Francisco Mellão Laraya

Encontrados 23 pensamentos de Francisco Mellão Laraya

O AMOR

Amar é: a procura da imagem
De si mesmo no outro, não é miragem,
É pura psicologia, pois sobre isto não mentia
Freud, nem aos outros iludia !

Quando se ama, então, veja que bobagem,
Ama-se a si amando, e não é molecagem,
Por isso páginas de mais pura poesia
São escritas, num relacionamento que ia

Desabrochando, ou morrendo, sem vantagem;
Pois quando perdemos a si mesmo, quer dizer que foi alguém
Que perdemos, nosso espelho foi-se de bagagem!

Neste passado, lembro que sofria,
De um presente que muito sofria,
Um amor que por mim vivia !

Inserida por Shirley-Cavalcante

A REAL ESTÓRIA DE BRANCA DE NEVE

Conta a lenda, que existia,
No mundo dos sonhos,
Onde todos se refugiam,
Uma rainha má,
Porém muito bela.
Ela tinha um sábio espelho,
Que jamais mentia.
Um dia ela, insegura de si,
De sua beleza,
Perguntou: Espelho meu,
Existe alguém mais bela do que eu?
No que o espelho respondeu:
Fisicamente não!
Mas não sou bom avaliador,
Coloque um pouco de você
Em um papel,
Escreva
Poesias que retratem sua alma.
Se for bela,
Farás parte um dia da literatura,
E todos lembrar-se-ão de você,
Se não...
Estarás fadada
Ao mundo do esquecimento!

Inserida por Shirley-Cavalcante

Entre a mão que trabalha,
E a cabeça que pensa:
Têm um coração que sente!

E se fosse?
Entre a mão que sente,
E a cabeça que trabalha:
Têm um coração que pensa!

Mas no fundo é:
Entre a mão que trabalha,
E a cabeça que sente:
Têm um coração que pensa!
E todas são verdadeiras !

Inserida por Shirley-Cavalcante

ILUMINAÇÃO

Deus criou o homem sua imagem
E semelhança,
Nós refletimos o Divino
Tentamos ser o espelho de Jesus
Em nossos atos, fatos,
Pensamentos e sentimentos.
A grande aspiração humana
De vencer o esquecimento
Encontra-se resolvida na iluminação,
No contato profundo
Com a Divindade,
Não perde-se a individualidade,
Mas ganha-se uma maior,
É-se o tudo,
Mesmo que este tudo
Não seja nada!

Inserida por Shirley-Cavalcante

O FILHO QUE NÃO FIZ

Tem noites que penso
No filho que sempre foi projeto
E nunca aconteceu.
Tenho uma ideia clara
Do filho que gostaria ter,
E esta mistura de sonho e ilusão,
Brinca com meus pensamentos.
Muitas vezes, ao me deitar,
Penso na criança
Imaginária
Que joga meus pensamentos
Ao ar, só pela diversão,
De vê-los flutuar ao cair...
Depois enche-me de sonhos
E pensamentos bons,
E estou eu, a sorrir,
E dormir!
Muitas vezes, nas decisões,
Na dúvida entre o correto
E o mais lucrativo,
Fico com o primeiro,
É a minha criança,
O meu grande conselheiro!

A criança que não fiz,
Faz-se a si mesma,
E vive dentro de mim!

Inserida por Shirley-Cavalcante

UMA FÁBULA DO QUOTIDIANO

No prédio que estou a morar,
Lá no alto, escuto as aves a falar:
Vamos alegrar a ele com meu cantar,
Em troca, a nossa sujeira irá limpar,
E a nós sempre irá alimentar!
Não existe presente falava um sabiá,a voar
Se não houver em troca, nada a dar,
Não é interesse que estão a demonstrar,
Mas consideração a alegria que estão a dar
No seu canto belo, e ímpar
Que escuto, todo dia ao acordar
Com isso vi o que poucos vão acreditar
O elogio à natureza está no dela tratar,
Se bem, colhes a mais bela vida que há!

OS TRÊS PORQUINHOS E O LOBO

Era uma vez um lobo, que tinha um ideal, ter para si um dos três porquinhos, que fosse, todos, seria melhor, para tê-los como amigos, companheiros.
O lobo havia passado sua longa vida no ócio, meditando sobre os problemas da juventude, do acaso, do ocaso, e o caso em pauta, é que a vida havia-lhe roubado uma única coisa, o sonho! O lobo era incapaz de sonhar, não pensava nunca, num dia, em um mundo melhor, o dia a dia lhe bastava. Enquanto os três porquinhos punham seus sonhos, ilusões e aspirações nas casinhas que construíram ao longo da colina.
Cada um deles, conforme a capacidade e a característica, construía sua casa, seu castelo de sonhos, com as ferramentas que havia lhe dado.

O primeiro, o Amor, construiu sua pequena moradia com ilusões, com o ato de entregar-se a alguém, todo dia, porque sabia que a alegria de viver está em compartilhar algo, e para isso, precisa dar a si e a parte de si mesmo, para ser feliz. Era a dor da incerteza de entregar-se, de mostrar-se sem saber ser compreendido, que regava, glorificava, todo dia a casa que havia construído. Essa o lobo não destruiu, e o porquinho não levou.

O segundo, viva absorto em conhecimentos, e na profusão de idéias fez-se confuso, e nasceu assim nele a fé, que o ajudou a viver. Os sonhos deste, o lobo não levou.

O terceiro e último, pensou no dinheiro, no status, na importância de ser alguém, e nessas coisas que existem por aí, e tanto falam. Só que de todos, a casinha deste era a mais frágil, e essa o destino ruiu, e o habitante desta o lobo levou.
Essa é a minha estória do lobo mau e os três porquinhos, será ela menos real, menos pudica ou lúdica, que as que escutamos por aí?

Inserida por Shirley-Cavalcante

O sofrimento que brota
Da ponta da minha pena
Traz versos a rota
Que faço na esperança amena

O turbilhão incomoda
E o procurar por uma vida sem a
Paixão. A ilusão transforma
A dor em beleza

É como se quisesse à toa
Vestir de esplendor a gama
Das coisas sem nexo, que vem à tona
E transforma em beleza além de mundana!

Inserida por Shirley-Cavalcante

Recordações

Lembrei-me:
Do meu primeiro beijo,
E já não era primeiro,
Nem beijo houve,
Apenas nasceu a sensação,
Que tive naquele dia,
Um misto de medo
E prazer,
Que desabrochou
Em uma alegria
Em explosão!
E eu hoje: Nem a vi,
Nem sua pele toquei,
Muito menos
Seus olhos beijei,
Apenas vivenciei
Uma cumplicidade,
Que até então nunca tinha visto,
E, Em profunda euforia:
Fiquei!

Inserida por Shirley-Cavalcante

O Ocaso

O problema de se viver um amor,
É que não acontece só na vida,
Esta nos traz o cotidiano da dor,
Que junto com sentimentos, passa a ser sofrida.

A angústia da indefinição
De se saber qual a reação
Perante palavras, atos
Enfim, coisas e fatos

Aliando-se a isso todo o sentir
Encara-se um estranho porvir
Algumas vezes bem humorado

Outras tantas que há por vir
Melhor dizer um amor que vem do acaso
Faz de tudo para viver do ocaso.

Inserida por Shirley-Cavalcante

O ENCONTRO

Um dia o passado encontrou o presente,
Enquanto um olhava curioso ao outro,
O passado escondia sua cabeça de vergonha
De um sonho que não ousou ter
E que até hoje não podia ter.
O presente caminhava tranqüilo pela rua
E o outro estava trancafiado nas amarras do tempo,
Mudo, sem ousar olhar em volta.
O dia a dia tentou trocar uma palavra
Com a lembrança, ela pôs a cabeça entre as pernas
E não arriscou falar uma única sílaba,
A realidade de um dependia do outro,
E o outro apesar de saber fingiu que não sabia,
Um carrega em si o encantamento de ver
Desabrochar aos poucos o futuro,
Já o passado, não pode olhar ao futuro que é:
O presente de hoje e será o passado de amanhã.

IDÉIAS

Uma palavra simples e que exprime tanto!

Aparentemente do nada elas vêm, brotam na mente de alguém, que sobre elas reflete e depois as transmite, e graças a elas se criaram impérios, ideologias, ideais, que muitas vezes levaram seres humanos ao ápice, ou ao sofrimento, ou até a morte.

Estes frutos da imaginação, da lógica e do sentimento, brotam, muitos acreditam que do nada, mas sempre há uma razão maior por detrás, que até quem as teve, muitas vezes desconhece.

Pode ser um ato, um fato, uma frustração ou uma inspiração!

Se elas existem apenas para fortalecer o ego de alguém, estão fadadas a uma avalanche de incompreensão, pois alguma das características mais ocultas de quem as teve, transparecem nas entrelinhas, levando a interpretações mais absurdas.

A mente humana e o inconsciente coletivo são como um lago. Suas águas são calmas, paradas, ninguém sabe quais os mistérios que elas guarda.

Uma idéia é como uma pedra lançada ao meio deste!

Ondas se farão da repercussão dela, que são diferentes dela, que poderão chegar à margem e votar ao centro do lago, entrando em conflito com outras ondas, e o que era calmo, tranqüilo, mas misterioso, torna-se agitado, assim como ficamos quando sentimos.

A idéia é a mola que propulsiona o desenvolvimento. Cria um novo equilíbrio, o que antes era estático, passa a ser dinâmico, ou seja, um equilíbrio construído da somatória dos desequilíbrios.

Esta é a razão que muitas vezes penso antes de escrever, pois serão idéias eternizadas na folha de papel, que em qualquer tempo, em qualquer lugar, alguém poderá ler!

Inserida por Shirley-Cavalcante

O CAMINHAR

Eu tinha começado a andar rumo ao infinito com ela. Sempre de mão dadas, mal sabia eu, que não precisava estar junto, lado a lado, para sentir o apoio e a segurança da mão que ampara.
Tinha meus textos a escrever, sempre precisava de idéias novas, que nasciam do fruto da conversa com ela. E desses momentos de diálogo, apresentavam-se novas idéias, que não eram nem minhas, nem dela, mas fruto de um diálogo e se pode dizer: nossas!
O andar é dinâmico, envolve um caminhar feito de assuntos, algumas vezes conflitantes, que juntos chegávamos a uma verdade maior.
Eu ariscaria dizer que o caminhar é um equilíbrio dinâmico, feito de momentos de desequilíbrio, aí tenho uma mão que me segura, que não me deixa cair, e ela tem a minha também, pois a recíproca é verdadeira.
O caminhar é o viver, é a vida, o equilíbrio dinâmico é o próprio construir, enquanto o estático, o marasmo, a mesmice, representa a morte.
E um casal está unido para viver, para ver a vida brotar de seus atos, e juntos procurar uma verdade, cada vez maior, que é a razão de estarem juntos.
Muitas vezes, só, no escuro do meu quarto, eu penso: “Meu amor dê-me sua mão, eu amo longe, a miragem, vamos deixar nossos passos na areia inexplorada, tudo o mais, não vale nada!”

Inserida por Shirley-Cavalcante

A PENSAR

Muitas vezes me pego a pensar, meditando sobre as características do que eu era, e concomitantemente traço as linhas do que serei. O exercício do raciocínio livre, desprendido, sem necessidade ou praticidade alguma ao par, leva a uma reflexão mais profunda sobre o ser e o existir.

É como se vivesse em constante ato de amor, e nos intervalos dele escrevesse, é assim a minha existência. Depois de tudo ocorrido, do prazer sentido, vou colocar os frutos do meu viver; é para isto que serve o meu escrever.

Ao terminar de colher o fruto cabe-me ler e meditar, é apreciar o fruto da colheita, e este ato solitário me permite crescer, evoluir e caminhar na estrada que me leva à felicidade.

Valorizo os estados de espírito, as emoções, e as conclusões lógicas tem uma pitada de emoção e um tempero de realidade em uma substância que é puro sonho.

Destes momentos traço as linhas futuras do meu seguir, seja escrevendo, talvez melhor fosse dizer: vivendo.

Não preciso de muito, meu material é uma caneta, um papel e uma alma solitária que almeja caminhar rumo à eternidade.

Muitas vezes me pergunto como?

Está no meu escrever, no meu meditar, a solução para esta pergunta; afinal, procuro a consciência do ato, para ter uma forma livre de exercer o meu livre arbítrio.

Inserida por Shirley-Cavalcante

A FIDELIDADE


Ouvimos muito falar em ser fiel, animais são mais fiéis conosco do que nós com eles, por que a forma da criação é a fidelidade.
Muitas vezes nos perguntamos por que ser fiel?
A fidelidade é a forma de preservar relacionamentos, sejam amorosos, afetivos ou comerciais. Para termos um relacionamento temos que fazer investimentos, em nós e no outro.
Quando não agimos com retidão desprezamos todo investimento feito anteriormente, nossa consciência chama-nos atenção, criando conflito, pois existe uma diferença no que queremos no que investimos para acontecer, com o que fazemos.
Em conflito, de uma forma imperceptível, criamos uma confusão entre nossos planos, e nossos medos e paixões. O resultado disso é várias atitudes inconseqüentes que comumente são chamadas de burrices, e não vemos que estamos prejudicando a nós mesmos!
Em suma, ser fiel é a forma inteligente de viver, é quando o dia a dia constrói o porvir, onde os conflitos não andam soltos por aí, é onde nossas perdas não se revestem da nossa responsabilidade, em suma é o sempre viver com tranqüilidade!

Inserida por Shirley-Cavalcante

O PATINHO, FEIO!


Era a primeira vez que ele entrava em uma roda de poker, dinheiro tinha as pencas, era o suficiente para o final de semana, poderia sair com a namorada, ir a um cinema, teatro, jantar e tudo o mais. Estava bem fornido, e aquela noite que ambos sonhavam, e que já havia tantas vezes se prometido, até a decisão dela, estava marcada para o dia seguinte, ela teria prova na universidade, não iriam sair, e tudo ficara adiado por vinte e quatro horas.
Um pouco possesso, um pouco desiludido e se sentindo só, saíra para jogar com os amigos, ela havia concordado nisto. Entre risos e sorrisos seus companheiros haviam lhe dito que iriam jogar a leite de pato, lhe pareceu ofensivo, mas não sabia o que era então foi logo que pediu para ser a dinheiro, afinal isto ele entendeu as palavras, e gostava de decidir e fazer sobre o que entendia, mas seu orgulho lhe impedia de perguntar sobre o que não sabia.
As cartas iam e vinham, com as apostas; algumas vezes ganhavam, outras perdia, mas não se preocupava, havia guardado no outro bolso o dinheiro da noitada, e jogavam apenas o resto do seu salário. O patrimônio dispunha oscilava conforme, seu pai dizia as cotações na bolsa, mas o jogo era outro...
Moral da estória terminou a noite com o dinheiro da noitada, e uns poucos caraminguás que lhe sobraram para passar o mês. Até aquele momento, sobre o calor do jogo, não havia percebido o drama, a tragédia que havia se metido, só agora, só no seu quarto, é que tinha a sensação da encrenca que havia entrado.
Pensou em não pensar nisto, mas o porvir não lhe permitia. A única forma de passar o mês era abrir a mão daquela noitada, ou contar a ela...
Não poderia imaginar, que mesmo se ele abrisse mão, ou adiasse tão esperado evento, ele teria que explicar o porquê, o desmascarar sem razão iria levá-lo a complicações maiores, do que ele poderia imaginar.
No dia seguinte, como havia pensado desmarcou o evento, e como única razão foi: a falta de dinheiro. O que Lee não imaginara é que ela se recordava que dois dias antes ele havia recebido.
O clima foi horrível, teve que explicar o inexplicável; ela pôs em dúvida tudo, sua fidelidade, sua honestidade, até sua masculinidade, um caos! Preferiu brigar a ter que se humilhar perante ela, só que ele não esperava a longa semana que viria.
Foi horrível, não teve com quem falar seu carinho não recebeu, e tudo foi com um gosto amargo na boca, de que o culpado de tudo isto era exclusivamente ele. Isto chegou quase a um delírio, mas conseguiu marcar de falar com ela.
Ele cabisbaixo, ela ainda maluca de ódio do ocorrido, ele ia a seu encontro, e sua autocrítica era tão grande, que do piscar do sinal de seta do carro à frente ouvia: o-tário, o-tário...
Decidiu, encontrou-a e contou tudo a ela, ela só disse: que feio, patinho! Doeu na alma, mas a ela não perdeu, e aquela noite esperou o mês que vem, e, lógico: sem poker!

Inserida por Shirley-Cavalcante

CÓDIGO DO SER

No meu convite de formatura existe a Declaração dos Direitos do Homem, uma beleza!
Segundo esta carta magna todo ser humano vivo neste planeta tem direito a todos os direitos ali escritos, segundo esta todos os direitos serão protegidos, e o Homem será em si na sua plenitude.
Eu sou Homem, advogado e defendo esses direitos por profissão e sacerdócio, mas como ser humano sabe que os direitos que afligem ao cidadão jamais foram escritos em carta magna alguma.
Visto esta brilhante exposição de motivos, resolvi escrever o CÓDIGO DO SER!
Todo homem tem direito a amar, de forma livre constante e sincera, sob pena de que se não o fizer, se embrutecerá e não mais será humano.
Todo homem tem direito a questionar, a si, ao mundo, a tudo, se este direito for violado, perde-se o livre arbítrio, e o homem jamais será ele mesmo.
Todo homem tem direito de chorar, de alegria, de tristeza, de emoção...
A inobservância deste direito levará o ser humano à tristeza de não saber chorar.
Todo homem tem direito a sorrir, do mundo, de si, da vida, de seu semelhante...
A falta disto o tornará maçante.
Todo homem tem direito a acreditar, se não o fizer tornar-se-á angustiado.
Todo homem tem direito a ter dúvidas, de si, dos outros, de tudo...
Se este não souber duvidar, jamais saberá acreditar.
Todo homem tem direito a errar, pois o reconhecimento disto lhe trará paz.
Todo homem tem direito a sonhar; pois sem isto a vida perde o encanto.
Todo homem tem direito a se contradizer, para que possa achar o melhor caminho para a felicidade.
Todo homem tem direito a se revoltar, pois sem isto se abafa parte de si.
Todo homem tem direito a sofrer em paz, pois a dor do sofrimento de hoje, constrói a alegria do amanhã.
Todo homem tem direito a ter medo, por que se o tem do desconhecido, e a falta deste implica na ilusão da onisciência.
Todo homem tem direito a perdoar, a si, aos outros, ao mundo, pois se não puder perdoar, não poderá ser perdoado.
Todo homem tem direito a falar, de suas virtudes, seus defeitos, de si, enfim, com sinceridade. A falta deste direito levará a incompreensão de si.
Todo homem tem direito a ter fome e sede, de amar, de viver e de conhecer, e a falta disto o levará a morte.
Todo homem tem direito a compreender, a si, aos outros, ao mundo, se tal direito for usurpado, será infeliz.
Todo homem tem direito a ser feliz, e para tanto se faz mister, que os direitos explícitos nesta carta não sejam violados.
Todo homem tem direito a ter paz, e para tanto é necessário: “O reconhecimento de seus direitos e de seu semelhante”.

Inserida por Shirley-Cavalcante

O ANO NOVO

Um dia, há muito tempo, sonhei que o criador havia retirado uma pena de uma asa de um anjo, e havia me dado.
O que fazer com uma pena de anjo?
Lembrei-me que as primeiras canetas eram penas molhadas em tinta, e aí me pus a escrever.
Comecei a escrever sobre o que me vinha à mente, e pude ver que os meus textos, que eram momentos de reflexão, estavam modificando e melhorando a minha vida.
Segunda etapa foi divulgar o meu trabalho, hoje sou escritor!
A partir daquele sonho reescrevi minha história sobre o que já era, e tracei as linhas do que será.
Foi o começo de um ano, que passava sozinho, que havia trocado a bebida e a alegria transitória, por uma reflexão do que foi, e sonhar com o que será.
E o futuro apresentou-me brilhante, como nunca havia sonhado. Uma nova etapa da vida surgiu em mim.
Faço a todos um convite neste ano: “Procurem no passado a razão do que se foi, e tracem para o futuro o motivo do que será. Troquem a alegria esfuziante sem razão, por uma vida mais profunda com razão, e a felicidade dos pequenos atos, encontrarão então.

Inserida por Shirley-Cavalcante

UM CONVITE PARA O FUTURO

Era a primeira vez que a via, e presenteou-me com um belo decote. Os meus olhos perdidos no colo dos seus seios imaginavam a razão de tão nobre gesto.
Primeiro sonhei com seus seios, com a forma com a beleza, mal sabia ela o quanto isto me atraia.
Concomitantemente pus-me a sonhar com a fonte de prazer que eles me proporcionariam, e a fonte de vida que eles eram.
Pois são eles que nos meus momentos de angústia e de tristeza que me acalmarão, reconfortar-me-ei e arrumarei forças para enfrentar as auguras da vida. Será ela a primeira visão que dela terei quando quiser lembrar-me dela, e são deles que o meu rebento com ela irá arrumar forças, quando pequeno, para enfrentar a vida, assim como o pai o faz, este mesmo que sonha com o que será.
Admirar a feminilidade é um convite para o futuro, um porvir de felicidade, uma certeza da imortalidade, pois será no filho que virá que me perpetuarei.
Já o faço no que escrevo, mas eles continuam a ser fonte de atração, um convite para o futuro, um sonhar com o que será um querer se perpetuar.

Inserida por Shirley-Cavalcante

SOBRE O ESCREVER

Nem tudo o que se faz deve ser solto aos quatro ventos, alguns detalhes e fatos da vida devem ser guardados no maior sigilo, este é o grande desafio do escrever!
Não que eu acredite em inveja que de per si destrua coisas boas, mas em pessoas invejosas que conspiram contra o feito, para o bem executado transformar-se em mal feito.
O mal sempre trabalha nos corações frustrados dos que não fizeram não no intuito de criar forças e condições para construir, mas para destruir o que já existe.
O sigilo é um lema a ser seguido para ser bem sucedido, pois uma idéia deixa de ter dono quando se torna pública.
Ainda mais há a grosseria de proferir palavras sobre atos indizíveis, que por si só deveriam permanecer ocultos.
Lembro-me o ensinamento de uma amiga que ouvi proferindo ao seu então namorado:
“Fulano, comer e arrotar não é feio?
É uma profunda falta de educação e grosseria, disse ele.
Sexualmente falando: também, querido!”

Inserida por Shirley-Cavalcante

O SER MULHER

O ser mulher é transitar entre opostos sem se arrepender. Ela precisa de seu corpo para atrair ao outro e filhos terem, que na gestação destes, põe todo o seu corpo a perder, e ela pacientemente, com uma alegria sem igual, que só a maternidade pode trazer, cuida de mais um ser, visto que de um ela já cuida, aquele que o filho ajudou a ter. E com a paciência incrível da insegurança de dois, que agora dependem dela, transita entre o ser e o não ser, pois é mãe de dois e amante de um, e um lar ajuda a manter.
O homem no auge da sua estupidez a uma mulher procura compreender, não há de se pensar em entender, e sim e aceitar, amar e assim conviver. O mundo para ela tão real, é para ele totalmente impensável, se o entende sem sentimento, jamais procurará saber os detalhes que aquela guarda no íntimo do seu ser.
Na estranha estupidez masculina, ao que não entende procura dominar, e não aceitar, e cheia de atos de violência à história feminina é contada em todo planeta. Agora se deu a ela um dia, quem a nós nos dá a existência, é muito pouco um dia para retribuir, mas deve ser então apenas para lembrar, homenagear e conscientizar.
Mulher, a sua parte na criação está a fazer, cabe a mim o mínimo apenas enaltecer, e minha forma de fazê-lo, é usar meu texto para conscientizar.

Site do escritor
http://www.titolaraya.com/

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CARTA DE CONSELHOS A UM CANDIDATO

Caro candidato à presidente,

Quando tomares posse, não se esqueça de tirar as suas fotos com a faixa, pois este vai ser o ato mais público, apesar de privado, que participarás. As fotos serão espalhadas aos quatro cantos do país, as outras aparições que acontecerem, não terá o mesmo impacto, e serão sempre acompanhadas de notícias, que alguns aprovam, mas nem todos.
Lembre-se que estará assumindo um Estado, onde há muita gente que sabe o que fazer, e o que menos sabe agir é você. E poderá se perder em detalhes, o diabo mora nos detalhes, então se limite a ser figura de proa, representante político da nação, e deixe a parte administrativa aos funcionários públicos, que já fazem isto há muito, e sabem como fazer.
Seja feliz com o salário e vantagem do seu cargo afinal concorreu para isto, e só para isto. Não venda favores para enriquecer mais, pois já terás uma boa aposentadoria depois, e é melhor deixar um legado de um político honesto, que perdurará por gerações, do que dinheiro que logo acaba.
Na escolha de seus assessores, esqueça a política e pense administração, as duas não se misturam como água e azeite.
Faça isto e serás feliz, honrado e sempre lembrado, como quem honrou seu nome, o cargo e a pátria.

TITO

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COMUNICAÇÃO

Às vezes, me pego a pensar sobre a dificuldade de se comunicar. Sou escritor, e o escrever não é um fim, mas um meio, uma forma de falar. O importante é dizer as idéias e o objeto pretendido, já a forma com que faço: sou eu!

Procuro ser simples, não procuro me revestir da autoridade por muitos pretendida, por isto meus textos são datilografados, e não aos garranchos, nem utilizo palavras meramente difíceis, algumas incompreensíveis, para me revestir de uma autoridade que nunca pretendi ter.

Procuro achar nas coisas simples a razão do meu comunicar, utilizo palavras simples para me retratar, assim sou eu!

Antes de escrever me lembro de um discurso de um político de uma cidade de interior, que como não tinha o que dizer, abriu o dicionário e recheou sua fala de palavras difíceis de impossível compreensão. Foi aplaudido, e então? Deve ter ganhado a eleição, pois o julgou o mais preparado. O que construiu? Um nada como sua fala, só aumentou seu patrimônio pessoal.

Quanto a mim, o que pretendo?

Que me entendam! Não só o que tenho a dizer, mas a forma com que sou!

Inserida por Shirley-Cavalcante