Poemas sobre o vento
MUDANÇA DE TEMPO
O tempo, mudou
... Levou o vento,
arrastou, chuva acampamento
e o sorriso do amor.
Deixou estio
pregou a seca
e acendeu a cerca
com seu pavio.
E todos os peixes
com sede de rio
ficou sem navio
e os seus queixes.
Antonio Montes
EU VI A LUA
Quando pequeno,
uma noite no meu terreiro
sob o vento, meu inteiro!
Eu olhava a lua...
Tão alta, tão, alva
tão minha...
Tão sua.
Lá nas alturas, muito longe
lua, cavalo, dragão e conde
o mundo ali... Pra onde?
A lua, as vezes se esconde
e vaga por cima do bonde.
Os dois 'mundo e lua'
... Encontram-se nas velhas ruas
e nas fofocas da língua sua.
Quando pequeno, eu olhava a lua...
passeando pelo inverno
rodeada pelas estrelas
as crianças queriam velas
e no meu terreiro, fogueira
fazíamos rodas de verso
ali, segredo e confesso
aos olhos da lua faceira.
'Lua, luar
eu quero viver e crescer
passear pela paixão
ver a flor branca florescer
e o povo abrir as mãos.
Quero ver o mundo em paz
acalentando os inocentes
felicidade estampadas
e risos no rosto da gente.
Quando pequeno, eu olhava a lua...
e sob o vento frio na margem do rio
a lua nas águas, demonstrava seu brilho.
Eu vi a lua e sua clamura
vi seu encanto com pranto
vi no espelho oceânico
chorando as suas lagrimas
e enxugando com seu manto.
Quando pequeno eu vi a lua
toda nova, toda cheia
minguante de pois crescia
espantando as candeias.
Antonio Montes
LAGRIMAS D'ÁGUA
Eu choro as minhas lagrimas
que ninguém pode chorar
lagrimas atiradas aos ventos
para no chão se acabar.
São lagrimas desse meu eu,
imposto d'elas, não pagarei
se pagasse o mundo era breu
sem chorar, não sei, não sei.
Lagrimas que são empurradas
pelos sentimentos internos
elas aparecem do nada
movendo céus, e infernos.
Eu choro as minhas lagrimas
para aliviar a grande dor
lagrimas que sonhos afaga
lagrimas pelo grande amor.
Antonio Montes
ASSIM, O CERRADO
O cerrado, quando empoera
Ressequido o vento no ar
Chora seco folhas desespera
No azul do céu a bailar
O horizonte se põe a embaçar
Na miragem da atmosfera
Embaralhando o olhar
Na imensidão em quimera
Ah! Se o frescor assim espera
O tempo de chuva, pra se revelar
Retorcidos galhos esclera
Num cinza a cromatizar
Assim, o cerrado, se gera
Vida diversa, lato lugar
De exótica primavera
Quem te conhece, só amar...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
No passar do vento
No tic tac do relógio
O vento passa
Pra levar tristeza, ganancia e ódio
Flores preenchem vasos
E lagrimas molham velórios
a fragilidade da paixão
ela é como bolha de sabão
que não se pode dominar
é o vento a soprar
é o verão no coração
vício na respiração
ar
doce remédio a envenenar
cura e turbilhão
substância pro tédio:
emoção, pré amor, assédio...
Luciano Spagnol
Ventania no Cerrado
Chia o vento no cerrado seco
Num grito fugaz de melancolia
Zumbindo a sequidão num eco
Nos tortos galhos em poesia
Este vento que traz solidão
E também traz especiaria
Dando aroma a esta emoção
E combustão a esta ventania
Calado pelo canto da seriema
Que com o sertão tem parceria
Choraminga o cerrado em poema
Das folhas secas em sua correria
Desenhando no vasto céu dilema
Do rústico e o belo em poesia
Musicando a natureza suprema
Da diversidade em sua agonia
(Vai o vento em sua romaria.)
Luciano Spagnol
A vida é escultura na areia, resistindo entre a onda e o vento. Cinzelado pelo amor, abraços, Deus, alento.
Das ruas que dão no mar
Que saudade das ruas que dão no mar
Do vento que sopra o aroma da maresia
Tão despercebidas no cotidiano do olhar
Tão carentes na distância desta energia
Ando nas calçadas nos meus devaneios
Em cada esquina, cada praça, cada bar
Num vai e vem da angústia e seus anseios
Da nostalgia das ruas que dão no mar
Na ausência das ruas que dão no mar
As pedras portuguesas são memória
Nos seus arabescos suspiro faz brotar
Se chorar são lágrimas de uma estória
E nesta quimera de sol, praia e areia
Que faz a melancolia aqui no poetar
É um luau a beira mar de lua cheia
Versando as ruas que dão no mar
A Vida Passa... A Alma Não
Na velocidade do vento a vida passa
A lentidão da infância o tempo abraça
Os ganhos e perdas ora caçador ora caça
A biografia e as lendas nossa carcaça
Fervilhando nas macambúzias alegrias
Entre as expectativas e melancolias
Nas promessas feitas pelos momentos
Tudo passa com os seus contratempos
Renascem as flores da confiança
Morrem primaveras de esperança
No vai e vem da eterna mudança
Firme é o Espírito, sua semelhança.
Na estória a doce loucura teórica
Confabulada em silenciosa retórica
De paixão, desilusão, recordação
Pois a vida passa... A alma não...
Sou de onde o cascalho forra o chão
Onde o vento se perde no horizonte
Aqui nasci, e a poeira trago na canção
Sou do cerrado, árido, a minha fonte
Onde bebo da água da poética ilusão
A alma do boêmio a tudo quer entender, ao vento quer acompanhar, muito fica a observar lenta e atentamente, de tanto observar, o vento acompanhar e querer entender se torna o principal dos vagabundos, bêbado, lendo e lendo e tudo a observar.Assim como qualquer recipiente que enche até não suportar seu conteúdo ele explode causando um caos de rabiscos sem noção até a morte.Aí é quando após a morte os que o acusavam do ossio, apressiam gostosamente o caos dos rabiscos e os chamam de poesia.
Tudo parado, as coisas ja não estão no mesmo lugar. O vento bate mas nada balança, o frio guarda os sentimento que ninguém sabe mais onde esta!
O corvo e a tempestade
A noite ficou escura e o vento sopra torvo,
a chuva bate tão solitária na janela,
talvez fuja do agouro do corvo
que bate as negras asas atrás dela.
Porque chove assim, canta o corvo e sopra o vento
se nem sequer é Dezembro mas sim Agosto.
Espreito pela vidraça e vejo o vento violento
a fazer girar o corvo que brinca bem disposto.
Murmurei lenta alguns ais,
sem entender a negrura dos espaços celestiais,
para de seguida sorrir enternecida ao perceber,
que enquanto eu fiquei desorientada, aborrecida
por uma tempestade que chegou perdida
o corvo abriu as asas, quis brincar... quis viver!
(...) Ela é sorriso no rosto, cabelos ao vento. É aquela pessoa que depois de um boa noite você já quer dizer bom dia amanhecendo ao lado dela. Ela é simplesmente "Amor..."
" Folha, após folha
sincronia que só o vento pode ajudar
manhãs rosadas, cinzas
o tempo faz seu papel
toma a calçada.
embriagados pela selvageria do outono
varrem o chão,
já é tarde,
novamente a pele dourada precipita
há em cada ser um amanhecer
e uma morte também,
mas assim como a vida tem um fim,
a morte também, um dia terá...
Quero viajar no tempo
Sobre céu que nos cobre
Mais rápida que o vento
Nos ponteiros do relógio
Sobre o quinto elemento
Como é bom tocar o céu
Quando se está dormindo
Na caneta ou pincel
Os sonhos vão surgindo.
- Israel Lima
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