Coleção pessoal de jeancarlomariano

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Suicídio

Às vezes penso o que quero da vida.
Às vezes se quero viver.
É penoso estar vivo.
Não sei o que significa viver.

Tem quem espere a Morte,
ela não vem.
E cavam a sua procura
mais do que de tesouros ocultos.
Será loucura?

Aguardo o fim deste drama.
Traga-me o descanso, ó dama,
como já fizestes com mais de cem...
Que devo fazer agora?
Esperar que a Morte venha, com foice ou sem?

No amor, algumas pessoas não dão uma segunda chance, mas há outras que não dão nem a primeira.

O fim (da vida)

Não obstante curvo-me à velhice.
Como uma correspondência
a Morte cobra seu preço por ter-me deixado viver.
Minha vida, a Ela, a de pertencer.

Esta carcaça velha e cansada,
estupidamente fraca estas a ficar...
Lentamente sinto a força se afastar
e o fim a se aproximar.

Já vejo a luz do segundo andar.
A visão começa a falhar.
Sem lhe chamar, a morte, a me cisalhar
vem para me levar.

Há se pudesse dizer a Ela:
Hoje não, volta outro dia!

Desejo de Morte

Branco anjo de candura.
Negro anjo, bela morte.
Desejei-te um dia. Hoje desejo a salvação.
E num pequeno instante juro, que esta, é a morte,
para os males do coração.

Não tenho medo de morrer.
Não tive medo de lhe querer.
Desejo agora, o antónimo de viver.
Que minha existência seja cancelada.
A minha alma, aprisionada.

Já ouço o sussurro da foice
a satisfazer o meu desejo.
Agora que me entreguei a Ela,
grito aos sete ventos:
Vem Anjo! Vem foice!

Vejo-a se aproximar.
Fulgaz como a luz.
Veloz e impaciente.
Sorrateira e silenciosa.
Desliza num rasto de sangue e dor.

Ó doce anjo de morte
respira junto a mim.
A exibir tua inexorável foice
rompe as veias do meu pescoço.
Beija o sangue, que delas vais brotando

Em teus braços agora a minha pressão sinto aliviar.
A respiração mais lenta e regular.
Minha pulsação deixa de ser o que é.
Meus olhos passam a ver o que não é.
Confunde-me a ideia e traz-me visões

Lentamente a força começa a faltar.
Agora é pior
não consigo respirar.
Enquanto entrego minha vida a Ela,
a dor já não mais sinto.

Emaranhado em teus cabelos, sinto o fim
em cada em uma de tuas doces palavras.
Em cada uma de tuas falsas promessas
há a sombra da morte, há a certeza
de que me fizeste deseja-la para mim

Anjo, negro anjo de morte
Ai como te quis anjo!
Entreguei-me a Ela, iludido por ti.
Roubaste-me a paz de espírito
Não me esquecerei de ti.

Vou para o mundo dos mortos.
Levo-te no pensamento, espero por ti
aconchegada às portas do inferno
com as marcas da morte em mim.
As já cicatrizadas marcas da foice

que cortou minha cabeça e meu corpo
com minha alma consciente disso.
Anuncia a felicidade no negro refúgio
uma bela caixa de madeira preta
sete palmos de terra em cima

Doce Ilusão

Escuto a Morte me chamar...
O meu nome sempre a sussurrar.
De corpo e alma,
a Ela, quero me entregar.
Venha anjo, venha me matar!

Desejo a morte de minha carne.
Desejo o fim dessa maldição.
Que a ¨curandeira¨ venha com a foice em mãos.
Venha com o dom da morte, como única salvação.
Trazendo-me a cura para esta doce ilusão.

Vejo-a. Já posso sentir.
Sei que andas como sombra, a seguir meus passos.
Tão próxima de mim, que tenho às vezes sentido o chocar de teus ossos e a leve plumagem de tua asa
os meus lábios roçar. Viestes me buscar!

Feliz estou agora
pois chegou a minha hora.
Aguardo a espera do final.
Que a foice me mate
com a paz imortal.

Se ainda vivo
é por mera situação
incoerente:

O meu coração que bate
contra a vontade
de minha mente.

Somos tantos em população, que podemos ser considerados praga.

Não sou pastor para ter ovelha, nem ovelha para ter senhor.

Teístas, escravos de suas próprias mentes.

A decepção de viver é recompensada pela glória em morrer.

Se a mim fostes dada a possibilidade de viver novamente, a aceitaria apenas para morrer novamente.

Assim salientou Epicuro de Samos:

...¨quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.¨

Logo, viver é morrer; morrer é viver.
Concluo: viver mata!

Vida: viver ou sobreviver?

Grato sois à minha vida pois, através desta é que conhecerei a morte!

Se quer saber a importância de uma pessoa, avalie o impacto que sua morte causaria.

A morte só deixa de existir, quando a mesma já nos acolheu em teu leito sangrento.

A morte não tem sentido; a vida também não.

Antes de nascer, estava morto.

A morte sempre me fascinou, mas também, sempre me frustrou, pois jamais consegui entende-la.

Alegremo-nos pois, a saber que a `jardineira` trabalha incansavelmente com tua inexorável fouce a arrancar o mal pela raíz: neste monte, uma erva daninha não nasce duas vezes.