Ficção

Quando os novos primatas desenvolveram redes de cooperação altruístas e involuntárias, o cerne sempre esteve na exploração. Escravos construíram campos de batalha onde escravos se digladiavam até a morte para suprir a ociosidade dos seus senhores. Assim, parece que a alma sapiens, transportada, transforma sua violência em si mesma, se não for fornecido algo para se opor a ela, e, portanto, sempre requer um objeto para o qual apontar e atirar. E vemos que a alma sapiens, em suas paixões, em seu código de Hamurabi, em seu Zoloft, inclina-se a enganar-se, criando um sujeito falso e fantasioso, mesmo contrário a sua própria crença arruinada diante de seu rosto.

Me inundo de referências, observo a realidade e sou vitima dos sentimentos. Mas ao colocar tudo que vivencio misturado, nasce as ideias. Faço ficção, com muita realidade.

"O álcool leva ao lugar-comum, à vulgaridade dos tipos rasos."

Mas eu vi deus escrevendo
E sobre seu lado esquerdo uma taça
Ele bebia do pecado humano
Ele engolia porque acreditava que tudo podia melhorar
Ele jorrava lágrimas pelo céu
E as pessoas acreditando que era só
Chuva
Mas Deus chorava de arrependimento
Pelo seu erro,porque criastes a humanidade?

Preocupa-me o que dirão de mim. Historiadores podem fazer o que quiserem com o passado. Daqui a mil anos, serei recordado como o homem que protegeu a humanidade de um mal poderoso? Ou serei lembrado como o tirano que arrogantemente tentou se converter em lenda?

Você tem paixão por matar, mas precisa encontrar a paixão por viver.

Ela atira como um sonho e carrega pequenas granadas na blusa (...). Acho que estou apaixonado.

Os únicos momentos em que realmente sei quem sou são aqueles em que coloco o casaco de bruma, prendo as armas na cintura e saio numa caçada a homens raivosos.

Os poemas que traço
nunca dedico a alguém
escrevo ao mundo e o faço
porque sou do mundo também

Palavras que vão e vem
ficção e alguma realidade
sempre poderão fazer bem
a quem as ler de verdade

Surto 1- A cinderela

Pois é, imagibe a pessoa mais doce e amável que alguém possa ter na vida, assim era ela, cheia de fantasias, sonhis, toda encantada, distribuia todo carinho e amor do mundo, seu quarto era de uma verdadeira princesa, cheio de magia, gostava de vestir-se de belos vestidos, sempre de salto, quão bela era ela, chamava a atenção de todos que se aproximavam dela eram apenas "bobos", a usava, abusava dos seus sentimentos e a deixavam de lado e cada um que passou, deixou nela cicatrizes, incuráveis. Um belo dia, ela acordou, meio desajeitada e triste, passou o dia se olhando no espelho dentro do seu quarto, mas na sua cabeça não se passava nada, apenas estado de transe. A meia noite vestiu seu melhor vestido e um salto de cristal e saiu para o melhor bar da cidade, tão atraente como sempre, aguardando o primeiro moço a se aproximar dela, e assim aconteceu, como um bom galanteador, a conquistou, pobre homem, ela o levou para seu quarto mágico o deitou na cama e com promessas de uma noite maravilhisa, ela pediu seu coração e assim ele deu, ela o amarrou na cama e foi arrumar-se no banheiro para "matar" no sentido literal da palavra, ela subiu em cima daquele rapaz e o abriu, arrancou seu coração e colocou em um pote, depois livrou-se do corpo. E assim o ritual se repetia, toda sexta feira a meia noite, um rapaz diferente tinha seu coração arrancado e colocado dentro de um pote como trofeu. Afinal, tão doce era ela que o amor a matou e hoje, ela mata por amor.

Hoje na contemporaneidade vivemos a contra- mão da evolução racional, emocional e espiritual pois a vida na realidade é mil vezes mais violenta, trágica e assustadora que qualquer ficção.

A arte do Pangolelê...



A marcha compassada do Bertrano, era breve e indicava duas realidades: a idade já avançada do pardo cavalo e o peso da carroça que puxava, uma velha carroça coberta em lona colorida, tatuada em desenhos que remontavam à lembrança a magia da arte circense.

Era nela que o palhaço Bambolin, seguia à frente da caravana e nela, cabia tamanha alegria que ia do nariz de bolinha à peruca vermelha e todas as peças que ele vestia: roupas de cetim com formas de toda cor, todas bem cuidadas, guardadas em baús de madeira, que juntos, servia de cama para dormir, durante a viagem, a trapezista que também era atriz e não abria mão de fazer de sua arte, motivo para todo povo se emocionar e também, sorrir.

Circo sem bicho, sem cobertura, sem bilheteria, sem bancos nem cadeiras, sem hora nem lugar pro show que não pode parar.

As atrações eram tantas que cabia um mundo de sonhos na imaginação de menina, de menino, de gente grande, que viam nas trapalhadas do palhaço e no voo do homem bala, no estranho gigante João correndo atrás do anão trapalhão, na curiosa mulher de barba e se admiravam com Gismundo, o homem mais forte do mundo.

Mas havia um momento de tensão, a apresentação da bela trapezista, que também era atriz e, de um lado pro outro, recitava, cantava e encantava a plateia!

A cartomante, nascida em Lisboa, além de interpretar o que via nas cartas, “lia mão”, adivinhava o futuro e dizia que bastava um tostão pra pagar a adivinhação.

O circo Pangolelê, era itinerante! Tinha somente artistas da vida, operários da felicidade, gente que tinha por regra, a falta de regras, naqueles eternos minutos que a atenção que recebiam, em encanto se fazia.

Ali, não cabiam sentidos e nem lembranças de sofrer, e pelo querer, transportavam a plateia para um universo de emoção e ficção!

⁠As pessoas tornaram-se os maiores atores que a cinematografia da vida já produziu. Dublam a voz da felicidade, simulam sentimentos e fingem ser o que não são, enaltecendo a ficção. 🎬🎞️🎥

⁠Destruição e restauração se repetem.
Desde o big bang, há 13,8 bilhões de anos,
os átomos que formam nosso corpo
se juntaram,
viraram estrelas,
queimaram, foram comprimidos
e liberados.
Mais uma vez, formam espirais, se misturam
e se separam.
Algum dia, quando a vida morrer,
e a Terra chegar ao fim...
voltaremos a fazer parte
de uma grande espiral.
É por isso...
Vamos nos reencontrar.

⁠O gato cobra prateado caminha silenciosamente na relva todas as noites, procurando sapos e calangos para o abate.

Prisão imaginária.
Eu estou preso. Preso em um lugar grande e fechado, praticamente impossível de escapar. Estou nesta imensa prisão há anos. Eu juro que tentei. Juro por TUDO que tentei sair dela, mas sempre que eu acho um caminho... vejo que era somente uma mera ilusão, fazendo com que eu acreditasse em uma possível saída... mas, na verdade, essa saída é inexistente. Eu não aguento mais. Eu preciso de ajuda! Isso não é uma brincadeira, eu estou preso e não consigo sair. O arrependimento de tudo é muito grande. Isso está me corroendo por dentro; me desmantelando por dentro. Tenho medo de, algum dia, o motivo de eu estar nesta prisão... passe a ser trivial para mim.
E eu penso que sou diferente por causa disso, pois várias pessoas ficaram presas por um tempo extremamente diferente do meu... várias pessoas conseguiram pôr um fim nisso, e eu ainda estou aqui... imobilizado por minha própria mente, intrujado por meus pensamentos corriqueiros que só vão dar no motivo do meu enclausuramento. Ninguém, além de mim, sabe o quanto quero ser libertado disso. Está me matando cada vez mais... me arruinando por dentro sem parar; destruindo meu interior, desmanchando tudo que eu construí.
Todavia, não consigo viver, não consigo parar de pensar nisso, não consigo focar meus pensamentos em outra coisa. Fecho meus olhos e, de repente, já me deparo com tudo. Defronto com meu lado sombrio, com as coisas que já fiz, e que sou capaz de fazer... todos os arrependimentos, os pedidos de perdão, as promessas falhas e em vão. Algumas pessoas me veem como "O Garoto perfeito"... tolas, tão pouco sabem sobre mim. Mal sabem do meu lado sombrio, da minha outra metade... da minha outra face, das coisas que já fiz. Eu quero mudar, quero ser diferente, quero parar com isso! Entretanto, não consigo sozinho, preciso de ajuda. Estou em uma linha extremamente tênue que pode se romper a qualquer momento e me tirar do caminho... me jogar para fora do lado certo. Quero permanecer do lado indubitável. Quero voltar a ser normal. Normal igual a todas as outras pessoas que não sofrem com isso... anseio por libertação e, finalmente, poder voar; florescer. 🦋
FARIA, RC. 2019

A projeção criou forma na tela dos sentidos. Não conteve as lágrimas ao perceber que a realidade tinha o formato da ficção.

Eu sou o primeiro humano que descobriu provas de uma inteligência alienígena.

Tome cuidado, você não sabe o que poderá encontrar.

Vamos tirar nossos filhos desse planeta.