Dor Fracasso
Sou arisca porque me deixei toda em feridas. Assumo minha culpa por não ter conseguido dar e receber amor. Não é fácil. Só quem não sabe as fórmulas do amor é que consegue amar.
Carrego dores que não escolhi, memórias que não pedi, mas sigo amando com esperança.
Mesmo ferido, sou ponte — entre o passado que grita e o futuro que sonha paz.
Laços apertados
Bebida envelhecida, laços mal apertados,
Registros do passado, um amor inacabado,
Na dor, uma velha passagem e uma nova partida,
Historias guardadas, coração apenado.
Ultimamente, tenho vivido no modo automático. Respiro, mas não sinto. Caminho com um vazio no peito que ninguém enxerga. É como se minha alma estivesse exausta de mim mesmo.
O silêncio da noite me envolve, mas não me acalma. Estou aqui, mas ao mesmo tempo, tão distante. É uma presença ausente, carregando um fardo que os olhos não alcançam.
Resta o vazio... quando tudo o que um dia fez sentido desaparece e só a solidão permanece.
E no final, me pergunto: quem sou agora? Porque aquele que eu era... já não existe mais.
2025
Querido diário,
Querido Deus
Querido amigo
É assim que devo dizer:
Não sei mais o que fazer
A solidão e a tristeza
Os pensamentos e a destreza
Como posso suportar
Se não há modo de atravessar
Deus, única esperança
Todo dia em meu peito, uma lança
Não me abandone meu senhor
Você é a luz para o amor
Nesta noite... Eu me deito
Com a dor em meu peito
"Sempre que me pego pensando em você, eu vejo a imagem de um homem desamparado.
Os olhos cheios de lágrimas e na voz só dor, embargo.
Trêmulo, atônito, assustado.
Por você, abandonado.
Tento afogar nossas lembranças, mas a garrafa já secou, sua imagem vem à mente após cada trago.
Pra tentar aliviar a minha mente da aterradora imagem, quebrei o espelho do meu quarto.
Odeio minha imagem, porquê ao me olhar, eu vejo o tolo alucinado.
Alguém que amou demais e não foi amado.
Vejo em meus olhos a lembrança dos seus, meu paraíso estrelado.
Eu me olho no espelho e vejo o próprio diabo.
Em vãs lembranças, acorrentado.
Condenado a vagar pela eternidade, nas memórias de um passado feliz e nas leviandades de sonhos não realizados.
Meu inferno são teus olhos, meu lar; meu purgatório, seus lábios.
Cada lembrança da sua nudez, o corpo suado é um açoite em minh'alma, meu eterno pecado.
Que Deus me perdoe, mas jogado em seu pedestal, eu orei pra que tudo na sua vida desse errado.
Para que volte a mim e possamos ser perdoados.
Mas fique tranquila, Deus, em seu trono, orgulhoso, não ouve as orações dos apaixonados.
Se o fizesse, por entre as estrelas, nosso destino juntos, estaria traçado.
Hoje, consegui me fitar por um breve momento, depois de tanto tempo acovardado.
Era preferível ter ficado cego, da minha visão, abdicado.
Novamente, pensando em você, vi aquele homem, desamparado..."
“Eles chamam de maturidade, eu chamo de exílio voluntário da alma.”
Do Livro (Entre a Razão e o Delírio - Confissões de uma insensatez Necessária)
— Nina Lee Magalhães
Contei-lhe minha história e para ti fiz nascer poemas...
Coração solto em terra ímpia a florescer...
Da ilusão por mim criada só tive algemas...
Onde aprendi a sofrer...
Todas as portas já cerradas...
Todas as ruas vazias...
Vejo as estrelas a chorar...
E até, quem diria...
Não é mais bela a lua...
É só uma luz fria...
No jardim das almas...
Ninguém acompanha meu caminhar...
Saudade ou aspiração?
Deixei minhas virtudes cair ao chão...
Cansei de tanto oferecer...
Do que não há de voltar...
Do tempo que há de chegar...
Castigo inexpiável...
Tamanho é meu parecer...
Para ter meus sonhos realizados...
A quem devo obedecer?
Para quê a busca das coisas?
Quando por fim tudo acaba?
Valerá a luta da conquista...
Onde ainda se crê e se ama ainda?
Sim, é certo...
Quem eu amo...
Agora zomba e ri do meu amor…
Em tudo o que fiz pus o cuidado...
Será possível mesmo o fim de tudo?
Restando-me só ausência e dor?
Sandro Paschoal Nogueira
Se eu pudesse voltar no tempo,
não voltaria jamais por orgulho,
mas sim pra falar no ouvido do meu eu de ontem:
“Cara, não faz isso, essa escolha muda a história”.
um oceano preenchido com minhas lágrimas
não descreveria a extensão de minhas mágoas
Riz de Ferelas
O que sobrou de você
não cabe numa caixa,
nem em foto, nem em saudade.
É mais,
é ausência com grito,
memória com soco,
presença que machuca.
Era uma vez um quase-amor...
Desses que não se nomeiam com facilidade, mas se sentem na pele, no peito e até nas pausas da respiração. Um sentimento que nasceu rápido demais, intenso demais — talvez demais para caber nos moldes do que se espera de um amor tranquilo.
Ele chegou como quem não queria nada, mas logo tomou tudo. Fez morada nas conversas, nos olhares trocados, nas entrelinhas não ditas. E ela, mesmo desconfiada, se entregou como quem reconhece uma alma antiga. Havia ali uma conexão que não precisava de explicação. Só existia.
Mas era um laço torto. Um passo à frente, dois atrás. Um carinho de manhã, um silêncio à noite. A ausência dele não era total, mas era constante o suficiente pra doer. Ele aparecia, mas não permanecia. Dizia muito, mas demonstrava pouco. E ela, ainda assim, insistia. Não por falta de amor-próprio, mas porque acreditava — talvez mais do que devia.
Ver o afeto dele derramado em outros cantos era como se olhar no espelho e não se reconhecer. Era se dar conta de que o espaço que ocupava era pequeno demais para o tamanho do que sentia. Ela saiu das redes dele, mas nunca conseguiu sair, de verdade, da memória. Porque amor que marca, marca até no silêncio.
E ele? Ele sentia. Sentia a falta, o peso da ausência dela, o vazio onde antes havia vida. Só não sabia — ou não conseguia — dizer. Talvez porque nunca aprendeu que o amor precisa ser assumido, não disfarçado. Que sentimento escondido vira ferida em quem espera.
No fim, ficaram os dois: ela com o peito cheio de palavras engolidas, ele com a alma carregada de tudo que não soube viver. Não houve briga, nem ponto final. Só um "quase" que doeu mais do que qualquer fim.
Porque há amores que não terminam, apenas se perdem.
E há pessoas que, mesmo indo embora, continuam morando em nós.
Feito eco.
Feito lição.
Feito eternidade disfarçada de acaso.
Enquanto Eu Morro em Silêncio
Eu sorrio…
Mas só por fora.
Por dentro, sou tempestade contida,
grito abafado,
alma que chora.
Te amo com a intensidade de um naufrágio,
me afogo no zelo,
te espero no vácuo,
e você…
mal percebe que existo.
Cuido de ti como quem cuida do último sopro,
te coloco acima,
e me abaixo,
me apago devagar
só pra ver tua luz brilhar.
Mas não há retorno.
Não há gesto, não há olhar.
Só o silêncio cortante
de quem não sabe — ou não quer — amar.
Sigo te dando tudo,
mesmo sem receber nada.
Meus “estou bem” são mentiras moldadas
pra esconder a dor
que me esmaga em cada madrugada.
Sangro…
em silêncio.
Enquanto finjo que não dói,
que não sinto,
que não estou sendo destruído
por dentro.
E o pior não é o abandono,
é ser ignorado mesmo estando ao lado,
é o amor que entrego
ser descartado
como algo sem valor, sem cuidado.
Eu existo.
Mas só eu sei.
Só eu sinto.
E talvez, um dia, você perceba…
quando já for tarde demais.
— Maycon Oliveira – O Escritor Invisível
Segundo a Neurociência, são as memórias geram os sintomas no corpo. Portanto, hoje: às raivas represadas, desprezos e desgostos de estimação, são os cânceres, paradas cardíacas e derrames de amanhã! O que você tem plantado dentro de você no presente? É o que realmente você merece? "O que te incomoda, é o que você se permite se incomodar! Decida SE'R" (CH², 2024, Nunca foi sobre isso, sempre foi sobre dignidade) Que a nossa noite seja abençoada 🙏
Não basta apenas evitar o mal; devemos olhar para o próximo com o mesmo cuidado que dedicamos a nós mesmos, sem menosprezar sua dor, ainda que seu sofrimento nos pareça pequeno.
Dói...
Quero correr, nadar, pular, subir paredes, ranger os dentes, gritar até rasgar o céu.
O verde se apaga nos meus olhos,
o amarelo se turva como febre antiga, o branco e o azul me chamam... horizonte de silêncio, promessa de fuga.
Minhas mãos tremem de ausência,
os pés pisam em chão que afunda.
Mas sigo.
Mesmo que doa.
Mesmo que arda.
Porque no branco há paz,
e no azul, um respiro.
