Vovô e Vovó
O pão que mofou lembrou
O vovô que morreu
E o menino que não comeu.
O cheiro que exalou deixou
Tristezas no menino que não tem
A fórmula mágica desse bem.
Menino curioso investiga
Descobre o segredo do pão
Trocando a tristeza pela emoção.
AO VOVÔ
Lembrança forte
Presente e pulsante
Cheiro sertanejo
Camisa de linho branco
Cor igual ao seu cabelo.
Sorriso guardado,
Olhos azuis, pensamento distante...
Sem mais, meu avô,
Chicó do Retiro
Deixou uma marca registrada
A identidade que carrego.
Ser forte, é ser nordestino.
Clécia Santos
A casa da Vovó
A casa da vovó era tão grande, lá eu me sentia Latifundiário em vinte metros quadrados, lá eu subia no muro que parecia o de Berlim , lá eu subia nas Goiabeiras, nas pitangueiras e não tinha medo de subir, de cair, de sussuarana e nem tão pouco de perder a hora do almoço porque eu sabia que meu anjo envelhecido ali estava para me lembrar ,carinhosamente , que meu prato preferido estava na mesa.
A casa da vovó era tão grande , lá , no quintal, tinha uma enorme pedra, que hoje, diante de meus olhos nem tão grande era assim!
Lá às formigas eram gigantes, as flores mais coloridas , o suco mais doce e os biscoitos mais crocantes. Lá tudo ficava gostoso, até a couve que mamãe fazia e pedia pra vovó colocar em meu prato. Lá verdura era carne tenra.
A casa da vovó era meu itinerário preferido e ela a guia turística mais fantástica que eu já conheci .Meu passeio preferido, meu colo preferido, meu abraço mais quente e meu sim constante.
A casa da vovó era tão grande e se tornava maior por tanto carinho, tanta generosidade, tanto amor. Não cabia em suas intenções tanto carinho, expresso em apenas um olhar, um aconchego ou um sabonete e um talco quando ela ,de mãos dadas comigo, íamos receber sua pensão.
Assim a casa da vovó era uma mansão , tamanhos cantos que tinha, tamanha a vontade de agradar, tamanho o tamanho daquele envelhecido coração.
A casa da vovó, a casa da vovó era minha esperança de crescer , crescer e encontrá-la , envolver meus bracos pequeninos em seus bracos envelhecidos, ou o contrário ou ,simplesmente falar baixinho:
-Vó pede pra minha mãe deixar eu ficar aqui hoje? Pede vó , pede!
E ela com aquele sorriso conivente me abraçava e dizia:
-Pode deixar, ficaremos juntas mais um dia.
E eu simplesmente ,hoje envelhecida na saudade, falo:
- A casa da vovó era tão grande! Mas o amor da vovó era bem maior.
Pombal assim nos dá
a felicidade que nos adorna
foi na terra de maringá
de vovô Luiz Barbosa.
E saudando a vida
esbanjando sorrisos e amor
recordo-me de Valdecira
na Budega de vovô
E sentada no recanto
espreitando as idas e vindas
está vovó Belarmina
nossa mãe de acalanto.
Pelas ruas de Pombal há esperas
que encontro na imensidão
o amor de Dona Vera
que preenche meu coração
Os olhos e o coração
Um belo dia, uma doce garotinha perguntara ao seu avô:
- Vovô, por qual motivo sentimos vontade de chorar?
O senhor, atento à pequena, prontamente respondeu:
- Contar-lhe-ei uma história.
Certa vez, o coração, tão tímido e apaixonado pelos cristalinos e profundos olhos de sua amada, diante de seu amor impossível, prometeu-a que mesmo não podendo tê-la, estaria sempre presente e que ela o sentiria, mesmo sem poder tocá-la.
Ocorre que fruto dessa paixão, o coração enchia-se como a vastidão do mar.
Gota por gota, a cada suspiro de amor, aumentava lentamente.
Quando não suportando de paixão, transbordava, escorrendo pelos olhos e percorrendo o rosto de sua amante.
Pediu-a que toda vez que sua face encher-es de lágrimas, lembrar-se-ia que esse era o presente mais vívido e constante de seu amor e que logo após, sentiria o alívio de seu amor, aliviaria seus sentimentos.
Diante da história contada pelo avô, a garotinha respondeu:
- Então as lágrimas não são tristes vovô?
- Nem todas. Elas são a expressão da maior qualidade humana, a de sentir.
E devido à paixão do coração pela sua amada, alivia-nos constantemente diante de qualquer sentimento através das lágrimas.
- Incrível vovô! O Coração sim soubera presentear sua amada. Aliviava seus sentimentos através do seu amor, refrescava sua alma tal como o mar nos refresca no calor.
- Certo meu bem! O amor é assim mesmo, imenso e vasto. Quando não cabe no coração, transborda pelos olhos e logo após nos alivia!
- Obrigado vovô!
- Lembra-se pequena, quando sentir-se triste e seus sentimentos transbordarem por através de seus olhos, não esqueça do presente que o coração deu a sua amada! Ele encheu-se de amor para aquecer a frieza da tristeza, refrescar o calor da emoção a ternura da felicidade e aliviar o amargor da emoção!
As lágrimas são um remédio renovador, capaz de encher nosso ser com a oportunidade de recomeçar mais leves!
Vovô me disse que quando chegasse no padrão financeiro desejado iria realizar alguns sonhos, mas não é possível realizá-los da cama do hospital. Acho que estou indo realizar alguns sonhos…
"...Mamãe,vocês vão ver a vovó do VICTOR que morreu??diz a amiguinha aos pais que cuidavam do pequeno amigo para que sua mãe estivesse junto a avó neste momento de partida.O pequeno Victor arregala seus olhos vivos e diz:_..Minha bisa morreu????Nãoooo...ela não estava "morrida'no hospital!Ela só estava doente..eu vi!!! A mulher desconcertada,responde:Querido,a tua bisa morreu sim..ela estava muito doente e morreu...e olha,agora lá no céu tem mais uma estrela brilhando...Quando tu olhar para lá,no céu,tu procura uma estrela bem linda que vai ser tua bisa...Ele de olhar perdido,se vira e responde sem piscar!_Ah..entao agora eu vou ter que achar uma estrela de óculos(pensando no óculos que a bisa nao se separava)!A amiguinha logo reclama: Nao existe estrela de óculos,Victor!E ele mais uma vez,na sabedoria criativa de sua ingenuidade típica de seus 4 anos,logo rebate:Mas a estrela da minha bisa tem sim..porque ela tem óculos!!!"
Esta história aconteceu de fato amigos e amigas ,ontem mesmo durante o período em que meu neto Victor ficou com amigos dos pais enquanto minha filha estava nos funerais de minha mãe,sua avó...Na sua ingenuidade traduziu o que realmente temos que acreditar..na poesia de nos tornarmos uma linda estrela no céu,mesmo que seja de óculos....Victor nos ensina de uma forma doce,como aceitar esta ausencia que passa a ser presença a partir desta abstração!
E hoje,procurando uma imagem de uma estrela,lembrei-me desta linda história que compartilho com vocês em agradecimento as inúmeras manifestaçoes de sentimento e fraternidade,solidariedade neste momento difícil de partida.Que minha mãe possa ser uma linda estrela lá no céu sim pq onde olhar,sempre a encontrarei lá..seu lugar era lá onde há amor,energias boas,paz...para nós resta a esperança,esta única estrela verde que brota em cada coração de que um dia termos um mundo melhor,a eternidade para viver no processo de evolução natural da vida...
Obrigada a todos pelo carinho e conforto que tornaram este dia menos doloroso e mais suportável...
Sorrisos de felicidade brotam de amores que nao se medem...
Dia da vovo,sem neto,nao seria dia..assim como uma vovo nunca saberia o que e ser se nao tivesse netos...
Simples... —
A notícia da partida da vovó que vendia sacolés pelo portão da casa verde no Sana desceu amarga. Como eram gostosos os sacolés vendidos por aquelas mãos. Podiam não ser lá muito higiênicos, isso é verdade, mas que eram gostosos eram. Aliás, essa questão de higiene, àquela época, não era muito levada em conta. Não que isso fosse coisa do século passado, quando ainda não se sabia muito sobre vírus e micróbios. Não. Mas também fiz uma pesquisa e vi que sacolés eram vendidos na década de 20, e, já então, as autoridades sanitárias faziam exigências que ninguém cumpria, como hoje. Daí, aquela gente imunda e encharcada com a água que lhes descia pelo corpo proveniente do degelo mal contido nas sorveteiras que equilibravam os isopores carregados de sacolés na cabeça. Mas, gula sempre foi gula. Voltando aquela senhora do Sana: os dedos que tocavam o dinheiro transportado por uma bolsa de coro que andava com ela eram os mesmos dedos que apanhavam pra mim dois guardanapos, que eu sempre pedia. Era daquela mesma bolsinha onde guardava o dinheiro que puxava os guardanapos. Me limpava como um pinto no lixo após degustar sempre a dobradinha: "um de coco e um de baunilha vó". Era o sacolé gostoso que compensava depois daquela manhã inteira torrando no sol na cachoeira. E o mais engraçado é que era tão bom, que até engolir pedacinhos de plástico mordendo o sacolé a gente engolia. Aquela casinha verde fica logo atrás da pracinha, do coreto. Quando ela abria a porta, dava pra ver lá dentro uma forma cilíndrica, de zinco, onde ela acondicionava todos os sacolés. Em torno desse cilindro, gelo picado e sal grosso com um pouco de serragem. Eu perguntei preocupado com a cor avermelhada da serragem. Coroando isso tudo, uma espécie de rodilha de pano, sempre suja, protegendo a tampa, impedindo o ataque de insetos durante a madrugada. A última vez que estive com a vovó do sacolé no Sana, custava R$ 2. Funcionava todo dia até às 18h, mas nas noites quentes de verão era comum ver-se à porta da casa aquela senhora se abanando com uma folha de bananeira estendendo mais um pouco o horário das vendas pra nossa alegria e dos colegas no camping, que nem esperavam que fossemos lembrar deles, de tão bom que o sacolé era. Uma vez, no desespero, bati palmas em seu portão 1 hora da manhã, bêbado, pra pedir sacolé. Tomei um esporro da vovó, mas pergunta se ela deixou de me atender e, depois do esporro, lembro que passou docemente a mão em minha testa e avisou que amanhã estaria mais cedo vendendo os sacolés. Os sabores eram: laranja, abacate, manga, caju e, nos últimos anos, começou a ter de chocolate, além do tradicional coco e baunilha. Mas, nenhuma delas, superava o coco-baunilha, que eu ia degustando ao mesmo tempo. Que me perdoem a propaganda, mas hoje, com todo progresso e processos modernos de fabricação mecânica, como toda e relativa duvidosa higiene no fabrico, o sacolé da minha vó do Sana continua insuperável. Os picolés de hoje, ridículos até no nome, as conchas novas que têm dado forma empírica aos sorvetes, não irão conseguir nunca matar a saudade que comecei a sentir a partir deste momento, quando recebi a notícia. Não sei se exagero ao afirmar que os sacolés do meu tempo, até os extravagantes e alcoólicos que começaram a pegar moda nos blocos de carnaval, nunca serão mais gelados do que aqueles sacolés de coco-baunilha. Faltarão neles agora, eternamente, o perfume delicioso de sabonete que vinha daquela senhora. Faltarão neles, inclusive, a poesia do pedido batendo palmas no portão, e do sorriso carinhoso e aconchegante na entrega. Siga seu caminho vovó. Novos sabores chegaram pra senhora. Delicie-se.
Influenciando minha vida
Escutava as histórias interessante do papai e algumas chatas da vovó, cheias de novidades da titia ou repetidas da mamãe, todo mundo gostava de conversar comigo e contar causos e eu aprendia muito com o que ouvia.
Um dia percebi que as diferenças não desaparecem, ao contrário só crescem, um dia percebi que meu esforço e motivação nem sempre era visto, um dia percebi que o mundo vai mal, que a saúde é desumana, que eu devo escolher entre ser livre e ser espontânea.
Cada pessoa é uma caixinha preenchida ou com vazio existencial, muita notoriedade desperta inveja, muitas coisas que nos influenciam a gente só percebe depois, temos um otimismo no passado, mesmo que o passado não tenha sido tão maravilhoso assim, são tantas indiferenças.
O mundo está precário, são tantas possibilidades, tantas tecnologias, tantas substituições, porém sem singularidade, sem preocupação com as doenças emocionais, sem amor, sem reciprocidade.
Talvez eu esteja parecendo grosseira, arrogante, vulgar ou qualquer adjetivo que queiras me chamar, mas as referências que me fizeram pensar desse jeito foram muitas, inclusive com a sensação de usar máscaras para cada momento como se estivéssemos interpretando ou buscando a felicidade de alguém.
Podemos parecer bondosos sem ser e até boba sem ser também, podemos ter razões para sermos felizes ou potencializar nossos pensamentos letais, podemos ir e vir com propósitos ou sem.
Podemos expandir conhecimentos ou fixá-los na parede em forma de diploma, determinando que no passado eu estudei a disciplina e me achando muito competente sem as atualizações e por cima resmungando em baixo tom um "não se meta comigo".
Também passamos pelo processo de sofrimento com ou sem dignidade, com fontes incansáveis de prazer nas compras, na bebida, na comida. Ao longo do tempo a gente se modifica e reconstrói, sem o ar de ofendida, sem inúmeras horas de insônia, sem entender os por quês da vida.
Tomamos decisões nem sempre aceitas no âmbito familiar, fazemos um exercício elegante de não discutir em vão, trocamos alguns amigos que nos acompanham desde a infância, mudamos de prioridade, tentamos levar vantagem nos fazendo de vítimas.
Às vezes intimidamos e somos chatas, temos nossas motivações e desencantos, nem sempre nos aceitamos, ora somos influenciadas, ora influenciamos.
Na família:
Meus 15=54
Seus 15=35
Meus Quinze da vovó!: Faz 15 Quézia também começa com ¨Q"
com saúde eu Quero Que você venha a crescer com QI elevado eu Quero ver Quem é Que vai te vencer,isso é oque neste momento eu posso te oferecer essas palavras da vovó ,Que está Muito Feliz de te ver crescer...FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!!!
Vejam só!
"Gente pequena" vira gente grande...
Será pajem de sua própria madrinha!
Vovó fica aqui de longe
querendo ser uma formiguinha...
Pudera eu estar bem pertinho
Para ver este momento único
Onde a pureza de uma criança
Colabora na beleza de um novo ninho...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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