Cartas de Despedida de Clarice Lispector
Um dia Clarice Lispector escreveu assim: "Que minha solidão me sirva de companhia." Eu sinceramente espero que esse pensamento tenha dado certo para ela, pois para mim a solidão me levou a porta da loucura e decidi que não quero mais, então já chega. É hora de voltar ao jogo e novamente voltar a viver.
PAIXÃO
Quando pouso meu olhar
Sobre ti
Contemplo a mais linda imagem
Que já vi
Quando ouço a voz
Que vem de ti
Penso que um anjo ouviu
Quando meus braços
Abraçam a ti
Sinto as melhores sensações
Que já senti
Quando meus lábios
Encontram-se com os de ti
Já não consigo descrever
O que vi, ouvi ou senti,...
Dirige todos os teus esforços no cultivo da tenra planta da virtude que cresce em teu seio. Purifica tua vontade e não permitas que as ilusões dos sentidos te alucinem.
A cada passo que deres na senda da vida eterna, encontrarás um ar mais puro, uma vida nova, uma luz mais clara; e em proporção à ascensão para o alto, aumentará o teu horizonte mental.
Cartas Rosacruzes
O ato gratuito
Muitas vezes o que me salvou foi improvisar um ato gratuito. Ato gratuito, se tem causas, são desconhecidas. E se tem consequências, são imprevisíveis.
O ato gratuito é o oposto da luta pela vida e na vida. Ele é o oposto da nossa corrida pelo dinheiro, pelo trabalho, pelo amor, pelos prazeres, pelos táxis e ônibus, pela nossa vida diária enfim – que esta é toda paga, isto é, tem o seu preço.
Uma tarde dessas, de céu puramente azul e pequenas nuvens branquíssimas, estava eu escrevendo à máquina – quando alguma coisa em mim aconteceu.
Era o profundo cansaço da luta.
E percebi que estava sedenta. Uma sede de liberdade me acordaria. Eu estava simplesmente exausta de morar num apartamento. Estava exausta de tirar ideias de mim mesma. Estava exausta do barulho da máquina de escrever. Então a sede estranha e profunda me apareceu. Eu precisava – precisava com urgência – de um ato de liberdade: do ato que é por si só. Um ato que manifestasse fora de mim o que eu secretamente era. E necessitava de um ato pelo qual eu não precisava pagar. Não digo pagar com dinheiro mas sim, de um modo mais amplo, pagar o alto preço que custa viver.
Então minha própria sede guiou-me. Eram 2 horas da tarde de verão. Interrompi meu trabalho, mudei rapidamente de roupa, desci, tomei um táxi que passava e disse ao chofer: vamos ao Jardim Botânico. "Que rua?", perguntou ele. "O senhor não está entendendo", expliquei-lhe, "não quero ir ao bairro e sim ao Jardim do bairro." Não sei por que olhou-me um instante com atenção.
Deixei abertas as vidraças do carro, que corria muito, e eu já começara minha liberdade deixando que um vento fortíssimo me desalinhasse os cabelos e me batesse no rosto grato de olhos entrefechados de felicidade.
Eu ia ao Jardim Botânico para quê? Só para olhar. Só para ver. Só para sentir. Só para viver. Saltei do táxi e atravessei os largos portões. A sombra logo me acolheu. Fiquei parada. Lá a vida verde era larga. Eu não via ali nenhuma avareza: tudo se dava por inteiro ao vento, no ar, à vida, tudo se erguia em direção ao céu. E mais: dava também o seu mistério.
O mistério me rodeava. Olhei arbustos frágeis recém-plantados. Olhei uma árvores de tronco nodoso e escuro, tão largo que me seria impossível abraçá-lo. Por dentro dessa madeira de rocha, através de raízes pesadas e duras como garras - como é que corria a seiva, essa coisa quase intangível e que é vida? Havia seiva em tudo como há sangue em nosso corpo.
De propósito não vou descrever o que vi: cada pessoa tem que descobrir sozinha. Apenas lembrarei que havia sombras oscilantes, secretas. De passagem falarei de leve na liberdade dos pássaros. E na minha liberdade. Mas é só. O resto era o verde úmido subindo em mim pelas minhas raízes incógnitas. Eu andava, andava. Às vezes parava. Já me afastara muito do portão de entrada, não o via mais, pois entrara em tantas alamedas. Eu sentia um medo bom – como um estremecimento apenas perceptível de alma - um medo bom de talvez estar perdida e nunca mais, porém nunca mais! achar a porta de saída.
Havia naquela alameda um chafariz de onde a água corria sem parar. Era uma cara de pedra e de sua boca jorrava a água. Bebi. Molhei-me toda. Sem me incomodar: esse exagero estava de acordo com a abundância do Jardim.
O chão estava às vezes coberto de bolinhas de aroeira, daquelas que caem em abundância nas calçadas da nossa infância e que pisávamos, não sei por quê, com enorme prazer. Repeti então o esmagamento das bolinhas e de novo senti o misterioso gosto bom.
Estava com um cansaço benfazejo, era hora de voltar, o sol já estava mais fraco.
Voltarei num dia de muita chuva – só para ver o gotejante jardim submerso.
Nota: peço licença para pedir à pessoa que tão bondosamente traduz meus textos em braile para os cegos que não traduza este. Não quero ferir os olhos que não veem.
– Se você não pudesse mais escrever você morreria?
– Eu acho que, quando não escrevo, estou morta. (...) É muito duro, esse período entre um trabalho e outro, e ao mesmo tempo é necessário para haver uma espécie de esvaziamento para poder nascer alguma outra coisa, se nascer. É tudo tão incerto…
– Isso ainda acontece, de você produzir alguma coisa e rasgar?
– Eu deixo de lado... não, eu rasgo sim.
– É produto de reflexão ou deuma emoção?
– Raiva, um pouco de raiva.
– De quem?
– De mim mesma.
– Por quê, Clarice?
– Sei lá, estou meio cansada.
– Do quê?
– De mim mesma.
– Mas você não renasce e se renova a cada trabalho novo?
– Bom, agora eu morri, mas vamos ver se eu renasço de novo. Por enquanto eu estou morta. Estou falando do meu túmulo.
“Todas as cartas de amor que hoje repousam em alguma gaveta velha e as que não foram nem escritas pelo medo da resposta. As rasgadas, queimadas, manchadas de água dos olhos ou caneta ruim. Todos os sentimentos ridículos que só são ridículos pelo tamanho da verdade, pela vontade de dizer sem motivo e mil vezes. Todas as ressacas desnecessárias das noites vazias, que seriam tão facilmente evitadas, que por pouco não são preenchidas de romance e música. Todas as palavras certas da pessoa errada e todas as pessoas erradas que insistem em tentar me fazer feliz quando são incapazes por natureza. Os risos forçados que geram lágrimas no travesseiro, as danças vazias que geram um vazio ainda maior. Os finais de semana que doem o resto dos dias. A mentira que preenche de ar o que devia ser companhia.”
Cartas, santos, números, astros: eu queria afastar completamente todas essas coisas da minha vida. Queria o real, um real sem nada por trás além dele mesmo. Apenas mais fundo, mais indisfarçável, sem nenhum sentido outro que não aquele que pudesse ver, tocar e cheirar como os cheiros, mesmo nauseantes, mas verdadeiros, dos corredores do edifício. Eu estava farto do invisível.
Sempre te escrevo cartas de amor todos os dias. Tudo isso só para lhe demonstrar que eu te amo, mas estou aprendendo que não basta escrever ou dizer, tenho que fazer, demonstrar, por isso se você deixar ou permitir que eu confesse pra você e pra todo o mundo que é só você que me faz feliz e que ilumina o meu dia mais que o sol (o sol perto de você é apenas uma estrelinha) e as noites ilumina mais que a lua e as estrelas e é só você que significa pra mim, você é a minha vida o meu sorriso a minha felicidade a minha razão de viver, você é tudo pra mim, te amo tanto que nem sei te dizer mais posso demonstrar pra você e o mundo que EU TE AMO!!!
É outro dia sem você. O trecentésimo alguma coisa. As cartas, os búzios e as ciganas erraram. Você não voltou. Minha mãe tava certa. Eu ia me acostumar e continuar respirando e falando e vivendo. A astrologia, as conchinhas, as linhas da minha mão direita mentiram. Minha mãe é que sempre soube.
Chega de fotos pra alimentar sofrimentos. Chega de cartas inúteis. Chega de guerras perdidas. Chega de saudades doloridas. Chega de esperas eternas. Chega de ter suas coisas e não ter você. E quando me perguntarem do quê eu sinto mais falta, não haverá resposta. Chega de falta. Eu preciso é de presença.
"Acredito em destino. Não que as cartas já estão marcadas e que toda a sua história já está escrita. Mas creio que nada é por acaso, que coincidências não existem. Acho, sim, que existe o livre arbítrio, que a gente faz escolhas e, consequentemente, arca com cada consequência. Acho que é mais ou menos um labirinto: muitas opções e dúvidas. E a gente que decide pra qual lado vai, por onde volta, como recomeça."
Só ganha quem decide jogar, aposte as cartas e deixa o jogo fluir, mas nunca esqueça de deixar sempre uma carta na manga, para que você sai quando passar por alguma situação arriscada, não tenha medo de arriscar, na vida só consegue seguir enfrente quem é ousado e faz as apostas mais altas...de ser arriscado é, mas ou é tudo ou nada....ou você ganha o jogo e consegue conquista os objetivos desejados, ou perde e da um passinho para trás para te impulsionar a tentar de novo...o que não vale em hipótese alguma é desistir.
Jogue suas cartas, deixe tudo claro e se vista de verdades. As regras do amor são inquestionáveis; estão postas sobre a mesa, todas, uma a uma. E sem medo, elas vão se revelando de dentro pra fora, e de fora aos ventos. Quanto mais se tenta evitá-lo, o amor se assume. Quanto mais se busca esquecê-lo, o amor acorda. Quando mais se ousa silenciá-lo, mais alto o amor fala. É assim que funciona. É desse jeito que o amor impera e domina tudo em nós. Então ame e deixe-se amar!
Sei que já passei da idade, para cartas ao Papai Noel escrever, mas ao longo da vida aprendi a nunca deixar um sonho esmorecer. Há tempos que nada te escrevo e também que não peço nada... Pois estou dando oportunidade de outras pessoas, assim como eu, que te adoram e tem seus pedidos a fazer. Aprendi com os meus pais que no decorrer de nossas vidas, nem sempre podemos receber o que pedimos. E o mais importante não é só aprender, mas aceitar o que nos pode ser ofertado. Tudo tem uma hora para acontecer e se ainda não aconteceu, é porque não é o momento de em nossas vidas este "algo mais" chegar. Mas como disse antes, hoje me sinto naqueles momentos de criança, ao passar um recadinho, e te escrever onde o teclado e o visor, esta tela fria de computador, se unem como sonhos. Me encontro cheio de esperanças como a alegria de uma criança que irá esperar neste Natal o seu presente mais especial... Ah! Já ia me esquecendo Querido Papai Noel... Meu presente para este dia tão sentimental é que a A.L. E fosse o meu presente de Natal. Sua amizade é sem igual, seu jeitinho tão especial e encantador, encanta não só a mim, mas a todos que a rodeiam, talvez ela seja um Anjo, e eu? O que estou fazendo aqui na Terra? Minha missão é a de proteger um anjo. Mas será este anjinho de que terei esta missão. Sei que o meu trabalho não será nada fácil, mas antes eu achar a cruz do próximo mais leve do que a minha, pois tenho a certeza de que ele acha a minha bem mais leve do que a dele. Eh Isso! Querido Papai Noel !!!
Eu sou de peixes e você de aquário, não sei o que as cartas de tarô dizem, mas a lógica diz que aquário sem peixe é inútil. Peixe sem aquário é só um bicho solto, embora livre, pode cair em qualquer rede, a qualquer momento. O aquário protege o peixe. Alguma dúvida de que fomos feitos um para o outro?
Entre pernas, passos e tropeços a gente vai deixando algumas coisas pelo caminho e encontrando outras... O que não pode é se subtrair. O processo tem que ser de acréscimo, sempre. Nada é tão definitivo assim e a gente nunca É, a gente ESTÁ...
Sempre digo que quem se aprofunda nas coisas, quem mergulha, sabe exatamente o gosto que tem o alimento cru porque não se contenta com o que está pronto, posto sobre a mesa. A gente vai experimentando aqui e acolá, vai sentindo o ritmo, o tempo, tendo cuidado com algumas coisas e desrespeitando as placas de aviso de perigo de outras. A gente cai, levanta, chora, celebra. A gente vive. A gente se conhece através das reações dos outros a nós mesmos. A gente se trabalha ou estagna, regride ou evolui. A escolha é sempre nossa. Tal como as consequências. A gente resolve se entregar quando é tarde pra descobrir que pra respeitar o nosso próprio tempo, é preciso lembrar e ter o mesmo respeito pelo tempo do outro. E que muitas vezes, pra ser honesto, é preciso se correr um risco o qual não queremos. Mas a gente corre. Que o medo não tenha tanto poder sobre nós... E que não fiquemos condicionados por experiências anteriores - há sempre uma oportunidade de surpresa, mas teremos que estar abertos a isso. Nada é tão definitivo.
Jamais essa mulher nascerá. Só de uma rede de laços se pode nascer. Ela continuará a ser semente abortada, poder por empregar, alma e coração secos. Ela há-de envelhecer funebremente, entregue à vaidade das suas capturas.
Tu não podes atribuir nada a ti próprio. Não és cofre nenhum. És o nó da diversidade. O templo, também é sentido das pedras.
-Tu as eu tort. Tu auras de la peine. J'aurai l'air d'être mort et ce ne sera pas vrai...
Moi je me taisais.
-Tu comprends. C'est trop loin. Je ne peux pas emporter ce corps-là. C'est trop lourd.
Moi je me taisais.
-Mais ce sera comme une vieille écorce abandonnée. Ce n'est pas triste les vieilles
écorces...
IV
Conclusão a sucata! ... Fiz o cálculo,
Saiu-me certo, fui elogiado...
Meu coração é um enorme estrado
Onde se expõe um pequeno animálculo
A microscópio de desilusões
Findei, prolixo nas minúcias fúteis...
Minhas conclusões Dráticas, inúteis...
Minhas conclusões teóricas, confusões...
Que teorias há para quem sente
O cérebro quebrar-se, como um dente
Dum pente de mendigo que emigrou?
Fecho o caderno dos apontamentos
E faço riscos moles e cinzentos
Nas costas do envelope do que sou ...
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