Lucas Collito

Encontrados 24 pensamentos de Lucas Collito

Triste de mim
Que com o tempo regressei
ao início do fim
De corpo e alma
não me encontro
porque não estou mais aqui.
Não estou mais em ouvidos
Nem em alma

O vento que desarruma
meus cabelos contra a face
me lembram
os ventos que de outrora
não passaram.

Inserida por lmartinsc

Bate o sol
Na soleira da porta
da frente
E ilumina com ela
Meu sorriso incandescente

Entre a mecanicidade da vida
Entre rir e reclamar
Aguarda-se que a vida
Faça-se linda e bela
Sem se esperar.
A velocidade da gentileza
Torna-se lenta e desalenta
Desatenta.
Para quem será,
devo esta vida encorajar?

Inserida por lmartinsc

Talvez
(mas só talvez)
As minhas paixões estejam
Apenas na minha cabeça
Talvez eu não as conheça
Talvez em mim
Eu amanheça
Sem tristezas
Quem sabe das minhas paixões
Se nem eu as sei?
Quem sabe o que isso significa
Talvez
(mas só talvez)
Eu naufrague em meus
Próprios sentidos
E ainda assim,
Sem nada sentir
Talvez

Inserida por lmartinsc

A ideia é não ter ideia
Só assim
Transparentes de nós
Conseguimos mudar
de estação.

O jeito é não ter jeito
Entregar meu microcosmo
Ao universo dos meus pecados
Que não são pecados,
apenas traços de mim
A que melhorar
A que me conhecer
de verdade
A quem desejar
Além de mim.

Inserida por lmartinsc

Saltitam os caracóis
Quando caíram ao chão
deslizando dos lençóis
Estes fogem da água
como quem foge do
comum.

Saltitam os caracóis
em direção aos seus
próprios sóis
Ah,
Caracóis de mim...

Inserida por lmartinsc

Deito a caneta
sob os papéis
dos meus
sonhos

porque já estou indo,
por hoje
partindo

mas antes de dizer
adeus,
eu quero lhe
d e s e j a r
os sonhos
teus.

Inserida por lmartinsc

Não envelheço
Me lapido entre os espaços
Entre mim e eu
Aguardo os cabelos brancos,
os reais
Que lugares e pessoas
gentilmente me concederam
e os planos falhos me ensinaram
Aguardo como quem tem apenas
O hoje de presente
Assim,
Agradeço a você
Que me lê
Apesar de mim.

Inserida por lmartinsc

Ouço muito e de toda gente
Que nem tudo são flores
Pasmos às dores da vida mansa
/ ou de navegadores.
Para essas flores,
Haja campo
Recanto
Amores
Mas com dores!
Ora, pois nem tudo são flores

Inserida por lmartinsc

Meus desenhos estão todos engavetados
com riscos pretos.
Tênues entre a verdade e a exatidão
sem margens, sem papel, sem arte
todos engavetados
plenos de razão, frouxos perante qualquer convicção
mas com linhas escuras limitando sua exatidão.

Inserida por lmartinsc

Nada me feriu mais
em calor frio da minha pele
do que amar.
Dos amores que escolhi
Aos amores que tive
Para os amores que nunca apareceram
Entre os amores que nunca amei.
Nada me doeu mais
do que os sentimentos que matei, sufoquei
Me doei e arrisquei.
Sequestrei em tempos de escassez.
Engraçado,
Pois nunca ninguém amei.

Inserida por lmartinsc

Pequena pobre formiga
Não vê que o tempo passa
e ela só trabalha e procria
Pequena pobre formiga.
Mas ela não tem culpa
De residir numa sociedade normativa
e não criar abstratas expectativas.
CRIE EXPECTATIVAS! Pequena pobre formiga,
Pequena pobre formiga...

Inserida por lmartinsc

Amo a minha liberdade
Amo minha exatidão
Mesmo que por causa dela
Eu não seja nada exato, de fato.

Amo minha liberdade
quase quão igual minha solidão.

É que eu não sinto
a necessidade de mendigar paixão
amor ou de escrever um refrão, não.

Completo-me com a linha
Observando a imensidão.

Não há certezas reais da ilusão.
Está no coração
a chave para a arte
da emoção
Como prosseguir?
Desespero meu querer ser bom
ou meu dia diferente.
Reviro a mão no bolso
e nada encontro
Nenhuma chave
só realidade
Como?
Amanheço meu feriado ensolarado
que logo será chuva
desperto a prova real de quem é a ilusão,
que floresce com quem a cuida
Se não há certezas,
Prossigo assim mesmo,
Não me importa mais
Não fará diferença.
Sou convicto apático
mesmo não o sendo
esse sou eu.
Como quem vai a lugar nenhum
Redirecionando a estrada
No inconsciente me encontro
onde não imaginava me encontrar
Um encontro real e surreal
Como quem passa por mim na calçada
Sem muito movimento
De uma passagem familiar
e reaparece à minha frente.
Não há certezas
Minha confusão mental toma conta de mim
Mas sempre estive assim.
Não há certezas reais
Da ilusão
Como prosseguir?
Bordo meu coração com punhais de falsos diamantes,
quebráveis
tocáveis
superficiais
e eu não ligo
Sereno de mim, som dos campos donde vim
E com ela o invisível
sensível
num minado de mecanicidade social
Não as quero em mim
Como prosseguir?

Inserida por lmartinsc

Este poema
Não é um poema complicado,
Tanto Estoicos
Quanto Epicuristas
Compartilham do resultado
Este poema
não é um poema apaixonado
cultivo uma apatheia
sem ao menos fielmente ter tentado,
alado às ridicularizações dos dois lados,
fadados
de qualquer forma
às suas paixões de cada lado
Sofrósinas você daqui
Antes que lhe joguem o
Buquê errado
E você chegue a este mesmo
Verso-estado
de amar eufórico
irracional e vulgarmente amarrotado
A verdade é que
Este poema
É um poema falhado
Sem resultado
Amordaçado
Do intelecto ao meu suspiro fraco
Cansado
De meu estado desolado
Apaixonado-desapaixonado
E tu
Tu dos Estoicos e Epicuristas
Está do mesmo lado,
De paixões, conciliações
E Hipona!
Não entende nada,
Coitados.

Inserida por agustohipon

Pego minha mochila
parto
Vejo camomila crescer
tranquila
A nuvem oscila
O sol me fuzila
Minha atenção cochila.

Putz grila camomila,
vê se não vacila
ainda há uma grande trilha
a ser percorrida
entre mim
e minha última matilha!

Inserida por agustohipon

Ele era tão digitalizado
Ele estava em tantos lugares virtuais
ao mesmo tempo
Que já não estava mais em lugar algum.

Inserida por leozurski

SENDO O NAVIO QUE É HOJE VOCÊ ESTÁ TÃO PERDIDO E LONGE DE SEU PORTO QUANTO ESTÁ EM CASA

Inserida por leozurski

Existe um quadro a minha frente
Eu só ainda não sei
Se a pintura está no quadro
Ou se está na minha mente
a pintura do quadro.
Tem tons de verde e azul
Mas na minha mente
Ela repousa explícita
Deleitando-se
Em uma sutil arte nu.
Tem falhas técnicas pífias
Numa tela branca nítida
De um desenho que não sei
Compreender
De um artista que não quer se
Comprometer
Ah, que tela linda
Diz muito sobre a vida.

Inserida por leozurski

XXV
Joguei algumas moedas ao céu
Para ver se elas viram ouro
Num futuro
Em chuviscos
De um outro dia frio
Em que faço rabiscos.
Vou batizar minha alegria de Sarah
Em uma tenda amarelada
Com frutas mordiscadas
Cheiro de anis e cocada.
Ah,
Leveza encantada
Tristeza libertada
Nada sedentária!
Dança embelezada
Entre a coragem da alma
E sorte na estrada.

Inserida por leozurski

NÃO HÁ
POSSIBILIDADES DE AMOR
EM EXPECTATIVAS DE
RECOMPENSA.

Inserida por leozurski

Tanto ontem
que deixaram o hoje
para amanhã

Inserida por OliveiraAna

De tanto apenas
espiarem
o depois pela fenda
virou tudo só
lenda.

Inserida por OliveiraAna

Heliocentrismo
Dança o universo
inteirinho
bem calculado
muitos números em algarismos.
Não há erro
engano
ou parlamentarismo
só há o Sol
e seu extrovertido
lirismo.
Passou já hoje por aqui,
queimou tanto minha pele
a turismo,
que de repente,
Eritrismo!

Inserida por OliveiraAna

Cabo de guerra só serve para se decidir um vencedor e um perdedor. E não há nenhum deles nas relações humanas.

Inserida por OliveiraAna