Chuva
Segunda-feira dia típico de preguiça, de começar a dieta, de começar mil planos que acabarão antes do café da manhã.
O cheirinho de café fresco invade a casa, é segunda-feira e muito chuvosa por sinal. Hoje eu me dei folga.
Me dei folga da dieta, do trabalho, da correria, da vida, inclusive de você.
Hoje eu tirei o dia pra ficar de pijama e planejar outras mil coisas pra começar amanhã ( tecnicamente minha segunda-feira começará na terça, entendeu? Não? Deixa pra lá, eu sou um mar de confusão mesmo!)
Hoje eu tirei o dia pra anotar de lembrar o que eu deveria esquecer.
Hoje a chuva veio me lembrar que os dias chuvosos continuam nostalgicos e cabe a mim tentar mudar.
(Re)colei post it na casa inteira pra lembrar que amanhã definitivamente eu devo apagar você....até a segunda-feira que vem.
“Nevoeiro é a inalação natural que todos deveriam sentir entrando em seus pulmões e não reclamando quando chove.”
E tudo se perde com tanta, mas tanta facilidade. As pessoas, os amores, as coisas. Perdemos-nos mais fácil do que a gota de chuva que cai sobre um lago.
Definição
Ontem,
uma brisa tênue
quase sopro
quase névoa
Breve
com cheiro amendoado
Quase esperança
Quase paz
Uma promessa.
Tinha a sensação pungente
que a brisa representava
o efêmero da vida
que eu canto.
Hoje,
a chuva cai tão fortemente
como o som de alegria.
Nosso bailar pelo salão traduz
eternidade de um momento
de luz e encanto.
Isso me faz sentir
vagamente eterna
antes de partir.
PELA VIDRAÇA
Chove muito e as gotas d'água
deslizam suavemente pela vidraça.
Pela janela observo a mulher
que caminha lentamente pela rua deserta.
Para onde ela irá assim sem pressa?
Imersa em seus pensamentos
segue em frente e fico a imaginar
o que faz uma mulher caminhar
tão tranquilamente ignorando
a chuva forte que cai.
Seria o término de um romance,
de um belo caso de amor?
E indiferente aos pingos de chuva
que molham sua roupa, seu corpo,
segue levando consigo o seu segredo.
Verluci Almeida
250210
Cai a gota
No chão se espalha
Corre por um curto tempo
Curto, porém o suficiente para sentir a liberdade.
Logo cai mais uma gota.
E outra
E outra
É apenas a chuva.
Eu vejo o dia amanhecer, ou
O entardecer do dia. A brisa
Dos meus olhos, me fazem
Compreender uma mente
Criativa.
Uma mente que me faz
Pensar: flor, chuva e sol,
Não dar pra combinar...
Se você não entendeu,
Nem procure entender. Pois
A vida ao nascer é difícil
Até crescer; assistindo todo
O meu viver.
Tudo me faz pensar: flor, chuva
E sol, não dar pra combinar; um
Poema sem rimas, uma dança
Sem par.
"Flor, chuva e sol", poema criado em 02 de dezembro de 2002
Pessoas e nuvens
São muito parecidas
Algumas o Vento trás
Outras o Vento leva
Algumas vem e ficam
Algumas vem e vão.
Jogou para o alto o que vestia
Sentindo cada gota como açoite
Acertando com paixão a quem corria
Não sabia se a chuva ou a noite
Era quem o amava naquele dia
Cai outra vez
Gotas que o céu derramou no meu quintal
Vem carregando bem um pouco de mim
e vem voando feito num vendaval
Regando as flores mortas do meu jardin
Que agora dançam nas bodas de cristal
Que os meus vizinhos fazem pra declarar
velho amor e a paz de um velho altar
Fico daqui me perguntando o que foi
Que eu fiz pra ficar nesse lugar
De folhas mortas e a cidade a aflorar
Tudo aquilo que o homem destrói
Cai entre nós
Nao vai pra lá eu tenho cá meu valor
Deixa pra lá, agora eu tenho que ir
eu vou partir e não pretendo voltar
Chuva lavou
levou consigo meu velho saravá
que cai do céu em choro de sabiá
bem no quintal de um velho a ouvir
O seu passado feito num recital
Cai outra vez
Princesa, hoje acordei pensando em você. Procurei você, mas não estava por perto. Senti saudades. Fiquei pensando em você. Vim escutando músicas, canções e lembrando de momentos felizes que já passamos. Espero logo te encontrar, para juntos passear. Não nessa chuva. Mas em uma tempestade para que eu possa te esquentar.
Eu?
Eu sou um enigma
O explícito do indecifrável
As chaves perdidas no bolso
O ''quiçá'' que precede a tragédia
Eu sou a tragédia!
Sou a tempestade que encanta pela avidez
E sou também os raios de sol que cessam a voracidade de céus aterradores
Eu sou o pulo do gato
E sou também a madeira bamba, afoita para forçá-lo
Eu sou a consequência de um caos certo e interminável
Eu jurei a mim mesmo que não mais doeria, mas novamente choveu dentro do trem. Choveu dentro de mim.
Chuva que insiste e permanece, chuva que ainda mora em mim.
Na mesma intensidade, na mesma sintonia, os mesmos sintomas, hoje sem monotonia. Apenas o tédio casual que insiste em adormecer o o corpo deixando preguiçoso um dia inteiro. Na mente a sensação de proximidade, embora os corpos não estejam ocupando o mesmo espaço! De certo a vida nos prega peças, mas, também nos trazem sorrisos! Sorrir faz bem, tudo ficará bem! pois nem os temporais duram para sempre, nem a chuva fria de novembro!
Grande ironia do destino me presentear.
Agente nunca se entendeu muito bem, por isso ainda é difícil acreditar.
O Dejávu de já ter vivenciado o momento, crescia cada vez que eu me aproximava e quando me abriu aquele sorriso, nada mais me importava.
A sua voz, as caricias enquanto eu cochilava, tudo me encantava. Foi ai que eu percebi como tudo perfeitamente se encaixava.
O diferencial era apena a chama da vela, que me tornou de dentro pra fora especial. E a chuva que caia lá fora, me fez ver o quão lindo pode ser um temporal.
Esta história foi muitas vezes contada, mas Jung, que nos dava poucos conselhos diretos, disse-me um dia: “Nunca faças seminários ou conferências sem contar às pessoas esta história”. Num dos seus últimos Natais, pouco tempo antes da sua morte, quando nós participávamos do Jantar do Clube (Club Psychologique de Zurich), ele contou-a para nós de novo. Não havia certamente ninguém na sala que não conhecesse já a história e portanto, depois que ele a contou, toda atmosfera mudou.
Houve uma terrível seca na parte da China onde vivia Richard Wilhelm (sinólogo, amigo de Jung e tradutor do I Ching). Depois de as pessoas terem tentado em vão os meios conhecidos para obter a chuva, decidiram mandar buscar um fazedor de chuva. Isto interessou muito a Wilhelm que se preparou para estar lá quando o fazedor de chuva chegasse.
O homem veio numa carroça coberta, um pequeno velho ressequido, que fungava com uma repugnância evidente quando saiu da carroça e que pediu que o deixassem sozinho numa pequena cabana em frente da aldeia; mesmo as suas refeições deviam ser deixadas no exterior, diante da porta. Não se ouviu falar mais dele durante três dias. Depois disso, não somente choveu, mas nevou intensamente, o que nunca se tinha visto nessa época do ano.
Muito impressionado, Wilhelm procurou o fazedor de chuva na cabana e perguntou-lhe como podia ter feito chuva e mesmo neve. O fazedor respondeu: “Eu não fiz a neve; não sou responsável por isso”. Wilhelm insistiu: havia uma terrível seca até à sua vinda e depois, passados três dias, houve grande quantidade de neve. O fazedor de chuva respondeu: “Oh! Isso eu posso explicar. Veja, eu venho dum lugar onde as pessoas estão em ordem; estão em Tao; então o tempo também está em ordem. Mas chegando aqui, vi que as pessoas não estavam em ordem e também me contaminaram. Por esse motivo fiquei sozinho até estar de novo em Tao, e então, naturalmente, nevou”.
Os alquimistas procuravam sem cessar unir os opostos, pois não é senão quando estão unidos que se pode encontrar a verdadeira paz. Coletivamente nada podemos fazer; Jung repetia-o constantemente: a única forma que temos para fazer alguma coisa, é no indivíduo, é em nós mesmos.
É o princípio do fazedor de chuva: quando o indivíduo está em Tao – local onde os opostos estão unidos – há uma influência inexplicável sobre o ambiente.
Há em nós um lugar onde os opostos estão unidos e nós devemos aprender a ir visitá-lo, permitindo assim à luz voar pelo mundo.
Barbara Hannah
