Antigamente
Antigamente, chamavam o trabalho de ofício. E os ofícios eram ensinados de pai para filho. E assim os filhos, desde pequenos, aprendiam uma profissão. Naturalmente, aprenderam a viver, a lutar e a se defender. Não havia outras preocupações tão distantes da subsistência. Conheciam muito bem o que faziam, proseavam e curtiam a natureza. Hoje, a liberdade, ora relativa, permitiu a muitos de nós fazer diferente. E agora assistimos o reflexo de um contexto histórico que foi e está em transformação ao longo de décadas...
Hoje já não sabemos quem realmente faz. Porque naturalizaram o validar do falar ao invés de fazer. E isso, por consequência, tem um ALTO CUSTO.
...E o alto custo é invisível aos olhos apressados.
Porque quando o saber não encontra o fazer,
a palavra vira espuma,
e o ofício perde o chão.
Hoje temos diplomas, cargos, curtidas.
Mas pouca firmeza nas mãos,
pouca escuta nas relações,
e pouca raiz nos pés.
Não se trata de voltar ao passado,
mas de lembrar do valor do processo, do tempo, da entrega.
O mundo não precisa de mais discursos.
Precisa de gente que saiba calçar o barro
e ainda assim caminhar com elegância.
Antigamente, havia Amor e as relações costumavam ser baseadas em sentimentos genuínos e conexões profundas, mas hoje em dia, tudo parece ser apenas financeiro. Tudo é Pix e menos Amor!
Do diário trancado à timeline escancarada
Antigamente, tínhamos um diário.
Capa florida, cadeado minúsculo, segredo guardado a sete chaves — e uma raiva danada se alguém ousasse ler.
Era ali que a gente chorava amores, reclamava da escola, escrevia o nome do crush mil vezes, sonhava com o futuro e desabafava tudo o que a boca não tinha coragem de dizer em voz alta.
Era íntimo. Era nosso.
Hoje?
O diário virou feed. O cadeado virou senha de Wi-Fi. O que antes era segredo virou post programado com filtro.
E o que antes nos irritava — alguém lendo — agora nos desespera quando ninguém lê.
Vivemos uma era onde a exposição virou afeto.
A curtida virou abraço. O compartilhamento virou aceitação.
E a ausência de reação virou rejeição.
Mas será que estamos realmente sendo vistos… ou só sendo exibidos?
As dores de antes eram sussurradas entre folhas. As de hoje são gritadas em posts. Mas será que alguém escuta?
Será que alguém realmente para para sentir o que há por trás de uma legenda melancólica ou de um “bom dia” automático com filtro de pôr do sol?
Talvez o problema não seja o quanto mostramos, mas o quanto estamos carentes de conexão real.
Falta olho no olho. Falta tempo. Falta silêncio. Falta abraço sem precisar postar.
O velho diário guardava sentimentos.
A nova timeline cobra aplausos.
No fundo, seguimos os mesmos: querendo ser ouvidos, vistos, compreendidos.
Só mudamos o palco.
Mas o coração… continua querendo o mesmo: verdade.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia
Antigamente, muitas coisas aconteciam e ninguém ficava sabendo. Hoje, vivemos em uma sociedade hiperconectada digitalmente, onde é raro alguém de fato conhecer o outro — mas há uma ilusão gigantesca de que ver posts, stories e feeds é o mesmo que saber quem a pessoa é.
Com isso, recebemos laudos genéricos sobre tudo, formamos opiniões com base em fake news e, dia após dia, perdemos a oportunidade de viver uma vida real — uma vida onde tudo está sujeito a mudanças, dores e amadurecimento.
A dor faz parte do crescimento. É nela que, muitas vezes, as pessoas descobrem do que são feitas, e onde realmente podem aprender a amar.
Enfim, meus sentimentos.
Antigamente os Cristãos se curvavam somente para Deus, hoje muitos se curvam para celebridades gospel.
Antigamente educar era ensinar valores correr e mostrar que a vida é compromisso e responsabilidades
Hoje não se educa se compensa e a criança cresce sem qualquer noção de valores sem caráter
E pior sem tornando um adulto imaturo irresponsável e preguiçoso.
SÃO LEMBRANÇAS DO PASSADO
O tempo muda as pessoas
O povo de antigamente
Eram sábios por natureza
Sabiam viver contente
Amizade valia ouro
Era tão diferente.
X
Nas noites de Lua cheia
O povo se encontrava
Uma prosa boa
De tudo se falava
Mas uma coisa era certa
Nunca faltava alegria.
X
Não existia separação
Das empregadas as professoras
Nem do trabalhador e o patrão
Lavadeiras e ou agricultoras
E nas horas de brincadeiras
Todas viravam cantoras.
X
Eram momento de descontração
Em um dia da semana
Lavavam roupa no tanque
Enquanto trabalhavam
A prosa era bacana
A merenda se dividia
Seja farofa ou banana.
X
Cada uma com sua profissão
Tinha Zilda a costureira
Ninguém fazia melhor
Dona Nita era rendeira
Trabalhava bem nos bilros
E Edite a melhor engomadeira.
x
Lembro bem dos artistas
Seu Juvenal era sapateiro
Deixava tudo novinho
Pedro era barbeiro
Estevão na cozinha
Era um bom cozinheiro.
x
Autoria-Irá Rodrigues
Antigamente, os status eram um banquete de riso e irreverência. Hoje, tornaram-se um teatro pobre onde cada ator é também o único espectador, narrando a própria vida como se o resto da humanidade não tivesse nada melhor para fazer do que assistir ao seu diário de mediocridades.
“Antigamente confundiam masculinidade com maus-tratos. Hoje confundem maus-tratos com masculinidade.”
O chapéu antigo,
é o mais bonito.
Clássico.
Daquele tempo.
De antigamente.
Daquela época.
Feminino, e masculino.
Não se faz lealdade como antigamente.
Água-panada,
cura de antigamente,
Os tempos mudaram,
temos os doutores
preparados para cuidar
da nossa gente sempre
quando cai doente.
Lá nos tempos
de antigamente
as pessoas quando
ficavam zangadas
ficavam é azeites,
Prefiro não fazer
parte das zangadas,
e jogar azeites
nas minhas saladas.
Nos tempos de antigamente
quem mordia na batata
cachaça é o quê bebia,
Do Câmara Cascudo bebo
mesmo é do Folclore
porque eu não nasci sabendo,
Quando me dei por alfabetizada
na vida acertar na batata
aprendi que era acertar em cheio,
Poesia é o quê acho que escrevo
sempre não acerto em nada,
quem acerta mesmo é a danada.
"" Pirei
quando percebi, ela estava lá
parecia me esperar
como antigamente
foi mais forte que eu
não pude resistir
encontro marcado
história a ser contada
na folha de papel ainda em branco
coloquei a caneta para funcionar...
O gerúndio
Inevitavelmente eu ouço gerúndio, antigamente o confundia com Gerônimo, e pensava que gerúndio fosse nome de pessoa. Com o tempo, não gostei do Gerônimo, parecia boa pessoa, mas não desgrudava do gerúndio. Fiquei acesso aos dois. Ao gerúndio porque nunca terminava o que começava, e ao Gerônimo porque andava com o gerúndio em todas as suas respostas.
A professora perguntou: - Posso apagar?
O Gerônimo respondeu: - Estou começando! Estou copiando! Estou terminando.
E assim ele ia, estava começando, estava quase terminando. Sempre estava falando. Quando saía, que era chamado, dizia que estava voltando. É pra variar, quando alguém ia falar dele, falava que estava incomodando. Todas as suas ações eram do momento, eu não lembro de um dia em que ele tenha usado um verbo no futuro do presente, ou então no pretérito perfeito. Tudo tinha o vício do gerúndio.
Algumas horas na escola, e o que mais ele dizia era que estava esperando a hora de estar indo embora, porque após ter estado toda a tarde estudando, a noite ele estaria jogando futebol, e ele estava acreditando que seu time estaria ganhando o jogo, e ele estaria sendo o jogador que estaria fazendo os gols do time, e, caso fosse necessário, ele estaria indo para o gol, e estaria defendendo todas as bolas que os jogadores do time adversário estariam chutando àquele gol.
Agora, acho que já gosto do gerúndio, embora não goste do Gerônimo. Foram três anos estudando juntos. Fizemos alguns trabalhos juntos, em dupla, fomos aprovados, mas tive problema com gerúndio por causa dele.
Hoje estou pensando no que vou estar fazendo quando estiver ganhando dinheiro. Estive trabalhando, tentei estar ajuntando dinheiro, mas não consegui estar comprando a moto do jeito que eu estava querendo.
Ainda estou esperando, no final do ano quero estar prestando vestibular, e assim vou estar entrando na faculdade. Depois vou estar formando, comprando, investindo, usufruindo, esnobando, andando, correndo, fazendo tantas coisas, inclusive, escrevendo.
Só não quero estar reencontrando o Gerônimo, nunca gostei da forma dele de usar sempre os verbos na mesma forma de conjugação.
Se eu o vir, vou estar atravessando a rua, e vou estar andando na outra calçada. Quando muito, vou estar dizendo um bom dia, boa tarde, ou boa noite. Mas nem vou estar apertando sua mão. Vou estar evitando.
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