Cobiça
O POETA E O RIO
O poeta não cobiça o peixe
lança a rede para capturar o rio
e feliz regressa pleno de nadeiras
Na tristeza da margem
o rio atravessa-lhe a nado
e do outro lado, córrego
Dos tribunais, ledo engano, não emana justiça, por certo cobiça, mais certo ainda, vaidade, e no fim do rito, o rico impune e aclamado, o pobre maldito e o povo vendado...
Um país governado por tolos e cheios de cobiça pessoal, transformam seus cidadãos em loucos e alienados.
É uma competição entre o que a mente almeja, o coração cobiça e o corpo deseja. A intensidade desse trio sedento para liderar a sua vida gera fumaça, onde tem fumaça tem fogo, fogo que consome aos poucos impedindo os primeiros passos para o progresso e alí você se encontra estagnado, ardendo e percebendo a lava que transborda te consumir.
A curiosidade, o desrespeito e a cobiça são invasoras. Amigas indesejáveis, inconvenientes e inoportunas.
A cobiça e a corrida do ouro na verdade nunca acaba. Um paradigma entre riqueza material e poder. Pois o precioso áureo metal apareceu na terra vindo por meteoritos do espaço sideral.
Conforto, qualidade de vida, todos desejamos
Metas traçamos e nem todos alcançamos
Cobiça e inveja pelo caminho cultivamos
Tornámo-nos mundanos em busca do que sonhamos
Todos querem mandar ninguém quer ser ordenado
Cursam curtos cursos por um ordenado
E os sonhos de infância empoeirados no passado
Trocados pela ganância e um pensamento quadrado
Na busca excessiva pela riqueza material
Pelo poder universal, é o princípio do mal
Megalomania e Cleptomania são os rituais actuais
Quem diria que um dia se tornaríamos animais
Guiados por instintos de sempre querer mais
Insanos, famintos, profanos e irracionais
O ódio, o Amor, já nada se difere
A mão que ajuda-te é a mesma que te fere.
Lamentamos o que não temos, desperdiçamos o que temos
Dedicamos a nossa vida em alcançar ambos extremos
E no final da partida nenhum dos dois obtemos
Erros alheios cometemos, não aprendemos, não crescemos
Gastamos tanto tempo em penoso trabalho
Sem se apercebermos que o retorno é só sualho
Queremos criar, inventar configurar a natureza
E não conseguimos alcançar o vigésimo de sua beleza
Não existimos para criar, a natureza deu-nos o útil
Construímos, destruímos, vivemos neste ciclo fútil
E pouco evoluímos como seres pensantes
Nunca se redimimos e continuamos ignorantes
Teorias e teoremas sobre a criação do universo
E os pequenos dilemas mantém o homem submerso
Num mar em turbulência pela própria ignorância
Estamos anos-luz de distância para alcançar a bonança.
Ideais de um mundo perfeito já foram escritas
Descritas por artistas, cientistas e pacifistas
Muitos são os egoístas, poucos são os activistas
Que figuram nas listas em defesa de causas humanistas
O homem ainda sonha em mudar a humanidade
Mas não consegue nem a sua personalidade
Em seu imaginário altera a rotação da esfera
Mas por muito que queira, é só uma quimera
Sua preocupação é o crescimento económico
(A maior ambição?) projecto nano tecnológico
Para aplicação na criação do arsenal atómico
Até parece uma ficção mas nada disto é utópico.
Não é novidade
E nunca foi questão de cor
Cobiça e maldade
Bando de aproveitador
Que por ganância
Terra, ouro, grana e pó
Fez dos piores
Os piores dias sem melhor
HÁ, MAS SÃO VERDES
Significado: Exclamação referente àquilo que uma pessoa cobiça, mas de que desdenha por estar fora do seu alcance.
Origem: Corresponde a uma das fábulas que La Fontaine, adaptada por Bocage:
Contam que certa raposa,
andando muito esfaimada,
viu roxos, maduros cachos
pendentes de alta latada.
De bom grado os trincaria,
mas sem lhes poder chegar,
disse: "Estão verdes, não prestam,
só cães os podem tragar!"
Mulheres e motocicletas...
Mulher é como motocicleta. Antes de tê-la a gente cobiça. Depois de certo tempo enjoa e quando começa a dar problema o negócio é trocar.
O sentimento de ganância, medo, mágoa, raiva, frustração, cobiça, culpa, incapacitação, desespero, ódio e inveja nada mais é do que a materialização dos pensamentos demoníacos através do ser humano.
O sentimento de ganância, medo, mágoa, raiva, frustração, cobiça, culpa, incapacitação, desespero, ódio e inveja nada mais é do que a materialização dos pensamentos demoníacos através do ser humano. Ao nutrir em nós sentimentos como esses nos tornamos uma ferramenta de grande utilidade para o sabotador. Uma ferramenta que ele usará para tentar destruir a humanidade.
Você vê
Você suspira
Você olha
Você cobiça
Você pensa
Você escolhe
Você para
Você continua
Você declara
Você pede
Você ama
Você briga
Você deixa
Você volta
Você ouve
Você chora
Você feliz
Você triste
Você canta
Você inventa
Você realiza
Você perdoa
Você namora
Você compreende
Você afasta
Você suspende
Você grita
Você chama
Você sua
Você goza
Você implora
Você música
Você controla
Você explode
Você diz
Você cobra
Você ciúme
Você humano
Você encara
Você derrete
Você faz
Você sente
Você sente
Você sente
Você indiferente
Você longe
Você ausente
Você sai
Você vai
Você foi
Você é
Amor, pra que te amo?
Jota Cê
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Sangue roubado
Riqueza tirada de suas raízes
Numa cobiça da nobreza
Ambição sem compaixão
Fazendo de tuas luxurias
Muitas vidas de amarguras
Lhes arrancando o coração
Tráfico de sangues roubados
Desembarcando em portos
Pobres chegando até mutilados
Como se fossem porcos
Amarrados e enjaulados
Que que de seus lares foram tirados
Negros que tem um brilho nos olhos
Numa esperança de vida
Onde se quer tiveram chances de escolher
Trazidos para estas terras
Tão somente para sofrer
Mas Deus é verdadeiro
E esse povo sempre foi guerreiro
Fizeram parte dessa triste história
Passando dias e noites de medo
Sem saber como era a vida lá fora
Se era doce ou tão somente azedo
Mas hoje esse sangue roubado tem sua própria riqueza
Uma pele morena, hoje é beleza
Que todos desejam ter.