Crônicas de Violência
O que fazer quando é maltratada, abandonada e agredida?
Eis a questão,ou você aceita,ou sai fora,...
A dor é forte o bastante pra não aguentar?
Ou você acostuma com ela e aceita mais uma vez...
Meu coração dói tanto que não consigo nem pensar o que fazer!
Talvez fugir?...
Ou ficar um pouco mais e esperar que tudo mude...
Talvez amanhã eu esqueça novamente de tudo e te perdoe...
Mas agora nesse momento,eu só queria um pouco de amor,...
Um abraço,
Ou talvez um carinho gostoso...
Será que eu estou preparada pra próxima?
Acho que não!
Aqui eu não fico mais nem um dia!
Mas pra onde vou?
Se tudo que penso agora é em morrer, Amanhã eu posso não estar mais aqui!
Pois amanhã pode ser que eu esteja viajando,ou me mude pra longe!
Mas com você eu não fico mais.
Li uma vez sobre usarem ‘corpos das outras mulheres como nossos campos de batalha’ e me ocorreu que muito além do corpo
usam também a nossa essência para guerrear em batalhas pessoais.
Por que não percebemos o quanto isso é cruel?
Permitir que nos usem como se não existissem milagres acontecendo dentro de nós a todo momento.
"Um pedido de desculpas e umas flores não apagam uma estalada, uma joia ou um presente não apaga as ofensas, mas uma saída de vez da nossa vida é libertadora e renova a paz e a força para conquistarmos os nossos sonhos e planos. Nenhum homem tem direito de
agredir uma mulher e nenhuma mulher tem o direito de tratar mal um homem, a violência deixa marcas eternas na alma e não tem cura..."
É preciso ter mais do que paz dentro de si,
É preciso ter um caos que te mova à algum lugar,
A paz é preguiçosa, um fardo silencioso, o comodismo diário, o sossego que esconde a agitação.
A paz é cega, ela é o enaltecer da desigualdade, o permitir da dominação.
A paz é o silenciar dos homens e mulheres , é o consumir da carne, é abraço sem toque , o sentir sem sentido.
Nos fizeram acreditar na paz , enquanto nos matavam na guerra.
A paz é o Brasil coberto de sangue e pintado de verde e amarelo.
Luto nos sonhos e caminho no desespero.
Imagino o Mundo calmo, tranquilo para nós dois.
Viajar e contemplar a paz nas Naçõese nas pessoas; nos olhares, não mais o medo; nos gestos e atos, não mais violência; nos semblantes, não mais rancor.
Desejo tranquilidade para nós... para que nosso Amor emane cada vez mais sublime.
Luto nos sonhos e a realidade se aproxima.
"A isonomia perfeita é tratar os iguais segundo as suas ideias e atitudes. Por exemplo a violência se combate com violência, a desigualdade se enfrenta com desigualdade. Bem como, a paz se mantém com paz e o respeito se estimula com respeito. Afinal, não é possível manter a paz com a violência e estimular o respeito com a desigualdade."
Oliveira, Thiago S (1986 a)
Jeffrey
Eu não te conheci
Mal ouvi falar de ti
Meu coração é seu
O mais sujo pensamento
Você anda no vento
O passado te matou
1994 anotei no meu caderno
O desgraçado te mata-ra
Que tal irmos atrás dele
Arrancar tudo que há dentro dele
Seu sorriso é gelado
Você tem seus ácidos
Te chamo todo dia
Quando acordo
Quando durmo
Quando me arrumo
Você é único e especial
Matar pessoas foi seu especial
Sinto seus sentimentos
A força do arrependimento
Que tal voltarmos no tempo ?
A Lei Maria da Penha
Está em pleno vigor
Não veio pra prender homem,
Mas pra punir agressor
Pois em mulher não se bate,
Nem mesmo com uma flor.
A violência doméstica
Tem sido uma grande vilã
E, por ser contra a violência,
Desta lei me tornei fã
Pra que a mulher de hoje
Não seja uma vítima amanhã.
SANTIAGO SANGRA
Quando tudo já está complexo
Velha Santiago que surpreende
De deixar qualquer um perplexo
Tomara haver o que se emende
Seja “Querétaro melhor”
Não só em seus altos padrões
Traga São Tiago o seu fervor
Sem violência e mais florões
Lugar de pedras e penhascos
Volte a um cenário menos bruto
Que seu esporte seja tlaxco
E o bom combate o seu fruto
E venha mais um Santo Eclipse
Em seu cavalo cor de Paz
Empunha tua espada em riste
Pra deixar o sangue pra trás.
A natureza é linda! A obra de Deus é perfeita...
Ah se os homens compreendessem a magnitude das coisas de Deus; ninguém explica Deus.
Ah se os homens usassem de toda esta maravilha para ser no mínimo recíproco, zeloso e justo...
Talvez, não haveria gueras, fome, tempestades, corrupção, promiscuidade, nem idolatria nem violência!
Mas tudo isso é em vão enquanto a humanidade escolher viver as coisas mundanas e se manter cega, surda e muda às coisas espirituais.
A vida é algo tão hipócrita e mentiroso.
Todos são acomodados em uma enganação.
Enganação de uma falsa liberdade,
Se existisse tal coisa, não teríamos apenas desejos.
Desejos quais seriam errados para sociedade,
Sociedade a qual dá a sensação de uma falsa liberdade
Liberdade que se eu tivesse,
Estaria verdadeiramente sendo quem sou
E vivenciando a verdadeira liberdade.
Com um único tiro
a cabeça de João parou de pensar
e agora sua mãe chora
seu filho único não está mais lá.
Maria se foi também
após dizer um não…
Parece que seu namorado
não suportou a dor da rejeição.
Depois de tanta discussão na boate
José não está mais aqui
porque depois de beber e brigar
ninguém mais o que queria ouvir
De tanta imprudência
Marias, Joãos e Josés ficaram sem voz
então eu uso a minha, em protesto!
Para acabar com a violência entre nós.
juventude viva
Foi na zona sul
Desse vez no São Luiz
As cenas se repetem
Tá pesada nossa cruz.
A violência é tamanha
O medo predomina
As pessoas estão cansadas
De ver tantas chacinas.
Nossos jovens estão morrendo
Por motivos tão banais
E o povo está pedindo
Simplesmente pela paz.
Segurança nós não temos
Só Deus para nos guiar...
Saímos cedo de casa
E não sabemos se vamos voltar.
O sangue está escorrendo
E muitos finge não ver
Cuidado meu amigo
O próximo pode ser você.
Já perdi vários irmãos
Vitimas dessa violência
Alguma coisa tem que ser feita
Alguém tome providências.
Não dar pra ser feliz
Vivendo a cultura do medo
São os jovens pretos e periféricos
Que nos becos estão morrendo.
Quero a juventude viva
E não a juventude morta
Quero que abram as portas
E não nos de as costas.
Na terra de natureza abundante e horizontes vastos, a mulher brasileira dança sob céus nebulosos, contrastantes e nefastos.
Nas sombras do cotidiano, uma dura realidade, ela foge do espectro da violência, sem descanso, sem piedade.
No lar, onde deveria encontrar abrigo e amor, é onde muitas vezes enfrenta um mar de odio, violência e temor.
Entre paredes que testemunham silêncios amargos, a mulher brasileira busca forças e se contenta com migalhas e desprezíveis afagos.
No tecer de seus dias, entre laços e desvãos, enfrenta o desconhecido, sem medo de seus grilhões.
Em um sistema que às vezes parece não notá-la, ela ergue sua voz, desafia a injustiça, mas a maioria se cala.
Com a coragem de quem tece os fios do destino,a mulher brasileira é luz em meio ao seu futuro escuro em desalinho.
No chão
(José Adriano de Medeiros)
No chão um jovem, um sufoco.
Fardas sem rostos.
Quatro em pé garantindo a segurança dos três, que sobre o pescoço, costas e pernas deixam bem claro,
que o mais seguro é permanecer
de braços cruzados ao fundo
O poema "No chão um jovem, um sufoco" é uma denúncia contundente da violência e da opressão. Através de uma imagem forte e concisa, é um convite a refletir sobre a nossa própria responsabilidade diante da injustiça e questionar nossas atitudes e a buscar formas de construir um mundo mais justo e igualitário.
O que se passa nas ruas e nas mentes inquietas de hoje é, talvez, reflexo de um mundo que se esqueceu da verdadeira essência do homem. Andamos a confundir o que é lei com o que é luta, e pior ainda, transformamos um acontecimento num espetáculo, onde se agarram às divisões mais fáceis. Mas a lei, não vê cores, nem se interessa por identidades. A lei é, ou devia ser, o pacto entre os homens para viverem em paz, sem temor, sendo julgados não pelo que parecem, mas pelo que fazem.
Se um homem transgride, não importa a cor da sua pele ou de onde vem. O que importa é o que escolheu fazer, e se isso feriu o acordo coletivo, deve ser julgado por esse ato. O problema é que a nossa sociedade, em vez de se centrar no cumprimento da justiça, prefere o caminho mais rápido, o da vitimização fácil, usando a emoção como arma. O que é grave, porque desvia-nos da verdadeira questão: a preservação da ordem, da segurança, da convivência.
E ao mesmo tempo, não podemos confundir indignação com legitimidade para a violência. Não há injustiça que justifique o caos. Quando se responde ao que se considera errado com mais transgressão, a causa perde a sua força, transforma-se numa afronta ao próprio conceito de justiça. A legitimidade não se constrói no tumulto, mas na persistência pela verdade, através dos caminhos corretos, por mais difíceis que sejam. Quem opta pelo caminho da destruição ou do ataque à ordem, perde o direito de reclamar a justiça. A partir do momento em que se cruza essa linha, a causa dissolve-se em erro.
Devemos entender que a justiça, para ser justa, exige paciência, serenidade e, acima de tudo, respeito pelas leis que nos unem. Quem infringe a lei, seja pela frustração de uma injustiça ou por puro desdém, deve ser punido conforme essa mesma lei. Não há lugar para violência, para desordem, se queremos construir uma sociedade melhor. Não se trata de dividir entre “nós” e “eles”, mas de compreender que o desrespeito pela lei, seja de onde vier, só perpetua o ciclo de destruição. E nós, como seres pensantes, deveríamos estar a quebrar esse ciclo, não a alimentá-lo.
Se nos afastarmos deste princípio, perderemos o sentido de comunidade e de justiça real.
A VITRINE DO SILÊNCIO
Na vitrine do Fatal, suas curvas perfeitas ofuscam sua real natureza.
Olhos curiosos a espiam, desejos silenciosos a consomem.
Um sorriso falso, máscara de seda velando a dor que a consome.
Lágrimas amargas, atrás do rímel, invisíveis aos olhares mundanos.
A beleza, um cárcere privado; a mercadoria exposta, a carne em oferta, a alma em leilão.
Um preço a pagar, um sorriso forçado, a dignidade em estilhaços.
O Fatal sorri, a sociedade cúmplice, enquanto ela se desfaz em silêncio.
A cada transação financeira, a cada olhar lascivo, a cada toque frio, a realidade se impõe: ela está presa em um sistema que a define, que a explora, que a condiciona.
Com o "EU" fragmentado, sonhos desfeitos, futuro incerto, um vazio profundo.
Mas o Fatal não se limita àquela vitrine. Sua sombra se estende por toda parte, transformando cada um de nós em mercadoria. O Fatal, a vitrine, um reflexo distorcido da sociedade. Vendemos sorrisos forçados em reuniões; nosso corpo e mente, em jornadas exaustivas; nossos sonhos, em troca de migalhas de reconhecimento. A alma, uma mercadoria barata, negociada em contratos e relações tóxicas. A liberdade? Um luxo perdido a cada hora extra, a cada compromisso assumido por obrigação, a cada "sim" que significa "não". A prostituição, em suas múltiplas facetas, se infiltra em cada canto da vida, espreitando nas relações interpessoais, nas pressões sociais, nas demandas do trabalho, nas expectativas da sociedade. A hipocrisia se espreita em cada julgamento, em cada crítica, em cada olhar que condena, mas que se alimenta do mesmo sistema que explora. A busca por validação, por reconhecimento, por segurança, nos reduz a estilhaços, vítimas e cúmplices dessa grande farsa. A mulher na vitrine, um símbolo dessa realidade, um reflexo de nós mesmos. Ela vende seu corpo; nós vendemos nosso tempo, nossa energia, nossa dignidade. A moeda de troca é diferente, mas a essência da transação é a mesma: a alienação, a exploração, a busca desesperada por sobrevivência em um sistema que nos reduz a mercadorias.
Na vitrine ou na rotina, a alienação é a mesma; a exploração, sistêmica; e a luta pela dignidade, uma constante e necessária revolta contra a hipocrisia que nos cerca...
(a.c) -
21/02/2025
Não fazer parte das estatísticas
que mostram a quantidade de miseráveis
e de quantas pessoas não têm acesso à educação,
não constar entre as vítimas de crimes de todo tipo
nos anuários da violência,
não constar entre aqueles que precisam de algum tipo de auxílio do governo
e, principalmente, não precisar declarar imposto de renda
está entre as muitas vantagens da invisibilidade social.
Quem me dera
Quem me dera se com meus olhos
Eu pudesse enxergar a maldade do mundo
Ou a ingenuidade de uma ovelha
Se meus pés pudessem tocar o céu
Ao invés de caminhar nessa rua escura
Quem me dera se eu pudesse
Ir em direção ao mar
Ao invés de um pedido de socorro
Quem me dera se pelo menos mais uma vez
Eu pudesse contar sobre os meus sonhos
Mas tive a minha vida seifada
Por um monstro
Apenas por ter nascido mulher
Narcisista
Desculpe, não posso ajudar!
Você não ouve? Esse pi… pi… pi?
Estou na UTI!
Não cuidei de mim, enquanto me perdi em você,
Me esqueci tentando te agradar, te entender.
Você, que nunca viu tudo que te dei,
Só pediu mais, sem notar que eu me desfiz, que eu parei.
Me ensinaram a servir, a dizer sempre sim,
Mas agora vejo: viver assim foi o meu fim.
Enquanto você crescia, eu diminuía,
E hoje sou só sombra do que já fui um dia.
Não, não posso me levantar por você,
Não é egoísmo, é o que preciso pra viver.
Minhas forças se foram, pensei que te salvar bastava,
Mas percebi que para minha vida você nunca ligava.
Espera! Você não ouve? Esse pi… pi… pi?
Estou na UTI!
Não, não posso mais te alimentar,
Porque te servir foi o que me fez parar.
E a servidão que você sempre exigiu de mim,
É a mesma que, aos poucos, foi me levando ao fim.
Não, não posso me levantar por você,
Todas as forças que me restam agora é para que eu possa sobreviver!
Ana Jalloul
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