E nos teus Olhos que me Perco
Ah se não soubesse o coração o que os olhos insistem em buscar, ah se por um segundo passasse despercebido o que quando visto corroí à alma e destrói o coração.
Quisera eu, poder sentar do seu lado
Olhar seus olhos e ouvir você contar seu dia
Quisera eu, ter um abraço apertado
E admirar um sorriso repleto de alegria
Apreciar a voz que soa como melodia
E sentir o perfume que enfeitiça e arrepia
Me embriagar do teu brilho que contagia
E depois sonhar para compor mais uma poesia
Gosto de fechar os olhos.
Sentir o amor e o calor.
Calor daqueles que partiram.
De mim.
Para sempre.
Sentir as mãos frias.
Frias sobre o ferro quente.
Quente como o meu corpo.
Que não me reconhece.
Perdeu-se no espelho.
Espelho da vaidade.
Das grades de ferro da cela.
Onde dorme a minha alma.
Ferros meus
Corpo teu
Mãos que já foram minhas.
Tuas.
Não partas fica na noite que desbrava-se.
Cama.
Silêncio.
Margens do tempo.
Livros das cores que nos cegam.
Espelhos do quarto.
Que nos ferem.
Em estilhaços de luz.
Poeiras soltas.
Rasgar dos panos.
Das janelas abertas.
Murmuram o teu nome, o meu.
Lambuzam os dedos no pote de mel.
Gritam
Gemem
Na primeira lua.
Saltam o muro fingindo.
Fugindo e perguntam.
Perguntam onde estão os que partiram!
Não busco todo o amor do mundo, apenas preciso estar pertinho de você, dentro dos seus olhos, sentindo o seu coração bater bem pertinho de mim. Quero sentir você, quero estar com você hoje e sempre.
LETÍCIA PILLAR
Oh rosa de meu jardim!
Que Deus te conserve assim;
lindos olhos, sem malícia...
A ternura em flor, Letícia!...
Queria ser o teu primeiro amor; pois tenho ciúmes do teu passado, de quantas amou e olhou nos olhos, cedeu abraços e beijos ardentes e prometeu futuros esplêndidos enquanto aquilo tudo era eterno. Por que se não houvesse anterior afirmaria que ninguém te amou como eu te amo.
Vidas transitórias
Chegará o dia em que meus olhos
ofuscados pelo nevoeiro da morte
já não perceberão pela vista
o lacrimar dos ausentes
aguardando o exalar
do meu último suspiro
Chegará o dia em que meu rosto
regelado pelo sopro da morte
já não perceberá pela tez
as mãos cálidas dos ausentes
aguardando a despedida
da minha última existência
Chegará o dia em que minha memória
viverá nas lembranças fugazes
na efemeridade dos sonhos
dos ausentes mortais
aguardando o seu tempo
que também há de cessar
E quando esse momento chegar
eu terei desvanecido
para a eternidade
Fênix negra
Alargam-se as narinas
os olhos vítreos reluzentes
tomaram a forma de um escudo
a luz não penetra as pupilas contraídas de morte
fez-se escuridão
o homem vai ser possuído em defesa da vida
da sua própria vida
néctar para os covardes infelizes
Tem o rosto empalidecido, cadavérico
seus pulmões empedrados
assassinaram sua alma humanizada
o homem vai ser possuído em defesa da vida
da sua própria vida
néctar para os covardes infelizes
A criatura renasce
ressurge das próprias entranhas
trás a força de mil demônios
Vejam as minhas asas!
ameaça o possuído
Tem a negritude das trevas!
o homem foi possuído em defesa da vida
da sua própria vida
para dar fim aos covardes infelizes
O brilho translúcido do amor resplandece com intensidade, quando diante dos meus olhos brilha a luz dos olhos teus.
O açúcar é doce aquando sua entrada na boca e quando se incute nos olhos, ele torna o oposto da sua doçura.
O QUE MAIS GOSTO
Gosto quando lê meus olhos
Mesmo quando meus lábios tendem a calar
Gosto quando me olhas
E me traduzes em palavras
Gosto quando transformas o complexo em simples
E a sua inversa.
Gosto quando falas e me delicias com tuas histórias
Gosto do jeito maroto, intrépido e discreto
Gosto quando me provocas com tua sabedoria
E quando me encabulas com tua compreensão
Gosto quando me alegras ao sorrir e a me presentear...
A face com teus lábios
Gosto do teu olhar terno a me dizer
Estou aqui.
Gosto quando seguras minhas mãos
Quando estou perdida
E com um sorriso expressas
O que o rubor de minha face sussurra
Gosto da maneira simples de estar contigo
Mas o que mais gosto é da profundidade de te-lo
Comigo.
Logo... Apenas gosto...
(MARTA FREITAS).
Versos em Quatro Estações
Quatro estações testemunharam nosso encontro
o encanto de seus olhos cor de mel.
Meu sentimento era ingênuo e não sabia:
floria amor na primavera de meu céu.
Seu amigo e ser presença ao seu lado,
enamorado, no entanto, eu fiquei
e amei-te à tarde, pela manhã e até a noite
te procurava, era verão aquele instante.
Amantes a sós no outono se aqueciam
e esqueciam as horas frias apressadas,
das semanas o inverno então rugiu
grunhiu o vento em seus cabelos sobre mim.
Assim, findava nossa história repentina:
naquela mesma estação que nos uniu
primavera veio agora traiçoeira
eira do amor, o sentimento fez-se vil.
Amar é ter as cortinas e as janelas abertas
e a casa iluminada de luar.
É com o que foge aos olhos ter compromisso
com razão
de ter a fé como chão
pois o amor faz palpável o infinito.
Mãe... Olhos vigilantes da felicidade, iluminando os filhos de Deus, com a ternura de um consagrado amor.
Pela maneira que os olhos piscam, pelo tom de voz e pelo mistério. Quando menos se espera um se pega olhando para o outro. Ama-se por completo.
