Dor e Sofrimento
Quando sentires palpitar no peito uma angústia e dor, diga apenas: - Jesus, remova a pedra! E aguarde, que quando menos tu esperar, verás no céu um coração em formato de balão (tua alma) e segurando firme a cordinha (teu cordão umbilical) o nosso Criador. Aliás, quando nascemos, Deus resgata todos eles para que fiquem firmes em Suas Mãos, e no momento certo nos puxe pra fora da pedra.... Clame!
II
E se da alma o sopro se adianta...
Se é dor, não sei; se é graça, não declaro:
verte-se o vinho em ânforas de ausência,
sem taça, sem altar, sem penitência,
qual pranto que precede o verbo calado.
A dor é como fogo: pois é capaz de queimar até mesmo aqueles que estão apenas observando o sofrimento.
A empatia é um presente que alivia a dor, mas não garante solução.
A cura só inicia quando você se levanta e volta a caminhar.
A dor não é uma consequência que nos é imposta pelas circunstâncias, ela é o resultado da nossa capacidade de percepção.
Ninguém me ensinou que a dor pode se transformar em sentimentos de paz, alegria e gratidão, apenas pensando nas dores de quem já sofreu mais do que a gente.
Nada pior do que uma dor insuportável por 24 horas; mas, pior ainda do que ela é a dor da eternidade, onde todos os que nao creram no Evangelho de Cristo passarão por sofrimentos que nunca foram testados sobre a face da terra.
A dor é menos fraca no corpo dos outros; ela se torna mais forte quando a dor atinge a nossa própria alma; porém, para ser curada com eficácia devemos aceitar a total verdade do nosso sofrimento e reparar as deficiências da nossa fé.
A paixão da ostra é isolar a dor...e esse isolamento se transforma em uma pérola, que é o seu amor.
Se o coração é fraco a mente trabalha para ocultar a dor, mais a verdade nunca virá a tona, se o risco é de morte.
Acredito na plena capacidade renovadora da sociedade, mesmo que só diante da dor. Pois não há mudanças, em tempos felizes.
Ascendência
Eu, filho do caos e da isolamento,
faço deste pequeno e ínfimo verso
nascido em meu lúgubre universo,
meu último testamento.
Meus sentimentos jamais serão perdoados.
Detentores de natureza renitente,
Estes são meus pecados.
Quando elas me gritam,
meu peito dói.
Não suporto mais isso.
Quero acabar com essa dor que me destrói.
Eu, filho do amor e da exaltação,
hei de enterrar em meu túmulo
todo sentimento que em acúmulo
me levou a pecar contra meu coração.
O céu jamais se fez azul sobre minhas pestanas.
Mas quando o encaro, peço que me mate.
Que em meu túmulo se enterrem mentes insanas,
e assim como meu sangue se façam escarlate.
A constrição aumenta em meu peito.
Em meu quarto se mostra desconfortável sensação.
Recende a solidão.
E mais uma vez, a morte atavia o meu leito.
Eu, filho do rancor e da ardente paixão,
Renuncio toda dor.
Amaldiçoo todo amor
que me levou a cair em depravação.
Quando tamanho sofrimento
descera sobre minh'alma,
senti o último momento
em que me fora roubada a calma.
Abnego minha existência.
Já não sinto mais inevitável
vontade de com meu eu ser afável.
Em meu calvário se pagara a penitência.
Eu, filho do ver e da verdade,
através de meus versos encontro piedade.
Oriundo da terra, verdadeiro colo,
anuncio meu retorno ao solo.
Meus olhos, frutos da própria terra,
vis criaturas peçonhentas
que na verdade encontram tormentas,
sua Ascenção encontram na guerra.
Se ao teu ver, minha existência enfraquecida,
em meus olhos, expressão da realidade,
se encontre tamanha debilidade,
toma tua foice, ceifa a estéril vida.
Eu, filho da vida e da própria morte,
a quem rejeitara a própria sorte,
tornara-me da dor, escravo passivo.
À noite, sofredor cativo.
Quando em meu andar
eu hesitar em dar o primeiro passo,
deixe que em meu penúltimo ruflar
se desfaça esse eterno laço.
Elas, cujas lâminas marcam em meu braço
a falta de um único abraço
gritam o notar da minha ascendência.
Seu nome, depressão.
"Tu não fizeste isso. Não tu. Eu sei. Não ousarias. Declaraste eterno amor!
Repentinamente levar o chão sob os pés de quem é um só contigo?
Não poderias destruir a ti mesma causando o partir da alma que te levaria junto.
Tu ganhaste a chave dos céus e do inferno.
Podias ter escolhido o paraíso, mas optaste pela escuridão.
Te tornas, presentemente, juíza não apenas de teus anseios,
Mas destróis o ser de quem é e lutaria eternamente por vós?
Assim, não anulas apenas a ti que agora já é dois em um.
Destróis a felicidade. Assassinas também a chance daqueles inocentes que viriam pela fusão etérea de vossas almas.
Não. Não ousarias. Não terias tanto desamor.
De tal modo, beberás agora por juramento infinito o fel da somba que se circundará.
O limiar rompido entre a sobriedade e a insanidade de quem já não mais tem um coração para ponderar.
Que pela permantente justiça aguarde todo aquele que atrever-se a interferir neste elo infinito.
Não terá paz, não descansará. E por fim sua alma, dormirá no abismo."
A parte mais difícil de ver alguém que você ama sofrendo é não ser capaz de fazer nada em relação a isso, exceto tentar não piorar a situação.
Embora estivesse sem o filho havia poucas horas, a saudade que sentia não cabia em lugar nenhum, muito menos dentro dela.
Ás vezes tudo oque eu queria era dormir,e acordar em uma época onde tudo já deu certo; e tenha acabado o sofrimento.
" Você foi meu sorriso a tempos escondido por tantos sofrimentos. Você foi a minha esperança de ser feliz por mais uma vez . . . Hoje meu sorriso se escondeu e, a felicidade, . . . Ah a felicidade, essa não sei mais por onde anda."
