Bolo
Bolos da Marta
Tem bolo de milho
Pro café do pai,
Pro café da mãe
E o lanche do filho.
Tem bolo de queijo
Com gosto de beijo de lá da canastra.
Tem de chocolate, cenoura, laranja
Limão e aipim.
Quando o cheiro se alastra
Com cravo e canela é bolo de pudim.
Leva bolo freguesa
Põe bolo na mesa, de segunda a quarta
Na quinta e na sexta
Tu leva uma cesta de bolos da Marta.
Pro fim de semana
Tem bolos da mana
Com gosto de festa
Leva bolo freguês
Deixa um dia do mês
Para o bolo floresta.
Cheiro de café fresco e bolo quentinho, andar descalço, tomar banho de chuva, arroz com feijão e batata frita, brincar na terra, perguntar pra mãe se tinha que lavar o cabelo... tocar a campainha e sair correndo, brincar na rua até tarde, melhor amiga, professora preferida, primeiro amor, as brigas com meus irmãos que amo tanto... coisas simples, mas que me trazem o cheiro, o gosto e a sensação da infância tão deliciosa que tive. Tempos que não foram fáceis, mas que deixaram as melhores lembranças. O nome disso é SAUDADE. Quem não sente por algo ou alguém, é porque não viveu de verdade!
Ah! Que saudades
da minha infância
cheiro de bolo e café
mamãe na cozinha
e papai lendo Jornal
eu e meus irmãos
correndo pelo quintal
não sabia nada de política
muito menos de inflação
não me preocupava com doenças
e muito menos com religião
e quando algo doía
mamãe dava colo e carinho
papai comprava um remedinho
era tudo tão simples
tão puro e sincero
que saudades sem fim
de um tempo que passou
mas em meu coração ficou.
------------ Juliana Rossi Cordeiro
Brasil, do leite e mel ao café com farinha
As crianças do bolo e do iogurte talvez não venha saber, mas nos mais variados lares, estão a escassa necessidade que a vida oferece. A referência que quero fazer é a abundância do senhor sobre nosso Brasil, ouro, prata, minério, cobalto, petróleo e tudo perante assalto, isso ainda é migalha mediante a fortuna viajante, mais que leite e mel, uma fartura desejada, cada vez mais roubada e depositada nos cofres da ambição, e minhas criancinhas nas escolas merenda, merenda uma bolachinha de água e sal, algumas colheres de sopa, e para completar um gole de aguinha, para não entalar com café e farinha.
Oh gente, até parece falácia, de quem não conhece a realidade, de fato, não sei número, mas enquanto dez pães estão sobre algumas mesas, o prato bate vazio, pelo desvio da pura safadeza, corrupção em demasia, pouca consideração, uma vaidade, uma exagerada ambição.
Tenho medo que Deus se canse, se aborreça, mas creio que não, pois no meio da podridão, uma mera inocência, um povo que sofre, uma porção, a luta de cada trabalhador, pelo mínimo salário que dá o sabor de viver, lutar e sonhar, se a fartura não está na mesa, que a esperança seja a beleza, pela fé, que esteja sempre de pé, vivemos com esse trilho fora da linha e agradecendo o café com farinha, pois o alimento do céu, o leite e mel, está na bagagem da impunidade, onde o sonho tem gosto de fel.
Giovane Silva Santos
Cafezinho quentinho com bolo
É uma ótima pedida
Seja de manhã ou tarde é uma
boa servida
E pra quem não é fã sempre de manhã eu agradeço essa comida
Bolo de Rolo não é Rocambole! Quem não ouviu essa frase?
Porém cada um com sua representatividade.
Rocambole: sua massa é de pão de ló, com camadas mais grossas, o que, com toda licença, não exige tanta habilidade por parte de quem o faz.
Difere do Bolo de Rolo, que requer uma delicadeza no seu preparo, já que há uma particularidade na sua massa amanteigada, com camadas finas que facilitam o degustar na boca, de derreter a massa e o coração.
Um café da tarde com bolo de fubá quentinho. Um filme daqueles que dá uma lição de vida. Umas lágrimas de vez em quando, e uma leveza na alma.
Deus não nos dá o bolo. Ele nos dá o leite, a farinha, o fermento, os ovos.
Cabe a nós colocar a mão na massa,
Porque Deus não nos dá bolo. Ele cumpre o que promete, mas cabe a nós executar!
SAUDADE TEM NOME
Se chama infância
Bolo de milho assando
Naquela cozinha grande
Cheiro de café coando.
Fogo aceso crepitando
A espera do leite vindo do curral
Frutas frescas arruma a mesa
Colhidas ali no quintal.
E tudo se chama saudade
Ainda sinto dentro de mim
Aquele delicioso sabor
Saindo do forno quentinho
Bolo puba e de aipim.
Autora- Irá Rodrigues
CHEIRO DE BOLO
Cheiro de bolo
É cheiro de casa cheia.
Cheiro de bolo
É cheiro de alegria.
Cheiro de bolo
É cheiro de companhia.
Cheiro de bolo
É de iguaria.
Conforme se diz,
É cheiro de gente feliz!
Ser avó é mimar e ser mimada o tempo todo.
É ser convidada pra fazer bolo sem receita porque só ele sabe os ingredientes.
É botar o bolo no forno sem querer olhar o tempo do mesmo, pois o verdadeiro aquecedor é o coração.
É criar e recriar formas de brincar sem pressa de terminar.
É perguntar ao vovô como é ser avô, e ele silenciar na emoção.
É sentir o abraço e o cheirinho de Deus no coração a todo instante ❤️
É aniversariar todos os dias em comunhão com o amor incondicional dos avós.
Não há modelo de pai ou de mãe, não se acanhe em dizer que não é receita de bolo/ Eu seria um tolo se assim o pensasse, e se me apanhasse dizendo sim quando deveria dizer não, ou dizer não quando seria um sim. Ser pai, é chorar ao sorrir, é sorrir aí chorar, é achar beleza no ridículo, tristeza no riso, ser durão se preciso e uma seda ao incentivar o amor que certamente transmitirá.
Não há "receita de bolo". Quando se trata de afetos, por tão singulares, tão pessoais, recursos para lidar com eles, só são construídos por quem sente, no tempo de quem sente, à maneira de quem sente.
Respeito - esse é o único ingrediente.