Cronica sobre Regime-Jo Soares

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Divina crônica

- "Esconde esse chocolate, pq senão não dura um dia, vc sabe como é..."

E os chocolates foram para o armário, longe das vistas do "guloso". Porém uma barra permaneceu aberta e volta e meia alguém tirava um teco, mais um, e outro, e durou a semana toda.
Uma pequena porção adoçava aqueles dias...

Alimentaram o amor!

Ela comprou um monte e comeram tudo de uma vez...se empanturraram de guloseimas...deitados, rindo alto, brincando como crianças...

E alimentaram seus egos!

Não contente esbravejou... tem chocolates escondidos no armário...desde sempre. O guloso se empanturrou de ódio, ela de vingança....

Ealimentaram seus demônios!

Do alto os anjos cuidavam...havia um amor maior, sublime, puro, incapaz de ser comprado, comparado e nem trocado. Nenhuma guloseima, nenhum dinheiro, nem nada humano poderia intervir.

E no alto os anjos salmodiavam....

E alimentaram a paz!


"Salmos 46:3 Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.4 Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. 5 Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã.
#fragmentosdevida
#homenseanjos
#amoreseódios
#Deuseodiabo
#morteEvida

G.M.

Inserida por g_n_rose_magalhaes

⁠Poema-crônica de presente para Yara Drumond
Simplesmente Yara
Victor Bhering Drummond , 22/01/2013
Ela vem sempre assim
Pra você e pra mim
Olha, quanto sol-verão
Em seu cabelo dourado
Que requebra e desenha
Curvas de belos sentimentos
Ela vem com seu perfume doce de menina
Sua voz meiga e forte
Se faz criança, se faz mulher
Mas muito mais: requebra o intelecto
Para nos ter sempre por perto
Pois gosta de ter no coração um cafuné
Yara, espécie tão rara
Quanto às mais azuis das araras
Pedaço da natureza
Da borboleta que voa colorida
Na imensidão de flores e jardins
Yara Jasmim
Pra você e pra mim
Provando que é possível colher
Coloridos das pedras
Yara mãe das águas de nossos olhos
Pois os comove de alegrias
E compartilha as tristezas
Como forma de empatia
Com-paixão
Voz de flauta doce
Ritmo de violão
Yara que cuida e se faz presente
Para Marias, Nazinhas e Nanás
Para Kikas, Valdis e Cristianes
Para Victors, Flávios e Joões
E rodopia, roda, roda
Como um carrossel
Ou como a simplicidade dos peões
Soltos ao chão e deslizando em mel
Yara brisa nas tardes geladas
Yara bonequinha
De Maria Chiquinha
Yara pura química
Alma do mais puro dos farmacêuticos do passado,
Que colecionava frasquinhos e ervas
Para a cura dos problemas da cidade
Nos faz olhar para escorpiões sem medo
E desvenda os seus segredos
Como o doce veneno capaz de trazer vida
Quando só enxergamos o óbvio de nossas lidas
Ela é irmã, amiga, tia, filha, parceira, cúmplice
Amor de e para todos
Cantinho de ternura e acalento
Com seus cabelos ao vento
É bom que também voe
Para que espalhe aos quatro cantos
O pode e a força do seu encanto

Inserida por victordrummond

⁠"CRÔNICA".
Um diálogo com o povo. 1

Eu sei das tuas circunstâncias, da tristeza e da euforia, e dai? Dai sabes caros amigos, o título de democracia, não é teu próprio interesse, aliás não visita teu endereço, quando participas da patifaria.
Submeter, jeitinho, peixada, conchavos, obras mil Brasil, licitação arranjada.
És, e não admito, coparticipadores dessa saga que traz aflito, tá certo, respeito a livre arbítrio, quieto, no âmago do silêncio, grito, não admito.
Reino calado, ninguém escuta meu grito, Deus é nosso lado, não podemos submeter, o opressor é inimigo, fere, aplaca, destoa, constrange, crê, você consegue, eu consigo.

Deus abençoe a todos.
19/07/2022 .. 20:36hs.

Rei: Giovane Silva Santos.

Inserida por giovanesilvasantos1

⁠"CRÔNICA".
Um diálogo com o povo parte 2.

Povo meu, meu povo, destrinchar o ninho de cobras Brasil, quem mexe nesse ovo, inocente tua voz, e, ou muitas vezez algoz.
É verdade, na pele a opressão estabelece, convence e manobra tece, submetes, participam deste campo feroz, esta é a razão que perdes a voz.
Gente ferida, aquecida pelo teor sórdido e descabido, o Brasil é um complexo umbigo, livre e atrevido em vozes restritas, uma elite quer vê las sucumbidas, manifeste sim, pela vida, por Cristo medida, faça dela um ente feroz, cale se o barulho opressor, ganhe ti povo, tua voz.

Deus abençoe a todos.
21/07/2022 .. 20:45hs.

Rei: Giovane Silva Santos.

Inserida por giovanesilvasantos1

⁠"CRÔNICA".
Um diálogo com o povo 3.

Meu povo, povo meu, eis que a liberdade pode ser contestada, embora seja um direito seu e meu.

Liberdade em bradar pela dignidade, pelo espaço a conquistar, a liberdade de cruzar os braços, na medida que seu regaço, veio a fadigar, ser livre seus passos, salve bagunçar, daí a contrapartida algemada, a liberdade pode ser contestada.

O homem pela honra, a mulher pela dignidade de escolha, respaldo pelo livre arbítrio, que seja pleno e sensato o grito, que escrevam seus destinos, quebre o crivo dos desatinos, redija na memória a tua história na árvore da vida, és folha, prisão em uma bolha, sim, as labaredas da bebedice, os prostíbulos vivos a arregaçar, contenha se a não bagunçar, a mente torna se aprisionada, tua e ou a minha liberdade pode ser contestada.

Deus abençoe a todos.
23/07/2022 .. 21:01hs.

Rei: Giovane Silva Santos.

Inserida por giovanesilvasantos1


CRÔNICA, PAIXÃO PELA ESCRITA.
Escrever é um exercício de amor ou quase santidade. E, como os apaixonados nossas criações faz despertar o egocentrismo intrínseco ao ser.
Todos os textos que escrevo, sempre imagino que as pessoas assim como eu, também vão gostar e admirar. E no intuito de mensurar essa ideia, eu quase sempre peço a opinião dos meus próximos que na maioria das vezes, minimiza com a deprimente frase.
- Eh! Mais ou menos. [Com uma discreta torcida no nariz]. Claro, ninguém é obrigado a gosta do que eu gosto ou faço.
Mas não é de se negar que diante de tamanha afirmativa, não role certo desanimo. ai a gente coloca aquele textinho de molho em um “balde de água fria” Mas como toda mãe e todo pai nunca vai aceitar que seu filho seja feio ou imprestável. Logo o abraçamos oferecendo-lhe o calor do sentimento.
- E ai, fazemos novas leituras, colocamos a quarar no anil.
- E outras e outras leituras, para podermos expô-lo Como diria Graciliano Ramos.
- E só após, postamos para o veredito social.
- Transbordando-nos de curiosidade para saber qual vai ser a aceitação daquela obra.
- Nos tornando uma capsula de ansiedade e esperança.
E ante uma diversidade de opiniões, eis que surge uma alma que se reconhece ali naquele texto, e se declara admirador do autor, mesmo sem nunca tê-lo visto. Talvez fosse um gesto saudosista ou um instante de ínfima lucidez.
- Mas no cotidiano do autor é inexoravelmente o êxtase.
- O condimento para seguir sua caminhada com esmero e carinho.
E então se conclui que o ato da escrita é quase um sentimento de santidade. É como fazer Hamlet lá 1956, com câmeras pesadíssimas sem VT, sem cores, sem nada. Só paixão e raça.
E somente por amor verdadeiro nos propomos a escrever em uma nação em que não se prima pela leitura crítica e pensante.

Inserida por NICOLAVITAL

⁠CRÔNICA AMOR ANIMAL
Ontem, às primeiras horas da manhã, o sujeito viajava de moto vindo do trabalho após três longos dias de plantões ininterruptos aonde trabalhava e, ainda na BR 104, na altura do quilometro 87, um cachorro magro e rabugento totalmente distraído ou quem sabe, de proposito atravessava a pista de rolamento e o motoqueiro não muito perito no que fazia e sem muitas alternativas Bummm.
Quase parado por ter tentado uma brusca frenagem, colidiu com o vagabundo que escapou ileso. Apenas alguns berros Ai ai ai ai...
Entretanto o nosso protagonista não teve a mesma sorte e foi de encontro ao rígido solo asfáltico.
- Ao chegar em casa todo rasgado.
Roupas e joelhos bem ralados e machucados, logo sua mulher lhe indagou.
- O que foi isso homem?
- Nada, apenas ati em um cachorro e quase morri!
Com a cara de assustada ela torna a perguntar.
- Nossa, não acredito, matasse o bichinho?
E o sujeito meio sem jeito resmungou.
- pasmem, que amor animal o seu?!
E, ela, agora com cara meio de tacho abre um pálido sorrido de desculpas.
- Por fim, dias após, os protagonistas se encontram por coincidência no mesmo lugar.
O motoqueiro até hoje vive a usar unguento em seu joelho ralado e seu malfadado coração.
-O cão vagabundo?
Feliz à beira da pista a latir sem casa e sem marca.

Inserida por NICOLAVITAL

⁠⁠Crônica pequena
"A VIDA, O MAIOR ESCÂNDALO NA HISTÓRIA HUMANA"

⁠Era 2023, quando estávamos no verão de outubro á dezembro. A cidade parecia desabitada...Preservar a vida era a nossa maior preocupação, e o barulho inquietante nos causou desconforto, pois conceituados políticos viviam com um sentimento de apreensão.

Inserida por Bissueque

⁠Tempo ao Tempo.
Chatice crônica.

Não reclamemos da vida, por motivos banais e corriqueiros.
Assim procedendo, nos intoxicaremos de "chatice crônica".

Nossos parentes e pessoas próximos gradativamente se afastarão.

Nós, certamente, iremos pensar; essas pessoas somente querem saber delas.

O processo se agravará, de forma cíclica, a cada reclamação.

Portanto, não reclamemos aqui !
.

Inserida por FRabello

⁠Crônica dos Desiludidos

Os desiludidos do amor
Estão desfechando ilusões no peito
Do meu quarto, escondido, ouço a paixões
Os amados torcem-se de gozo
Oh, quanta matéria para os jornais

Desiludidos mas apaixonados
Escrevam cartas de amor
Tomaram todas as emoções
Para o remorso dos amados

Pum pum pum adeus, emocionado
Eu vou, tu ficas, mas nós veremos
Seja no claro céu ou turvo inferno

Os jornalistas estão fazendo a matéria
Dos desiludidos que se mataram
Que grande emoções eles tinham
Poemas, sob o seu diário e cartas de amor cheia de dor
E uma história cheia de intensidade

Agora, vamos para o jornal local
Levar as matérias dos desiludidos
Lidas com emoções e sentimentos
(Histórias de primeira e de segunda classe)

Inserida por usually

Crônica de quem não tem nada para falar

⁠Eis me aqui, em meio aos pensadores e sem pensamentos para oferecer.
Será que conseguirei atiçar a curiosidade de alguém que virá até aqui e se debruçará sobre estas mal-traçadas linhas?? Será que tenho algo a dizer??

Pensando bem, acho que todo mundo tem algo a dizer. Por outro lado, nem tudo que pode ser dito é algo que deva ser manifestado.

Supondo, então, que tenho algo a dizer e que posso dizer esse algo, como dizer?? Basta eu jogar palavras sobre a tela do computador?? Já ouvi falar que o papel aceita tudo, então a tela deve aceitar também...

Mas não... Se eu começar a banalizar minha escrita, em que ela diferirá de qualquer redação do primeiro grau?? Talvez eu até esteja sendo presunçoso, afinal de contas quem me garante que o que eu escrevo é melhor que uma boa redação do primeiro grau?? Não devo ser mesmo o melhor juiz para essa análise.

Tenho então de deixar aqui uma mensagem, algo que faça as pessoas pararem e pensarem, algo que as toque no mais íntimo de seu ser.

Mas, tenho eu acesso a esse conhecimento iluminado?? Há algo que eu possa dizer que já não tenha sido dito de todas as formas possíveis??

Terei de me conformar em reciclar velhos pensamentos, enfeitando-os aqui e ali com algum recurso de linguagem, tentando dar a eles uma nova forma, mais atrativa, mais cativante.

Mas sou eu quem vai fazer isso?? Logo eu ??!!

Eu sou tão pouco afeito ao uso de figuras de linguagem que só consigo imaginar um resultado pobre e pouco inspirador de qualquer coisa que saia da minha pena. E o que sair, infelizmente, dará pena.

Então, meu caro leitor, que me aturou até aqui e que esperava de mim, ao final, uma mensagem ou pensamento inspirador, só tenho a te dizer nesse momento um conselho que ouvi de minha amada mãe : "se vc não tem nada para falar, é melhor ficar calado".

E falei demais...

Inserida por Gsmlobo

Crônica da Linha de Fronteira Seca: Ponta Porã e Pedro Juan Caballero

A linha de fronteira seca entre Ponta Porã, Brasil, e Pedro Juan Caballero, Paraguai, é uma região única, repleta de histórias antigas e memórias culturais. Este território, que hoje une dois países, já foi palco de inúmeras rotas e caminhos antigos, cruzados por povos indígenas, portugueses, espanhóis e missões jesuítas.

A Formação Histórica.

Desde tempos imemoriais, a vasta mata e as grandes áreas de erva-mate nativa atraíram colonizadores, migrantes e emigrantes de diversos lugares. Os tropeiros e comerciantes viajantes que por aqui passaram deixaram suas marcas, e muitos decidiram fixar-se, dando origem a estâncias e fazendas que, cada uma, conta sua própria trajetória e história.

Lendas e Memórias.

As lendas locais falam de quadrilheiros e bandoleiros que cruzaram a região, mas também das patrulhas volantes, formadas por valentes da região, que expulsaram os bandidos. Essas histórias são contadas através de crônicas locais, lendas e causos de outros tempos, memórias de um passado que deixou gravado na história contos para serem contados.

A Riqueza Cultural.

A riqueza cultural e histórica da linha de fronteira seca é inegável. Cada canto dessa região guarda memórias de um tempo em que a fauna e a flora exuberantes eram observadas com admiração pelos primeiros exploradores. As missões jesuítas, com seu legado de fé e conhecimento, também deixaram marcas profundas na cultura local.

Conclusão.

Hoje, Ponta Porã e Pedro Juan Caballero são cidades irmãs, unidas por uma fronteira que, mais do que dividir, une histórias e culturas. A linha de fronteira seca é um testemunho vivo de um passado rico e diversificado, que continua a inspirar crônicas e contos, mantendo viva a memória de uma região única e cheia de histórias para contar.

Inserida por yhuldsbueno

⁠Crônica da Fronteira: Ponta Porã e Sua Diversidade histórica e Cultural.

Na linha tênue que separa Brasil e Paraguai, Ponta Porã emerge como um mosaico de histórias e culturas.

A cidade, que já foi um vilarejo modesto, carrega em suas ruas e campos a memória de tempos de exploração da madeira e da erva mate e desenvolvimento.

No final do século XIX, os primeiros migrantes sulistas chegaram, atraídos pela promessa de terras férteis e pela riqueza da erva-mate.

Esses pioneiros, com suas famílias e sonhos, desbravaram a região, fixando morada e iniciando o comércio da erva que se tornaria símbolo da cultura local.

O Porongo a cuia de chimarrão e de tereré, hoje, representam essa fusão cultural entre brasileiros e paraguaios herança dos povos originais, nativos desta região que deixaram sua marca cultural para todas as gerações.

Com o passar dos anos, a exploração da madeira das matas e a criação de gado transformaram a paisagem. Viajantes e tropeiros cruzavam os campos, levando café e outros produtos agrícolas para mercados distantes.

A agricultura floresceu, e Ponta Porã se tornou um centro de produção de soja, trigo e milho entre outros produtos aos poucos a erva mate foi esquecida, está que foi a mola mestra do desenvolvimento econômico da região nos tempos da exploração do ouro verde pelos ervateiros locais.

A emancipação do vilarejo em 1912 marcou o início de uma nova era. A cidade cresceu e se desenvolveu economicamente, atraindo novos moradores e investimentos.

A construção do 11° Regimento de Cavalaria Independente, que mais tarde se tornaria o 11° RC MEC, foi um marco importante. Marechal Dutra, que comandou o regimento, viria a ser presidente do Brasil, deixando sua marca na história local.

Personagens históricos e eventos significativos moldaram a cidade de Ponta Porã. Revoluções e divisões territoriais, a proteção da fronteira e a visita do presidente Getúlio Vargas são apenas alguns dos capítulos dessa rica narrativa da formação histórica e cultural da fronteira.

A criação do Aero Clube de Aviação e do Centro de Tratamento de Zoonoses são exemplos do progresso contínuo da cidade em meados da década de 1940 e 1950

Entre 1943 e 1946, Ponta Porã foi elevada a Território Federal, destacando-se pela sua importância estratégica e econômica. Na década de 1950 chega a extensão do Ramal ferroviário Noroeste do Brasil ligando definitivamente Ponta Pora ao centro industrial do Brasil.

Esse período de autonomia dentro do estado de Mato Grosso, que posterior se dividiu criando o Estado de Mato Grosso do Sul reforçou seu papel na história nacional.

Hoje, Ponta Porã é um testemunho vivo da diversidade cultural varuos povos convivendo dentro de uma região unica.

O espírito pioneiro
que moldaram sua identidade. Cada esquina, cada praça, carrega consigo as histórias de um passado vibrante e de um futuro promissor.

Inserida por yhuldsbueno

⁠Crônica: A Poeira na Varanda.

A poeira na varanda é testemunha silenciosa de um tempo que deixou saudades.

Naquela época, a cidade era pequena, e a vizinhança era uma grande família. Todos se conheciam pelo nome e sobrenome, e os compadres e comadres se encontravam na missa de domingo.

Era um ritual sagrado, onde as famílias se reuniam para uma boa conversa, um dedo de prosa, enquanto o sol se punha no horizonte.

A cidade, com suas poucas ruas, era um lugar onde tudo estava ao alcance. Da padaria ao bolicho, do pequeno mercado à farmácia, tudo era próximo. A vida rural era pacata e cheia de simplicidade. Nos sítios e chácaras, criava-se de tudo.

O leite fresco chegava à porta, e as frutas e verduras eram colhidas no quintal, fresquinhas e saborosas.

As famílias eram grandes, compostas por avós, tios, tias, primos e padrinhos. Todos conviviam em harmonia, e aos finais de semana, a festa era certa. Sempre havia um motivo para comemorar, seja um aniversário, uma colheita farta ou simplesmente a alegria de estarem juntos.

Era um tempo de vida calma, cercas baixas e muros que não escondiam os vizinhos. Todos se cumprimentavam com um bom dia, boa tarde ou boa noite.

Hoje, resta apenas a varanda empoeirada e as memórias de um tempo que deixou saudades. A poeira, que se acumula lentamente, é um lembrete constante de que, apesar das mudanças, as lembranças daqueles dias continuam vivas no coração de quem os viveu.

Inserida por yhuldsbueno

⁠Crônica: Lendas da Fronteira de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

A fronteira entre Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, é um lugar onde o passado e o presente se encontram, tecendo uma rica tapeçaria de histórias e lendas. Essas cidades-gêmeas, separadas apenas por uma linha imaginária, compartilham uma história que remonta aos tempos das primeiras migrações e das nações indígenas que habitavam essas matas.

Após a Guerra do Paraguai, a região viu um influxo de migrantes que buscavam novas oportunidades. Foi durante a produção de erva-mate que muitas das lendas locais começaram a tomar forma.

Nas narrativas orais que e passada por geração, dizem que nas noites de lua cheia, os espíritos dos antigos habitantes ainda vagam pelas matas, protegendo os segredos da terra. A erva-mate, além de ter por décadas ser a principal fonte de renda, também é cercada de histórias de tropeiros e viajantes que, ao redor do fogo, contavam causos de encontros sobrenaturais e assombrações.

A Laguna Porã é um dos cenários mais emblemáticos da região. Ao redor desta lagoa as duas cidades surgiram e cresceram.

Conta-se que, em noites de neblina, é possível ouvir os lamentos de uma mulher que perdeu seu amor nas águas escuras da lagoa. Essa lenda, passada de geração em geração, é um lembrete constante dos mistérios que envolvem a fronteira.

Os enterros do Lopes e os tesouros de Madame Lynch são outras histórias que alimentam o imaginário local. Dizem que, durante a Guerra do Paraguai, muitos tesouros foram enterrados na região, e até hoje, aventureiros buscam por essas riquezas escondidas. Madame Lynch, uma figura histórica controversa, é frequentemente mencionada em lendas sobre tesouros perdidos e batalhas épicas.

Os mitos indígenas também desempenham um papel crucial na formação da identidade local. As histórias dos Guarani, que habitavam a região antes da chegada dos europeus, falam de seres míticos que protegiam as florestas e rios.

Essas lendas moldaram a relação da população local com a natureza, promovendo um profundo respeito pelos recursos naturais.

A fronteira de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero é um lugar onde o passado e o presente se encontram. Cada pessoa que passa por aqui leva consigo um pedaço dessa história rica e fascinante. As memórias dos causos e lendas são guardadas com carinho, perpetuando a identidade única dessa região fronteiriça.

Hoje, a neblina que cobre a cidade nas manhãs frias são testemunhas silenciosas de um tempo que continua vivo na memória de seus habitantes.

A fronteira seca, cheia de mistérios, é parte indissociável da história de cada indivíduo que aqui vive, passa ou parte, levando consigo as histórias que ouviu e viveu nesta terra de histórias, causos e lendas.

Inserida por yhuldsbueno

⁠Crônica da Fronteira: A Guavira, Joia do Cerrado Sul-Mato-Grossense.


Na região de fronteira entre Brasil e Paraguai, onde Ponta Porã e Pedro Juan Caballero se encontram, a guavira, também conhecida como gabiroba, reina como símbolo do Mato Grosso do Sul.

Nos estudos científicos: Esta fruta nativa do cerrado, com seu sabor doce e refrescante, floresce de novembro a janeiro, trazendo consigo histórias e lendas que atravessam gerações.

Segundo pesquisadores em em seus estudos. A guavira não é apenas uma fruta; é um elo entre o passado e o presente, alimentando corpos e almas com seu frescor. Rica em vitamina C, ferro e outros nutrientes, ela é uma dádiva da natureza que fortalece a imunidade e previne doenças do corpo e da alma.

Seu consumo é uma tradição herdada dos povos indígenas, que conheciam bem seus poderes curativos e a utilizavam em chás para tratar infecções urinárias e cistites.

Uma das lendas mais conhecidas sobre a guavira vem do Paraguai, narrada no livro “Leyendas y creencias populares del Paraguay”. Nos tempos da colonização, uma tribo indígena enfrentou colonizadores e, após uma vitória, levou um soldado prisioneiro para a aldeia. O inesperado aconteceu quando o prisioneiro branco conquistou o coração de Apykasu, a filha do grande chefe Jaguati. Esta história de amor e conflito é apenas uma das muitas que cercam a guavira, destacando seu papel não só como alimento, mas como parte do tecido cultural da região.

Durante a época da “Cata Guavira”, é comum ver grupos de pessoas colhendo a fruta nas estradas e fazendas da Serra da Bodoquena. Este evento festivo celebra a abundância da guavira e a conexão das pessoas com a terra e suas tradições.

Assim, a guavira continua a ser um símbolo de resistência e vitalidade, uma fruta que não só nutre, mas também conta histórias de um tempo em que a natureza e a cultura estavam profundamente entrelaçadas.

Na fronteira sul de Mato Grosso do Sul, a guavira é mais do que uma fruta; é uma herança viva que continua a inspirar e alimentar inúmeras gerações.

Inserida por yhuldsbueno

⁠Crônica da Fronteira: Saudades de um domingo qualquer da infância!

Por: Prof. Me. Yhulds Bueno

Era um domingo como tantos outros, mas ao mesmo tempo, único. Acordávamos com o cheiro do café fresco e o som das risadas que ecoavam pela casa. O sol brilhava lá fora, convidando-nos para mais um dia de aventuras. Não havia preocupações, apenas a inocência de viver cada momento intensamente.

Os domingos eram especiais porque a família estava toda reunida. Pai, mãe, irmãos, e a visita tão esperada à casa dos avós. Lá, os tios e primos já nos aguardavam, e a alegria era contagiante. As brincadeiras de rua começavam cedo, com corridas, esconde-esconde e tantas outras invenções que só a criatividade infantil podia proporcionar.

Ao meio-dia, todos se reuniam em volta da mesa grande e farta. O almoço era um banquete, não só de comida, mas de histórias, piadas e anedotas. Cada um tinha algo a contar, e as risadas eram garantidas. Era um momento de celebração, de união, onde cada detalhe fazia aquele domingo ser inesquecível.

Depois do almoço, mais brincadeiras, agora no quintal, sob a sombra das árvores. Os adultos conversavam, enquanto as crianças continuavam a explorar o mundo ao seu redor, sem pressa, sem preocupações. O tempo parecia parar, e a felicidade era simples e pura.

Hoje, esses domingos são apenas lembranças. A saudade aperta o peito ao lembrar daqueles que já não estão mais aqui, dos que seguiram seus próprios caminhos, agora cheios de responsabilidades e deveres. A infância ficou para trás, junto com o colo da mãe, o abraço do pai e a companhia dos parentes que hoje são apenas memórias.

Mas, ah, que bons tempos eram aqueles domingos qualquer. A saudade é grande, mas as lembranças são um tesouro que guardamos com carinho, revivendo cada detalhe em nossos corações.

Prof. Me. Yhulds Bueno

Inserida por yhuldsbueno

⁠Nicotina

Poesia crônica, cigarro cubano
Prosa de Neruda, lascívia de Caetano
Um canto, lugar único no mundo
Um tenor no máximo da sua entonação
Um acorde perfeito, música de Wagner
Encantamento de Isolda e Tristão
Sonoridade efêmera que apetece
Destoa, enlouquece alma em combustão
Meu espírito demente sem ação.
Um perfume cítrico e agreste
Nicotina que impregna o coração.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Uma Tragédia, um Milagre, uma Existência

Dor crônica não é apenas uma condição; é uma consequência que, lentamente, rouba a vitalidade. Ela não mata de imediato, não é um algoz que desfere um único golpe fatal. É, antes, uma tortura persistente, cruel e implacável. A dor crônica não apunhala, mas enfraquece. Não canse a vida, mas subjuga. Ela invade o corpo, retira a autonomia e, muitas vezes, transforma a existência em uma luta contra a impotência.
Essa dor torna a vida uma batalha constante. A racionalidade tenta resistir encontrada, refúgio em pensamentos lógicos e esperanças cuidadosamente cultivadas. Mas a dor é astuta: desafiar a mente, entrar em um jogo psicológico no qual o sofrimento parece sempre levar vantagem. Nesse campo de batalha desigual, a fé surge como última fortaleza — uma fé de que a dor, um dia, cessará; de que um Deus misericordioso aliviará o peso insuportável e oferecerá descanso à alma.
A dor não apenas habita o corpo; ela o domina como um inquilino indesejado que recusa partir. E, assim, uma pessoa se sente à deriva, como estrangeira em seu próprio ser. A espiritualidade é testada em limites inimagináveis. A cada dia, o sofrimento desafia a esperança, esgota as forças e tenta apagar a luz da resistência.
Nesse contexto, surgem os questionamentos: Qual é o propósito de tudo isso? Se a dor não existe, que caminhos seriam trilhados? E se, por graça divina, a cura chegar, haverá uma segunda chance para corrigir erros e redescobrir o significado da vida? O medo da morte paira como uma sombra constante, acompanhada pelo peso da permissão e pelo anseio por redenção.
Ainda assim, o final dessa história permanece aberto. Cada dia é uma batalha, e cada despertar é um ato de coragem. Em meio à tempestade, a fé serve como alicerce, sustentando o espírito e iluminando até os momentos mais sombrios. Apesar do peso, viver é um milagre, e cada pequeno triunfo — mesmo o mais discreto — é uma prova de que Deus é fonte de força e renovação.
A dor, embora tirânica, não tem a última palavra. O Deus que realiza milagres é também o Deus que dá sentido à existência. E é Nele que corpo e alma encontram sustento. Por isso, a luta continua. Porque, entre tragédias e milagres, cada ato de resistência é uma declaração de fé. E assim, sustentados pela esperança de dias mais leves, seguimos em frente, certos de que, ao final, a fé será recompensada com a paz.

Inserida por FelipeEscreve

Uma Crônica

Na pequena cidade de um interior pernambucano, cercada por três serras altivas e vigiada pela igreja matriz, erguia-se uma família moldada pela aspereza da vida e pela obstinação dos sentimentos. Janeiro , o pai, era um homem de palavras ásperas e álcool constante, cuja presença pesava como nuvem carregada sobre o lar. Sua voz, embriagada e intempestiva, era tanto um fardo quanto uma sombra que apagava o brilho da casa humilde.
Maria da Esperança, porém, era o contraponto àquele caos. Pequena em estatura, mas gigante em esperança, carregava no peito um desejo indomável de dias mais claros. Via no horizonte das serras a promessa de um amanhã menos duro, e mesmo em meio à penumbra, plantava sonhos nos corações dos seus quatro filhos, cada qual um universo singular.
Setembro, o primogênito, era a encarnação das paixões do pai. Seu mundo era feito de noites de viola, copos cheios e risadas ruidosas. Herdara o sangue fervente e a alma boêmia de Janeiro , para o desespero de Maria, que, mesmo assim, enxergava nele uma bondade oculta, uma centelha de redenção entre as cinzas.
Novembro, o segundo, vivia em outro compasso. Era o sonhador, o arquiteto de palavras e ideias. Passava as noites sob a luz trémula das velas, rabiscando versos e planos que prometiam libertar a família das garras do destino. Queria ser professor, escritor, um viajante nas asas da imaginação.
Abril, o terceiro, era o centro de gravidade. Um pilar de racionalidade e coragem. Com sua mente afiada de advogado e o coração de filósofo, ele trazia ao mundo a ordem que a vida tantas vezes negava. Era o conselheiro, o estrategista, o guardião das esperanças da mãe e o guia dos irmãos.
Ariano, o caçula, era um cometa de energia. Ariano de alma, trazia consigo a marra e a confiança de quem desafia a gravidade. Tinha nos olhos o brilho de quem acredita no próprio destino e nos gestos a audácia de um guerreiro pronto para enfrentar o mundo.
A infância dos quatro foi forjada na aridez do sertão, sob a sombra de Janeiro , cuja violência feria tanto quanto a seca. Até que Maria, exausta e ferida, decidiu partir. Deixou para trás não apenas o lar, mas também o medo, levando consigo apenas a esperança de que seus filhos sobreviveriam.
Sozinhos, os irmãos aprenderam a lutar contra o vento. A solidão assumiu a liderança com sua bravura impulsiva; Novembro encontrou refúgio nas ruas e no sitio logo depois; Abril seguiu Novembro, mas tinha seus planos próprios, e Ariano, com sua confiança inabalável, encarou o futuro de frente.
Com o passar dos anos, as serras continuaram a guardar a memória daquelas lutas. A igreja matriz, sempre firme, testemunhou o retorno de Maria, agora mais forte e com os olhos brilhando de orgulho por seus filhos. Janeiro permaneceu o mesmo, mas os filhos o perdoaram, compreendendo que o amor que herdaram vinha de outro lugar — da coragem inquebrantável de Maria.
Assim, na simplicidade daquelas terras, escreveu-se uma história de dor, esperança e redenção. As serras, eternas vigias, e a igreja matriz, guardiã dos sonhos, testemunharam o triunfo da família que ousou desafiar o destino e encontrar, no meio da tempestade, o sol.

Inserida por jottaandrade11