Antologia Poética
A mais poética das poesias não se fala e nem se pensa
É espontânea e as vezes esporádica
O que se sente não pode ser dito e nem tampouco explicado
Jamais será tocada por seu tom abstrato
Onde nasce ninguém sabe, mas ainda assim eu indago os porquês
De fato, pela falta de sentido eles não se respondem e nem poderiam
E o brilho se satisfaz na incerteza de não saber o que se sabe
Não se ver o que se vê, mas ainda assim sentir o que se sente
FELICITAÇÕES CAMILA
Nessa estrofe poética,
deixo minha felicitação.
A essa mulher incrível
que esbanja educação,
lhe desejo felicidade
saúde amor e prosperidade,
e muita paz no seu coração.
Ela é arretada e não vacila
eu parabenizo a camila,
Por mais um ano de felicitação.
No instante da criação poética, beijo a inocência, e o universo senta-se a meu lado numa partilha íntima e espiritual. Tudo o resto não existe, nem a verdade.
SONETO SENTIDO
Eu te poeto, todavia, porque és, ainda
O bem querer, a saudade, a poética face
A ternura, a doçura, o desejo que nasce
Um ardor na sensação que nunca finda
Eu te poeto a paixão, que é bem vinda
Num canto, no doce verso, no repasse
De amor, te daria o sonho que sonhasse
Em um soneto com aquela emoção linda
Te daria, mas, ah o “mas”, ó meu Deus!
Pouco tenho, os mandos não são meus
E, cá nos versos uma inspiração sentida
Sem encanto, magia, prosa sem beleza
Vertidas na poesia em tons de tristeza
Tal qual, em um bilhete da despedida!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 de maio, 2022, 16’17” – Araguari, MG
É necessário grande sensibilidade para prestar atenção em cores e uma alma poética para vivenciá-las!
O SONETO
O soneto, o monarca da poética
Expõe toda a sensação ao artista
De encanto, prazer, de conquista
E, o sentido duma toada dialética
Na rima, aquela aguerrida cinética
Que sabe discursar, tão publicista
Deixando um enternecer na vista
Com parte duma emoção eclética
Desliza na inspiração, com atitude
Ele, o autor do canto com virtude
Dadivoso: em quarteto e terceto
Nos dá a elegância da doce poesia
Colhe o formoso verso com magia
Ó pura pequena canção, o soneto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 de maio, 2022, 15’17” – Araguari, MG
A MINHA SAUDADE
A minha saudade tem lembrança tua
Que já não tem a poética como antes
Tem a tristura no peito que não recua
E silêncios tão ruidosos e constantes
Não sei pra onde ir, nem aonde vou
Só sei que dói, corrói o meu coração
Minha emoção, tua sedução roubou
Carregou e me deixou na vã solidão
A minha saudade tem muita saudade
Tem insônia, loucura, é sentimental
A minha saudade ao sossego invade
Saudade, meu aperto, por ser amador
Em um tempo muito, duro e integral
É saudade minha, por ti, ó meu amor!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27/09/2021, 04’55’ – Araguari, MG
ACHACADO DE AMOR
Quisera eu, possuir uma poesia com encanto
Pra carrear minha poética pra onde tu estejas
Adornado de carinho e de surpresas no canto
Só pra celebrar o quão o meu amor te desejas
É poética cheia de sentimento, sede de estar
Portanto saiba, que me tomou por completo
O coração. Eu só tenho vontade de te beijar
E na ternura, querer-te ao lado do meu afeto
Na prosa não mais sei ser um bardo sedutor
Pois, cada verso nos versos só quer lhe falar
Do que sente por não te ter ao lado no amor
Bem sabes, cada penitência, aflita remissão
O querer que brada, e sobrevive a te esperar
Tão achacado de amor, e de saudosa paixão...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28/09/2021, 15’53” – Araguari, MG
A MINHA DOR
O que é isto que rasga meu soneto em sofrência
E de onde está poética que sussurra em alta voz
Versos frios, que tortura, dum amor na ausência
Que me devora por inteiro, num sentimento atroz
Triste sensação, desilusão em riste, rima triste
Há um tormento no peito que sufoca e agiganta
Tudo tão cinza, e uma prosa penosa que insiste
Numa dolorosa poesia que resiste e desencanta
Aonde estão as trovas tão cantadas com alegria
Aquela doce poesia, não o silêncio que me resta
A solidão, pensamento amargo e a paixão vazia
Cadê os versos, aqueles com ventura ao dispor
Com estória e histórias não essas que molesta
Pois cá neste versar penalizado só a minha dor...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 setembro, 2021, 14’25” – Araguari, MG
Lar, doce lar temporário
Eu teu coração,
Fiz morada sólida e poética.
Dei sentidos a sua existência.
Habitei com minhas canções e meus versos românticos
Fiz moradia colorida.
Me domiciliei,
Fiz cama e colchão em seus sonhos e em seus ombros.
Construí vivendas e puz endereço próprio...
Bem oculto aos olhos fo mal, a numerei...
Chegou um dia que eu disse a você;
Lar , doce lar...
Minha linda casa poética de inspiração...
Minha estância querência aperfeiçoada.
Plantei árvores ,vi dar flores e colhi os frutos...
Registrei em todos cartórios essa florida habitação....
Quanta dor, quanto suor e quantas noites sem dormir serrando tábuas e entortando pregos em paredes temporária.
Jogastes bombas em todo alicerce que eu os levantei...
E fez desmoronar essa tão linda,
Mansão....
Autor: Ricardo Melo
O Poeta que Voa
LIBERDADE POÉTICA
Saí à rua,
Em busca de inspiração
Encontrei você, chorando,
Na esquina da desilusão.
Perguntei, por que chora?
Em resposta ouvi um longo sussurro
Depois um canto vibrante,
Melodia desconhecida
Porem afinada, sublime, celestial.
Reconheci você, nesse breve instante,
Era a liberdade, que antes chorava na esquina
E que hoje gritava em excelso pedestal.
Percebi que não preciso de inspiração
nem de musa de camões
A liberdade poética é clímax da poesia
Com ela crio meu universo
Canções e versos, sonhos, redenção.
SONETO VÃO
Poética que passais pela poesia
De amor, porque não vos fixais
Que passais tal a breve fantasia
De um sonho, para nunca mais!
Ou o tal agrado que supor viria
Em um poema luzidio, e iguais
As sonatas com suave melodia
Porque na rima paixão não traz?
É sem sentimento, de dor coberto
Uma inspiração inútil, sem noção
De um pobre coração tão deserto
Sinto sequer o acorde, a emoção
Tudo supérfluo, tudo tão incerto
Estranha prosa de um soneto vão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 outubro, 2021, 18’55” – Araguari, MG
Rota poética
Dores, desamores e desvalores,
Está tudo descompreendido...
As plumas já não são mais plumas..
Na rota poética, deixo rastros e não encontro a minha cura.
Vejo conflitos...
Desarmado, me deparo com os combates..
Tantas trajetórias sem cursos que me fez perder os percursos..
Desplumos, sem sumos ..
Na direção não vejo as curvas e ultrapasso os desníveis...
Alguém por favor me guie,
Não!
Busco outros trajetos insertos,
E me perco no horizonte infinito...
Desvio, vou pelas correntezas ,me afundo nos rios..
Itinerários me levam a solidão profunda..
Até o silêncio é cansativo...
Uma hora é mar, outra hora é terra...
Me vejo no ar sem sonhar...
Bate a fome.
Vou em um bar e peço uma mesa
Aí vem o garçom e diz;
Temos mágoas, temos tristezas.
Temos lágrimas, e não temos gentilezas...
Saio cabisbaixo e de cabeça erguida, com mente florida..
Será sem tem uma rota que me leve até minha querida?
Será?
Não posso me dar o luxo de fazer parte de tantos insultos.
Não posso!
Quero com ela,
Logo encontrar...
Autor : Ricardo Melo
O Poeta que Voa
“ Peço à licença poética,
seja cúmplice de tal relato
por ostentar a intensidade,
bendizendo o amor de fato.”
“ sigo, quase que movida por instinto,
e me entrego à prática da licença poética,
como uma cerimônia, juramentada e avassaladora,
que me leva a criar versos e poemas sem métrica.”
Na época de faculdade minha alma era poética. Vivia apaixonado por mulheres, por causas e por ideais revolucionários.
Naqueles tempos, minha inspiração era tamanha que chegava a escrever poesias para a musa que julgava inspiradora.
Não demorou muito para a musa passar do lírico para o concreto. Desposei-a.
E como todo jovem impetuoso e incauto, errei fragorosamente.
Hoje, com a vida começando, me sinto mais despreparado que nos idos dos anos 90.
Bom, de consolo, um pensamento teima em utilizar a minha mente como morada: os erros que cometi nada mais foram que sonhos desvairados de uma alma que se achava gigante.
Agora, sem o ímpeto de antes, quero apenas abraçar o concreto e dizer ao mundo que não perdi o lirismo, apenas o congelei para o porvir.
