Crônicas sobre a Morte

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Somos a vida, não a morte,
somos de Deus,
só ele decide quem morre, quem vive,
somos do mundo, somos amor,
cada criança que nasce é uma prova de que Deus,
nós ama e que ainda não perdeu,
as esperanças, em relação a nós ,
por favor não matem as crianças elas são a benção,
de todo de bom que Deus nos deu .!
SIM A VIDA, NÃO AO ABORTO.

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

MORTE POR AMOR

Quando Otávio me bateu à porta, às dez horas da noite, eu tinha um livro aberto diante de mim. Não lia. À cólera, que me agitara durante toda à tarde, sucedera uma grande prostração. Parecia-me sem remédio a minha desgraça, depois daquela certeza, daquela terrível certeza, eu finalmente aceitei a realidade.
Minha vida jamais havia sido invejável, mas apesar de toda dificuldade que enfrentei e de todo o sofrimento que passei, minha vida não podia ser considerada uma vida triste.
A indigência que nos cercava não permitia que gozássemos das mais singelas mordomias que existem. Meus pais, apesar de analfabetos, nunca nos deixava faltar a uma aula sequer. Meu pai sempre dizia que o futuro que podemos escolher, nós o encontramos na escola.
Algum tempo depois minha mãe adoeceu. Não suportando as complicações de uma desconhecida doença, faleceu. Eu estava com a idade de dezoito anos e acabara de me formar no ensino médio. Minha mãe sempre havia sonhado em ser professora; daquelas que estudam a língua e escrevem contos e poesias, desejava possuir um diploma de mestre ou doutora. Entretanto, a terra que perdurava sob suas unhas representavam anos e anos de estudo de quem nunca estudou, os calos de suas mãos representavam as marcas do esforço de uma escritora que não sabia ler e escrever, as rachaduras de seus pés representavam a longa caminhada de uma professora que não sabia ensinar, mas que não deixava faltar comida para seus dependentes, tampouco educação. Esse era seu maior certificado!
Daquele dia em diante a vida não era a mesma. Todos nós, apesar de ter superado a dor da perda, não conseguíamos cobrir o buraco que se abriu em nosso coração. Meus irmãos não estudavam mais como antes e meu pai já não trabalhava com tanto vigor.
Havíamos prestado concurso, no qual somente eu fui aprovado e ingressei na faculdade. Independente de sua ausência, para alegrá-la, estudei Letras. Tornei-me doutor em língua. Embora tenha um amplo conhecimento sobre a escrita, prossigo com a mesma simplicidade com a qual sempre falei e escrevi. Não escrevo contos ou poesias, mas aplico-os em minha vida com a mesma devoção de um fiel em um culto; culto este que frequento diariamente.
Antes de as reminiscências interromperem a minha leitura, eu lia o poema que havia recitado para meus pais em um aniversário de bodas. Essas recordações que citei acima foram as mesmas que emergiram em mim correntezas bravias de uma cólera irremediável, mas efêmera. Otávio, meu irmão, trazia sempre boas notícias e, ao abrir a porta e cumprimenta-lo, minha cólera deu lugar a uma imensa alegria. A ansiedade de saber a notícia que estava por vir desapareceu quanto tive de aceitar aquela tão terrível certeza, aquela tão terrível realidade.
Lembrei-me do poema que havia lido para meus pais naquele dia e recitei-o para meu irmão:


Velejando sem barco ou vela
Viajando na Vida
Por uma simples tela
As ilusões me espreitam,
Horizontes desordenados
Com placas de várias setas
Mas que não inibem minhas frestas
De sonhos que se deleitam
De imagens ilimitadas
Multicores
Refletem por sobre os mares
Por sobre os ares
Por sobre as flores
E nas variações do destino
Enraigados por desafios
Não me induzem a desistir
Pois nesta fascinante tela
Que faço da vida
A imagem mais bela
Do porto onde
Quero seguir.


Tínhamos pranto e lamentações no coração. De nossos olhos, cascatas de dores. E essa era a tão terrível certeza, a tão terrível realidade: enquanto lembrava-se de minha mãe, meu pai havia morrido.

Inserida por RenanPF

-Podes me ouvir agora?” – A Morte sussurra “-Vem comigo, vem. Acorda desse pesadelo, sonha o sonho dos anjos. Vem comigo.” – Ela senta-se ao seu lado. “-Ou quem sabe... esperemos!” E gargalha. “-Esqueçamos a pressa. Na morte não há tempo. Deixa-me discorrer um pouco sobre a minha solidão. Deixa-me estar aqui contigo nesse pequeno intervalo que temos e então, só então te levarei.
Falei contigo... Falei contigo durante todo teu sofrimento, tua agonia, e ao contrário do que pensas, não desejei esse encontro mais do que desejo a nossa separação. A eternidade é vazia, certo, mas eu não alcanço o deleito no fim de vidas que tinham tanto a serem vividas, ainda que esses fins me proporcionem encontros. Espero que entenda. Não tenhas medo. Não sou o que me pintam porque o modo como me pintam é uma compreensão limitada do meu significado, não represento a euforia do paraíso, isso não, mas peço que compreendas que também não sou o dissabor do nada, do vazio. Sou paz. Uma profunda e acolhedora paz.” A morte pega-te nos braços. “-Agora vem, vem comigo, na morte não há tempo, mas não prolongarei tua espera.
Só quero que saibas que choro todos os dias por vidas como a tua, pereço como perece o mundo cada vez que perde uma alma que não teve a chance de encontrar a paz enquanto duravam as batidas do coração, pereço como perece uma floresta que perde sua mais preciosa semente que nunca usufruiu do prazer de se transformar em flor.

Inserida por ketllyne

O Natural
.
A morte é um defeito. Mas se deixar de lado a estética que ela possui, até existe uma qualidade.
Sua função desagradável de sempre levar os bons e melhores, mutila uma parte do corpo dos que ainda não a tem no íntimo.
A morte apenas executa seu trabalho sem ganho algum. Ela precisa levar, precisa deixar um vazio, uma ausência em silêncio nos fracos corações. O choro precisa cair para marcar o solo. O dia precisa ficar cinza, mesmo que seja verão, com um céu azul e sol forte. O clima precisa esfriar repentinamente. As pessoas precisam ficarem em silêncio e concentradas em suas memórias que criaram lembranças sorridentes com quem ainda continua aqui, só que na invisibilidade de nossas percepções. A morte é a última das chuvas de inverno. A última a ser convidada para entrar em nossas casas. A última a jamais receber uma carta de amor. Ela está sempre nas sombras das folhas das árvores que refletem com o sol. Ela caminha e corre sempre em direção aos escolhidos.
Ela nunca falha. Se você pensar que um dia ela falhou com alguém, lembre-se: foi aviso! Da próxima, se não houver cuidado, ela leva de vez!
Dificilmente as pessoas encararão como uma piada o ato de morrer. Não é engraçado ficar num ponto preto de ausência. Seremos sempre. Eternamente morreremos, gloriosamente ou tragicamente. Seremos sempre.
Continuaremos na insistência de ficar aqui sabendo que temos que voltar. Seremos sempre. Uma etapa da vida que está na posição correta. Seremos sempre. Possuimos nossas horas, minutos e segundos para aprender o máximo possível e dizer adeus, até logo, em outra vida.
Seremos sempre vidas voltando para amar, chorar, dançar.
Seremos sempre almas que aceitarão ou não a morte como um processo natural. Seremos sempre espíritos que voltam e se vão para contar a novidade aos que lá em cima estão. A morte não é fim nem começo. A morte é uma alegria em fase de descoberta.

Inserida por JohnnyKwergiu

Tornar-se Morte

Quantos eis de morrer por amar
E de nobre Imortal se tornar mero Mortal
E pelo erro de amar se deixar levar
E o mais nobre sentimento sua vida sugar

Se Aquiles não amasse a princesa, tivesse vivido mais
Se jesus não amasse o povo, não seria crucificado
Se Orfeu não amasse Eurídice não teria conhecido o Inferno

Como pode o amor mudar o rumo de uma vida
e como pode uma vida nascer de amor
e se não viver o amor, isso não foi vida

E se um dia eu morrer de amar, que eu também seja lembrado
E abençoado sejam !
Os que morrem de amor e continuam vivendo.

Inserida por rodrigos2

A vida é feita de escolhas
A morte também
A liberdade tem um limite:
A vida de alguém!
Ao decidir por você
Não use de covardia
A morte do inocente
É ausência de alegria
Se ele não pôde sorrir
Se ele não pôde amar
Que direito é este
Que lhe permite matar?
Bendito é o fruto
Do seu ventre
Vida preciosa e sagrada
Ser Indefeso, feito gente!

Inserida por gilbertobegiato

A MORTE

Estava aqui pensando o quanto às pessoas tem dificuldade com a palavra MORTE.

A busca a longevidade é explícita em todo o mundo! Ninguém quer envelhecer e muito menos se limitar. Mas o fato é que esse fator é eminente!

Não adianta ter medo, não adianta evitar o assunto, não adianta não querer pensar, e não adianta atacar quem consegue tratar o assunto com mais naturalidade.

Nunca estaremos preparados 100% pra morrer ou pra perder quem amamos e prezamos. Mas podemos estar preparados SIM, pra lidar da melhor forma possível.

Parece louco pessoas, se preocupar com isso. Deixar um túmulo pago, serviço funerário organizado. Mas não! Essas pessoas são mais saudáveis do que quem evita o assunto, a palavra MORTE.

Todos os dogmas e doutrinas de vida após a morte são incertezas! A nossa única certeza é a MORTE! Então porque crer numa vida pós-morte (fantasias que o ser humano necessita pra lidar com a dor da perda), e algo legítimo como a própria morte as pessoas querem riscar do vocabulário?

Ponto a refletir! Exercício diário! Respeitar o tempo, o espaço e a limitação de cada um é fundamental. Mas vale a reflexão. Garanto que quando ocorrer o fato MORTE, será mais leve, será mais confortável apenas entender que vivemos ciclos!

17/08/2014.

Juliana Fernandes.

Inserida por Juligessiger

Outro senhor que tropeçou na Morte

Este não foi mais um tropeço. Mas também ocorreu numa floresta. Estava cerrando uma árvore, se não me engano um Eucalipto. Por incrível que pareça, esta caiu na sua cabeça. Parece idiota escrever ou ler isto. Mas aconteceu de verdade. Uma pessoa que morreu e que deixou aqui uma família. Foi um fim um tanto ridículo para um senhor que tinha tanta história.

Inserida por SabrinaNiehues

Olha, lá fora esta a rua
Deserta, vazia de ideias,
Sente o cheiro de podre no ar,
È a morte anunciada.
A falência programada,
Em um mundo que não pensa
Pessoas estão fadadas a se escravizar.
Tira esta venda, que insiste em usar,
Luta por novas causas, defende tua mente,
Procure na inteligência, o pensamento, para se libertar.

Inserida por pablodanielli

De que valeria a dor da morte, senão à transformação? A cada passo morremos o que fomos e arregalamos um recem nascido olhar ao que queremos ser...
Um choro forte, um sorriso aberto...assim orvalhamos os solos fertilizando-os com poesia...uns plantinhas fraquinhas com seus caules tenros, em meio aos frondosos troncos, que nos protegem e nos permite resistentes e crescer fortes..

Inserida por vcruz

Simplesmente É

É fera ou ferida
É morte ou a vida
É escura, é acesa
É prato, é mesa
É saudade, é tristeza
É usura, é avareza
É luxúria, é pobreza
É peso, é leveza
É arte, é lazer
Sou eu, é você
É feto, é embrião
É café, é o pão
É a vontade, é a fome
É a mulher, é o homem
É o ouro, é a mina
É o menino, é a menina
É o ser, é o querer
É o ter, é poder
É rainha, é o rei
É o lugar...
Onde amar, será lei.

Inserida por ClebioCarvalho

A dor do amor

Não amo como os homens,
nem como os deuses.
Amo como a morte à espreita,
certa e inabalável.
Perfeita.
Amo como a dor e a rejeição,
como a vida: ilusão!
Não amo como julgas me amar,
nem como me culpas por não te amar.
Amo com ódio e fúria,
com torpor e luxúria,
amo com rancor e injúrias,
com ternura...
Amo como um punhal
no limite final do desespero.
Amo desigual...
E jamais amei!

Inserida por elianagrunow44

Morte do Amor.

A angustia tomou conta de mim,
Não era para ser assim.
Precipitei-me e te perdi,
Meu Deus, o que será de mim.

A agonia da morte me pegou,
Será que ainda viverei um grande amor.
Aquela estrela no céu que vi cair,
Inspirou-me a ti pedir.

Nunca me abandone,
Não deixe esse pobre homem.
Você perversa e sem coração,
Matou-me e arrancou o amor com as mãos.

Inserida por GlaysonCardoso

Enrolar a Morte

morrer!!! eu agora que o sol se deitou, não seria justo que a morte me leve antes que eu possa velo de novo, mesmo assim hoje eu nem posso ir, tenho hora no medico e deve saber que isso em hospital publico é difícil conseguir, que tal semana que vem, não! não! me lembrei é aniversário da minha mãe,prometi que ia ir e promessa pra mãe é sagrada, tá difícil em seu morte? fica nervoso não, a gente arranja um dia! quer um café?!.

Inserida por WesleyPozza

A morte do outro
Apraz-nos bem…
Engrandece o Ego
Em busca de “auto-satisfação”…

Quem disse que o homem
Nasce naturalmente bom?

Quanta ilusão
Quanta alucinação,
Quanta aparência
Quanta insolência…

A finitude do outro
E do mesmo,
O acabamento
A aniquilação

Um outro espaço
Um outro lugar,
Um outro tempo
Uma outra vida…


Isabel Rosete
26/05/2007
15/01/08

Inserida por isaroses

Não devemos temer a morte.
Ela é uma coisa inevitável.
Viva seus dias como se fosse o último.
Olhe,converse,sorria para as outras pessoas como você gostaria que fizessem comtigo.
Aprecie as coisas simples,
gestos e atitudes mudam a maneira como os outros te veêm.
Sempre quando mencionarem seu nome lembraram de uma pessoas com otimas qualidades,atitudes agradáveis.
Você dará conforto para as outras pessoas só de estar por perto,mesmo se não falar nada,no mínimo que iram querer é um simples sorriso ou um olhar feliz.

Inserida por belem

"O salário do pecado é a morte…" Romanos 6.23

Todos nós diminuímos a glória de Deus. Como? Por preferir outras coisas acima dele. Por nossa ingratidão, desconfiança e desobediência. Então, Deus é justo em deixar-nos fora do gozo de sua glória para sempre. “Eles vão sofrer o castigo da eterna destruição e exclusão da presença do Senhor e da glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1:9).

A palavra “inferno” é usada no Novo Testamento doze vezes – onze vezes pelo próprio Jesus. Não é um mito criado por pregadores tristes e irritados. É um aviso solene do Filho de Deus que morreu para livrar os pecadores de sua maldição. Ignorar é um grande risco.

Inserida por Poliana16

⁠ A MORTE DAS LENDAS

Todo povo tem sua história,
Seu conhecimento popular,
Suas crendices manifestadas
Nos costumes ou no pensar.

O povo urandiense
Tem mentes fertilizadas,
Criaram muitas lendas
E vou deixar imortalizadas.

Quando tinha muita mata,
Muitos rios pra pescar;
Ainda andava a pé,
Aparecia coisa pra assustar.

Quando pescava à noite
E não soubesse agradar,
Não pegava nenhum peixe
Porque a sereia ia atrapalhar.

Em tempo de quaresma
Aparecia lobisomem
Ou bruxa cavalgava;
Trançava crina igual homem.

Passava bicho correndo,
Só escutava a pisada.
Era mula sem cabeça;
Tinha medo da patada.

Ninguém matava nada
Se não agradasse a caipora;
Levava pinga e fumo
E deixava em cima da tora.

Aparecia muita alma
Dando pote de ouro.
Tinha muita assombração
Que fazia medo e puxava couro.

Acabaram todos os encantos,
Até a rama que fazia perder.
Quando destruíram a natureza,
Os encantos vieram a falecer.

Hino à Morte⁠

Tenho às vezes sentido o chocar dos teus ossos
E o vento da tua asa os meus lábios roçar;
Mas da tua presença o rasto de destroços
Nunca de susto fez meu coração parar.

Nunca, espanto ou receio, ao meu ânimo trouxe
Esse aspecto de horror com que tudo apavoras,
Nas tuas mãos erguendo a inexorável Fouce
E a ampulheta em que vais pulverizando as horas.

Sei que andas, como sombra, a seguir os meus
[passos,
Tão próxima de mim que te respiro o alento,
— Prestes como uma noiva a estreitar-me em teus
[braços,
E a arrastar-me contigo ao teu leito sangrento…

Que importa? Do teu seio a noite que amedronta,
Para mim não é mais que o refluxo da Vida,
Noite da noite, donde esplêndida desponta
A aurora espiritual da Terra Prometida.

A Alma volta à Luz; sai desse hiato de sombra,
Como o insecto da larva. A Morte que me aterra,
Essa que tanta vez o meu ânimo assombra,
Não és tu, com a paz do teu oásis te terra!

Quantas vezes, na angústia, o sofrimento invoca
O teu suave dormir sob a leiva de flores!…
A Morte, que sem dó me tortura e sufoca,
É outra, — essa que em nós cava sulcos de dores.

Morte que, sem piedade, uma a uma arrebata,
Como um tufão que passa, as nossas afeições,
E, deixando-nos sós, lentamente nos mata,
Abrindo-lhes a cova em nossos corações.

Parêntesis de sombra entre o poente e a alvorada,
Morrer é ter vivido, é renascer… O horror
Da Morte, o horror que gera a consciência do Nada,
Quem vive é que lhe sente o aflitivo travor.

Sangue do nosso sangue, almas que estremecemos,
Seres que um grande afecto à nossa vida enlaça,
— Somos nós que a sua morte implacável sofremos,
É em nós, é em nós que a sua morte se passa!

Só então, da tua asa a sombra formidável,
Anjo negro da Morte! aos meus olhos parece
Uma noite sem fim, uma noite insondável,
Noite de soledade em que nunca amanhece…

Só então, sucumbindo à dor que me fulmina,
A mim mesmo pergunto, entre espanto e receio,
Se a tua asa não é dum Anjo de rapina,
Se eu poderei em paz repoisar no teu seio!

Inflexível e cego, o poder do teu ceptro
Só então me desvaira em cruel agonia,
Ao ver com que presteza ele faz um espectro
De alguém, que há pouco ainda, ao pé de nós sorria.

Mas se nessa tortura, exausto o pensamento,
Para ti, face a face, ergo os olhos contrito,
Passa diante de mim, como um deslumbramento
Constelando o teu manto, a visão do Infinito.

E de novo, ao sair dessa angústia demente,
Sinto bem que tu és, para toda a amargura,
A Eutanásia serena em cujo olhar clemente
Arde a chama em que toda a escória se depura.

É pela tua mão, feito um rasgão na treva,
Que a Alma se liberta, e de esplendor vestida
— Borboleta celeste, ébria de Deus, — se eleva
Para a luz imortal, Luz do Amor, Luz da Vida

Antônio Feijó
Sol de Inverno (1915).
Inserida por Hannah-2006

A mente vagando soturna
em decibéis agudos de torturas
digita tons e pincéis de amarguras.

A morte me olha acenando numa urna
com seu buquê de rosas vermelhas escuras.
num triste arco florido e pisoteado.

Aqui jaz meu ser enterrado.
Cheios de medos,usando todos os dedos
para desenhar seu último recado.

Uso a musa nesta fria inspiração
enquanto te espero em outra dimensão

Alma dilacerada ainda sem compreensão
escrevendo,com sua emoção,folhas sem alívio,
eternamente buscando sua mão.

Inserida por andrea_dangelis