminhos diferentes, essa conexão nunca se desfaz.
Você é, e sempre será, o meu amor de alma. O meu sonho bonito. O capítulo mais especial da minha história. E enquanto houver vida em mim, haverá amor por você.
Com todo o meu coração,
De quem te ama há sete anos e te amará para sempre.
Sou matutu cesci na agricultura Trabalhando no sol de alugado,
A caneta queu tinha era o machado.
A mistura era ovo e tanajura
Sobremesa era agua e rapadura,
Minha unha eu cortava de facão
Meu café foi pisado no pilão,
A batata eu plantava o aceiro.
Sou poeta matuto e sou vaqueiro,
E a história que conto é do sertão .
Seu olhar de Capitu
Deixa claro como tu é traiçoeiro!
Nem um erudito como Machado,
Entendeu o seu pecado
Quem dirá meu pesadelo!
Este não
Ao lembrarmos de Machado de Assis, ele tem uma frase bem assim: " se está morto, podemos elogiar a vontade". Porque qualquer um e qualquer um de nós, enquanto vivo ele estiver, pode decepcionar. Somente o cadáver é incapaz do que não deve e do que deve. Porquê não é mais livre. E é interessante que a palavra vício, significa ausência, falta. E a palavra virtude e por mais estranha que pareça, tem haver com o universo masculino, a palavra virtude possui um radical que é "vir" de viril e que assim se entendia que uma pessoa virtuosa, não era uma pessoa virtuosa, e sim um homem, no sentido de masculino. O homem que teria a virtude da coragem, generosidade e da justiça. E as mulheres seriam colocadas nessa tradição histórica, num papel secundário. Evidentemente, que a noção de virtude e vício, ela veio ganhando um patamar mais elevado. Todo ser que se diz ser virtuoso e, quando você o pergunta qual a virtude deste ser, ele responde eu sou perfeccionista.
Em versos esculpidos com cinzel de ironia,
Machado de Assis, teu estilo guia minha poesia.
O palco político, um teatro de sombras e luz,
Onde a verdade se encontra nos bastidores, longe do refletor azul.
Transformação industrial, o gigante acordado,
No rosto do progresso, o passado desfigurado.
O rodar das engrenagens, o tempo acelera,
E a face da humanidade, em aço e vapor, se esmera.
Progresso! Oh, grito ecoado em cada esquina,
Mas que no ritmo frenético, a alma sublima.
O homem, preso à roda da inovação, se perde,
No olho do furacão, a humanidade se esconde.
A falta de planejamento, a desordem em marcha,
Na construção do futuro, o alicerce desmoroncha.
E o que resta são ruínas de sonhos, na poeira do tempo,
O preço da pressa, o lamento do esquecimento.
Guerras! Oh, a derradeira dança do destino,
Onde o homem, em seu orgulho, se torna assassino.
Na sombra do progresso, a chama da discórdia arde,
E no palco da existência, a tragédia se faz carne.
Assim, entre a política, a transformação e a guerra,
A humanidade caminha, na corda bamba da terra.
Buscando no progresso, a esperança de um novo dia,
No poema da vida, somos versos de ironia.
É normal ser decepcionado isso enfatiza que a tua existência é meramente humana...
In, Machado pesado
As crenças e os preconceitos são a Bastilha da razão humana, diria hoje Machado, o criador do Alienista.
