Cotidiano
Amor bipolar
As vezes eu não quero o comum
Não quero o fácil
Não quero as mesmas coisas
Só me interessa o extraordinário
E as vezes eu só quero o convencional
O cotidiano chato
A rotina enfadonha
E preciso de um amor que surfe nas ondas do meu humor
E as vezes que me imponha
Que decida por mim
E que me deixe livre dentro da redoma de nós mesmo….
Numa funerária, vivi meu trampo mais desafiador
Corpos desfigurados, familiares em pranto
Madrugadas silenciosas, reflexões austeras,
sobre o amanhã incerto.
Sozinho, habituei-me à solidão do ofício,
Movido pela necessidade, pela dura realidade.
Enquanto os entes queridos choravam, eu lucrava, comissões por serviços prestados.
eu não podia estar triste, nem inteiramente em euforia.
Somos a alegria de outros, mesmo na morte
Os fantasmas não eram os vilões, percebi então,
eram guardiões contra ladrões, em noites de uivos de cães, que ecoam como lobos.
Na encruzilhada entre a vida e a morte, testemunhando o desfecho, encontrava conforto e paz para descansar sobre um colchonete no chão do escritório.
Nos tornamos desinteressantes para os fúteis, quando não fazemos parte de conversas vazias e atitudes superficiais.
Demora para perceber a beleza da vida porque estamos frequentemente ocupados com as preocupações ou distraídos pelo cotidiano, o que nos impede de apreciar plenamente a beleza ao nosso redor. Além disso, o crescimento pessoal e a maturidade emocional são processos cumulativos que levam tempo. Aos poucos, nos reconhecemos na grandiosidade da vida com uma perspectiva mais profunda e apreciativa.
Venha, venha, venha a mim, ó pilim,
em toda a tua vil glória, cintilante e fugaz,
talvez não traga felicidade, é verdade,
mas nunca vi um rosto entristecer
ao encontrar-te perdido, esquecido no chão.
Ah, doce ilusão de papel e metal,
não devemos viver sob teu jugo,
nem erigir altares em teu nome,
mas, quando vens, és bem-vindo,
como a chuva inesperada em tarde de verão.
Traz contigo o conforto, o alívio momentâneo,
não a essência da alegria, mas um suspiro,
um descanso breve na jornada.
Não te idolatro, pilim, mas acolho-te,
com a mesma simplicidade que acolhe a flor,
sabendo que, apesar de efêmero,
teu brilho pode, por um instante,
aliviar o peso do cotidiano.
Venha, venha, venha a mim, pilim,
não como senhor, mas como servo,
um convidado que chega sem aviso,
e cuja partida deixará apenas
um eco suave, uma lembrança de luz.
Ande sempre pronto para tudo!
Ande sempre a frente das coisas e das pessoas!
Assim, a vida não terá surpresas para você.
Tem gente que vive prepara. Outras que só se preparam porque tá chegando visita.
Cotidianos
Vou vivendo meu próprio.
Não escapo aos meus estragos,
Mas sou quem mais desfruta
Meus amargos e doces
Cotidianos.
"Uma prisão sem grades, um calabouço sem portas, de modo automático e quase sincronizado, passo dia após dia, dedicando-me a um propósito inquietante, a uma razão substancial. Afinal, estamos sobrevivendo substancialmente; a máquina funciona automaticamente, dia após dia, seguindo exatamente o mesmo passo, os mesmos movimentos, as mesmas palavras, como se estivéssemos lendo um roteiro escrito por um desconhecido.
Em resumo, sou fruto do absoluto cotidiano.
A incrível história da minha vida tornou-se apenas mais uma vírgula na imensidão de tantas outras."
As alternâncias de comportamento, ao contrário de aparente loucura, são importantes para diblar a sacal mesmice.
►Cético
Este ano novo infelizmente será como os outros
Estarei apenas remoendo meus erros
Enraivecido pelos tantos enganos
Pelos "eu te amo" ditos com afeto, mas
Que acabaram morrendo no intenso deserto
E, me vi apaixonando novamente
O meu coração, tolo como só, se feriu gravemente
Se entregou, com caixa e tudo, tão inocente
Mas, na espreita daquele lindo jardim, se encontrava
A hedionda, repugnante falsidade, junto à ilusão
E, acabaram dilacerando o que pensava ser a tal paixão.
Este ano eu naveguei, sem encontrar terra
Beijei várias sereias, mas não encontrei a "certa"
Meus lábios se aqueceram no calor dos devaneios
Nas curvas e nos seios, em anseio
Mas, passarão a virada, em desespero.
Não espero um novo rumo, mudanças
Nunca conseguirei ser diferente do que sou hoje
Continuarei carregando a tristeza que tanto me cansa
Mas, talvez, só talvez, eu me torne um monge
Que eu passe a formar meus próprios planos
Sem que sofram mutações a favor de outros
Cansado eu me encontro, tantos desamores
Tantos desencontros, tantos abandonos
Tão cético ao ponto de esperar algo novo
Um amor, um conforto, até mesmo um sopro.
A minha verdade ou a sua verdade.
Temos conceitos, ideias, opiniões, acerca de quase tudo.
Discutimos assuntos no qual muitas das vezes o que predomina é o conhecimento raso. E o pior, é que muitas vezes temos nossos conceitos como verdade absoluta.
É como uma discussão entre um ateu e um crente. Apesar dos argumentos de ambos os lados, nenhum deles aceitará o posicionamento do outro.
Ou seja, estão presos em seus próprios conceitos e não querem ver as mudanças e nem aceitá-las.
Aprender a ouvir, ler e pesquisar são formas de aumentar o conhecimento.
Quanto mais conhecimento, maior sua disposição em compreender as coisas e os fatos.
Assim, procure o conhecimento e quem sabe encontrará a sabedoria.
Quando as nossas crenças são ou estão abaladas isso é um alerta. E o fortalecimento delas está na busca do conhecimento e da reflexão.
Aceite, ouça, estude, analise, deseje o saber e silenciosamente compreenda.
Pensar, tarefa difícil.
É atribuído a Aristóteles a frase: " O sábio nunca diz tudo que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz."
Apesar de parecer uma frase hoje totalmente clichê, tal ação na prática, exige muita inovação e sabedoria, pois vivemos em um mundo, no qual somos bombardeados de informações diversas e, através destas informações, construímos nossas ideias e solidificamos ou não, alguns conceitos.
Em um mundo de replicadores de ideias alheias, pensar é um artigo de luxo. Pois o pensar é algo inovador, criativo e por vezes, libertador e perigoso.
Se fizermos uma reflexão e começarmos a analisar os nossos conceitos, sentiremos que alguns deles nos incomodarão, isso acontece porque a sociedade que nos cerca é dinâmica, e o nosso pensamento também. Porém, embora o pensamento seja algo dinâmico, o processar deste pensamento não é feito na mesma velocidade gerando muitas vezes, conflitos.
Hipoteticamente, imagine uma geração que cresça em um ambiente no qual comer açúcar é um absurdo. Ora, para essas pessoas, o pensamento uno, fortalece a coesão e a aceitação de que o açúcar, poderá lhe fazer mal. Mas, em determinado momento, começam a aparecer movimentos dizendo que comer açúcar é bom. Ora, no início haverá choques e conflitos, podendo este caminhar ou para o fim da ideia, ou para o surgimento de uma nova ideia e comportamento. Mas, lembre-se que toda vez que uma pessoa abraça uma bandeira, sempre haverá simpáticos a esta. Com a ideia de que o açúcar é bom, e ganhando simpatizantes de peso, a ideia se implantará e será com o tempo, natural que várias pessoas, comecem a comer açúcar. Ora, o que era abominação, passou a ser tolerável e posteriormente aceitável. Ou seja, houve uma mudança comportamental, tendo início no pensar de alguém.
E essas mudanças permeiam nossa história de vida, bem como o comportamento individual ante o social. Muitos hábitos e costumes sociais foram considerados naturais em determinadas épocas e execradas em outras. Como exemplo posso citar o trabalho escravo que foi algo comum a muitos povos e que hoje é combatido com veemência. Modinhas sociais como fazer uma tatuagem, era a algum tempo em nosso país, algo tido como símbolo da marginalidade, hoje é somente uma expressão, apesar de terem pessoas que adoram se expressar.
Mas, toda mudança de comportamento exige uma ideia em ação. E essa ideia, é criada, copiada e disseminada a seu tempo.
Enquanto isso, a sociedade, campo aonde essas ideias se fertilizarão, estará se adaptando as mudanças.
Essas mudanças sempre irão gerar conflitos, principalmente naquelas pessoas que não conseguem sentir os ventos das mudanças e, navegar por elas.
Não quero dizer que temos que a tudo aceitar, ao contrário, temos que a tudo questionar.
Mas, para questionarmos algo, temos que ter uma justificativa plausível na qual possamos nos apoiar. Essa justificativa, obrigará você a pensar. E pensando, você será capaz de abraçar ou levantar uma nova bandeira.
Buda diz que: "Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo".
Agora reflita, se somos o que pensamos, mas apenas replicamos, logo não somos nada. Se tudo surge com nossos pensamentos, mas, vivemos sob o julgo dos pensamentos alheios, logo, vivemos uma vida que é mais do outro, do que nossa, ou seja, uma vida sem personalidade própria. Se com nossos pensamentos fazemos o mundo, mas, não pensamos, não criamos e a tudo copiamos, logo, não contribuímos e muito menos criamos um mundo novo e quiçá melhor.
Pense nisso.
Paz e bem.
Boa reflexão.
Ore a sua oração.
Seja luz.
Massako
Sejamos sempre gratos a Deus! A vida é repleta de bênçãos diárias, que às vezes passam despercebidas.
Um texto triste talvez pudesse me descrever, mas me sinto superior a qualquer tristeza , talvez minhas artimanhas em querer continuar jogando o jogo seja uma maneira inconsciente de querer continuar vivendo a vida mesmo que nada mais na droga desse mundo faça algum sentido.
