Conta um Conto
Conto das cabras
Cristo também sofreu por nós, deixando-nos um exemplo, para que você seguisse Seus passos. - 1 Pedro 2:21
Escritura de hoje : 1 Pedro 2: 18-25
Um ex-missionário contou a história de duas cabras montanhosas que se encontraram em um caminho estreito. De um lado havia um abismo de 1.000 pés de profundidade; por outro, um penhasco íngreme subindo direto. Não havia espaço para se virar e as cabras não podiam voltar sem cair. O que eles fariam?
Finalmente, em vez de lutar pelo direito de passar, uma das cabras se ajoelhou e ficou o mais plana possível. O outro bode passou por cima dele e os dois procederam em segurança.
De certo modo, foi isso que Jesus Cristo fez por nós quando deixou a glória do céu e veio a esta terra para morrer por nossos pecados. Ele nos viu presos entre o nosso pecado e a justiça de Deus sem nenhuma maneira de ajudar a nós mesmos. Ele veio à semelhança humana e assumiu a forma de um servo (Filipenses 2: 5-8). Então, morrendo pela humanidade pecadora, Ele deixou-nos “andar sobre Ele” para que pudéssemos experimentar o perdão e receber a vida eterna.
Pedro apontou para Cristo como um exemplo de humildade. Quando somos maltratados por causa de Jesus, precisamos aprender a ser humildes o suficiente para permitir que outros andem sobre nós, se necessário. Este não é um sinal de fraqueza, mas de força e verdadeira humildade. Tal resposta, quando feita por causa de Cristo, traz glória ao Seu nome.
Refletir e orar
Bendito Salvador, faça-me humilde,
Afaste todo orgulho pecaminoso;
Quando sofro de injustiça,
ajude-me a ficar ao seu lado. —DJD
Cristo se esvaziou. Eis nosso padrão! Ambrose David C. Egner
Conto de duas cabras
Em todas as coisas Ele teve que ser feito como Seus irmãos, para que pudesse ser um Sumo Sacerdote misericordioso e fiel. -
Hebreus 2:17
Escritura de hoje : Levítico 16: 1-22
Duas cabras sem defeito estavam diante do sumo sacerdote sob o sol brilhante do Oriente Médio. Muitos foram lançados, e o sacerdote lentamente levou um ao altar para ser morto como oferta pelo pecado ao povo. Seu sangue foi aspergido no propiciatório. Aquela cabra foi um sacrifício.
A outra cabra, conhecida como bode expiatório, retrata outra verdade. O padre colocou as duas mãos na testa e confessou os pecados de Israel. Então a cabra foi levada para o deserto e solta. Enquanto se afastava, para nunca mais ser visto novamente, levou simbolicamente os pecados de Israel. Eles se foram. As pessoas foram reconciliadas com Deus. Aquela cabra era um substituto.
Ambas as cabras eram imagens do que Cristo faria por nós. A cruz se tornou um altar vertical, onde o Cordeiro de Deus deu a vida como sacrifício pelo pecado. E o que o bode expiatório retratou simbolicamente para Israel - a remoção de seus pecados - Jesus cumpriu na realidade. Ele se tornou nosso substituto. Por causa de nossa identificação com Ele como crentes, nossos pecados foram levados completamente.
Duas cabras representando duas verdades: sacrifício e substituição. Ambos foram cumpridos em Cristo quando Ele morreu na cruz e fez completa expiação por nossos pecados. Louve a Deus!
Refletir e orar
Nós, culpados, vis e desamparados, o
Cordeiro de Deus impecável era Ele;
Expiação completa! Pode ser?
Aleluia, que Salvador! -Felicidade
Jesus tomou o nosso lugar para nos dar Sua paz. David C. Egner
intuição
todo conto tem um ponto
toda treta um desconto
os versos tem diálogos
todos eles seus catálogos
todo olhar tem emoção
e as palavras convulsão
da ilusão se tem o sonho
do silêncio o som enfadonho
toda inspiração as suas trovas
de quem do amor tenha provas
e assim se valsa na ilusão
do limite de o sim e do não...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, setembro
Araguari, Triângulo Mineiro
Eu conto a ti meus medos
São casos, feitos e ocasiões
Eu sei muito dos teus sinais
O quanto tem manifestado perdões
Mas uma misteriosa força me prende aos currais
Eu conto a ti meus medos
Sou livro aberto e não tenho segredos
Eu vejo o rompante do tempo
O medo do destino se for como vento
Se planto ou colho nada vejo
Mais do que medo é esta cegueira
Ainda que realizar é que almejo
Sabendo da plenitude celestial verdadeira
O caráter humano fraco e falho se instalou
Junto uma bagagem de um sonhador
Talvez não sendo capaz de criar a oportunidade
Estou nas mãos do senhor essa é a verdade
Ainda vejo guiar meus passos
Na queda ou redenção seu forte abraço
A bênção e a promessa no vigor a refletir
O espírito do senhor que vem em mim emergir
Eu conto a ti meus medos
Sou livro aberto e não tenho segredos
Eu vejo o rompante do tempo
O medo do destino se for como vento
Perante a ignorância fica a intenção
Nos moldes da possibilidade sua mão
Ao meu alcance a oração
Perdoe me não ter a serena aptidão.
Giovane Silva Santos
Delírio
Madrugada fria, vazia...
Deliro.
Conto as estrelas do céu.
Elas bruxuleiam de leve, levemente.
Insistentemente.
Qual delas consegue sequestrar tua atenção? Qual delas atrai fortemente o teu doce olhar?
Que me troques por ela eu deixarei...
Sim, consentirei que ela te envolva...
Que te leve... levemente.
Doce fantasia... doce ilusão...
Se não for meu teu coração
Que ele vagueie pelo infinito
Que seja o teu o caminho mais bonito...
eu deixarei...
e
jamais te deixarei...
deliro... é madrugada que nunca acaba.
É mais feliz quem consegue enxergar magia na vida!
Não é sobre achar que a vida é um conto de fadas com príncipes encantados e princesas adormecidas esperando por um beijo. É sobre encontrar um amor na adversidade de um encontro. É sobre acreditar no recomeço, seja em que tempo for.
Não é sobre acreditar que a vida é um mar de rosas sem problemas, sem crises em todos os campos possíveis, sem desilusões ou decepções. É sobre conseguir enxergar o lado bom das situações. O dito “há males que vem para o bem" é a mais pura verdade. Eu até diria que todos os males vem para o bem. Experimente acreditar nisso e seus olhos se abrirão como janelas em dia de sol.
Não é esperar uma varinha mágica que resolva todos os problemas ou realize todos os desejos. É perceber o tamanho do privilégio de se estar vivo e agradecer a dádiva de mais um dia de vida para lutar por seus sonhos.
Ver magia na vida não é acreditar em Papai Noel, Coelho da Páscoa. É acreditar que algumas pessoas são anjos enviados para nossas vidas, às vezes por algumas horas, por alguns dias ou para toda a vida. Quem acredita na magia consegue sentir sua presença, perceber o seu agir e sentir-se abençoado.
Não é sobre acreditar que a Fada Sininho ou a Fada do Dente existem. É sentir encantamento em um sorriso. Cura em um abraço. Perdão em um olhar. Sentir esperança nas pessoas.
É como ver o mundo através de um prisma e descobrir suas cores. É saber procurar o melhor ângulo e aproveitar todas as possibilidades.
Ver magia na vida é saber que ser feliz depende apenas da forma que você escolhe ver o mundo. Não é fechar os olhos para a realidade, é abrir o coração para o que é invisível aos olhos!
Como você percebe o mundo a sua volta?
Começarei com um pequeno conto.
Havia uma senhora muito bondosa que não via maldade em nada e nem em ninguém.
E, certa vez, apresentaram a ela, uma pessoa que acabara de ser preso. E esse preso havia cometido inúmeras maldades e crimes.
Foram falando para a senhora todos os atos cruéis que ele havia cometido, e ela ficou ali, ouvindo e olhando atentatamente o criminoso a sua frente.
Após falarem sobre os terríveis atos cometidos pelo criminoso, perguntaram à senhora o que ela achava a respeito dele.
Ela olhou calmamente para as pessoas a sua volta, olhou para o criminoso e disse: Ele tem os olhos tão bonitos.
Apesar de ser um conto, ele reforça que: Os olhos são a janela d'alma.
Quanto mais bela for sua alma, mais beleza verá e viverá no seu dia a dia.
Para que possamos ter uma visão mais bela sobre as coisas, é condição primária não tirar conclusões apressadas sobre qualquer assunto, principalmente se você estiver passando por algum problema. Pois poderá projetar esse problema a sua percepção sobre aquele assunto, naquele momento.
Quanto mais dificil a fase, maior deve ser o silêncio. O que é ruim, acabará por si só, não será necessário ficar acumulando sentimentos ruins. Isso só nos faz nos cegar ante as várias possibilidades que nos cercam.
Não devemos deixar que nossos pensamentos sejam envenenados por nós. E observe, toda ação ruim, quando transformada em palavras, encontra coro. Cuidado com o que acumula.
Pense e reflita.
Ilumine seu dia.
Paz e bem.
Seja luz
Talvez um dia
Talvez um dia te faça um poema!
Talvez um dia te conte um conto!
Porém, as letras vestem de espanto
todas as rimas do mesmo tema...
Talvez um dia te faça um poema,
com as quatro letras da minha sina;
cheio de graça, de sacarina
vinda dos trechos de um nobre tema...
Talvez um dia seja um soneto
que te descreve como eu te vejo...
Falo de amores, de um terno beijo
e das palavras a branco e preto...
Talvez um dia!
Conto/crônica
No passado não tão distante cometeram-se injustiças
com o "conto" - e incluo também nesse artigo à
"crônica" - Não lhes dando o devido valor. Os tendo
como narrativas inferiores,desprezíveis,...
Na Europa já havia um certo reconhecimento desses
segmentos. Aqui ainda não, pelo contrário. Pouco ou
nada se produzia nesse sentido.
Naturalmente, literatos, escritores de um modo
geral, desmotivados quanto a isso, deixaram de
produzir muitas coisas relevantes, necessárias, na
literatura brasileira. - Optando por outras produções
de naturezas diversas.
O romance era o "queridinho" da época; vivia de
mãos em mãos e de boca em boca, na "crista da
onda" como se dizem.
Até que apareceu um "salvador da pátria" com muita
maestria... Cabedal. O Pelé da literatura. - E quebrou
de uma vez por todas o injusto estigma que se
construíram encima desses dois gêneros literários
fantásticos. - O conto e, consequentemente a crônica: Machado de Assis.
O conto "não contava com prestígio nem tradição
consolidada na literatura brasileira" - antes do aparecimento desse expoente máximo da escrita.
Não há de se duvidar que Machado de Assis atribuiu
por meio daquilo que produziu como escritor,
"densidade artística à narrativa curta". Valorizando
Grandemente os gêneros em questão.
Não se pode achar apenas que essa expressão máxima das letras
de nossa terra Brasil, tenha sido somente o "inventor
do Romance contemporâneo". Tornou-se um tipo de
"Guru" da arte da escrita em todo o mundo.
De tanto esmerar-se no ofício de escrever o "conto"
este escritor brasileiro mostrou ao mundo que ele
(esse gênero) e a crônica não são menos dignos de
atenção. - Do que outras narrativas.
Não é atoa que o nosso "Machado" está entre os cinco
maiores escritores do Planeta Terra.
Se antes dele os gêneros, como os citados, eram
vistos com desprezo após ele muita coisa foram
revistas, e hoje são vistos com bons olhos.
Então podemos parabenizá-lo por essa louvável
contribuição no que tange ao "prestígio atual do
conto na literatura brasileira" e pegando carona nesse reconhecimento à crônica.
Continuemos a nos dedicar em escrever esse (s) gênero (s): "os contos es as crônicas" pois, fazendo assim teremos bastante alegria. - Como teve Diderot. E, quem nos leem também sentirá a mesma sensação prazerosa.
(01.12.18)
Conto De Uma Toalha
Se eu, então, teu Senhor e Mestre, lavaste os teus pés, também deves lavar os pés uns dos outros. - João 13:14
Como lembrança de um retiro que participei, recebi uma pequena toalha com um desenho costurado à mão, simbolizando Jesus lavando os pés de seus discípulos. Aquela toalha serviu principalmente como decoração por alguns anos até que uma das minhas filhas acidentalmente a usou para limpar o carro. A toalha comemorativa foi esfregada com removedor de manchas e enviada através da máquina de lavar, mas é indelevelmente marcada por gordura e sujeira.
No começo, fiquei irritada por ter meu memento usado para lavar calotas e pára-choques. Mas então comecei a ver aquela toalha como uma foto minha, e isso me fez fazer algumas perguntas. Quando se trata de servir os outros, reservo-me para ocasiões especiais em vez de fazer um trabalho comum hoje? Quando Jesus lavou e enxugou os pés de seus discípulos, Sua toalha não ficou suja? O que é uma toalha para decoração ou demonstração?
Jesus disse: "Se eu, então, teu Senhor e Mestre, lavaste os teus pés, também deves lavar os pés uns dos outros" (Jo. 13:14).
Minha pequena toalha agora serve como um lembrete de que a autopreservação vai me manter intocada, mas completamente inútil em meu serviço para Cristo. Servos reais se sujam todos os dias.
Quando Jesus lavou os pés de seus seguidores,
inclinou-se para satisfazer sua necessidade;
Ele nos mostrou como humildemente servir,
Amar em palavras e ações. —Sesper
As decorações permanecem limpas; discípulos ficam sujos. David C. McCasland
O Conto do Papagaio
Aqueles que vivem não devem viver mais por si mesmos, mas por Aquele que morreu por eles. - 2 Coríntios 5:15
Era uma vez uma pipa que adorava voar alto. Nada o tornava mais feliz do que ser pego por uma brisa forte que o faria subir muito acima dos prados gramados abaixo. Adorava a sensação do vento e a vista distante.
Mas gradualmente a pipa ficou insatisfeita. Não seria maravilhoso se pudesse voar ainda mais alto do que a corda permitida? Só podia pensar em velejar tão alto que as casas se tornaram pontos bem abaixo e roçaram as nuvens. Então, puxou e puxou a corda, na esperança de se libertar.
Então um dia a corda quebrou! Por um momento, a pipa ficou em êxtase ao saltar para o céu. Mas então começou a cair e girar fora de controle, e logo caiu no chão abaixo.
Infelizmente, às vezes somos como essa pipa. Queremos ir a lugares e fazer coisas que são moralmente fora dos limites. Nós lutamos contra o senhorio de Cristo e a verdade que devemos viver para Ele (2 Cor. 5:15). Dizemos a nós mesmos que, se pudéssemos nos libertar, seríamos felizes. Mas, como essa pipa, cairíamos.
Jesus morreu e ressuscitou da sepultura para nos dar verdadeira liberdade - liberdade de voar em segurança dentro dos limites de Sua lei e das restrições de Seu amor.
Senhor, ajude-me a valorizar a liberdade
da vida que está ligada ao seu amor,
uma vida de obediência e serviço,
mantida em segurança pela sua mão do alto. - k. De Haan
Somente quando estamos fundamentados na Palavra de Deus podemos subir a novas alturas. David C. Egner
Um conto de duas cidades
Nós não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor. - 2 Coríntios 4: 5
Era a maior das congregações; era a menor das congregações. Essa é a melhor maneira de descrever dois serviços que participei em 24 horas. O primeiro foi um evangelismo evangelístico em Washington, DC, com a participação de quase 20.000 pessoas. Um homem pregou e centenas de pessoas responderam ao convite para depositar sua fé em Cristo.
Na noite seguinte, eu estava em um pequeno culto no campo, frequentado por cerca de 50 pessoas. Um homem pregou e, no final do sermão, ninguém respondeu abertamente ao convite.
Os dois homens foram chamados por Deus e fizeram o que Ele os equipou para fazer. Um foi mais bem-sucedido ou valioso para Deus do que o outro? Eu acho que não.
O que eu vi naqueles 2 dias foi a beleza da direção de Deus. Ele chamou os dois homens para ministérios específicos em lugares específicos. Sua mão estava em cada uma. Nem poderia se orgulhar dos resultados ou se decepcionar com a falta deles, porque somente Deus dá o aumento (1 Cor. 3: 6-7).
Você está desanimado no ministério que Deus o chamou? Você está intimidado com os resultados mais óbvios de algumas "superestrelas" cristãs? É hora de desviar os olhos dos números e das pessoas e redirecioná-los para Jesus (2 Cor. 4: 5). Fique perto dele. Continue buscando a vontade Dele. Seu sorriso de aprovação é tudo que você precisa.
O Senhor dá a cada um de nós uma tarefa que
Ele deseja que cumpramos;
Amar e servi-Lo fielmente
Realiza Sua vontade. —Sper
O homem coroa o sucesso; Deus coroa a fidelidade! Dave Branon
O vigarista e o seu conto!...
Por tanto a todos nós, tão mal fazer;
É chaga que temos que erradicar;
Tentando a essa má praga desfazer;
Sempre que a tal cá virmos, a actuar!
Pra tal, só nos resta o denunciar;
A todos os de nós, cá vigaristas;
Sempre que os tais cá tentem aldrabar;
A alguém com seus actos malabaristas!
Porque a dor do sermos vigarizados;
Tem duplo mau sentir, em nós sentido;
Pelo amargo sabor, desse enganar!...
Nos obrigar a ver o quão gozados;
Tão fomos, por em tal conto caído;
Ter vigarista a rir, nosso chorar.
Com a mágoa, de quem nela já caiu;
CONTANDO OS DIAS
Conto os meus dias, todos eles, Pelos serviços que faço; Não pelo tempo
E os anos que passam.
Tampouco pelas pessoas que encontro,
Ou pelas palavras que digo
E jamais pelas histórias que conto.
Conto os meus dias, cada um deles,
Pelos significados dos atos.
Evito o meu próprio aval
E dos bajuladores insanos;
Pois, estes só projetam enganos.
Nem me esmero em conversas de comadres;
Vou simplesmente espelhar-me
nas marcas deixadas nas almas;
Pelos efeitos dos fatos,
E pelos feitos das gentes!
Conto os meus dias...
SE TE CONTO POR ONDE ANDEI
Se te conto por onde andei saberias o motivo da minha tristeza e alegria
Saberias o por que desse meu descontentamento com quem rouba, dessa minha indignação com quem mata.
Se souberes por onde andei, saberias talvez o porquê do meu silêncio repentino em meio a discórdia, desse meu desalinho ao ver uma tragédia. É como um poeta sem inspiração ou um palhaço sem graça, sem rumo.
Saberias o por que da minha preocupação com o incerto
Saberias o por que da minha surpresa com o errado
O por que .....
CONTAR OS DIAS
Se conto os dias, eles passam devagar;
Se não os contos, perco-me nos atos,
Não percebo os fatos...
Dormi no ponto.
Se olhar para o tempo,
Tropeço nas pedras pelo caminho.
O perigo não reside no tempo,
Não está nas pedras...
A maldade não está nas horas que passam,
A ruína não habita nas estrada que passo...
Mas nas pessoas insanas, estão todas as coisas podres.
Não pensam para o bem...
Vale tudo...
Eu conto
Cá na minha poesia eu conto contos
Eu conto nas entrelinhas desencontros
Nos sub textos a ficção de reencontros
Eu conto várias buscas de encontros
Conto as dores sem ter descontos
Eu conto os devaneios e confrontos
Faustos atos, reticências e pontos
Os sonhos em forma a serem prontos
Tricotados no amor em prespontos
Cá só não conto segredos de contrapontos
Particulares, os que deixam tontos
Estes só a mim mesmo... Eu conto!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11'04", 11 de junho, 2012
Rio de Janeiro
Texto inspirado no conto “Não me acorde” de Luís Fernando Veríssimo e na Carta-Testamento de Getúlio Vargas.
O passado é prólogo. Certos eventos consolidam essa frase, tudo que veio antes se torna uma história de superação, um prefácio. Você se da conta de que tudo que houve até ali, 500 anos de uma história foi simplesmente preparação para aquele certo momento. E o passado ganha uma lógica que não tinha. Você passa a entender tudo em retrospecto, tudo ganha um sentido. O golpe de 64, os anos de ferro, a distensão lenta, segura e gradual, as guerras, os impeachments, tudo é prólogo para o amanhã. Está claro, a própria fuga de Dom João para o Brasil fez parte da preparação. Tudo é armação para aumentar a nossa glória, tudo se encaixa, ou você acha que a chegada de Cabral foi obra do acaso? Tudo está sendo construído aos poucos, desde antes de 1500, antes das cruzadas, antes de Jesus.
Forças se articulam contra o povo, contra a liberdade, contra o progresso, não nos dão direito de defesa, sufocam a nossa voz, impedem nossas mãos. Seguimos o destino que nos é imposto, calados e estamos desamparados. Mas devemos ter força, dar nossa vida, não se deixe humilhar, precisamos reagir, mas ao ódio responderemos com perdão, a opressão responderemos com o nosso sangue em direção à glória.
Eu vi você na rua, estava cercado por ignorância, por corrupção, por desrespeito, pelo jeitinho... Eu não sei o seu nome, nem de onde você é ou o que faz, mas você continuava lá, firme e forte. Posso imaginar como tem sido sua vida, o martírio, as decepções, a desilusão. Muitos da sua geração se perderam, levaram pais e avós ao desespero. Não tiveram acesso à educação, não tiveram acesso à noticias, não tiveram como dar asas a mente, e acredite, são muitos!
Você não sabe, mas é um herói, e quando chegarmos ao topo, seremos certamente o povo mais dedicado, fiel, convicto e feliz do mundo, porque será o país dos que resistiram. Aguente só mais um pouco, meus respeitos.
Pequeno conto sobre contar contos
Contador de histórias, narrativas, crônicas, contos, recontos, relatos, porandubas, gestas, gamelas, percursos, enredos, fatos, piadas, historietas, anedotas, suscetibilidades, melindres, perplexidades, sentimentos, aborrecimentos, gostos, tramas, teias, intrigas, entrechos, fabulas, romances, troços, urdiduras, alegretes, invenções...
Contador de HistóriAS
DESAFIOS DE UM REI
CONTO
Certo rei, numa província distante, lançou alguns desafios aos seus provincianos; que consistia em três perguntas básicas, feitas pela própria Majestade Real aos participantes:
Qual o peso do mundo? Quanto valia a sua vida? – a vida do rei – e, o que pensaria quando fizesse a segunda pergunta ao participante.
Os desqualificados iriam imediatamente para a guilhotina; somente o que respondesse com mais acerto, às referidas interrogações, da Autoridade Suprema do Reinado, ganharia à metade do reino e de quebra, poderia se casar com sua filha caçula.
Pelo risco da competição... O vultoso número dos inscritos surpreendeu.
Pedro fazia parte desse grande contingente de participantes. “Quem não arrisca não petisca, portanto não custa tentar”. Dizia.
Dia chegado, Pedro teria somente quatro horas para se apresentar. E bateu um desespero enorme nele.Era notável sua preocupação.
Na noite anterior não havia dormido quase nada. Só pensava em não dar conta de responder as ditas perguntas propostas, à altura da vitória; e perder a vida de graça...
Mesmo em súbita melancolia… Lembrou-se de pedir ajuda ao irmão gêmeo, Paulo. E se pôs a procurá-lo, por todos os lugares. As horas corriam muito rápido...
Até que o encontrou;
Pediu-lhe ajuda em desespero extremo...
Paulo prontamente procurou ajudá-lo; propondo-lhe uma possibilidade viável – segundo ele – para a resolução do problema que afligia o irmão.
Os dois eram muito “parecidos fisicamente” e, isso tinha lá as suas vantagens. Unidos como a carne e a unha; por ele e para ele, faria o possível e o impossível...
– Troquemos nossas vestimentas e eu irei pessoalmente como sendo você, submeter-me e, responder as perguntas da Vossa Alteza
Pedro ficou mais aliviado.
E como não havia mais tempo a perder...
E foi-se Paulo para o desafio com o Rei Carlos XXIV.
A carnificina no local dos desafios era grande e aterrorizante: a lâmina afiada não cessava um só instante em seu trabalho de cortar pescoços. Porque ninguém passava nem perto das respostas adequadas, aos caprichos do rei.
Na retaguarda, estavam apostos fortes soldados da Companhia De Guarda do Palácio, com lanças, apontadas para os desafiados. Mas nada daquilo atemorizou o resignado irmão de Pedro.
Momento chegado lá estava Paulo – como se fosse seu irmão – diante de Sua Majestade, o ouvindo:
– Está pronto cidadão, para responder o que te perguntar?
– Perfeitamente Sua Alteza.
– Pois é...
“ Às três respostas que serão dadas por você, a mim, deverão ser convincentes; do contrário, sua condenação à morte será uma realidade inegável e, irrevogável”.
– Qual o peso do mundo?
– “Não me furtarei jamais ao honroso dever de aferir e lhe informar prontamente, com exatidão, o peso do mundo; desde que me garanta remover dele, paus e pedras. Caso tenha uma ponta de dúvida da minha capacidade de fazer tamanho feito, faça-me tão somente o que lhe sugiro”.
O rei coçou a cabeça. E fez a pergunta seguinte:
– Então,quanto vale a minha vida?!
– Sua magnânima vida, nobreza,é igual a vida de seus pais,de sua esposa e filhos; igual a minha. Nem a Terra e nem os céus caberia acomodar as cifras monetárias caso alguém ousasse fazer uma proposta imbecil de tal compra e, a mesma fosse aceita. Portanto,esta dádiva Divina que Nosso Pai Supremo nos confiou “não tem preço”.
O Rei Carlo XXIV bateu com força na mesa, com a pedra do anel – ouve um silêncio profundo –, pediu um intervalo à comissão julgadora e, licença ao pobre fidalgo desafiado. Levantando-se direcionou-se ao interior de sua residência.
Lá encontrou a rainha chorando, abraçada com a filha, que também chorava; temerosa de perder a formosa princesa e a metade do reino para aquele astuto sujeito, que respondia com maestria e autenticidade as perguntas que lhe eram feitas.
O rei muito constrangido de ter – ele próprio – ocasionado aquela situação conflituosa procurando consolá-la e compensá-la, disse a ela que lhe fizesse um pedido. E ela a fez:
– Amor, tu sabe que eu o amo.... Ainda falta um pergunta, e, pelo jeito ele vai dar uma bela de uma resposta; mas faça o seguinte: respondendo bem, o não,desapareça com este sujeito.Senão a nossa vida vai ser um inferno.
Enfim à terceira e última pergunta do rei:
– O que pensei quando fiz a segunda pergunta a você?
– A Vossa Alteza no momento em que, me fazia a segunda pergunta, pensou de ser eu o pedro; mas, estava, e ainda está, redondamente enganado; em verdade, eu sou o paulo.
Paulo Acertou em cheio a pergunta da majestade: fora aquilo mesmo que o rei havia pensado. Mas quando o mesmo deu ordens aos seus súditos, que o levasse à lâmina fria da morte para o martírio...
Paulo já havia vazado na braqueara – fugido para as montanhas – , mundo afora, desvencilhando-se em meio à multidão.
Paulo saiu vencedor no desafio. Ganhou mas não levou. Não se casou com a filha do rei; nem tão pouco tomou posse da metade dos bens da Coroa Real; mas, como salvou a si e o irmão…Valeu!
(18.09.18)
