Avó

Cerca de 623 frases e pensamentos: Avó

⁠IRA;



herdei do meu pai
um fogo engarrafado,
que ele herdou do avô
como herança de terra rachada —
pólvora seca na garganta,
ourobóricamente amarga.

grito contra o mundo.
as paredes explodem eco.
estourei os tímpanos;
os ouvidos sangram silêncio.

esmurro pontas de faca,
salivo ácido,
mastigo pregos.

me calo, mas fervo.
sublimo atos de cólera,
transpiro ódio em gotas
que corroem até o chão.

busco a paz
em meu próprio genocídio —
o capitão nascimento
atira no meu peito
e ri da bala perdida.

sou minha própria anátema,
injustiçado na fúria,
coração engatilhado,
marca-passo de pólvora.

rancor escarlate
com nome de filhos.
herança sangria:
vendaval de ruína,
semente de dinamite
germinando em útero.

testamento cinza:
até o fogo cansa
de queimar o mesmo inferno.

resto a gólgota
em meu esperor.

Inserida por rodriguesnutshell

CONSELHO DE AVÓ AO NETO

✍🏻⁠Aprenda a se "nutrir" apenas do "SUFICIENTE", em todos os sentidos, e diminuirá em até oitenta por cento os problemas de sua vida.
❤️🕉️♾️☸️👁️👁️✔️💞👁️👁️🧬

Inserida por luiza_andrade

Às vezes dá saudade da torta de abóbora que a minha avó fazia, sempre a comia enquanto observava o campo da janela que ficava na cozinha. Ainda lembro do seu cheiro e gosto doce, também lembro do ar de gentileza e acolhimento que rodeava a nossa casa... Pena que isso tenha sido em outra vida.

Inserida por GraceCarneiro

Dizem que hoje é dia do idoso... de novo! Mas que importa?! Se você tem um, ame hoje, ame amanhã, ame tanto ou mais do que amou ontem. Sente ao lado dele, ouça dez minutinhos de prosa e você perceberá que enriqueceu anos de vida.
Ah, se pudéssemos viver em um mundo onde nossos idosos tivessem a vitalidade da juventude com o amadurecimento de caráter e vida que possuem. Que mundo maravilhoso seria, com certeza gerido com mais sabedoria e discernimento, em todos os âmbitos do relacionamento social!
Então esqueça se hoje é ou não um dia de celebração ao idoso e vá lá sempre abraçar o seu, demonstrar seu carinho sincero, sua gratidão por cada pequena coisinha que sua pessoa idosa te forneceu, mesmo que não tenha sido nada de material. Mas se houve amor, seu idoso já lhe conferiu o mundo!

Eu sinto tanto a sua falta, minha vida, mesmo tendo a absoluta certeza de que zelas por mim. Dói na alma esta distância que nos separa. A certeza do amor eterno se traduz em três letras - AVÓ.

Bons tempos são aqueles que não voltam, viram passado e história pra contar para os netos.

INABALÁVEL

Ela tinha histórias decoradas.
“A menina da ponte” e o “pintinho cheio de amigos” são exemplos.

Ela ajoelhava e olhava em meus olhos para falar, em um tempo em que Super Nanny nem sonhava em ensinar esta tática.

E tinha o mais doce jeito de repreender.

Ela não precisa perguntar para saber que eu só tomava o Nescau, gelado. Sabia o aniversário da minha melhor amiga e me ensinou o “Santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador...” quando eu ainda nem sabia o que significava direito cada palavra.

Foi ela quem leu meu livro preferido da infância pela primeira vez. E também quem o releu incansavelmente.

Ela que se dividiu em duas para cozinhar comigo no colo diversas vezes. Quem me penteou para a escola e tentou me ensinar que “meninas boas casam-se com bons meninos”...

Hoje, ela não sabe que essa lição eu não aprendi como deveria...

Não sabe que, todos os dias, antes de dormir, eu me lembro daquela
oração...

Não sabe que nunca mais tomei um Nescau na temperatura ideal...

Nunca mais ouvi histórias inventadas com tanta magia...

Aos poucos, mudei de nome... Ficou difícil acertar!

Minha avó, aquela de dezenas de atividades, hoje mora num mundo que ninguém mais participa. Ninguém vê, ninguém entra, poucos se importam!

Minha avó, já não sabe que é minha avó.

Mas eu vou sempre saber que ela foi, e é, a melhor que já existiu!

Que o meu coração seja inspirado no teu coração. Que o teu sorriso doce conduza os meus passos em lembranças que me fazem ter sorte até hoje. Que tua voz equilibre os meus dias. Teus ensinamentos, a minha esperança. Que diante do teu olhar, minha vó, eu saiba que tenho um lugar. Um colo repleto de flores em um abraço jardim. Da tua fé, sinto proteção. Em cada oração do meu dia tem um pouco de ti, vó. Mensageira de Deus. Toque de anjo. Ternura no tempero da comida. Que os netos saibam aproveitar o carinho e o cuidado. Que saibam reconhecer a sua presença, na saudade. Vó é fraternidade eterna. No fundo, elas não morrem nunca. Só mudam de lugar, pra nos proteger ainda mais ao lado de Deus. Por isso o cheiro de vó é eterno. Amém.

Um dia você cuidará do seu pai. Mas durante toda vida ele cuidou de você

⁠Um rosto cansado, esgotado, fruto de um trabalho árduo. Fez de tudo para nos dar uma vida melhor. Não é vó? Quantas privações e necessidades já passou. Mas manteve a família firme, tudo isso com o seu imenso e inigualável amor.

Moça guerreira, sem eira nem beira. Para ela, não tem tempo ruim. Se chover, podemos plantar, se fizer sol, é hora de colher. Você é linda, sabia? Mesmo que a vaidade não esteja em dia e que um alicate de unha não seja sua melhor companhia, você é linda assim.

Você fica mais linda a cada dia. Cada ruga, foi uma luta, cada expressão marcada em seu rosto são lembranças de um passado bem vivido e batalhador. Você hoje reclama dos carros, das motos, da correria que está nas nossas vidas. E eu concordo. Não foi seu passado que te fadigou.

Foi essa falta do que fazer. É a falta do campo, do cheiro das flores, do contato com os animais, das prosas com uma “cumadi” e até dos amores. Vai falar que não adorava lavar roupa e ficar se banhando no rio?

Dos seus momentos de paz e sossego, sentada debaixo de uma árvore e pescando uns peixes para a janta? É, foi bom aquele tempo que a senhora era criança. Talvez não se recorde muito bem das brincadeiras e que pena que não consegue repeti-las, pois o corpo está cansado e o tempo castiga.

Ô minha velha! Ops! Desculpa! “Velho é o mundo.” Pelo menos é isso que diz ela. Espero ainda te dar um bisneto, me sinto nessa responsabilidade, pois sou o neto mais velho. Todas as avós são “mestres-cucas”, cozinheiras de mão cheia.

Quando vou a sua casa, já era! Acabou a dieta. Não conseguimos resistir e não da para comer uma vez só. “Comida de vó é a melhor”. Sem falar nos mimos. Quem nunca ouviu: "para de mimar ele, a senhora vai estragar essa criança".

Vó, é para se gabar. A senhora é a peça chave do nosso lar. Quem ainda tem o prazer de ter a senhora por perto, só tem elogios para te descrever e quem não tem, convive incessantemente com essa saudade.

Voz do silêncio polifonia vazia
Voz do amor melodia tardia
Voz avós vós uníssono
Ressoa no luto a dor
Grito sem voz
Início e fim
Voz avós
A vós

Pois que te amarei, flor de luz de minha vida, em cada uma de minhas respirações, tanto em teus momentos de glória, quanto em tuas horas de sombra. É por onde fores, que teus olhos possam enxergar mais longe, como a continuidade dos meus. E com quem estiveres, como estiveres, onde estiveres, saibas que contigo eu sempre estarei, torcendo para que tomes o que é teu por direito divino, e com isso faça de sua passagem pelo mundo um marco semelhante ao do jardineiro que não conseguiu tirar das mãos o perfume das flores que colheu.

(26 de Julho, Dia dos Avós)

Vovô e Vovó
Eles tem nomes...
e um espaço enorme em nossos corações!
Eles tem história...
Eles tem memória, carinho, afeto, sabedoria!
A alegria é sentida por todos, netos, pais, avós,
e todos os do nosso redor.
“No meu tempo”…
eles contam de outros tempos
enquanto tornam fabuloso aquele momento.
Os netos prestam dedicada atenção, e os tratam com muito carinho.
Quanto afeto! Meu neto! Minha avó! Meu avô!
E quando se vão, deixam tanto dentro de nós…
Um dia eles, outro nós.
Com amor,
Netinha 💙.

Em meio a tantas coisas que ocorreu nesse ano, poder ver você que sempre cuidou de mim quando eu era pequena, me ensinou varias coisas. Me lembro de uma vez que perguntei se você poderia ser minha avó porque eu não tinha e todos diziam que vó era muito bom.
Lembro que você disse: que você poderia ser o que eu quizesse.
Nos todos temos defeitos e também erramos, mas não cabe a ninguém julgar. Talvez possamos ter errado em algumas escolhas machucando outras pessoas, em alguma parte de nossas vidas, as vezes na tentativa do acerto não percebemos as consequências.

Inserida por luh1702

Cicera
" Poéta do tempo
Meu cabelo,
Grisalho."

Inserida por murilo_xavier

Pelas ruas de Pombal há esperas
Que encontro na imensidão
O amor de Dona Vera
Que preenche meu coração

Inserida por gnpoesia

GRACINHA

Eu sou aquela caixa d'água a tilintar dentro da noite veloz. Lá fora, o sereno caía vadio enquanto os rumores dos carros mexiam com as luzes dos postes. Tchiqui, tchiqui, tchiqui... Quase sempre, o ventilador ao pé da cama. A cama. A cama. Aquela cama... Na área, o churrasco embalava os nossos estômagos famintos. A fumaça passeava por todo espaço. Chegava na cama. A cama. Aquela cama... Ao meu lado direito, meu mano: pequeno, raquítico, olhos negros, cabelos lisos. No centro, a mana: covinhas amontoadas, coqueirinhos na cabeça, chorinho fácil a descolar na boca. Ao lado esquerdo: vovó. Vovó. GRACINHA. Corpo roliço, cabelo despreparado, pele macia e branca. Sua mão a "irribuçar" os netinhos com colcha vermelha. Sua mão a cantarolar no meu peito. Um dois três carneirinhos. O ronco, o sereno a cair, os rumos dos carros e eu-caixa d'água, eu-saudade, eu-vontade-de-voltar.

Inserida por ItaloSamuelWyatt

Ilda Baio

rua é para os encontros,
quem disse que era para os carros?
Vou pela rua de cima,
pois desejo ver a vozinha.

Vou na esperança e atento.
Na rua vejo muitos dos conhecidos.
Risos e apertos de mãos,
Virando a esquina, vejo-a no portão.

Vejo minha avó por adoção,
Sei que sou adotado,
mas sempre recebo seu abraço.
Cheiro de vó ela tem,
cabelo e pele também.

E não é só isso!
As histórias sempre vem.
Vem e leva-me, e eu vou.
Viajo sem dar um passo.
Sinto tudo daquele tempo,
Sonho quando estou ao seu lado.

Agradeço ao Bom Deus
por ser um neto abençoado.
Sou grato por ter Ilda Baio,
em meu coração estampado.
Feliz com a vida,
Que sempre planta flores
como a Dona Ilda perfumada e sagrada.

Quero um dia ser rua de encontro.
Ser o motivo de esperança e alegria.
Fazer das minhas memórias,
contos e reencontros,
de novos e anciões,
compartilhar sempre
para permanecer vivo.

Inserida por Wellingttonjorge

A única pessoa que me fazia sentar e parar pra escutar - sempre com toda atenção e carinho - sobre História do Brasil e Mundial era a minha querida avó materna, Maria da Conceição Soares Baticioto - a Dona Con.
Sem ter formação, pois casou cedo e precisou trabalhar desde muito nova, ela dedicava-se aos estudos em casa, a partir de sua pequena biblioteca com os mais diversos livros de História e Geografia que ganhava dos filhos e netos.
Quando tínhamos alguma dúvida na escola, sabíamos imediatamente pra qual “universitário” recorrer. Bastava falar: “Vó, tenho uma prova de História (ou Geografia) e estou com uma dúvida, a senhora me ajuda?”... Ela parava tudo o que estava fazendo (isso se já não estivesse com algum livro na mão), pegava seu globo terrestre que sempre lustrava com todo cuidado e não deixava ninguém mexer sem sua supervisão, pedia pra gente abrir a portinha da estante onde guardava “seus tesouros” e começava a lecionar; melhor que muitos professores, diga-se de passagem. Perdi as contas de quantas foram as vezes que um professor ia explicar alguma coisa sobre história que eu já sabia, e com orgulho dizia: minha vó me ensinou!
Tudo ela explicava mostrando no mapa, apontando os locais com o dedo indicador de suas mãos macias e unhas sempre bem cuidadas. Às vezes era difícil concentrar-se na explicação, de tanta fofura que era vê-la fazendo isso com o esmero que só ela tinha. E hoje é difícil recordar sem sentir o aperto no peito e a vontade de trocar qualquer coisa por mais uma aula da melhor professora que podíamos ter.
Desde que eu me conheço por gente, chegava à casa da minha vó e me deparava com pelo menos duas cenas: ela dançando e cantando suas músicas favoritas ou então sentada no sofá com seu óculos (no meio do nariz) lendo seus livros e ao mesmo tempo assistindo programas sobre História na TV. E ela contagiava a todos que se deixavam contagiar e, quando nos dávamos conta, estávamos dançando e cantando com ela suas músicas favoritas ou então sentados no sofá prestando atenção em mais uma explicação, ainda que já estivéssemos escutado outras vezes.
E ela era “exibida”... Bastava chegar algum integrante novo na família que ela já queria mostrar seus talentos: seja sua afinação cantando Ângela Maria ou Roberta Miranda, seja sua memória desenhando o Mapa-Múndi no ar com o dedo, seja sua sabedoria fazendo prova oral com os netos (eu muitas vezes fingia não lembrar a resposta para ficar olhando cada detalhe da sua explicação e sua carinha de satisfação ao dar seu show... Era o momento dela! No final, ela fazia um biquinho impagável, com aquele ar de “prepotência”, tipo: eu sei que sou demais). As pessoas sempre falavam: “sua vó é muito inteligente e é uma figura!”... Quem nunca escutou da minha vó: “já tomou café fio?”, não sabe nada sobre a Dona Con.
Não gostar dela era impossível, para os que sabiam admirar e explorar o seu melhor...
Os que não sabiam, ficaram somente com o lado “não tão bom” dela, pois como libriana que era, ela sempre sabia quem de fato gostava e quem somente a tolerava. Alguns não sabiam respeitar seu jeito sistemático de ser e mal se sentavam ao seu lado para escutar suas histórias e tentar entender o motivo de ela ser assim.
Ela ralhava com suas louças mal lavadas ou fora de lugar (por essa razão muitas vezes preferia fazer a deixar alguém ajudar)... Ralhava com algumas pessoas que entravam em casa sem limpar os pés no tapete e marcavam o chão que ela encerava todos os dias com o vermelhão... Ralhava com os homens que ficavam falando de futebol perto dela, pois sempre saía palavrão ou mesmo discussão e ela odiava... Ralhava com os netos que mexiam em suas coisas sem sua autorização e supervisão, e depois deixavam fora do lugar (ou perdiam ou estragavam), em especial seus livros, seu globo, sua balança e suas canetas... Ralhava com as filhas que tiravam o pó da estante e trocavam as coisas de lugar (ela sempre tinha que arrumar alguma coisa depois, tipo: um porta-retrato colocado no lugar errado, o elefantinho que não estava com o bumbum virado pra porta)... Ralhava com o açougueiro que mandava a carne errada ou o troco errado, com alguém que espirrava no transporte público sem colocar a mão na boca, com as vizinhas que ficavam fofocando ou querendo saber de mais da sua vida... Mas apesar de tudo isso, eu nunca vi minha vó, sabendo que alguém precisava de ajuda, se negar de fazer alguma coisa. Se fosse preciso, ela tirava dela pra dar pra alguém, sem fazer alarde, sem nem querer que a pessoa soubesse que ela estava ajudando. É impossível contar a quantia de dinheiro que ela tirava da sua pequena aposentadoria sempre que recebia e colocava na bolsa das filhas ou netas sem elas saberem. Quando achávamos uma nota na bolsa que não estava lá, sabíamos que era “arte” da Dona Con... E ai da gente querer devolver... Ela ralhava! Tínhamos que colocar, escondido, de volta na bolsinha dela, o que muitas vezes também não adiantava, pois ela sabia exatamente cada centavo que tinha lá.
Essa era a minha vó! Uma guerreira, batalhadora, que lutava sempre com batom nos lábios e os cabelinhos grisalhos bem escovados. Sempre alegre, gentil, educada, amorosa com os filhos, netos, bisnetos e tataranetos que pode conhecer; e fiel até o fim ao único homem de sua vida, que a deixou precocemente, no entanto ele nunca a perdeu.
Só quem desfrutou plenamente da sua companhia tem a Dona Con tão viva em suas lembranças, como se ela ainda estivesse aqui falando: “fia, escova os cabelinhos da vó”... E ela dormia, sorrindo...

Inserida por ketantonio

1 de novembro de 2015
Cai no álbum de retratos. Quem diria, vó!
Foram tantas as vezes que você ficara que a gente principiou a te acreditar sublime, a te pensar eterna, a te desejar inefável. Fico com as minhas palavras cosméticas, sem ter como te fixar no escuro. Mas não seria justo, avó, não seria certo. Porque você sabia de cor o nome de tantas ruas por onde já não pisava, a receita de tantos bolos que já não fazia. E aquela fraqueza de sempre. Não faz mal, avó.
O universo continuará sem ti. Com você, extingue-se um mundo de coisinhas. Terá importância? Aquela casa, sua, será alvo de imobiliárias predadoras. O número 48, tão simples, da rua Colonização. Ao redor da casa, despontam prédios. Arranha céus imensos ganham terreno. É tanta modernidade, vó! A nossa rua vai ficando encolhida e, com ela, a casa, o jardim, a soleira da porta.
A vizinhança parece dormir, as visitas rareiam. As vizinhas do seu tempo já não aparecem com frequência. Um ou outro nome desaparece. Você continua. Faz setenta, oitenta, quase-noventa anos. Sente saudade, mas não deixa transparecer que nossa pouca idade não alcança suas lembranças, suas memórias. Conta histórias de menina que a gente escuta com cuidado. Diz lembrar fatos que lhe aconteceram com três anos – e eu acredito. Tem memória boa. Sabe de cabeça o aniversário de muita gente. Guarda tanta, tanta vida.
Como você, eu não encontrei ninguém. Sentada na cama, seus olhos marejam, sua expressão vagueia – quase chora.
“Eu só tenho pena de deixar minhas coisinhas” – não faz mal, vó.
Suas coisinhas vão com você. Boa noite.
Dorme com os anjos.
Gi.

Inserida por ClaudioMazaropi