Versos Destino Ciume
Quando colocamos apenas em nossas mãos o dever e a responsabilidade de sermos felizes, não ficamos sujeitos às desilusões que decorrem das relações humanas. Mas assumir a sua vida muitas vezes pode contrariar totalmente suas expectativas e vontades. Entretanto, quando as coisas não acontecem como você achava que fosse acontecer, esse mesmo movimento é uma prova irrefutável de que, na realidade - na outra ponta do Iceberg - o que parece impossível também pode acontecer.
Até parece uma utopia...
Mas acredite...
As rejeições e certas coisas que dão errado são chaves que abrem a porta e limpam o caminho para que possamos caminhar em direção ao nosso destino e propósito sem impedimentos.
Precisamos enxergar as coisas com outra ótica.
Eis o nosso desafio.
Deus fala com o seu filho(a) de várias formas, preste atenção aos sinais. Ventos só são ventos se assim você desejar, mas se bem observar verá uma imensidão de amor soprando em sua direção.
@keylak.holanda
POETA FUI
Poeta fui e do causar ferino
Me acariciou a carícia dura
Versei mais dor que ventura
Andei sonhador e peregrino
No devaneio, vivi o desatino
Amando o que pouco dura
Gozando da decepção dura
Poeta sem charme no destino
Porém, a cada verso, tentei
Ter o acaso e a doce poesia
Não agonia que não sonhei
Entendo, que versar alegria
Tem de tê-la. Pouco cantei
Se cantei foi porque sofria
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/10/2020, 08’06” – Triângulo Mineiro
paráfrase José de Abreu Albano
O amor que eu sinto
venceu o tempo,
perdoou a sua ausência
e resistiu ao seu silêncio.
O amor que eu sinto, sobreviveu;
às suas escolhas erradas,
às suas atitudes equivocadas,
à sua visão limitada.
Mas que tudo isso
não lhe de confiança
para acreditar
que faço parte
da sua estrada.
Um grande amor pode se transformar
em nada.
Pois, há uma força maior
pouco a pouco
me tirando daqui.
O tempo está se esgotando,
meu sentimento secando,
e o destino cobrando
que eu lhe deixe partir.
TEIMA
Retratar o amor em vão procura
quem na vida dele sentir não teve
porque um rasto na alma obteve
pois, longo ou breve, há ternura
Todavia eu, ideando, na ventura
a mínima sorte o destino deteve
sentir o que sinto, nunca leve
no vazio, minha solidão figura
E nestas paixões de boas alianças
poética redigiu só sofrido pesar
e uma, foi, dentre as lembranças
E, porém, neste suspiroso causar
do único, nas turronas esperanças
vou amador que cobiça mais amar!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13, outubro, 2020 – Triângulo Mineiro
PARALELO
Incultos sentimentos ditos pela metade
manifesto a vossa fiel leitura, ó leitores
e em cada trova a vossos olhos, piedade
lhes digo apenas piedade, não louvores
E neste orgulho, este que é inanidade
os suspiros, lamúrias e minhas dores
lágrimas de amores e sua imensidade
suportando por uns míseros favores
Se entre minha sorte de nascimento
encontrardes traços cujo o engano
indique que divaguei com portento
Crede, ledores, que foi do profano
versado com a mão do fingimento
em um paralelo ao o acaso insano
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro, 14/2020, 16’54” – Triângulo Mineiro
GORJETA
Eu sou aquele que no amor é perdido
eu sou o que no fado me falta aporte
sou esse da desdita, e nesta tal sorte
sou a contramão, a solidão desmedida
A sombra no meio fio da cara vida
e que no devaneio perdeu o norte
que fica no vagar num choro forte
rascunhando a chaga tão dolorida
Sou aquele que no silêncio habita
Sou pôr do sol sumido, desprovido
Sou aquele que na ilusão orbita
Sou talvez o ideal de alguma dita
Quiçá a que o rumo me é devido
Quem sabe uma gorjeta merecida
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/10/2020, 16’19” – Triângulo Mineiro
FAMINTO
Vai, mísero sofrimento esfaimado
pastar noutra sensação livremente
deixai meu coração de te ausente
faminto, carente, mas imaculado
Não percas tempo, vá apressado
pois se insiste em estar presente
a paixão do teu olhar pendente
despojo inútil, inútil o passado
Deixai o vento levar, que o leve
hei de me arrancar do teu nome
e, assim, de ti isento, serei breve
Aqui, piedoso a dor me consome
nos soluços que o choro descreve
e sem que ventura emoção tome
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/10/2020, 16’10” – Triângulo Mineiro
PRA QUÊ?
Como quem fica defronte duma cilada
espantado, sufocado, aí fui deixando
os sonhos pela desmarcada estrada
donde vinha, deveras, caminhando
E a minha alma, de chorar molhada
então ficava, o peito ali suspirando
me vi, enfim, que chorei pra nada
e pra nada foi que chorei passando
Assim, corroí o poético sentimento
redigindo a sangue cada caro verso
e num sombrio poetar, tristura se lê
E pergunto em fim ao duro lamento:
- se ainda terei na vida penar diverso
Pra que sofrer, e o pranto... Pra quê?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro,17/2020 – Triângulo Mineiro
Suas atitudes são um resultado das ideias que você internalizou.
É por isto que você só estará aonde já se colocou.
RIMAR DUMA SAUDADE
Teve um tempo que mandava
Nas poesias que eu escrevia
Cada versar uma companhia
E em cada linha festa bordava
Com emoção, assim, andava
Nas mãos a imaginação ia
E em toda a obra que fazia
A ventura, ao lado, ajudava
Pobre a poesia, sem aquarela
Sem fantasia, um dia tão bela
E hoje, pedinte de qualidade
E, no amor, sem substância
Sobre o vazio da distância...
Só o rimar duma saudade!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18/10/2020, 09’29” – Triângulo Mineiro
Biografia.
Ah! Como eu gostaria que muitos do povo brasileiro que desdenham a escola a ofertassem amor.
Ah! Como eu gostaria que a arquitetura de tal instituição chegasse àqueles que dela desconhece. Isto, para que escrevam suas biografias em contradição às que lhes são impostas pelo fictício destino.
Lembre-se bem de suas origens
a vida é uma montanha russa enlouquecida
Olha bem seus atos de sacanagens
Nunca ignore uma mão estendida.
Nunca se sabe o que me espera
mas há certeza de ter diversos encontros,
Egocentrismo é algo que me da nojo
Nunca elogie a si mesmo, se houver elogios, que venham dos outros.
A mente manipula o corpo
O corpo inspira a alma
A pureza que se adepta a esse mundo superestimado
Não se dão conta o sangue no qual foi derramado.
Meses se passam e a esperança se passa longe
Manusear essa palavras é algo trabalhoso,
Saber o que se fala é algo laborioso,
Mas sempre no final se sai orgulhoso.
Ja dizia que quem a aprender a escrever
conhece o peso da caneta,
Cada verso simbólico que ele fez e se arriscou
Sabe-se de tanta coisa que o poeta nunca morreu, Foi ao inferno e voltou.
Onde Estás?
O tempo passou,
E eu ainda aqui estou...
Quando irá chegar a minha hora?
O meu minuto?
Será que tens hora para bater a porta?
Acho que o meu calendário foi excluído.
Nunca te vi...
Quem representa o amor deve-se ter esquecido.
Que é feito de ti...
Que não chegas ao teu destino!
Eu!
Que ainda estou aqui...
Que penteio todos os dias,
Meus cabelos brancos,
E visto o meu melhor fato,
Que comprei para ti a anos.
Espero por ti...
Nos jardins não me farto,
Percorro todos os bancos!..
Mas até hoje...
Nem sinal de ti.
Fim de um Ciclo.
Eu escrevi, escrevi uma última carta para meu falecido primeiro amor.
Escrevi as coisas mais belas e necessárias para se encerrar meu ciclo de dor.
Deixarei a nós no passado mas sei que carregarei para sempre você em meu peito afagador.
O passado se foi, o ciclo se encerrou, não houve culpa, houve erros, aprendemos com ele e assim seguirei em um novo destino inspirador.
Isaías 49:2: ...e me pôs como uma flecha limpa, e me escondeu na sua aljava;
Muitos ainda não acertaram o alvo ou não atingiram o propósito, porque o Arqueiro não usa flechas sujas, enferrujadas ou tortas! Marcelo Rissma
INFORTUNO
Falas de solidão, eu ouço tudo e calo
Ó saudade! Rude e regateira caipira
É. E é por isto que o vazio me imbuíra
A alma, no silêncio, infortuno vassalo
Viver! Quando virei por ter intervalo
Entre a dor e o sofrer que não espira
No tempo, e me põe nesta mentira
Da esperança dum amor para amá-lo
Pois é agridoce sentimento sagrado
Que leva a noite insone no cerrado
Messalina sensação, refutado fulcro
Falas de amor, e eu me desalento
Paixão na minha sorte é tormento
Intento para eu levar pro sepulcro
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/09/2020, 13’43” – Triângulo Mineiro
carruagem
o vivente na ilusão
vive só nas quimeras
repete a mesma condição
o improviso são esperas
e o trem da vida sem direção...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2020, janeiro - Cerrado goiano
MUDAR O RUMO (soneto)
Muda-se o ontem, o hoje outras vontades
Muda-se o rumo, outra é a tal esperança:
E neste andejar, o destino é de mudança
E no ser e ter, nas tralhas: as dualidades
Se nas histórias permanecem as saudades
Em cada linha traçada, tem a criada aliança
Também, afinal o bom é ter boa lembrança
Fugaz, pois o viver não é só de felicidades
Mudam-se as verdades, e o encanto
Do mal as mágoas numa tristura fria
E a poesia num eterno agridoce canto
E assim neste mudar tanto no dia a dia
Já não há espanto no diverso recanto
Portanto, é bom afazer-se com tal folia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/01/2020, 05’55” - Cerrado goiano
paráfrase Luiz Vaz de Camões
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