Voz
Ouço sempre que posso
Se eu ouvir tua voz, despreparado,
Me sinto até atropelado,
De tanto, tanto te amar.
Como pode ser algo tão belo,
Tua voz, doce e singelo,
Me faz querer cantar.
Quero correr pros teus lábios,
Nos teus cachos tão sagrados,
De tanto, tanto esperar.
E se encontrar algum defeito,
No teu corpo, no teu jeito,
Eu juro, vou detalhar.
Como pode haver tanto amor,
Transbordando em teu calor,
Na pele a se revelar.
Tua pele é lisa, é poesia,
Teu corpo me hipnotiza,
Teu andar me faz parar.
Teus olhos, que tanto persigo,
São desejo, são perigo,
De tanto te imaginar.
Você não nega que me ama,
Nem diz que a noite se derrama,
Quando eu começo a sonhar.
Amor, quanto tempo eu te peço,
Só um momento, só um acesso,
Pra te poder lembrar:
Que quanto mais longe eu estiver,
Mais eu só penso em você,
Meu peito só quer guardar...
Eternamente... o teu nome, o teu olhar.
Feche os olhos por um segundo. Consegue ouvir? É a voz da criança que você foi. Aquela que sonhava alto, acreditava em finais felizes e enxergava magia em tudo. Ela não desapareceu... só está em silêncio, torcendo por você em cada passo. Ela não liga para os erros, não cobra perfeição, não desiste de você. Ela só quer te ver seguir em frente mesmo cansado, mesmo machucado, mesmo duvidando. Porque, para ela, você sempre foi e sempre será a pessoa mais corajosa do mundo. Então continue. Por ela. Por você. Porque ninguém quer mais ver você vencer... do que aquela criança que acreditava que tudo era possível.
Coração Partido
Não me deixe um coração partido
Ele canta ouvindo sua voz
Dorme na lembrança de meu sonho
Deixa louco tudo que me ponho
Me acorda na insônia noite a dentro
Tira-me a paciência e me ausento
Leva unhas em dedos de tensão
Conta as horas em minutos solidão
No peito a angústia da dor
Esquece todo aquele seu valor
Solta o corpo em qualquer disposição
É difícil, mas existe solução
Tempo, apenas tempo para o coração
Todas noites
Ouço a tua voz
A ecoar pelos ventos
A cada noite de lua cheia
Eu vejo o seu reflexo
Na ânsia de abraçar-te
A realidade me desperta
Da esplêndida miragem
Procuro-te...
Na imensidão azul,
Deste céu...
Vagueio de norte à sul...
Você diz que vai embora.
Eu digo “vai”, mas minha voz treme.
Você diz que me odeia.
E eu rio. Porque sei que no fundo você só não sabe mais amar.
Nem eu.
A gente se estraga melhor do que se ama.
Mas tem alguma coisa nesse caos que parece casa.
Alguma coisa doente, instável, mas familiar.
“Não é na voz dos homens que mora teu futuro...
É no silêncio da tua fé que Deus escreve teus milagres.”
Imagine conhecer alguém que ama sua voz, se encanta com o seu jeito, admira o seu físico e respeita até seus defeitos.Alguém que não tenta te moldar, mas te valoriza exatamente como você é com suas manias, medos, cicatrizes e verdades.Que olhe para você com calma, como quem enxerga além da superfície, como quem reconhece a alma.Alguém que celebra suas virtudes, mas também acolhe suas falhas. Que não se assusta com sua intensidade, mas se entrega com a mesma força.É mais do que amor…É encontro. É conexão. É abrigo em forma de gente.É o tipo de sentimento raro, daqueles que não se explicam, só se sentem.
Faz-me ouvir a tua voz, ó Deus.
Faz-me, ó Deus, sentir a beleza do teu olhar.
Resplandece, ó minha alma, o brilho do olhar do teu Deus, Senhor.
Ó beleza imensa,
a ti anseia minha alma e todo o meu ser.
Busco-te nos campos dos lírios,
nos pastos serenos,
no silêncio onde tu repousas,
onde o amor habita
e a fonte eterna jamais se apaga.
Há dias em que a voz do mar nos abraça e com sutileza fala verdades que não aceitaríamos escutar de mais ninguém.
Sob o Véu da Meia-Noite
Sob o véu da meia-noite, onde os sussurros ganham voz,
Eu caminhei entre as sombras, onde o tempo já se pôs.
A saudade era um espectro, com os olhos de rubi,
E cantava o nome dela — que se foi, e não ouvi.
Oh Lenora, doce chama,
Que o destino levou ao mar…
Tua alma vaga em bruma e chama,
E eu só posso te chamar.
Volta, anjo de silêncio e dor,
Meu delírio, meu amor!
No relógio da parede, cada badalada é um lamento,
Como ecos de um passado preso ao frio do esquecimento.
O corvo em minha janela nunca diz o que eu quero crer:
Que a morte é só um sonho, e que eu ainda vou te ver.
Oh Lenora, doce chama,
Que o destino levou ao mar…
Tua alma vaga em bruma e chama,
E eu só posso te chamar.
Volta, anjo de silêncio e dor,
Meu delírio, meu amor!
Os anjos choram tua ausência,
As estrelas cessam de brilhar.
E no abismo da consciência,
Só tua voz vem sussurrar…
Oh Lenora, doce chama,
Entre os mortos e o luar…
Guia-me pela tua chama,
Pois não posso mais ficar.
Leva-me, ó sombra encantadora,
Para sempre… Lenora.
Talvez eu precise me ouvir mais,
em voz alta, ou em silêncio.
Saber o que realmente se passa
em minhas angústias e em meu tédio.
Fazer uma lista do que eu amo,
fazer uma lista do que eu gosto,
uma lista do que eu quero,
ou talvez, até listar menos.
Talvez eu precise ouvir aquela música
mais algumas vezes.
Talvez eu só precise conversar com calma,
com a criança ressentida
em minha psique, e finalmente,
explicá-la que crescemos.
Talvez, eu só precise sorrir mais,
lembrar que, em uma realidade
em que eu não tenha nada,
eu trocaria tudo,
pelo que tenho.
Talvez, eu só precise
lembrar que hoje,
é tudo que eu preciso.
Devemos apreciar essa vida,
esse corpo, a voz que temos,
as coisas que já vimos,
e as que vemos todos os dias.
Devemos apreciar a comida
a bebida aos lazeres.
Admirar as pessoas
e todo potencial que
elas conseguem ser.
Devemos existir na vida
e esquecer do tempo,
porque os momentos
eles nunca voltam,
mas eles sempre
acontecem.
SAUDADES DE VOCÊ (soneto)
A saudade hoje me acordou
Com a solidão de tua voz
Nesta manhã fria que abortou
Uma dor dilacerante e feroz
Suscitou a ternura do teu beijo
Na ausência do teu triste olhar
Anoitado no solitário desejo
Dos carinhos em nosso amar
Alvoreceu os antigos sentidos
Dos abraços por nós já partidos
Amarelados nos tempos antigos
Pra tal, alegou a minha razão
Nossos segredos em inspiração
Poesia que foi a nossa paixão.
(Saudades de você.... Arranha o meu coração).
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio, 14/05/2010, 08’07” - Rio de Janeiro, RJ
Laranjeiras
(Intro – voz grave com eco e peso)
É a ROMU…
De ponta a ponta na missão…
Prevenção… repressão…
O crime treme, o certo tem proteção…
(Verso 1)
A ROMU patrulha, por toda extensão,
Ostensiva na rua… caçando ladrão!
Na fundada suspeita… é abordagem na ação,
“Mão pra cima, não se mexe!”… acabou a ilusão!
Se é cidadão… tem respeito e consideração,
Mas se for ladrão… perdeu a proteção!
Aqui não tem pinote… é disciplina e projeto,
Se a conduta é limpa… segue firme e reto!
Mas vacilou no crime… é cela, é detenção,
Adeus céu aberto… olá, grade e prisão!
(Refrão – com impacto, batida seca)
ROMU na contenção!
Ostensiva, na missão!
No bairro, na quebrada, no centrão…
Protegendo o cidadão!
Se é decente, tem respeito…
Se é ladrão, sente o efeito!
ROMU chega no impacto…
E o crime… fica sem teto!
(Verso 2)
Aqui o patrulhamento é preventivo e incisivo,
Não tem conversa fiada… o trabalho é ativo!
O rádio chama… a viatura responde,
O ladrão corre… mas cê sabe, não esconde!
Na viela, no farol… ou no miolo da favela,
ROMU fecha o cerco… o ladrão sente a novela!
É proteção pro povo, é pressão pro bandido,
Com respeito ao certo… mas duro com o envolvido!
Se o cara já pagou… vida que segue, irmão,
Mas se tiver pendência… é algema e detenção!
A justiça caminha… a ROMU faz cumprir,
Quem vive no certo… pode até aplaudir!
(Refrão – com mais força, marcando o grave)
ROMU na contenção!
Ostensiva, na missão!
No bairro, na quebrada, no centrão…
Protegendo o cidadão!
Se é decente, tem respeito…
Se é ladrão, sente o efeito!
ROMU chega no impacto…
E o crime… fica sem teto!
(Verso 3 – Final, mais direto)
Na ronda, na blitz… no giro das viaturas,
É o crime tentando… mas só tomando dura!
A ROMU ensina… mas também corrige,
Se levantar pro confronto… é aí que se atinge!
Prevenção é a meta… mas se precisar… é reação,
O certo vive em paz… o errado volta pro camburão!
É preto, é pardo, é branco… cidadão tem proteção,
ROMU é justiça… no meio da confusão!
(Encerramento – voz em fade out, com eco pesado)
É a ROMU…
Na rua… no combate…
Proteger… é missão…
Cidadão na paz…
Ladrão na contenção…
H.A.A
