Branco
Tinta no Papel
No branco do papel
Escorre a imaginação
Em suas cores variadas
De versos da inspiração
São borrões tão sofridos
Desenhando lágrimas
E corações partidos
São palavras sem sentido
Aos rabiscos da alegria
São letras trazendo honraria
Palavras juntadas da emoção
Que num paço de pura magia
São transformados em poesia
Do complexo alfabeto do coração
No branco do papel
Riscadas com pincel
O colorido da poesia
Pinta emoção e magia
Juntadas da inspiração
Da matiz do coração...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO EM BRANCO E PRETO
Quisera ter no alforje d'alma um poeta
vibrante e canoro, de algures secretos
do amor, ornados em versos discretos
e parido num singelo berço de asceta
Quisera atar-me em sonhos irrequietos
trazendo quimeras na pena da caneta
num dueto com a fulgor d'um cometa
que versifica a lírica d'outros quartetos
Quisera rimas, na simetria em linha reta
dos caminhos honrosos, versos epítetos
num alarido de fidalguia, terno e violeta
Quisera da poesia a alforria dos ginetos
d'amargura, d'um soneto branco e preto
pros variegados belos e sonoros sonetos
Luciano spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
CERTOS VERSOS (soneto)
Letras ranzinzas de certos versos
Olham no vazio do papel em branco
Nodoando o imaginar nele dispersos
Do alquebrado fado em um tranco
O amarelado do tempo ali imersos
Adentra a saudade no peito manco
Rindo e chorando em tons diversos
Em um alvoroço dum soluço franco
Onde estariam tais agrados reversos
E assim o versar sair deste barranco
E então deixar de serem perversos
Ah! Rumo sem margem, sem arranco
Que cria na alma nublados universos
Deixando o sonho nu e sem tamanco
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
ESPAÇOS EM BRANCO (soneto)
No inverno do cerrado, seco, desbotados
meios tons desalentando o olhar, suspiros
a vida na acinzentado pousa baços retiros
que no vário tecem baralhados bordados
Ao fim do dia, o tardar e ventos em giros
tudo se perde no abstrato e, são levados
aos amuos incógnitos, e tão rebuscados
dos balés rútilos dos voos dos lampiros
Há em toda parte fumo nos vazios atados
vago, cada passo, e pelos ipês quebrados
em colorido breve, e cascalhado barranco
Os tortos galhos tão secos e empoeirados
traçam variegados em poemas anuviados
pra assim versar, os espaços em branco...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, agosto
Cerrado goiano
UM POEMA DE AMOR (soneto)
Onde escrever um poema de amor
Se branco está o papel sem pauta
E é preciso senti-lo sem sugar dor
Falando das partes sem sentir falta
Quero escrever um poema de amor
Rima-lo tal a poesia da luz da ribalta
Com acordes tão suaves de uma flor
E o perfume da cor duma doce flauta
Quero torná-lo cada vez mais viçoso
No silêncio de estar eterno amoroso
Sereno, para a longa noite do mundo
Onde escrever este poema carinhoso
Sentindo circular num verso desejoso
Expressando este tal amor profundo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
Quando era criança, era recorrente outras crianças me perguntarem se eu queria ser branco. Os caminhos da vida até me fizeram balançar, mas um dia ouvindo uma música tudo o que eu quis de volta foi toda a minha negritude.
"Tem folhas em branco que, às vezes, é melhor não escrever nada. Tem pessoas que, como um livro, o melhor a fazer é deixar para que o vento a folheie."
Quem protege?
"Quem protege o branco, o hétero, a família tradicional, a religião conservadora,
o trabalhador que paga seu imposto na fonte...?
Quem protege esses seguimentos que não têm dia, ongs, bolsa família...?"
-Quem protege?
Haredita Angel
Preconceito!
Branco, preto, amarelo...
-Tudo é tão singular!
Não entendo!
-Desnecessário defender ou explicar.
Os venusianos são azuis, os marcianos verdinhos, os lunáticos pálidos!
E daí???
Você que vive de preconceito e de amém, tomara que chova todas as cores do arco-íris sobre sua cabeça.
☆Haredita angel
"Cada ruga do meu rosto,
cada fio de cabelo branco,
são marcas que a vida me deu...
São lembranças de todos os momentos vividos; felizes ou não...
São a minha história de vida,
contada à quem souber ler rostos
☆Haredita Angel
28.04.2019
O branco não traz a saúde;
O roxo não traz a cura;
O lilás não traz a prevenção;
O verde não traz a segurança;
O amarelo não evita acidentes;
O vermelho não traz doação;
O laranja não traz cuidado;
Praticar todas as causas, é o que colore todos os meses!
vigia de mar
eu jogava tintura Márcia
no bigode branco do navio
e o tempo passava ao largo
distante da proa e de mim
um dia vai chegar
o dia
branco vai chegar
o dia vai virar noite céu e mar
no mar dos olhos de areia
maresia sentida na meia
o dia desse encontro não demora
vai volta e vai embora
brota um botão
na flor da Aurora
o dia Mar
vai estar presente
no dia com quem sabe
naquele abraço demorado
grudado que cabe
no dia de amar
o Sol
a beira Amar
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