Exemplos de Fábula

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O lobo e o cordeiro

Quando foi perguntado para um antigo ermitão do sertão do Serro Azul: por que há pessoas boas e outras más? A resposta foi a seguinte:

– Dentro de nós temos de um lado um lobo faminto, e do outro um cordeiro cheio de amor. Os dois se vigiam, separados apenas por uma frágil cerca.
Quando lhe perguntaram até quando o cordeiro estará seguro, ele respondeu:
– Até quando a cerca estiver em pé: enquanto o cordeiro desconfiar da cerca e, enquanto o lobo respeitá-la.

Cuidado com o que deseja! - Dizia a fábula, como aviso de que devemos ter primeiro responsabilidade antes de ousar querer qualquer coisa que não nos pertença. Sentimentos, assim como gênios, são etéreos, invisíveis; e mesmo assim materializam sonhos. O querer reconhece fronteiras, mas o sentir... Ah, esse é indomável.

Nós buscamos a felicidade por toda parte, mas somos como o mendigo da fábula de Tolstói, que passou a vida sentado em cima de um pote de dinheiro, mendigando centavos a de todos os passantes, sem saber que sua fortuna estava bem debaixo dele o tempo todo. O seu tesouro - a sua perfeição - já está dentro de você. Porém, para acessá-lo você precisa deixar pra trás o frenesi da mente e abandonar os desejos do ego, e adentrar o silêncio do coração.

Fábula : "O vagalume e a serpente" Certa vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume. Depois de três dias de perseguição incessante, e já sem forças, o vaga-lume parou e se dirigiu à serpente: – Posso lhe fazer uma pergunta? – Nunca dei ouvidos a uma presa, mas, como vou devorá-lo, pode perguntar... – Eu pertenço à sua cadeia alimentar? – Não. – Já lhe fiz algum mal? – Não. – Então, por que você quer acabar comigo? Após meditar um tempinho, a serpente respondeu: – Porque não suporto vê-lo brilhar". (fábula citada por Allan Percy em livro sobre Oscar Wilde)

Tempos modernos.

Acerca de um plágio. (Moacyr Scliar sendo plagiado)
Poeta engajado refém de estranho rito,
Pode ser que se lembre que alguém tenha dito
Não ser nada bom se iludir por presságio,
Muito menos tentar triunfar com um plágio.

Presenciamos de fato escassez de idéias.
Muitos tentam, então, se valer das alheias.
Desempenho papéis que ainda não tive.
Eu que era escritor, me tornei detetive...

Veja bem, aprecie esse meu desconforto.
Outro dia, vagando pelos cais do porto,
Eis que chega um barco com dois tripulantes,
Mas lembrei, sem querer, ter já visto isso “antes”.

Lá no bote avistei um rapaz e uma fera.
Só que ainda distante não sabia o que era.
Meu olhar atreveu-se a flanar até lá
E notou na coleira: “made in Canadá”

Fato estranho, comum nesses tempos que correm.
As idéias circulam. Quem disse que morrem?
Ter escrito primeiro nem vale a pena,
Eis que chega um outro e rouba-lhe a cena.

Não contente com esse pequeno estrago,
Esse outro, que pesca nas ondas do vago,
Pai adotivo dessa bela história,
Reivindica direitos à fama e à glória.

Discutamos se aquilo era uma pantera,
Qual seria de fato a raça da fera,
Se o outro sairia a pé ou de maca,
Ou pior, se a pantera no fundo era vaca?

Se era mesmo um felino, então como fica?
Se era onça, pantera ou jaguatirica.
Se o palco era um barco, um bote ou jangada,
Caso haja barulho será ele por nada?

No meio de tantas refregas pungentes,
Defendemos os frangos, quebramos patentes.
A OMC se alça, sublime guerreira.
Para , enfim, decidir de quem é a coleira.

Moral

Para as fábulas sabemos, só importa a moral
Para autores, se lhes falta, o estrago é parcial.
Lauréis se conseguem, é mais fácil hoje em dia,
Pois se falta a primeira, mostram a segunda via.

Em uma aldeia havia um mestre religioso, que falava sobre o propósito das religiões. Um dia uma grande multidão, formada por diversas tradições religiosas, reuniu-se para escutá-lo. Então um homem na multidão lhe perguntou. “Mestre, qual é o objetivo de todas as religiões?” O mestre lhe respondeu: “como a água tem sua fonte no topo da montanha e ela transforma-se em diversos rios fluindo até ao mar, da mesma forma o único Deus é visto por diversos ângulos pelas pessoas diferentes. Assim as diversas religiões são criadas ou fundadas pelos seres humanos, mas cada religião tem um propósito de chegar a um único Deus. Somente as regras é que são diferentes"

UMA FÁBULA DO QUOTIDIANO

No prédio que estou a morar,
Lá no alto, escuto as aves a falar:
Vamos alegrar a ele com meu cantar,
Em troca, a nossa sujeira irá limpar,
E a nós sempre irá alimentar!
Não existe presente falava um sabiá,a voar
Se não houver em troca, nada a dar,
Não é interesse que estão a demonstrar,
Mas consideração a alegria que estão a dar
No seu canto belo, e ímpar
Que escuto, todo dia ao acordar
Com isso vi o que poucos vão acreditar
O elogio à natureza está no dela tratar,
Se bem, colhes a mais bela vida que há!

Fábula da Fábula

Era uma vez
Uma fábula famosa,
Alimentícia
E moralizadora,
Que, em verso e prosa,
Toda a gente
Inteligente,
Prudente
E sabedora
Repetia
Aos filhos,
Aos netos
E aos bisnetos,
À base duns insectos,
De que não vale a pena fixar o nome.
A fábula garantia
Que quem cantava morria
De fome.
E, realmente...
Simplesmente,
Enquanto a fábula contava,
Um demónio secreto segredava
Ao ouvido secreto
De cada criatura
Que quem não cantava
Morria de fartura.

Miguel Torga
TORGA, M., Antologia Poética

Uma fábula sobre diferentes maneiras de ser estudante

Essa é uma história que se passa em qualquer canto do Brasil, em qualquer escola, qualquer aluno, comigo, com você.

Eram quatro rapazes que estudavam numa escola em uma mesma classe: Arrependido, falso, mínimo e quero-tentar

Arrependido, era um aluno desanimado com os estudos, não fazia nada na sala de aula, e muito menos os deveres de casa.
Não pensava no seu futuro, vivia achando que estava perdendo tempo em sala de aula e por isso arrependia-se de não ficar nas ruas com
seus colegas. Por não gostar de estudar, vivia tirando notas baixas.

Falso, era um cara mentiroso e pouco preguiçoso com os estudos. Ou copiava de alguém, ou falsificava o que fazia. Na realidade, não fazia nada e era tão falso quanto a sua própria nota - apesar de ser razoável, pois tudo que precisava era colar ou confiar no amigo na hora da avaliação. Raramente isso falhava.

Mínimo, um rapaz que não pensava em ir muito longe, para este o que importava era uma nota que o aprovasse. Portanto, estudava pouco, mas não “colava” nas avaliações e não passava disso: 60% era o bastante. Contentava-se com esse mínimo. Sempre tinha um pensamento “tenho boas notas por que não perdi nenhuma”

Quero-tentar, gostava do que fazia. Quando lhe apresentavam algo novo, um problema que ele não soubesse, dizia “vou tentar resolvê-lo” e sempre conseguia. Não estudava para tirar boas notas e sim aprender. Este era aluno todos os dias e sua persistência o ajudava vencer.

Assim Quero-tentar era o primeiro da classe em termos de aprendizagem. Mínimo era o penúltimo. Falso era o último, pois só tinha nota e não sabia de nada e Arrependido, abandonou a escola.

Hoje são homens feitos e cada um tem o seu destino:
Arrependido, mora numa grande favela chamada Tarde-demais.
Falso queria ser político, mas foi condenado por um juiz chamado Verdade.
Mínimo, com seu conhecimento mínimo, é soldado mínimo das Forças armadas, ganha um salário mínimo, com um comandante muito exigente chamado Máximo que lhe cobra 100%.

Quero Tentar se saiu melhor e hoje é presidente de um país chamado "Republica democrática dos sucessos".

Fábula ⁠A Lebre e a Tartaruga

Uma tartaruga e uma lebre discutiam sobre qual era a mais rápida. E, então, marcaram um dia e um lugar e se separaram.

Ora, a lebre, confiando em sua rapidez natural, não se apressou em correr, deitou-se no caminho e dormiu. Mas a tartaruga, consciente de sua lentidão, não parou de correr e, assim, ultrapassou a lebre que dormia e chegou ao fim, obtendo a vitória.

Fábula dos dois leões

Diz que eram dois leões que fugiram do Jardim Zoológico. Na hora da fuga cada um tomou um rumo, para despistar os perseguidores. Um dos leões foi para as matas da Tijuca e outro foi para o centro da cidade. Procuraram os leões de todo jeito mas ninguém encontrou. Tinham sumido, que nem o leite.

Vai daí, depois de uma semana, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas da Tijuca. Voltou magro, faminto e alquebrado. Foi preciso pedir a um deputado do PTB que arranjasse vaga para ele no Jardim Zoológico outra vez, porque ninguém via vantagem em reintegrar um leão tão carcomido assim. E, como deputado do PTB arranja sempre colocação para quem não interessa colocar, o leão foi reconduzido à sua jaula.

Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrava do leão que fugira para o centro da cidade quando, lá um dia, o bruto foi recapturado. Voltou para o Jardim Zoológico gordo, sadio, vendendo saúde. Apresentava aquele ar próspero do Augusto Frederico Schmidt que, para certas coisas, também é leão.

Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para as florestas da Tijuca disse pro coleguinha: – Puxa, rapaz, como é que você conseguiu ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com essa saúde? Eu, que fugi para as matas da Tijuca, tive que pedir arreglo, porque quase não encontrava o que comer, como é então que você… vá, diz como foi.

O outro leão então explicou: – Eu meti os peitos e fui me esconder numa repartição pública. Cada dia eu comia um funcionário e ninguém dava por falta dele.

– E por que voltou pra cá? Tinham acabado os funcionários?

– Nada disso. O que não acaba no Brasil é funcionário público. É que eu cometi um erro gravíssimo. Comi o diretor, idem um chefe de seção, funcionários diversos, ninguém dava por falta. No dia em que eu comi o cara que servia o cafezinho… me apanharam.

FÁBULA DO FUTEBOL

A bola vai rolar em campo aberto
sem linhas demarcando esta partida
de futebol sem árbitro e torcida,
mas eu, só de bobeira, estou por perto.

E vejo que rolou a bola, certo
da alegre apoteose sem medida
que o gol ensejará em minha vida,
mantendo a vista atenta, fico esperto.

Jogadas de espetáculo circense
empolgam-me no início, estou contente,
com ânimo de time que só vence.

Depois, eu torço feito um penitente,
mas que jogada heroica há que compense
um campo de traçado e gols ausentes?

Inserida por mskawanami

Há aquela velha e boa fábula que conta a história do menino que sempre alarmava um falso ataque do lobo às brancas indefesas ovelhas. O Pastor, prestativo e atento, sempre acreditava nos falsos avisos do garoto. Quase sempre, um dia o Pastor se cansou. Justamente no dia em que o ataque era verdadeiro. O menino desesperado gritava pela ajuda do Pastor enquanto as ovelhas eram mortas.
Outra versão da fábula, mas com o mesmo efeito moralizante, é a do beija-flor que sempre dava enganosos alertas de incêndio na floresta. A inconsequente ave divertia-se ao ver toda a fauna mobilizar-se a fim apagar o que nunca existiu. Até que um certo dia... todos sabemos o que aconteceu.


Transpondo a fábula à realidade, apesar de não ser o garoto ou o beija-flor, por muito tempo emiti falsos sinais. Distribuí indícios e promessas de algo grandioso. Expressei, amiúde, (com uma dissimulação de fazer inveja a Capitu) sentimentos de bem-querer. Manifestei e fiz transparecer um amor sem começo nem fim.

Tal como o beija-flor ou o garoto, talvez tenha agido com o intuito de suprimir a pungente pequenez a que estava fadado. Fomos, eu e meus personagens, por muito tempo o centro das atenções. Nos divertíamos às custas da credulidade alheia. Crédulos que, por inocência ou ignorância, sempre guardavam na memória lembranças daquilo que, de fato, nunca existiu. Exceto em sonhos.


Hoje, por ironia do destino, minha história vai terminando como a de meus caros companheiros, o garoto e o beija-flor. Somos iguais em descrédito e desgraça. Hodiernamente, por mais sinceras e eloquentes sejam nossas palavras, ninguém mais dá ouvidos a elas. Eu não matei nenhuma ovelha. Quero, assim como o Pastor, cuidar do meu rebanho de um só exemplar. O que, no entanto e infelizmente, é impossível. Transformei-me no Lobo da história.

Eu tampouco quero apagar essa chama que sempre fantasiei ter, mas que só agora a conheço verdadeiramente. [Almejos sem meios. (Sonhos vãos). Não voltam.] O beija-flor que sempre fui, apesar de ter experimentado tantas rosas, apaixonou-se por uma flor intocável. Delicada demais para um lobo; grande demais para um pequeno e dissimulado beija-flor.


E o final dessa história... eu quero mudá-lo.


Nem todas as flores têm a mesma sorte: umas nascem para enfeitar a vida; outras, a morte.

Inserida por FernandoArataque

Fábula Antiga

No princípio do mundo o Amor não era cego;
Via mesmo através da escuridão cerrada
Com pupilas de Lince em olhos de Morcego.

Mas um dia, brincando, a Demência, irritada,
Num ímpeto de fúria os seus olhos vazou;
Foi a Demência logo às feras condenada,

Mas Júpiter, sorrindo, a pena comutou.
A Demência ficou apenas obrigada
A acompanhar o Amor, visto que ela o cegou,

Como um pobre que leva um cego pela estrada.
Unidos desde então por invisíveis laços
Quando a Amor empreende a mais simples jornada,
Vai a Demência adiante a conduzir-lhe os passos

Inserida por julimaer

Minha fábula

A sua forma delicada
Tão reluzente
Ali parada
Na minha frente

Emitindo um brilho
Sem receber nada
Vejo uma mãe com um filho
As mãos enlaçadas

Um homem num cavalo
Segurando firme sua espada
Enfiando no dragão até o calo
Parece que fica encravada

Imaginação voa acolá
Aproximando-se sua lucidez amplia
Beleza sem palavras para defini-la
Sentido perante esse encanto sumia

Poucos segundo desaparece
Volta ainda mais perfeita
Graça que enlouquece
Ninguém entende como foi feita

Inserida por dionyperoli

HAROBED: UM SENTIDO

Entre a fábula e o real
Existe um sentido.
Tu que não és víbora,
És púrpura, pura mágica,
É pérola, é pássaro!
Logo tu que nunca foste víbora,
És psíquica, és récita,
És sápida e tântrica!
Tu mesmo inexata víbora,
Minha mácula, minha régia
Tu és única de fato
Tu és, falsa víbora, o meu sentido!

Inserida por fmprobo

FÁBULA

Ao levantar abro a janela
e presencio o nascer do sol
uma paisagem tão bela!

Os passarinhos logo vêm a cantar
agradecer a mãe natureza
que faz um espetáculo de arrasar

As cigarras começam a chiar
os sapos ficam pulando
e as formigas trabalhando

E durante alguns minutos o galo fica cantando
o cachorro começa a latir
e o gato fica miando

Forma - se um coral divino
uma energia que fortalece a alma

E ao fechar a janela
vejo os galhos das árvores gesticulando em sinal de tchau
e antes de ir trabalhar, reflito:
“que pena que tudo isto está se acabando”.

Inserida por linconcruz

FÁBULA

Visto-me com os trapos do amor,
Devassando-me com a louca paixão
Dos amores que ferem sem pudor,
Sem pensar no meu pobre coração...

Eu quis ter um amor que não era meu!
Para que, assim, fosse embora a solidão...
Fantasia d’um doido que, então, morreu,
Como essência esparramada pelo chão!

Mas, eu hei-de ter o afeto verdadeiro,
Terno, doce, meigo, assim sisudo...
Que seja o último, porém, o primeiro!

E conhecer um dia o seu conteúdo,
Lhano, amável, leal, assim inteiro...
Sincero! E que me ame mais que tudo!

Inserida por acessorialpoeta

Fábula

Há um instante em que me tranco no silêncio
Fico lá dentro escrevendo coisas fúteis,
Lícitas depravações,
Lapidando segredos, inventando paixões,

Discutindo política, literatura, filosofia
Às vezes choro, sorrio, rezo...
Falo com Deus, falo anjos
Com o cão, com o gato
Dialogo com a mobília...

Uma fabula me convém
Protege-me e me detém
Mostra-me no fundo
Eu, dentre outros mundos

Inserida por EdinaldoSoares

"Fabula do maltrapilho Rei"
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Logo pensei
isso é real ?
não sei
será que sou pobre ?
talvez
mas me sinto nobre
um Rei
depois de alguns goles
Quando no Nirvana faço agir
como em pasárgada
causo furor poético
de forma desordenada
não ligo
juro que não ligo !
se me olhas como trapo
magro, feio e sujo
nas calçadas de seu mundo
entorpecido me transporto
sem pedir licença a ninguém
pois em meu mundo sou rei
na hora em que me convém
e quando me vêem apagado
e balançarem as cabeças pra o lado
saibam que estou em meu mundo
onde Mansa Musa 1°
me toma dinheiro emprestado.

Inserida por AlexMiranda