Inverno
O amor seguem as quatro estações ... brota na primavera, floresce no verão, murcha no outono e desaparece no inverno. Mas, se for forte o bastante a ponto de enraizar ... brota novamente na primavera!
AMANHECER (soneto)
O sol do cerrado, hoje nasceu no cantinho
da página do horizonte, e o vento friorento
opaco, a chiar na fresta, com olhar sedento
abraçando o dia e, brindado com remoinho
E no cantinho da pauta do céu, momento
dum novo alvorecer, engrunhado, mansinho
encimando o inverno no sertão torvelinho
num ritmo trêmulo, mas cheio de elemento
E o coração na janela d'alma observando
suspenso nos pensamentos, devaneando
enquanto o tempo tingia o olhar de magia
Neste amanhecer da vida de sol brando
que nasce ali no cantinho, dia formando
meus sonhos vão sonhando em romaria...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2017, junho – Cerrado goiano
De uma estação a outra
Passar de fase, entender o momento, encontrar o abrigo certo para o coração e depois poder transbordar de amor é a mesma coisa que passar por um inverno melancólico e cheio de riscos e depois garantir a condição de fertilidade e exposição da natureza em uma bela primavera.
Se tu choras por um amor não correspondido, fraco és!
Não porque amas, mas por ter entregado nas mãos do outro todo o seu eu, vivendo um eterno inverno.
Rudes montanhas agrestes,
Despidas de preconceitos;
Clamam pelas vossas vestes,
Desnudadas de defeitos.
in VERSOS - Trovas e Sonetos
"Folhas secas destorcem meu caminho
Antes eu era o sol
Hoje sou apenas a brisa leve
De uma tarde de inverno.
Meus passos ainda cansados
Procuram repouso
Mas só vejo folhas
Encobrindo o rastro que um dia
Criastes para mim...
A natureza desta vez foi mais forte
E me perdi de você..."
Somente quem já atravessou vários invernos sabe que não é qualquer ventinho de outono que vai atrasar a primavera.
Sobre você:
Não há primavera se não houver sua alegria. Não há campo de flores se não houver seu sorriso. Sem a sua essência não haverá luar. Não há brilho se não houver o seu olhar.
Não há azul no céu se não refletir seus olhos. Só há uma rosa no inverno, à infinita sonata dos corvos. ❄☁
Enquanto se esforçava pra fazer da vida dele Primavera florida ele fazia da dela longos dias de inverno sombrio. Mas ela era girassol, precisava do verão, precisava tentar acha-lo!
No verão o sol brilha intensamente e as plantas crescem.
No outono o vento desfolha as árvores e as paisagens ficam cinza.
No inverno chuvas, frio, gelo e neve fazem as plantas ficarem ociosas.
Mas com a chegada da primavera a vida renasce e as cores voltam a prevalecer.
Assim são as nossas vidas, passamos também por várias estações que fazem a gente crescer, termos paciência, prudência, resignação, renascimento, esperança, paz, tristeza, alegria e felicidade.
Como a natureza, vamos fazer a transformação de tudo aquilo que nós queremos mudar.
Por que a natureza faz a dela com perfeição.
apenas um breve
no invernado do cerrado, ipês, flóreo
num gesto leve, pintando o dia
a surpresa do encanto deste arbóreo
redigi no devaneio, sutil poesia
matizado o chão de fugaz fragilidade
onde decanta a vida em romaria
e a natureza recita-se em suavidade
num cântico breve de doce magia
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
IPÊ ROSA (soneto)
Cálice róseo de fugaz formosura
Donde vem teu matizado, o tom
Que o árido cerrado te escultura
No agreste, num veludo crepom
Sois volúpia em flor, tal bravura
Doidas da "sequia", audaz dom
Onde catou a tua cor, ó candura
Belo buquê em poema tão bom
Teus segredos ao olhar rouxinol
Em um canto dum verso e prosa
O teu frescor abrigo no avido sol
Ó almas feitas, casta, tal estriga
Copiosas a esvoaçar ipês, rosa
Na savana goiana toada cantiga
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
A Folha
Aquela folha amarelada e já castigada por pragas não veio trazida pelo vento, foi o meu cão quem trouxe. Na face da folha já moribunda os buracos feitos pelas lagartas e a marca de ferrugem gravada em sua pele devido à ação do tempo. Sinal da vida se esvaindo por entre os dedos e da morte se aproximando e se fazendo perceber. Em minhas mãos a percepção da dor e do lamento na alma, por entender a importância daquela simples folha e às inúmeras fotossínteses a que ela se prestou ao longo de toda a sua vida. É mais uma estação que se encerra e mais uma folha que cai e ao sabor do vento é levada. Nos olhos do meu cão o pedido de socorro: Salve-a, por favor!
Lá fora faz frio, dentro de muitas casas também, as pessoas estão frias e tão sós quanto ao pobre morador de rua, e nenhum conforto vai aquecê-las.
" A oração me lembra a vida de alguém que busca lenha durante o verão,pode não ter sentido carregar fardos durante o tempo quente,mas quando chegar o inverno você terá o suficiente para se manter aquecido"
Quatro estações .
E eu que te vi pé de manga
sem nunca te apedrejar
eu desejei tua sombra
Pra nela me sombrear
Mas eras mangueira orgulhosa
Tua sombra me negava
Tu metida a manga espada
E eu te quis manga rosa
Te aprimaverastes de flores
Pra eu não te manguezá
E eu me veraniei
Pra meu calor te esquentar
Depois me outonizei
Tuas fores desnudei
E serei chuva de beijos
Te molharei de desejos
E serei teu invernar.
Jardel Cavalcante.
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