Ilusão de Amor
Pense em teu querer,
mas sem muita ilusão,
lute pelo que deseje,
mas sem ferir o coração
O que hoje parece ser,
amanhã, talvez, não mais
e apenas sofrerá se quiser,
procure viver em paz !
Esquece os teus "amores".
Eles não são teus...
São "viagens" dos teus sentimentos e acredite...
O cotidiano é o verdadeiro espelho da realidade.
O tempo é algo esclarecedor, ele amadurece decisões e diminui a dor.
As ilusões se desfazem em mentiras ou verdades, mas sempre se desfaz.
O tempo que se foi não volta mais nem minutos, ou anos tanto faz.
Passou, morreu, se foi, fudeu...
O tempo me mostrou quem sou eu... ao morto reviceu, pois em qualquer agonia do dia a dia vem logo em mente minha sina, que ao tempo sobreviveu la dentro do meu eu, e vez por outra renasce...
O que me dá a ilusão de jamais ter sido um iludido é que nunca amei nada sem ao mesmo tempo odiá-lo.
Na incerteza desse amor
Me pego muitas vezes em dúvidas
Se eu te amo ainda mais, ou deixo de te amar
As vezes penso que esse amor é mera ilusão
E muitas das vezes a certeza de te amar invade o meu coração
Na dúvida de te amar ou não
A esperança e o amor que sinto por você
Vai muito além do coração.
Para me acostumar
a tua infinita ausência
engano o meu coração
dizendo que sei me virar
Então vêm músicas, lugares
ciúmes e planos
a me torturar
E é assim...
"Você jamais saberá querido,
a falta que você faz em mim"
"Tempo vem me enganar... No passado era lento, agora a me desafiar, mostra que estava correndo enquanto fingia vaguear; tudo o que perdi e o que deixei de ganhar."
Encontrei nos seus braços o conforto que eu procurava, e na indiferença do seu amor, o motivo que me fez partir.
Amor, o paradoxo da humanidade. Palavra religiosa de salvação. Projetado em algo ou alguém de forma particular passível da falsa sensação de reciprocidade. Busca incessante de realização e felicidade. Expectativa que sentencia, julga e condena o amado. Tribunal dos "vencedores", dos donos da "razão", do controle em desequilíbrio, ilusões no palco da vida. O desejo de ser amado como a quem manobra um fantoche. Moldar, controlar, manipular...
Amor, estado pleno e incondicional de amar sem esperar nada em troca. Servir e servir por sentir amar tudo. Tudo é amor. Desconstruir os muros e barreiras emocionais, fazer o lado dentro ser o lado de fora e assim vice-versa. Saber usar a razão de que tudo é o que tem que ser. O amor é o ato revolucionário de amar e só amar. Nada além disso. Amar verdadeiramente tudo para que nada seja desamor.
Jamais jogue o seu brilho no lixo, por achar o do outro mais reluzente... essa troca é ilusória e expira; fatal e irreversível (...).
Amor é igual o mar, mais fundo que vamos, se afogamos, e oque machuca é oque tem lá no final dele...
Canção / Samba
Samba de Um Amor com Triste Fim
Se meu pranto não cessar, até que o dia amanheça
Eu vou te procurar, me dê um remédio que me adormeça
Meu coração já não sabe o que faz, com tanto sentir
Passo a noite acordada, sonhando...
Me sentindo culpada por não dormir
Na sua mesa eu vou chorar
Pois o devaneio se instalou em mim
Me seduzi pela beleza
De um amor com triste fim
A manhã já passou
Mas o meu pranto não quer cessar
Se seca ele; chora o meu coração
Em segredo a fantasiar...
Se meu sono não voltar
Até que eu enlouqueça
Eu vou te procurar
Me dê um remédio que me entorpeça
Para você vou implorar, na sua mesa....
Não deixe que eu me perca
Ter razão para amar dói na alma e na cabeça.
Construir um castelo para uma pessoa e ela simplesmente destruir para viver na ilusão é uma cicatriz para sempre.
CUIDA DE TI, CORAÇÃO
Cuida de ti, coração, pra não ter desgosto
Mais, nos teus devaneios e tuas quimeras
Numa dança das abaçanadas atmosferas
Insista naquele poético âmbito proposto
Mostre a sensação e o espírito composto
As batidas meigas, dispostas e tão meras
A esperança que nos desejos são esperas
Deixai a alma saciada, tão cheia de gosto
Cuida de ti, ó coração, sem o duro temor
Sente e perceba o teu melhor aonde for
Arranca do teu peito essa sofrida ferida
Sempre tem a quem se dar na tal certeza
Aquele olhar, os mimos, a doce gentileza
Sem ficar, à beira, tão disperso... te cuida!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 fevereiro, 2022, 19’19” – Araguari, MG
