Crônica de Despedida de Morte
Quem não tem medo da vida, não deve ter medo da morte.
Dentre os questionamentos da vida está a certeza da morte.
Arrebatadora e cruel para a maioria que parte e para quase todos que ficam, ela é como um jogo onde todos perderemos as últimas fichas, na última mão, da última rodada.
Há quem lembre mais dos lances de sorte e como eles foram festejados, outros lamentam as muitas perdas e o vazio que fica quando cai a ficha e a má sorte foi lançada.
Todos chegamos com um grande cacife e partiremos sem nada levar, mas quem não tem medo da vida, não deve ter medo da morte.
A morte também chora comigo.
As lágrimas escorrem sobre a tua face fria e escura, tão sombria.
Posso ver a morte chegar.
Aquele choro doía tudo por dentro e, nos dava uma enorme sensação de tristeza.
Eu, vendo aquele espírito chorando, pedindo por mais uma chance de misericórdia de coração arrependido, posso ver a morte chorar.
A procura de paz no seu peito machucado e ferido.
Não podendo fazer tal coisa, aquele espírito fez com todas as almas que ele mesmo levou para o inferno, se comoveram.
Mas nada podemos fazer o príncipe das trevas, o rei de todas as almas, no mundo dos mortos, também chora.
A morte também chora por sua morte.
Naquele lugar de almas perdidas, a morte também chora de saudades e solidão.
Nós a acompanhamos no ritmo meloso, também choramos por estarmos mortos.
Choramos por estarmos mortos.
Embraco no trem da meia noite
Embarco no trem da meia noite, no expresso com destino a morte pelo Sistema.
No trem que tem como objetivo levar toda dor.
Eternamente vou viver ao lado da morte com seus beijos gelado e com ela vou me deitar e sentir suas entranhas frias, com ela vou me deliciar em um mundo vasto de trevas e dor, a felicidade não reina nesse lugar e aqui só há tristeza solidão e maldade, a felicidade de alguém proporcionou minha tristeza e conseqüentemente minha morte súbita, mal posso me lembrar dos poucos minutos daquela corda menos de um metro entrelaçada em meu pescoço e eu me debatendo com a asfixia, agora estou aqui.
Estou em um mundo frio e cheio de dor, um mundo diferente deste mundo que vocês vivem um mundo tenebroso cheio de almas vazias, estou em um Enorme mundo vazio.
FRÁGIL CORPO
Apesar da nossa morte em ruínas
No peito acabou a ilusão na exaltação
Onde o meu frágil corpo ficou vazio
Preciso voltar escrever um poema
Antes que a noite escura chegue
E me faça um relatório de todas
As recordações que guardo na mente
Antes que o sono da morte cale para
Sempre a minha boca e meu meigo olhar
Preciso escrever o poema da minha vida
Antes que seja tarde e que a escuridão chegue
E que a morte venha e o meu corpo fique frio.
a morte nunca foi um paradigma
de tantos olhares maliciosos...
simplesmente uma outra vida ao seu lado,
neste momento descubro que as maiores conectivas
das minhas profundezas vendo que parte da minha alma
esta perdida pelo fato sermos um único lado
abrasivamente a felicidade é um sonhos de vários termos.
sempre com a mesma ousadia,
pequenos devaneios.
O chamado
Quando a Morte me encarar
Face a face
E sorrindo
Invocar meu nome
E o Destino me disser:
- Eis seu último minuto!
Abrirei meus olhos
Levantarei meu corpo
E, encarando a Morte
E o Destino,
Direi:
Meu último minuto
Pertence ao Senhor;
Quem vem me buscar
Não é a Morte...
Mas a Vida!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
PENEDO OU ESPUMA?
Penedo ou espuma?
Vaporosa formação granítica
Rocha para correntes espumantes
Espuma ao contato das tempestades.
Quem és na essência
Se flutuas como tênues flocos
Se envergas trajes de matéria densa?
Na noite de teus mistérios
Ao esvoaçar de asas
Ensombrece o penhasco
Em enigmático mutismo.
Nos escaninhos de teu ser
Procuro espuma
Encontro penedo
Esculpo rochas
Desfaço espumas.
Que porta se abrirá
Ao chamado da dúvida?
Penedo e espuma
Dois estados do mesmo elemento
Encontro a ambos
No mesmo cenário:
Penedo é coragem
Espuma é indecisão.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
C R I A Ç Ã O
Meus versos, minha poesia
Não me pertencem:
Faço-me instrumento
De vidas alheias
De alheios sentimentos.
Sento-me no Banco da Vida
E transcrevo o grande poema
Dos homens
E dos deuses!
Minhas linhas são minha efígie
No anverso e reverso
Da moeda do tempo;
Crio vidas já nascidas
Sou senhor de alforriados
Pastor sem rebanho.
Meus versos, minha poesia
Não me pertencem:
Sendo a vida luz
Sou iluminado
E ilumino
Por minha vez!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
EM BUSCA DE UM CARNAVAL
Minhas ruas da infância
Estão vazias de sonhos e de confetes.
Os espirradores coloridos se esvaziaram no tempo,
Molhando requebrantes serpentinas.
Os pierrôs se fizeram mais tristes:
Suas colombinas perderam as fantasias
E em mulheres se transformaram;
Meu bloco virou a esquina
E o Bloco da Alegria
Em Bloco da Agonia se tornou;
Os mascarados tiraram as máscaras
E seus rostos outras máscaras se tornaram.
Meu carnaval menino
Em que espelho da vida
Escondeu seus foliões!?
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
CONVITE AOS SONHOS
O sono, traído pela inspiração,
Parte, contrariado,
A cerrar outras pálpebras
Insugestionáveis.
O poeta, atraído pela inspiração
Ressurge, reavivado,
A perder segmentos de sua alma,
Manchando alvos papéis
Com a cor perene
De seus voos de Ícaro!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
INTRINSECAMENTE
Esta é uma noite minha,
Intrinsecamente minha!
A estrela mais brilhante
Reflete em meus olhos;
O vento brando que beijou
As flores noturnas
Minhas narinas entorpecem;
A melodia do universo sussurra
Em meus ouvidos atentos;
Os sonhos contam segredos
Decifrados por mim.
Esta é uma noite minha,
Intrinsecamente minha!
Todo o universo
A mim se ofertou
E igualmente
A mim arrebatou!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
APELO
Quero humanas criaturas a me amar
Além do baço reflexo de minh’alma
De minha fisionomia, que ri e que chora,
Em sentimentos puros ou contrações involuntárias.
Quero humanas criaturas a receber
Meu coração púrpuro
Fresco de sangue,
Que é morte... mas também vida.
Quero humanas criaturas a soprarem
O hálito de sentimentos
Em meu coração pequenino
Querendo crescer, ao sabor da vida.
Quero humanas contradições
Alimentando meu coração
Quase sumindo...
Meu coração quase crescendo
Vertido de uma alma entorpecida
Buscando a humana vida:
Pequenino brilhante imerso
Nos desejos humanos!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
ESPELHO
Quando o tempo tatuar meu corpo
Com as rugas da idade
E o espelho refletir minha imagem
Tão estranha aos ares da mocidade
Que verão meus olhos cansados?
Uma vítrea personagem sem alma
Dublando um resto de vida?
Uma alma esculpida em bronze
Afrontando, sobranceira,
O inevitável Mistério?
As linhas tão profundas
Sulcando minha matéria frágil
Aumentarão a luz
De minha candeia íntima
Transformando minh’alma
Prenhe de liberdade
Num candeeiro sem fim?
Ó Tempo, eterno coletor de débitos!
Que me cobrará teu aguçado desígnio?
Quando o Tempo tatuar meu corpo
Com as rugas da idade
E minha imagem diluída no espelho
Perder o alento de quem se mira
Indagarei aos anos idos:
Que espectro me reveste o presente:
Anjo ou demônio?
Quando o Tempo tatuar meu corpo
Com as rugas da idade
E no espelho não houver imagem
Que me cobrará a Vida?
Com que peso ou leveza
A Pena da Eternidade
Lavrará minha sentença?
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
V a t i c í n i o
Enquanto o belo
For estandarte;
O ideal
Profissão,
O canto do poeta
Será semente
Fecundando
A escuridão!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
Vértice divino
Durante milênios
Sentei-me na relva do mundo
E perscrutei as estrelas
Em busca de outros seres.
Durante milênios
Ao lado de pequenina semente
Reguei minha imaginação
Buscando formas
Procurando respostas.
Durante milênios
As estrelas cintilaram
E a roda do universo girou
Mas meus olhos cegos
Somente viram sombras
Da realidade tão perto.
Durante milênios
Voei o voo raso
Dos desencontros
Sentei-me no topo do mundo
E somente vi desolação.
Durante milênios
O mundo sulcou minh’alma
E descerrou minhas ilusões
E a semente da vida
Agora em botão
Mostrou-me os seres
Que há muito
Davam-me as mãos.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
VOO TRANSCENDENTAL
Sou pássaro encerrado
Nas grades das ilusões
Cantando canções de liberdade.
Minhas asas querem o voo
Das grandes alturas
Alcançar a Fonte
Das águas cristalinas.
Além, onde os pássaros voam livres,
Quero mergulhar no Oceano da Luz
Planar nas correntes da paz
E mitigar a sede
Nas águas do conhecimento.
SEMENTE DE LUZ
A morte veio, chegou no dia em que deu à luz
As lágrimas do seu rosto eram o seu único alento
Ela estava mergulhada na terra seca como uma
Difícil semente de um amor tão belo e sensível
Afinal somos feitos para lembrar e sermos lembrados
Para chorarmos, fazer chorar quem mais amamos
Tal como sermos enterrados ou enterrar os mortos
Escondemos a nossa alma queimada de tanta dor
Num jardim de anseio que foi futuro ou passado
Onde temos medo da face da morte que nos rodeia
Dá-me o céu verde das tuas rosas com borboletas
Nesse último dia em que leva o fôlego do seu amor
Um ser pequenino e doce, para o colocar no paraíso
Onde brotou a vida, brota agora a morte neste dia tão Especial, repleto de tanta dor, apenas resta no seu peito
A morte semente de luz eterna na sua alma pequenina.
Pior do que perdeu seu amor a morte
É o seu amor não lhe amar.
E viver aceitando que seu amor não foi capaz de amar-lhe, e se culpar pelo oque poderia ter dito.
Oque poderia ter falado, oque poderia ter feito
Se convencendo que se tivesse feito aquilo.
Talvez ele tenha retribuído o seu amor.
Oque é mera ilusão porque isso não iria acontecer.
Os fortes entenderão....
Há tantas coias que me fazem chorar, uma delas é pensar na morte na Cruz. Ele deu sua própria vida por mim, por você e por toda a nação, não teve medo, largou sua Glória, e pagou um preço alto...
Por mais que seja difícil, eu Irei conseguir, porque Ele já venceu Tudo por mim , Te Amo Jesus...
triste aurora
tristeza e morte,
continuidade de uma vida,
bastaria respirar e até chorar,
por pouco, assim mesmo muitos sentimentos,
pensar escrever, passar o tempo
diante uma maquina ainda amar?
coisa forte independente parece ter vida própria,
depois exclama tudo que já foi visto ou será,
as vezes acho tem alma,
na solidão dos pensamentos me intrigo
como o homem pode fazer tal façanha ainda sim ser usada para bem e mau,
de varias faces jeitos e cores o mundo ficou
pequeno diante a internet,
sejamos velhos ou novos o mundo nunca foi mesmo depois de você.
meu coração papita as vezes com alegria e tristeza pois mundo toma muitos caminhos
vistos por uma tela tão pequena. somos ricos ao mesmo tempo pobres pois o mundo cabe na palma de nossas mãos.
Reflexão Diária
A morte espiritual
Quando entrei para minha nova qualidade de viver, não estava preocupado com minha morte física e sim com a espiritual. Quando mantenho diariamente uma alimentação espiritual continua junto a Deus, a cada dia me sinto mais afastado dos lapsos de escuridão que eram diários em minha vida hoje tenho amor a minha vida física e a venho apreciando como nunca apreciei, porém o que realmente me afasta da escuridão é minha fé e gratidão a Deus por tantos livramentos físicos dos quais ele me livrou.
Tenho pensado muito na morte.
Tenho me encantado com ela.
Tememos sem a conhecer.
Rejeitamos tudo que ela nos ensina.
Olhe um conhecido em seu leito de morte.
Não tenha medo, encare-o. sinta-o, contemple-o.
Perceba a beleza do momento.
Não seja preconceituoso com ele ou ela.
É nesse momento tão marcante da vida
Na morte, que aprendemos as maiores
lições da própria vida.
Aprendemos o quanto a rejeitamos, o quanto lhe fomos cruéis e reservados, não lhe dando todas as chances de se apresentar tal qual é. E no momento da morte, incrivelmente permitimos que a vida se mostre à nós, valorosa e cheia de expectativas.
A primeira lição da vida
Não abandone à morte quem espera pela morte. Acompanhe-o, aprenda com ele, Sorria-lhe, cante, leia, fale com ele. Aprenda logo aquilo que todos nós vamos aprender um dia. Que a morte não é morte. É vida!
JÁ MEU
Esqueci-me de respirar
Nas setas, nos espinhos
Dardo sangrento de morte
Assassino da minha alma
Dos meus pensamentos
Feridas que eu não nego
Das nossas conversas sutis
Vejo a carne morta da vida
Como ignorar a dor que sinto
Quando só os meus braços
Te pedem amor, carinho
Cego véu que rasga de preto
Os fios de sedas entrelaçados
Come os meus delírios
Como saborosas carícias
No meu corpo, cantam as almas
Para conquistar, apaixonar-me
Tornar a vida num doce passeio
Doce inocente homem que já é meu.
Só meu...Já meu.
❤ (▾◡▾)
A morte de um grande amor.
Hoje, cansado, desiludido, já sem forças,
sinto a ausência daquela que foi para mim o grande amor de minha vida...
Separado que fomos de forma brutal e violenta, num repente estávamos juntos rindo e felizes, e no outro instante, sentia o vazio que ficou com sua partida inesperada, fez-se o silêncio...
A dor da perda e dilacerante, causa um vazio inigualável,
A dor queima as entranhas da carne, que levam as raias da loucura...
Uma dor que chama a solidão de parceira e a melancolia de irmã...
Meu corpo esta latejante e meu cérebro não reconhece mais a o bem e o mal, vive num constante sobe e desce...
tornando cada segundo uma eternidade...
Espero sempre a volta do meu querido amor, que partiu para não mais voltar...
deixando tristeza, onde antes havia alegria,
Deixando dor onde antes havia felicidade...
Deixando solidão onde antes havia companheirismo,
Nada há que se fazer,
a não ser chorar minha perda,
até que as lágrimas sequem.
Estou rejeitado ate pela morte
Sintomas de dores fortes
Cicatrizes agora exportas
Antes pensava esta mortas
Mais vivaz sempre estão
Tentado viver em comunhão
Pois muitos correm de suas dores
Pensado que é a solução
Ela é minha professora dela tiro as sabias lições
Como reflexão para dias melhores
Dias de lutas de glorias quem escolhe?
Pessoas falam que são fortes
gritam aos quatro cantos do mundo
Depois se entrega a dor parecendo o moribundo
Antes achava graça hoje tento tirar sabedoria
Aprendizagem que vem de suor e sangue do nosso santo dia
Viva intensamente!!
Da vida nunca seja distante
Deus nos lapida igual a um diamante ...
Diga-me Com Quem Andavas
Um homem, logo após a sua morte,
Vai parar num lugar para ser julgado,
Sem muitos rodeios o juiz fala:
Diga-me com quem andavas e te direi quem és!
O homem mais que depressa responde:
Sempre andei com drogados, pessoas
Que roubavam para usar drogas,
Cheguei andar até com quem matou
Para usar drogas!
O juiz olha para o homem e diz:
Tu és um pecador, lugar de pecador
Tu sabes muito bem onde é!
Então num piscar de olhos,
O homem aparece num lugar feio
E dá de cara com Satanás!
O Satanás olha para o homem e diz:
O que você está fazendo aqui?
Aqui você não entra, pois durante mais de 30
Anos você me prejudicou ajudando aqueles
Drogados a se recuperarem das drogas,
Você me deu um tremendo prejuízo,
Pois perdi muitas almas por sua causa...
Aqui você não tem serventia alguma pra mim!
Fim
O inferno pode acontecer em vida
Afinal, muitas vezes nos sentimos presos à casa da morte.
E o que é pior que ela?
Pior do que a morte
É ter vida e não poder usa-la.
A pior corrente
É aquela que te prende sem está amarrada à você.
O que me causa a maior ira
É não poder pensar
E simplesmente agir
É ter que explicar que não sou qualquer um.
Morro, mas jamais desperdiçarei minha vida!
O MAIOR TEMOR DO HOMEM
Ninguém está preparado para a morte! Sabe por quê? Bois bem, eu direi: Cada indivíduo tem uma ideia peculiar acerca da morte _ para uns ela é o fim e para outros é a continuidade (para quem acredita na imortalidade da alma), todavia, a morte nos transmite o medo, a não aceitação dela, sabe por quê? Porque há um grande mistério que a envolve, e o desconhecido é tenebroso. E não é só isso, há também a questão do apego à existência; nenhum ser vivo que tem consciência da morte a aceita naturalmente. Discurso ante apeguismo é propagado com intuito de conscientizar os indivíduos que, mediante a brevidade da vida e a eminência da morte bens adquiridos e acumulados perdem seu valor. Num leito de morte é que se percebem que tudo perde seu significado, inclusive a própria existência. Daí é que surge o conflito existencial nos indivíduos. Eles ao depararem com a ideia da morte mergulham-se num profundo vazio. Sequer sabemos por que estamos aqui, de onde viemos e para onde iremos. Neste caso, melhor seria, vivermos um dia de cada vez ou como vive muitos _ que vivem como se não houvesse o amanhã _ mergulhados na ilusão de uma vida eterna, embora ciente de sua brevidade.
A Morte a única conselheira que temos:
"Odeio a ideia de morte repentina, embora todos achem que é a melhor. Discordo. Tremo ao pensar que o jaguar negro possa estar à espreita na próxima esquina. Não quero que seja súbita. Quero tempo para escrever o meu haicai. O último haicai é isto: o esforço supremo para dizer a beleza simples da vida que se vai. Como dizia o bruxo D. Juan ao seu aprendiz: “A morte é a única conselheira sábia que temos. Sempre que você sentir que tudo vai de mal a pior e que você está a ponto de ser aniquilado, volte-se para a sua Morte e pergunte-lhe se isso é verdade. Sua Morte lhe dirá que você está errado. Nada realmente importa fora do seu toque... Sua Morte o encarará e lhe dirá: ‘Ainda não o toquei’”. E o feiticeiro concluiu: “Um de nós tem de mudar, e rápido. Um de nós tem de aprender que a Morte é caçadora, e está sempre à nossa esquerda. Um de nós tem de aceitar o conselho da Morte e abandonar a maldita mesquinharia que acompanha os homens que vivem suas vidas como se a Morte não os fosse tocar nunca”.
Direito à Solteirice
Todo homem nasce livre
até que a morte o obstrua.
Se você escolheu se compromissar,
a culpa é sua!
Os casados e namorados
vivem uma liberdade condicional,
ou seja, continuam ainda condenados.
Enquanto os solteiros
vivem uma liberdade assistida
por aqueles que estiverem interessados.
Porém, às vezes,
por mais que o “compromisso” nos atice,
é sempre legítimo o direito à solteirice
em todas as idades e ocasiões,
em todas as fragilidades e corações.
É cabível a todos sem prescrições.
Mas tudo é opcional.
Ninguém é obrigado
a ser igual.
Obrigado mesmo
a quem respeita
o desigual.
O direito à solteirice
origina-se
do direito à liberdade.
Este consiste em ir, vir e permanecer
onde quiser.
E aquele consiste em estar, ficar
ou permanecer solteiro
onde der.
Solteiro
vem da palavra solto.
E solto
vem da palavra Sol.
Então, o sol-teiro
veio pra brilhar
por inteiro.
Veio pra se sol-tar
de verdade.
Sol-teirar
à vontade.
Só inteirar
sua metade.
Contudo, no fim,
o solteiro fica com quem
e pra quem
ele se rendeu.
Se eu ficar pra titia…
é direito meu.
Ou é problema meu?
Bom… não sei, só sei
que a conclusão que se faz
é que ser solteiro é mais
que um estado civil,
é um estado de paz.
🔍 Está em busca de se entender melhor?
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